A Escola de Cristo

 
Capítulo 1 – O Fundamento da Educação Espiritual
Ler: Eze 40:2-4; 43:10-11; Mat 3:17; 11:25-30; Jo.1:51; Luc 9:23; Efe. 4:20-21. 
 
A palavra básica  dos textos lidos, em  nosso propósito aqui, é Mateus 11.29 
 
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim.”
 
Aprendei de mim. O Apóstolo Paulo, de uma forma ligeiramente diferente, nos diz o que o Senhor Jesus quis significar: “Não aprendestes assim  Cristo”. Efé.4.20 
 
Excluir uma palavra bem pequena faz toda a diferença e nos dá o verdadeiro sentido. O Senhor Jesus, enquanto estava aqui, pode  apenas fazer uma colocação na forma objetiva, pois o tempo subjetivo ainda não havia chegado, e assim Ele tinha que dizer,  “Aprendei de mim”. Quando o tempo subjetivo chegou, o Santo Espírito levou  o apóstolo a excluir a palavra  “de”, e a dizer apenas “aprender Cristo”. Estou  certo de que muitos de vocês irão discerner imediatamente  que há uma  falta  na grande maioria da Cristandade de hoje  -  há um tipo de imitação objetiva de Jesus que não leva a lugar algum, ao contrário da aprendizagem subjetiva de Jesus.
 
Assim, durante este breve espaço de tempo, estaremos  nos ocupando com a Escola de Cristo, escola para a  qual Ele trouxe os doze (discípulos), a quem escolheu  “para que estivessem com Ele, e para que Ele os enviasse.” (Marcos 3.14)   Eles foram os primeiros de todos os discípulos chamados, o que simplesmente significa que vieram sob disciplina. Antes de podermos ser apóstolos, isto é, pessoas enviadas, temos que ficar sob disciplina, para sermos ensinados, e isto de uma forma interior.  É para dentro dessa escola que todo aquele  que é nascido do alto é trazido, e é muito importante  que saibamos a natureza disso, que coisa é essa que vamos aprender, e quais os princípios da nossa educação espiritual.
 
O OBJETO DE NOSSA EDUCAÇÃO É PRIMEIRO APRESENTADO PLENAMENTE
 
Ao chegar nesta escola, a primeira coisa que o Espírito Santo, o grande  Mestre e Intérprete, faz para nós, se verdadeiramente fomos trazidos por Suas mãos, é nos mostrar  de forma plena  aquilo que realmente temos que  aprender, a fim de nos  apresentar o grande Objeto de nossa educação. Lemos essas passagens em Ezequiel, onde, penso eu, está a grande base sobre esta matéria. Em um dia quando a verdadeira expressão do ensino de Deus no meio de Seu povo tinha sido perdida, e o povo estava longe do toque Divino, em uma nação distante, o Espírito de Deus pôs a Sua mão sobre o profeta e o levou em Espírito nas visões de Deus de volta a Jerusalém, e o colocou sobre uma alta montanha, e e apresentou a ele um novo templo, de onde fluiria o rio da vida para os fins da terra. Então,  prosseguiu, mostrando tudo nos mínimos detalhes, e, após isso, instruiu o profeta a mostrar o templo para a casa de Israel, com vistas a causar um despertamento na vida  espiritual, em conformidade  com aquela grande, completa e detalhada revelação do ensino de  Deus, a fim de que todos eles pudessem, antes de tudo, ficarem humilhados. 
 
O tema sobre o templo de Ezequiel é bastante polêmico, se ele ainda irá ser estabelecido literalmente sobre a terra. Não iremos discutir sobre isso, mas sim  sobre algo do qual não podemos ter qualquer dúvida, de que tudo aquilo que Ezequiel viu tem a sua contrapartida e cumprimento espiritual na Igreja, que é o Corpo de Cristo. E o método de Deus para com o Seu povo, a fim de assegurar a total expressão de Seu ensino, é primeiramente  apresentar o Objeto: e isto Ele fez quando, no Jordão, rompeu dos céus e disse: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Ele apresentou e atestou aquele que era a completa, ampla e detalhada expressão do Seu ensino para o Seu povo. O apóstolo Paulo, em palavras familiares a nós, declarou expressamente o fato, “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rom.8.29)
 
 “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”  -  “Conformados à imagem de Seu Filho”.  Há a apresentação e o atestado  e a declaração do propósito Divino em relação a Ele. Portanto eu repito, o  primeiro passo do Espírito Santo é o de nos familiarizar com aquilo que está em vista, em nossa educação espiritual; principalmente que Ele precisa revelar Cristo em nós, e então, em seguida começar a obra de nos conformar a Cristo. Para aprender Cristo, primeiramente devemos ver Cristo. 
 
A MARCA PREEMINENTE DE UMA VIDA GOVERNADA PELO ESPÍRITO
 
A marca de uma vida governada pelo Espírito Santo é que tal vida está continuamente, e cada vez mais, ocupada com Cristo, que Cristo está se tornando cada vez maior, na medida que o tempo vai passando.  O efeito da obra do Espírito Santo em nós é o de nos trazer para a margem de um imenso  oceano, que se estende  muito além do nosso limite e daquilo que sentimos  -  Oh, a profundidade, a plenitude de Cristo! Se vivêssemos o maior tempo que um homem já viveu, ainda assim estaríamos apenas na beira desta vasta plenitude que é Cristo.
 
Agora, isto de repente se torna um desafio para nós, antes de irmos mais longe. Isto não são apenas palavras. Não é apenas retórica; isto é verdade. Vamos perguntar logo aos nossos corações,  Isto é verdade em nosso caso? Este é o tipo de vida que conhecemos? Estamos chegando ao desespero nesse assunto? Isto é, vislumbramos tanto de Cristo que estamos rendidos, sem força, cientes de que jamais iremos alcançar isso tudo. Está além de nós, muito distante, embora estejamos seguindo nessa direção, cada vez mais. Isso é verdade em sua experiência? Esta é a marca de uma vida governada pelo Santo Espírito. Cristo se torna cada vez maior na medida em que prosseguimos.  Se isto é verdade, bem, é o caminho da vida. Se você e eu já chegamos a um lugar que achamos que já conhecemos, então já temos alcançado tudo, já estamos realizados, e, a partir desse ponto as coisas ficam estáticas, então, podemos pensar que o Espírito Santo já cessou as Suas operações e que a vida ficou entediada.
 
Vamos tomar o exemplo de uma pessoa que nos foi dado, creio eu, entre os homens, para o propósito de mostrar os caminhos de Deus, o Apóstolo Paulo. As palavras que ele usa para definir e expressar o que lhe aconteceu  no início são estas: “Aprouve a Deus … revelar o Seu Filho em mim”. (Gál. 1.16) Agora, este  homem  trabalhou muito no ensino e na pregação. Ele trabalhou muito. Ele teve uma vida longa e abundante, não apenas no sentido de quantidade, mas na essência de vida que anulou todas as tentativas de medi-la. No final de sua longa e abundante  vida, este homem, que disse no início, “Aprouve a Deus…” revelar Seu Filho em mim”, está  expressando do fundo de seu coração, “que eu possa conhecê-Lo” (Fil.3.10); indicando seguramente que mesmo com a revelação inicial e com todas as revelações contínuas e subseqüentes; mesmo tendo sido arrebatado ao terceiro céu onde ouviu coisas inefáveis, mesmo com tudo isto, no final ele ainda não conhecia nada, comparado com aquilo que ainda havia para ser conhecido. Que eu possa conhecê-Lo! Esta é a essência de uma vida governada pelo Espírito Santo, e é isto que  irá nos livrar da morte, da estagnação, da inércia. É a obra do Espírito Santo na Escola de Cristo apresentar e manter Cristo em vista, em Sua grandeza. Assim, Deus, logo no início, revela Cristo, apresenta-O, atesta-O, e efetivamente diz, Este é aquele ao qual irei te conformar, à Sua imagem!
 
Sim, mas então, após a apresentação, as lições básicas começam. O Espírito Santo não fica satisfeito em apenas nos fazer uma grande apresentação: Ele vai começar uma obra real em relação àquela apresentação, e nós somos, sob Suas mãos, trazidos para duas ou três coisas básicas em nossa educação espiritual.
 
O DESAFIO E O SIGNIFICADO DE UM CÉU ABERTO
 
O meu objetivo, em cooperar com o Senhor, é o de tornar  tudo proeminentemente prático; e assim, aplicamos o desafio imediatamente perguntando: o Espírito Santo está dentro de você apresentando a plenitude de Deus em Seu Filho, de uma forma cada vez mais crescente? Este é o tipo de sua vida espiritual? Se não for, então você tem algum exercício definido diante do Senhor sobre isso; há algo de errado. A unção assim o diz, e se isto não é o seu tipo de vida espiritual, há algo errado no seu caso em relação à unção. A Natanael o Senhor Jesus disse: “Daqui em diante você vai ver o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”.  Daqui em diante, naturalmente, era o tempo imediatamente à frente, os dias do Espírito Santo que estavam chegando em breve. Com um céu aberto você vê o que Deus quer dizer a respeito do Seu Filho.
 
Aquele céu aberto para o Senhor Jesus era a unção. O Espírito descendo e subindo sobre Ele. Era a unção, é ela é a mesma para nós. O céu aberto é a unção do Espírito a partir do dia de Pentecoste  em diante, sobre Cristo dentro de nós. Oh, deixe-me fazer uma exortação. Não devemos apenas adicionar outras coisas tão rápido, mas devemos nos assegurar de que estamos certos sobre essas questões. O céu aberto imediatamente traz a revelação de Deus em Cristo para perto de você, tornando-a disponível, para que você não fique primeiramente  dependente  de bibliotecas, livros, referências e outras coisas mais. Ela está lá para você. Embora o Senhor possa usar aquelas coisas para enriquecê-lo, você tem o seu próprio céu aberto, o seu próprio caminho aberto, e não uma  redoma fechada sobre a sua cabeça. O Senhor Jesus está se tornando cada vez mais maravilhoso em seu coração, porque “Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” (2Cor. 4.6) Jesus  bem poderia ter desesperado deles, não soubesse Ele que era exatamente isto mesmo o que Ele estava causando neles. Entenda isto e terá algo muito útil. ‘Senhor, por que sou eu sempre pego em dificuldades, sempre cometendo erros? De alguma forma ou de outra, sempre falo ou faço a coisa errada, estou sempre do lado errado! De alguma forma eu nunca pareço seguir da maneira certa contigo; eu me desespero de nunca estar certo! E o Senhor diz: ‘Eu estou lhe ensinando, isso é tudo; deliberadamente, muito deliberadamente. Isto é exatamente o que estou trazendo para você ver. Até que você aprenda a lição, você não chegará absolutamente a  lugar algum. Quando você tiver aprendido completamente esta lição, então podemos começar uma obra construtiva, porém, no momento é necessário que você chegue num ponto onde reconheça que Eu sou completamente diferente de você. A diferença é tal que nós nos movemos em mundos completamente diferentes’.
 
Esta mente humana comum, no seu melhor, é apenas uma simples  mente humana. A vontade humana, também é uma simples  vontade humana. Você jamais saberá o que está por detrás de suas próprias motivações até que o Espírito Santo faça a separação bem lá no fundo do seu ser e lhe mostre. Você pode colocar os seus sentimentos e desejos nos termos mais devotos. Você pode, assim como Pedro, reagir à divina sugestão, “Se Eu não te lavar, você não tem parte comigo”, e dizer, “Não apenas os meus pés, mas também as minhas mãos e minha cabeça”; mas é apenas o ego que vem à tona novamente __ minha benção. Eu quero a benção, e assim, ignoro tudo aquilo que o Senhor está tentando ensinar. ‘Estou tentando ensinar-lhe a se esvaziar’. Ele poderia ter dito, ‘e você está tomando cada uma de minhas sugestões para se promover, se realizar; e Eu estou tentando dizer, desista, deixe isso pra lá!’  Este ego vem com uma aparência  espiritual. O ego procura pela benção espiritual. Nós não sabemos o que está por trás. Temos que entrar em uma escola severa do Espírito que termina por nos mostrar que as nossas melhores intenções estão estragadas; nossas mais puras motivações são sujas diante dos olhos do Senhor; as coisas que pretendemos ser para Deus, em algum lugar lá em sua raiz, é egoísta. Nós não podemos produzir com esta natureza nada aceitável a Deus. Tudo o que poderá vir a Deus está  somente em Cristo, não em nós. E jamais estará, nesta vida, em nós como se fosse nosso. Será sempre a diferença entre Cristo e nós mesmos. Embora Ele esteja morando dentro de  nós, Ele e somente Ele é o objeto do prazer e da  satisfação Divina, e uma lição básica que você e eu temos que aprender nesta vida, sob o ensino, revelação e disciplina do Espírito Santo, é que Ele é diferente de nós: e que “essa diferença” é tudo. Esta é uma das duras lições. 
 
Certamente é uma lição que este mundo se recusará a aprender. O mundo não irá aceitá-la. Isto vai diretamente contra todo o sistema do ensino do humanismo. __ a coisa maravilhosa que o homem é! Mas quando você alcançar o seu melhor, ainda haverá um abismo entre você e os princípios de Cristo que não pode ser unido por nenhuma ponte. Se você  alcançar o seu melhor, não terá experimentado Cristo. Isto é tudo, mas nós, talvez, dificilmente precisamos daquela ênfase. Muitos de nós temos aprendido alguma coisa. Porém vamos, enquanto sabemos isto por experiência, tomar o conforto que vem talvez de sabermos exatamente o que está acontecendo.  O que está o Senhor fazendo,  o que está fazendo o Espírito Santo conosco? Bem, basicamente, Ele está nos fazendo saber que nós somos uma coisa, e Cristo é outra. Esta é a lição mais importante a aprender, porque não pode haver nada construtivo até que tenhamos aprendido isso. A primeira coisa, portanto, é que o outro lado de Cristo está  em oposição  a nós mesmos.
 
A IMPOSSIBILIDADE DE ALCANÇARMOS O PADRÃO DE DEUS POR NÓS MESMOS
 
Então, em Segundo lugar, o Espírito Santo nos faz deparar face a face com a total impossibilidade de nós mesmos sermos aquilo por nossa própria capacidade. Como vê, Deus tem estabelecido um padrão; Deus tem mostrado o Seu modelo; Deus nos tem dado o Seu Objeto para a nossa conformidade e a próxima coisa contra a qual reagimos é a impossibilidade de sermos aquilo. Sim, de nós mesmos não é possível. Você ainda não aprendeu esta lição de desespero? Por que não ter um bom desespero e conseguir ter tudo resolvido?  Por que se desesperar por alguns dias? Porque você ainda está procurando ao redor por algo em algum lugar, algum retalho de bondade em você mesmo o qual possa apresentar a Deus, o qual irá agradá-lo, satisfazê-lo e corresponder às Suas exigências. Você jamais irá encontrar. Aceite que “todas as nossas justiças são como trapos de imundícies”. Nossa justiça, tudo aquilo que tenta ser tão justo, o Senhor diz disso tudo: “Trapos de imundícies!” Vamos aceitar isto de uma vez por todas. Se você estiver olhando  para a frente sobre o que estou falando, verá para onde isto está levando. Isto nos leva à posição mais gloriosa. Leva aquele glorioso assunto mencionado pelo Senhor Jesus, naqueles dias antes que as coisas se tornassem interiores: “Aprendei de mim… e encontrareis descanso para as vossas almas”.  Isto é tudo. Porém nunca encontraremos descanso para as nossas almas até que tenhamos primeiramente aprendido a total diferença entre Cristo e nós mesmos, e então a total impossibilidade de sermos como Ele por alguma coisa que possamos encontrar em nós mesmos, produzir ou fazer. Não está em nós, em nós mesmos. Assim, teria sido melhor termos o nosso último desespero em relação a nós mesmos. Essas duas coisas são básicas.
 
UMA EXORTAÇÃO FINAL
 
A próxima coisa que o Espírito Santo irá fazer será começar a nos mostrar como isso se dá. Nós não iremos começar isso já de imediato, mas fiquemos cientes de que o Espírito Santo não pode fazer coisa alguma até que essas coisas sejam estabelecidas. Oh, Deus é muito zeloso por Seu Filho. Seu Filho passou através do fogo em relação a essa questão, tendo aceito a forma humana e uma vida de dependência, tendo voluntariamente se esvaziado a Si mesmo de tudo aquilo que pudesse implicar que, a qualquer momento, Ele operasse de Si mesmo pela Deidade, para o Seu próprio  livramento, salvação, provisão, preservação; tendo se esvaziado a Si próprio de todo aquele direito e dito, Eu abro mão de todos os meus direitos e prerrogativas, e poderes da Deidade pelo momento presente, e aceito a posição do homem de total dependência de Deus como meu Pai; Eu experimento tudo o que todo homem tem que experimentar no nível humano! Ele experimentou tudo em todas as  áreas, em sua força e forma concentrada, e experimentou tudo sem ter cometido qualquer erro, na condição de  homem a favor do  homem, e retornou ao trono com o mérito de um completo triunfo sobre toda força que cada homem tem que enfrentar para satisfazer a Deus.
 
Você acha  que, após tudo isso, Deus não irá levar em conta o Seu Filho e tudo aquilo que Ele fez em favor do homem, e irá dizer: apenas seja o seu melhor e isto me satisfará?  Oh, quanta  cegueira, em relação a Cristo,  em relação  a Deus, tem este cristianismo popular de hoje! Não, há apenas um neste universo a respeito de quem Deus pode dizer de coração “nele eu tenho prazer”, e esse alguém é o Senhor Jesus Cristo. Se alguma vez você e eu recebermos este favor, será por causa de estarmos “em Cristo Jesus”, nunca em nós mesmos.  Quando o assunto em questão é aprendido, ou quando essa parte da educação é iniciada, então o Santo Espírito pode começar a obra de nos conformar à imagem do Filho de Deus. Bem, vimos as lições um e dois, sobre os discípulos. Através dos meses e anos, eles viram quão diferente Jesus era deles, e, então, chegaram a uma posição de desespero sobre essa matéria, como o Senhor planejou que fosse. O Senhor viu tudo de antemão. Ele não poderia evitar isso; não poderia livrá-los; Ele tinha que permitir que eles passassem por aquele caminho; e bem ao final, quando eles estavam fazendo os seus maiores protestos sobre a lealdade, fidelidade e resistência deles, e sobre o que eles estavam fazendo quando submetidos ao teste, Jesus disse a todos eles: “Vocês crêem agora? Eis que a hora vem, e já é, na qual todos vocês se espalharão, cada um por si, e me deixarão sozinho” (Jo.16.31,32). E a um deles em particular Ele disse: “O galo não cantará até que você tenha me negado três vezes”. (Jo.13.38) O que você acha que aqueles homens sentiram  quando Jesus foi crucificado, e todos tinham fugido, deixando-O sozinho, e aquele outro, tendo-O negado?  Você não acha que as trevas do desespero entrou na alma deles? Não apenas por causa da perda de perspectivas e expectativas, mas as trevas do desespero caíram sobre eles próprios. Sim, e Jesus tinha que permitir isso. Ele não poderia dar qualquer passo para evitar isso; era necessário. Era essencial. Nenhuma obra construtiva pode ser realizada até que tudo isso tenha avançado dentro de nós.
 
Bem, tudo isso soa como algo terrível, mas deve ser encorajado! Afinal de contas, tudo isso de certa forma é construtivo. O que Deus está fazendo comigo? Ele está preparando um caminho para o Seu Filho; está limpando o terreno para enchê-lo da plenitude de Cristo. É isso o que Ele está fazendo. Ele fez isso com os discípulos, e o Pentecostes, bem como o período subsequente, foi a Sua resposta para o que aconteceu no dia quando Ele ressuscitou, a tudo o que aconteceu a eles. Você diz: Então Ele começou a Sua obra construtiva. Sim, Ele começou; após a Cruz e o Pentecoste, as coisas começaram a mudar interiormente, e a partir daí você começa a ver que Cristo está agora manifestado numa forma crescente nesses homens. Eles podem ter um longo caminho a seguir, mas você não pode deixar de ver que a fundação está colocada; foi dado o início. Há uma diferença, e a diferença não é tanto que eles são homens  necessariamente  transformados, mas sim que Cristo está agora dentro deles transcendendo o que eles são por natureza. Não é que eles se tornaram muito melhores, mas sim que Cristo se torna no interior um poder muito mais real. Isto é tudo por ora. Vamos agora curvar os nossos corações, e nos rendermos. É a Escola de Cristo. Eu sei quão desafiadora ela é, desafiando a este homem velho que morre com dificuldade, que se rende com grande dificuldade. Todo o nosso treinamento e ensino talvez tenha sido outro diferente disso. Nós temos vindo desta terrível herança do humanismo __ para ser o melhor que eu possa ser, para ser o meu melhor! Bem, você deve tomar o que estou dizendo no seu verdadeiro sentido, tal qual eu estou dizendo. Ninguém vai pensar que você pode caminhar de qualquer jeito, desleixadamente,  da pior maneira possível, simplesmente devido ao que tenho dito; você sabe do que estou falando. Com o nosso melhor jamais poderemos atravessar a fenda entre o homem e Jesus Cristo. Não, a fenda permanece, e a única maneira de passar por ela é morrer e ressuscitar da morte; mas isto, por ora, é uma outra questão.
 
Capítulo 2 – Aprendendo a Verdade
 
 “Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: Sereis livres?  Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.  Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.  Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8.31-36
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira”. João 8.44
 “e vós não o conheceis; mas eu o conheço; e se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas eu o conheço, e guardo a sua palavra.” João 8.55
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14.6
 “a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” João 14.7
“Quando vier o Ajudador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim;” João 15.26
“Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.” Rom.1.18
 “pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.” Rom.1.25
“se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus,” Efe.4.21
“e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade.” Efe.4.24
“Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro” Apoc.3.7
“Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” Apoc.3.14
 
Em nossa meditação inicial, falávamos sobre a Escola de Cristo, e dizíamos que todo  verdadeiro filho de Deus é trazido para dentro dela pela mão do Espírito Santo, o Espírito da Unção, e que, uma vez lá, a primeira grande obra  do Espírito é a de apresentar Cristo ao nosso coração como o objeto de Deus em todo o seu tratamento para conosco. Assim, Cristo é primeiramente apresentado e atestado por Deus como sendo o objeto do Seu prazer, e então, o Espírito Santo torna conhecido o propósito Divino em conexão com a revelação interior do Senhor Jesus, principalmente que devemos ser conformados à imagem do Filho de Deus. Falávamos ainda  sobre duas ou três lições básicas nessa Escola, coisas que delineiam a nossa educação. Primeiramente, o Santo Espírito se utiliza do sofrimento  para fazer com que todos os que estão debaixo de disciplina (pois é isso o significado de discípulo) conheçam por experiência, no íntimo de seus corações, a completa diferença entre Cristo e eles próprios. Então, Ele também trabalha para nos trazer  à uma situação na qual percebemos quão impossível é, a não ser por um milagre de Deus, que por nós mesmos possamos ser como Cristo. E uma consequência disso é que esta experiência deve ser algo que está fora de nós mesmos, que é o próprio Deus fazendo. 
 
Bem, isto é tudo preliminar na Escola de Cristo, embora me pareça que esta educação preliminar continue até o fim dos nossos dias.  Seja como for, parece que ela se estende sobre boa parte de nossa vida, embora deve  haver um ponto alcançado que represente uma crise definitiva sobre esta questão, no qual uma fundação é colocada, e onde  essas três coisas são reconhecidas e aceitas, e nós não iremos muito longe até que isso ocorra. A pessoa que realmente começa a se mover  é aquela que tem alcançado o seu desespero final, e tem enxergado muito claramente, pela iluminação do Espírito Santo, que “não sou mais eu, mas Cristo” __ 'Não é o que eu sou, O Senhor, mas o que Tu és, apenas isto pode ser o real descanso de minha alma': O Teu amor, não o meu; a Tua Paz, não a minha; o Teu descanso, não o meu; o Teu Tudo, e não o meu; apenas a Ti! Esta é a fundação essencial do crescimento espiritual, do conhecimento espiritual, da educação espiritual.
 
“EU SOU A VERDADE”
 
Agora, nesta meditação, vamos olhar mais de perto  para o Senhor Jesus como o objeto de Deus e padrão para a obra do Espírito Santo em nós, esta 'diferença' que Ele representa, e temos lido inúmeras passagens, todas elas, como você percebeu, falando sobre a verdade. Seguramente aquelas passagens nos Evangelhos devem ter exercido um papel na educação dos discípulos. Em primeiro lugar houve uma afirmação ou declaração feita aos judeus __ uma coisa tremenda para ser dita no ouvido daqueles discípulos. Haviam judeus que fizeram uma profissão de fé. O Senhor Jesus levanta a questão do discipulado com eles. Ele disse aqueles judeus que tinham crido nele (não quer dizer que eles tinham crido nele), “Se vós permanecerem na minha palavra, então certamente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Eles responderam imediatamente com um tom de queixa, “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém”. Ele puxa essa questão sobre a  verdade, a verdade em relação a Si próprio. “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente series livres”. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. A questão sobre qual descendência eles pertenciam, e associada com isto a declaração: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis  livres”. Você entende isto? Conhecer a verdade é conhecer o Filho. Liberdade pela verdade é pelo conhecimento Dele.  
 
Então para os Judeus __ presumo eu que da maneira mais violenta __ Ele disse essas palavras de força sem paralelos: “Vocês são filhos do diabo, e quereis satisfazer a vontade de vosso pai. Ele foi assassino desde o princípio, e nunca se firmou na verdade … ele é mentiroso e pai da mentira … quando ele fala a mentira, fala do que lhe é próprio”. Tremenda força de linguagem, e tudo sobre esta questão da verdade, a verdade ligada a Ele mesmo. 
 
Então, quando você chega ao capítulo 14, Ele está a sós com os seus discípulos; e Felipe diz para Ele, “Senhor, mostra-nos o Pai, e isto nos basta”. A sua resposta é, “Há tanto tempo tenho estado convosco, e ainda não me conheceis, Felipe? Quem vê a mim vê o Pai”. Uma outra questão na escola: “Senhor, não sabemos para onde vai; como saberemos o caminho?” “Eu sou o caminho, e a verdade …” Eu sou a verdade. A verdade não é uma coisa; a verdade é uma Pessoa. Bem, tudo isso está na Escola de Cristo, baseando sobre Cristo como a Verdade.
 
Eu não sei quão fortemente você é tocado sobre este assunto, mas o nosso objetivo certamente é que pudéssemos ser bastante sensibilizados a respeito dessas coisas. Como você se sente  sobre a importância de ter um verdadeiro fundamento? E finalmente, a característica suprema em um fundamento é a verdade, e isto deve ser verdadeiramente bem colocado. Esta fundação tem que levar a uma responsabilidade muito grande, não simplesmente uma responsabilidade com o nosso bem estar e o nosso destino, não, mas a vindicação do próprio Deus. Por isso  deve ser absolutamente verdadeira, e cabe a nós  ter certeza plena de onde estamos; em outras palavras, colocarmos um fim em toda a nossa imaginação, acabarmos de vez com tudo aquilo que não seja genuíno  e totalmente verdadeiro em nossa posição. É justamente isto que iremos analisar um pouco neste momento. Tão grandes são as consequências que não podemos ter qualquer dúvida em nossa posição. É desta forma. Você e eu vamos encarar a Deus algum dia. Vamos encarar a Deus literalmente face a face na eternidade e, então, a questão será levantada: Deus falhou em algum ponto conosco? Seremos capazes, em cada detalhe, de dizer, Senhor, Tu falhaste comigo; Tu não fostes verdadeiro para com a Tua Palavra? Tal posição é impensável, pois ninguém poderia ser capaz de fazer uma acusação como essa contra Deus, de ter qualquer questão a respeito da verdade de Deus, de Sua realidade, de Sua fidelidade. O Santo Espírito foi enviado como o Espírito da Verdade, a fim de nos guiar a toda Verdade, e isso para que não haja qualquer dúvida, ou o que seja, entre Deus e nós, quanto à Sua absoluta fidelidade, Sua Verdade para com Ele mesmo, e para com toda a Sua Palavra. O Espírito Santo foi enviado para isso. Se isto é verdade, então o Espírito Santo irá tratar com cada discípulo na Escola de Cristo, a fim de eliminar tudo aquilo que não for verdadeiro, que não for genuíno, para fazer que tal discípulo se firme sobre uma fundação que possa permanecer diante de Deus no dia de sua total e absoluta vindicação.
 
A NECESSIDADE DE UM FUNDAMENTO VERDADEIRO 
 
Mas, para que isso possa ser assim, você e eu, sob o ensino do Espírito Santo, temos que ser completamente tratados, e temos que chegar à uma posição onde estejamos perfeitamente ajustados diante de Deus, onde haja toda uma responsividade ao Espírito Santo, e nada em nós que O resista ou O recuse, mas onde estejamos perfeitamente abertos e prontos para as maiores consequências, onde o  Espírito Santo possa colocar o seu dedo sobre algo em nossas vidas que precise ser tratado ou ajustado. Ele está aqui para isso. E a única forma para que  tal obra seja possível de ser realizada por Ele em nós, é que devemos nos achar numa falsa posição, o que é difícil, muito difícil de nos vermos numa falsa posição, mesmo que seja apenas em certos pontos. Estamos vivendo num mundo falso, um mundo que está fundamentado sobre mentiras. Toda a constituição deste mundo é uma mentira; é a natureza do homem, embora muitos não saibam, e pensem que são verdadeiros. Estão tentando construir o mundo sobre uma base falsa.
 
Pois bem, a minha ênfase agora é sobre a necessidade de uma posição verdadeira no que diz respeito a nós. Oh, para homens e mulheres nos quais a verdade de Cristo têm sido moldada e que irão seguir com Deus, não importa o que isso possa custar.
 
 “Quem habitará no monte do Senhor?” “Aquele que fala a verdade em seu coração … aquele que, embora jure com dano seu, não muda”; 
 
isto é, que toma a posição da verdade, mesmo que isso lhe custe caro. Nós somos influenciados por todos os tipos de falsas considerações, influenciados pelo que os outros irão pensar e dizer, especialmente aqueles que pertencem aos nossos círculos religiosos, de nossa tradição; e são elas falsas considerações e falsas influências. Elas amarram e impedem muitos homens e mulheres de seguirem corretamente com Deus no caminho da luz. A questão é que a posição é falsa. 
 
Aceitaria você se eu lhe falasse que não há verdade em nós?  Esta é uma das coisas que vamos descobrir na medida em que o  Espírito Santo for tratando conosco, que não há realmente verdade em nossas mentes. Podemos estar muito convencidos, e podemos estar preparados para renunciar nossas vidas por causa de nossas  convicções e por tudo à prova por aquilo que acreditamos com todo o nosso ser o correto, ser a verdade, porém podemos estar completamente errados. Esse foi o caso de Saulo de Tarsus __
 
 “Eu, na verdade, cuidara que devia praticar muitas coisas contra o nome de Jesus, o nazareno;” (Atos 26.9).  E ainda, “A hora vem onde todo aquele que vos matar irá pensar que está prestando um serviço a Deus”. (João 16.2);
 
 tão zelosos por suas convicções __ Esta é a vontade de Deus! Vontade de Deus! __ convencidos de que é a vontade de Deus; alguns prontos para dar suas  próprias vidas por causa de suas convicções, e alguns prontos para tirar a vida de outras pessoas, por causa de suas convicções.  Quão longe iremos nós na força de nossas convicções e estarmos errados, completamente errados, tão errados quanto estávamos no início. Uma falsa convicção; e não há sequer uma mente humana que não chegue  à  esta situação.  Essas  sementes estão na natureza humana, em cada um de nós; na mente como convicção, no coração como desejo. Podemos pensar que os nossos desejos são perfeitamente puros e corretos, no entanto serem completamente falsos; e a mesma coisa também em relação à nossa vontade. Em nós, por natureza, não há qualquer verdade.
 
VIVENDO PELA VERDADE
 
Vamos direto ao assunto. O que é um cristão? Será ele alguém que não era bem humorado, mas que agora se tornou  bem humorado; que não era muito afável, mas agora se tornou afável; que não era muito zeloso, mas que agora é bem zeloso; será uma pessoa com uma disposição diferente daquela sua anterior. Será esta a verdadeira definição de cristão? Dê-me um armário homeopático. Traga-me uma pessoa muito irritadiça. Dê-lhe uma dose de, o que eu poderia dizer? __ nux vomica; em duas ou três horas ele será uma pessoa bem humorada. Será ele um cristão? Dê-lhe algo mais; faça-o voltar ao que era antes. Foi ele salvo e teve uma recaída? As drogas podem mudar o temperamento do homem em algumas horas. De ser uma pessoa letárgica, desleixada e indiferente, você se torna vívido, enérgico, ativo; de ser miserável, descontente, infeliz, melancólico, desagradável, irritado, você se torna amigável, agradável, aliviado de toda aquela crise nervosa que o fazia agir daquela forma, e toda aquela digestão desordenada que fazia  de você uma pessoa de difícil convivência. Por um pouco de tempo, você conseguiu fazer um cristão com drogas! Você compreende.
 
Onde está a verdade? Se a verdade a respeito da minha salvação reside na área dos meus sentimentos, no meu sistema digestivo, no meu sistema nervoso, eu vou ser um pobre cristão; porque isso irá mudar de dia para dia, conforme o tempo ou outra coisa qualquer. Oh não! A verdade; onde está a verdade? “ Não o que eu sou, mas o que Tu és” Eis aí onde a verdade está, “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”  Libertará do que?  Da escravidão! De qual escravidão? Satanás colocando suas cadeias de condenação sobre você, porque no dia de hoje você não está se sentindo bem. Você se sente mal em sua constituição, deprimido, sente a morte em derredor, sente-se irritado, e satã chega e diz, você não é um cristão! Belo cristão você é! E você se abate com isso. É isso verdade? É uma mentira! A única resposta para libertação e emancipação é, ‘Não é o que eu sou, é o que Ele é; Cristo permanence o mesmo. ‘Ele não é como eu, que muda de hora em hora, e dia após dia: Ele é diferente. 
 
Perdoe-me ser tão forte em minha ênfase, mas eu realmente sinto que esta é a única forma de sermos salvos. Jesus diz: “Eu sou a Verdade”. O que é a Verdade? É para aí que apontam todos os argumentos de satanás, que é “um mentiroso e pai da mentira”. É isso que nos livra de nossa própria falsidade. Nós estamos carregados de contradições. Nós nunca poderemos garantir que iremos ficar com um mesmo pensamento por um longo tempo, que as nossas convicções nunca mudarão. Oh não, isto não está em nós, absolutamente; está em Cristo. Você vê em que falsa posição poderíamos estar se estivéssemos naquele outro nível de natureza. Que jogo o diabo poderia fazer conosco.
 
Estou usando estas ilustrações para tentar chegar ao âmago dessa questão. O que é a verdade? Ela não é encontrada em nós. Nós não somos verdadeiros em nenhuma parte do nosso ser. Somente Cristo é a Verdade, e você e eu temos que aprender como viver em Cristo, e até que tenhamos aprendido isso, o Espírito Santo não pode fazer outra coisa. Talvez você esteja dizendo, não é um verdadeiro cristão menos mal humorado? Não há nenhuma diferença em absoluto? Não pode um cristão ficar irritado e tudo  mais? Eu não estou dizendo isso, também não estou lhe justificando por isso; estou dizendo que na Escola de Cristo, até que você e eu tenhamos aprendido a permanecer em Cristo pela fé, o Espírito Santo não possui terreno no qual trabalhar, a fim de nos trazer em conformidade com Cristo. Se vamos viver sobre uma base falsa de nós mesmos, o Espírito Santo deixa-nos sozinhos. Quando chegamos para viver por fé em Cristo, então o Santo Espírito pode entrar e gerar Cristo em nós, e nos ensinar a vitória, o domínio, e nos ensinar por livramento como não se tornar uma presa de bons ou de maus sentimentos em nós mesmos, mas a vivermos em um outro nível.
 
 (03.09.06)  Quero significar o seguinte, que você não dá importância aos seus sentimentos quando recorre a Cristo.Tome a irritabilidade, por exemplo. Alguns de vocês, naturalmente, podem nunca terem sofrido disso, absolutamente, mas os outros sabem que batalha é. Bem, vamos tomar esse caso como exemplo. Hoje nós nos sentimos assim, nervosos, pressionados e impacientes. O que vamos fazer a respeito? Vamos fazer disso a nossa vida cristã ou a negação de nossa vida cristã? Se formos para esse terreno, então satanás é sempre rápido em tirar proveito da situação e nos trazer para uma terrível escravidão e realmente matar a nossa vida spiritual. Mas se você tomar a posição, ‘Sim, assim é como me sinto hoje, esta é a minha enfermidade hoje, mas Senhor Jesus, Tu és diferente de mim, e eu simplesmente descanso em Ti, me apoio em Ti, seja a minha vida’, e você verá o que acontecerá. Você terá cortado o terreno do Diabo, e verá que há paz no fim da linha, e descansará, e, embora possa estar se sentindo mal em outra parte de você, porém no seu interior você está em descanso. 
 
O inimigo é expulso do seu interior, ele não tem lugar lá. A paz de Deus é o árbitro no coração e na mente através de Cristo Jesus; a fortaleza está segura. O que satanás está sempre tentando fazer é entrar no espírito através do corpo ou da alma e capturar a fortaleza, o espírito, e trazê-lo para à escravidão. Mas nós podemos permanecer livres interiormente quando nos sentimos muito mal em nosso exterior. Isto é liberdade por meio da verdade. Esta é a verdade! Não é uma coisa, não é uma afirmação, mas uma Pessoa. É o que Cristo é, e Ele é completamente diferente do que nós somos. Bem, o Espírito Santo nos ensina, como o Espírito da Verdade, que ela está em Cristo, que é tudo. A solução é lidarmos com nós mesmos, ou com o próximo, ou com o mundo, de uma forma mental. Permaneça em Cristo e haverá descanso, paz, libertação. 
 
Mas não esqueça disso, se deixarmos o assunto com o Espírito Santo, Ele não vai permitir que fiquemos confundidos. Quero dizer que o Espírito Santo irá nos expor a nós mesmos. Ele irá nos descobrir e nos mostrar que verdadeiramente não há nada são em nós, nada em que possamos nos apoiar em nós mesmos, a fim de que Ele possa deixar claro que é somente em Cristo, o Filho de Deus, que há segurança, vida. Tenho uma sensação de incapacidade  em tentar  comunicar a você aquilo que eu tenho em meu coração. Tantas pessoas pensam que a vida espiritual, a vida de um filho de Deus, é uma questão de coisas. É uma coisa chamada de “a mensagem da cruz’.  É uma coisa chamada ‘santificação’. É uma coisa chamada ‘libertação’. É a coisa chamada ‘morte com Cristo’ __ apenas uma coisa. Elas estão tentando segurar essa coisa, mas não há libertação nisso, absolutamente.  Não funciona. ‘A coisa’  não funciona! Porque  tudo é uma questão de Pessoa, o Senhor Jesus, e o Espírito Santo nunca irá nos salvar por meio de uma “coisa”. Ele irá sempre nos trazer para a pessoa, e fazer de Cristo a base da nossa vida, de nossa libertação, de nosso tudo. Assim, a palavra é “Jesus Cristo” … que foi feito por nós sabedoria de Deus, justiça e santificação, e redenção” (1Cor.1.30) 
 
A NECESSIDADE DE FÉ 
            
 
Bem, devo concluir. A obra do Espírito Santo é a de nos conformar a Cristo, para  nos fazer tomar a forma de Cristo, para formar Cristo em nós; porém Cristo permanecerá sempre diferente daquilo que somos, sendo assim,  nunca cessará de ser um chamado  para a fé. Espera você alcançar um ponto nesta peregrinação terrestre onde a fé possa ser dispensada?  É uma falsa esperança. A fé será requerida tanto quanto sempre foi nos seus últimos momentos de vida, se não até mais do que antes. A fé é algo para toda a duração desta vida. Se isto é verdade, que em si mesma ela dispensa qualquer esperança de termos algo em nós mesmos.  Este foi o primeiro pecado de Adão; que escolha a dele, de não ter tudo em Deus, mas ter em si mesmo, em independência, a fim de se livrar da idéia de fé.
 
Assim ele pecou por incredulidade, e todos os pecados que vieram, uma vez que podem ser relacionados a ela  __ a incredulidade.  A fé é um grande fator de redenção, de salvação, de santificação, de glorificação; tudo é pela fé. Ela desfaz a obra do Diabo. E a fé simplesmente significa que nós somos colocados numa posição onde não obtemos nada por nós mesmos, mas sim em uma outra Pessoa, e podemos somente conhecê-lo e gozá-lo pela fé nessa outra Pessoa. Assim Gálatas 2.20 sempre vem com força renovada __ “Já estou crucificado com Cristo, e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e esta vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé  do Filho de Deus, o qual me amou e a Si mesmo se entregou por mim”. (ARV) Eu vivo a vida na carne pela fé no Filho de Deus.
Que o Senhor revele a Sua Palavra para nós.
 
 Capítulo 3 - Aprendendo por Revelação 
 
 “e em visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um monte muito alto, sobre o qual havia como que um edifício de cidade para a banda do sul. Levou-me, pois, para lá; e eis um homem cuja aparência era como a do bronze, tendo na mão um cordel de linho e uma cana de medir; e ele estava em pé na porta. E disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver; porque, para to mostrar foste tu aqui trazido. Anuncia pois à casa de Israel tudo quanto vires.”  Eze. 402-4
 
 “Tu pois, ó filho do homem, mostra aos da casa de Israel o templo, para que se envergonhem das suas iniqüidades; e meçam o modelo.
E se eles se envergonharem de tudo quanto têm feito, faze-lhes saber a forma desta casa, a sua figura, as suas saídas e as suas entradas, e todas as suas formas; todas as suas ordenanças e todas as suas leis; escreve isto à vista deles, para que guardem toda a sua forma, e todas as suas ordenanças e as cumpram.” Eze.43.10,11
 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;” Jo.1.1-4
 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” Jo.1.14
 “E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”. Jo.1.51
 
A RESPOSTA DE DEUS AO ESTADO DE DECLÍNIO
 
Temos observado que, quando o propósito Divino, como representado pelo templo e por Jerusalem, foi esquecido e perdido, e a glória tinha ido embora, Ezequiel recebeu e foi levado a escrever uma visão de uma nova casa celestial, uma casa medida em cada detalhe e definida a partir do alto. Da mesma forma, quando a Igreja dos tempos do Novo Testamento tinha perdido sua pureza, verdade, poder e sua  característica e ordem celestial, e a glória inicial daqueles dias do Novo Testamento tinham desaparecidos, então João foi levado pelo Espírito a trazer a nova, maravilhosa e celestial apresentação espiritual, a pessoa do Senhor Jesus; aquela nova apresentação celestial de Cristo que temos no Evangelho de João, em suas cartas, e no Apocalipse: e devemos nos lembrar que o Evangelho escrito por João é, na escala do tempo, praticamente o último escrito do Novo Testamento. Talvez a real significação disso não tenha vindo sobre nós com a força e a impressão devida. Nós tomamos os Evangelhos da mesma ordem como estão arranjados em livros  no Novo Testamento, e imediatamente somos levados por eles de volta aos dias da vida do nosso Senhor sobre a terra, e do ponto de vista de tempo que é onde estamos quando lemos os evangelhos. Para nós, todo o restante do Novo Testamento ainda não existia quando estamos nos Evangelhos, tanto os escritos e a história que se seguiu, tudo é futuro. Isto, naturalmente, é inevitável; mas devemos remover a nós mesmos dessa posição.
 
Por que o evangelho de João foi escrito? Foi ele escrito apenas como um registro da vida do Senhor Jesus aqui na terra, juntamente com dois ou três outros registros, para que a história do Senhor Jesus pudesse ser preservada? É isso? Para a grande maioria esta é a única finalidade. Os evangelhos são lidos com o propósito de se estudar a vida de Jesus enquanto Ele estava na terra. Isso pode ser muito bom, mas eu quero enfatizar muito fortemente que esta não é a principal intenção do Espírito Santo em ter inspirado a escrita dos evangelhos. E isto é particularmente visto no caso do evangelho de João, escrito muito tempo depois, no final de tudo; pois, quando João escreveu esses escritos finais, os outros apóstolos já estavam na glória. O evangelho de João foi escrito quando a Igreja do  Novo Testamento, como temos dito, tinha perdido sua forma original e poder, e vida spiritual, sua característica celestial e Divina ordem; escrito no meio de tais condições como estão delineadas nas mensagens para as igrejas da Ásia, no começo do Apocalipse, e que isto pode ser claramente inferido a partir das cartas. 07.07.06   vns
 
Qual era o objeto em vista? Bem, apenas este: como João escreve, as coisas já não estão como estavam, não como Deus queria que estivessem; elas não mais representam os propósitos de Deus em e para o Seu povo. A ordem, a ordem celestial, tinha sido quebrada, e continuava sendo quebrada ainda mais. A natureza celestial tinha desaparecido e uma coisa  terrena está tomando forma no Cristianismo; a verdadeira vida está sendo perdida e a glória está indo embora. À esta situação Deus reage com uma nova revelação de Seu Filho, numa forma celestial e espiritual; pois os parâmetros  ou características de João são a “celestialidade” e espiritualidade. Não é isso verdade? Oh sim, aqui está uma nova revelação de Seu Filho. Mas que revelação! Não simplesmente e unicamente como Jesus de Nazaré, mas como o Filho do Homem, Filho de Deus; Deus revelado e manifestado em forma de homem, destituído da  eternidade com toda a plenitude da essência Divina, para que Seu povo pudesse vê-lo. Assim, devemos olhar através da ótica do Espírito Santo no Evangelho de João, e em seus outros escritos, e ver apenas  isto, que a forma de Deus recuperar, quando Seu total e original propósito tem sido perdido e que a revelação celestial tem desaparecido, e a glória celestial tem ficado reclusa, é mostrar novamente o Seu Filho; e não trazer você de volta para os princípios  da Igreja ou do Evangelho ou da doutrina, mas trazer Seu Filho para ser visto, trazer Cristo novamente em Seu  tremendo significado celestial e espiritual diante dos olhos do coração do Seu povo.
 
Esta é a resposta que é encontrada em João à essas condições que encontramos no Novo Testamento, as quais claramente mostram que a Igreja estava perdendo sua postura celestial, e todos os tipos de coisas estavam acontecendo, e a coisa toda estava ficando terrena. O que Deus poderia fazer? De que forma poderia Ele salvar o Seu propósito que parecia estar tão perigosamente perto de ser perdido? Ele mostra o Seu Filho novamente. Lembre-se de que a resposta de Deus é sempre em Seu Filho, para qualquer rebeldia. Esteja tal rebeldia no mundo, como aquela liderada pelo Anticristo (A resposta de Deus para o Anticristo será Cristo, com o esplendor de Sua Divina Glória), esteja ela na Igreja decadente e apóstata, a resposta de Deus estará em Seu Filho.
 
Este é o significado das palavras introdutórias do livro do Apocalipse. A Igreja perdeu o seu lugar, a glória desapareceu, mas Deus interrompe com uma revelação do Seu Filho.
 “Eu sou … Aquele que vive, estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno”.  
 
Cristo é apresentado, e então tudo é medido e julgado à luz daquele Homem Celestial, com a cana em sua mão. Isto realmente bastaria, se apenas víssemos aquilo, e o compreendêssemos. Tudo para Deus e para nós está ligado à revelação do Senhor Jesus.Oh, não será, como temos ditto, em tentar recuperar os fundamentos do Novo Testamento. Não será uma restauração da ordem do Novo Testamento. Não será nem mesmo uma reafirmação da verdade e da doutrina do Novo Testamento. Isso são apenas coisas, e elas podem ser usadas para montar uma moldura. A vida, a glória, não estão nessas coisas. Não, o caminho da Glória de Deus está em Seu Filho; o caminho da Vida de Deus está em Seu Filho; o caminho do poder de Deus está em Seu Filho; o caminho da natureza celestial de Deus está em Seu Filho. E isto é o que Deus está dizendo no evangelho de João, em poucas palavras. Está tudo em Seu Filho, e a necessidade, a única necessidade, está em ver o Filho, e se Deus abrir os seus olhos para que você veja o Filho, então tudo mais será consequências. Isto é o evangelho de João. “Como abriram-lhe os olhos?”  Quem fez isso? Como Ele fez isso? A resposta ou reação do homem à interrogação foi esta, em efeito: vocês estão me perguntando sobre a técnica das coisas; eu não sou capaz de dar a resposta; eu não sou capaz de explicar isto, mas eu tenho a realidade, e isso é que importa. “Uma coisa eu sei, que eu era cego, mas agora vejo.” É a luz da vida. “Nele estava a vida, e Ele era a luz dos homens…” 
 
Não queremos ser capazes apenas de dar a técnica da verdade, e export e definer tudo. Isto não é a primeira coisa. A primeira coisa é, a vida produz a luz e isso está na revelação do Filho: e, se devo resumir tudo, então é __ primeiramente, Deus escondeu tudo sobre Si mesmo dentro de Seu Filho, e não é possível agora saber ou ter algo de Deus for a do Senhor Jesus, o Seu Filho. Deus assim estabeleceu; isto é final, é conclusivo.
 
CRISTO CONHECIDO SOMENTE POR REVELAÇÃO            
 
 
Em Segundo lugar, não é possível ter ou conhecer coisa alguma de toda a plenitude que Deus escondeu em Seu Filho sem a revelação do Espírito Santo de uma forma interior. É um milagre feito pelo Espírito Santo no interior de todo homem e mulher, isso se eles tiverem que conhecer algo daquilo que Deus escondeu em Cristo. Isto novamente resume o Evangelho de João, pois lá, no centro, está um homem cego de nascença. Ele nunca tinha visto. E não é uma questão de restaurá-lo, mas sim de lhe dar visão. Esta é a primeira coisa. O mundo passou a ser absolutamente novo para aquele homem. Não importa o que ele deduzia, ou achava, ou imaginava, ou tinha sido descrito a ele, o fato de se ter visão vai ser algo como um novo começo. É um completo milagre produzir um mundo absolutamente novo, e toda a sua imaginação sobre como era aquele mundo e o que ele continha se mostrou completamente inadequada quando ele realmente conseguiu ver. Nada será visto, exceto pelo milagre produzido no interior. 
 
(1) Deus escondeu tudo de Si mesmo em Seu Filho.
(2) Ninguém pode conhecer coisa alguma sobre isso, exceto se for revelado. “Ninguém conhece o Filho, exceto o Pai, e ninguem conhece o Pai, exceto o Filho, e aquele a quem o Filho quiser reveler”. (Mat 11.27) A revelação somente pode vir por escolha do Filho. 
 
REVELAÇÃO LIGADA A SITUAÇÕES PRÁTICAS
 
A terceira coisa é essa. Deus sempre mantém a revelação de Si mesmo em Cristo ligada a situações práticas. Você e eu jamais podemos obter revelação que não esteja ligada à alguma necessidade. Não podemos obtê-la simplesmente como uma questão de informação. Informação não é revelação. Não podemos obtê-la por meio do estudo. Quando o Senhor deu o maná no deserto (tipo de Cristo como o pão do céu), Ele estipulou muito rigidamente que nenhum pedaço a mais do que o necessário para o dia fosse juntado, e que, se eles fossem além da medida do que era necessário, doença e morte viriam sobre eles. O princípio, a lei, do maná, é que Deus mantém a revelação de Si mesmo em Cristo associada a situações práticas de necessidade, e nós não iremos ter revelação como um mero ensino, doutrina, interpretação, teoria, ou qualquer coisa do tipo, o que significa que Deus irá colocar você e eu em situações onde somente a revelação de Cristo pode nos ajudar e nos salvar. Você observa que os apóstolos ganharam as suas revelações para a Igreja através de situações práticas. Eles nunca se reuniram numa Mesa-Redonda para desenhar um esquema de doutrina e prática para as igrejas. Eles saíam para o trabalho e se deparavam com situações desesperadoras, e no meio de tais situações que os pressionavam, geralmente até o desepero, eles tinham que ir até a presença de Deus e obter revelação. O Novo Testamento é o livro mais prático de todos, porque ele nasceu das situações de pressão. Podemos dizer que a revelação de Cristo nas emergencias é a forma de mantê-lo vivo. Você entende o que eu quero dizer.
 
10.09.06  vns   Agora, então, por que o Senhor nos manteria em situações extremas, reais. O Senhor é contra nós nos lançarmos sobre linhas teóricas a respeito da verdade, nos lançarmos sobre linhas técnicas. Oh, vamos evitar a técnica como uma coisa em si mesma e reconhecer isto, que, embora o Novo Testamento tem em si uma técnica, nós não podemos simplesmente extrair essa técnica e aplicá-la. Temos que entrar nas situações do Novo Testamento, a fim de obter a revelação de Cristo  para conhecer aquela situação. Assim, o caminho do Espírito Santo para conosco é nos trazer para dentro de situações e condições vivas, reais, de necessidades, nos quais somente um conhecimento novo do Senhor Jesus pode ser nossa libertação, nossa salvação, nossa vida, e então nos dar, não uma revelação da verdade, mas a revelação da Pessoa, um novo conhecimento da Pessoa, para que possamos ver Cristo de alguma maneira que supre a nossa necessidade. Não estamos desenhando sobre “uma coisa”, mas sobre “Ele”. 
Ele é a Palavra. “No princípio era o Verbo”, e o significado desta designação é exatamente essa, que Deus se fez inteligível para nós numa Pessoa, não num livro. Deus não escreveu primeiramente um livro, embora tenhamos a Bíblia. Deus escreveu uma Pessoa. Em um de seus panfletos, Dr. A.B. Simpson traz esta ilustração, ou ilustra isto dessa forma. Ele diz que em uma ocasião ele viu a escrita da Constituição dos Estados Unidos, e ela foi escrita num pergaminho. Ele estava próximo a ela, e podia ler todos os detalhes da Constituição. Mas, como ele ficou atras daquele pergaminho, alguns metros afastado, tudo o que ele podia ver era a cabeça de George Washington no pergaminho. Então chegou mais perto novamente e viu que a Constituição tinha sido  escrita numa variedade gráfica tal que pudesse assumer a forma da cabeça de George Washington. É isso. Deus tem escrito a revelação de Si mesmo, mas esta escrita está na Pessoa de Seu Filho, a Cabeça do Senhor Jesus, e você não pode ter a constituição do céu, exceto na Pessoa, e a constituição do céu é a Pessoa em forma do Filho de Deus. 
 
Isto é apenas uma afirmação de coisas. Eu acredito que você irá pegar o fato afirmado e ir ao Senhor Jesus com isto. Não peça por luz como uma coisa, peça pelo complete conhecimento do Senhor Jesus. Este é o caminho, pois este é a única forma  viva de conhecê-lo: e lembre-se, Deus sempre mantém o conhecimento de Si mesmo em Cristo ligado à situações práticas. Nós temos que estar na situação. O Espírito Santo irá nos trazer, se estivermos em Suas mãos, para dentro de situações que exigirão um novo conhecimento do Senhor. Isso é um lado. O outro lado é que, se estivermos numa situação que é muito difícil, então estamos numa posição ideal para pedir a revelação do Senhor.
Quero, por alguns minutos, insistir neste ponto: temos o Evangelho de João aberto diante de nós, no primeiro capítulo. E notem que Deus está aqui retornando em relação à plenitude de Seu plano para o Seu povo, e o significado é este: Cristo é a plenitude da vontade de Deus para nós, e o Espírito Santo (representado pelo anjo em Ezequiel), veio com o objetivo e propósito expresso de nos dar e nos guiar a cada detalhe de Cristo, para que tenhamos uma expressão abrangente e detalhada da vontade de Deus em Cristo.
 
Agora perceba que em João 1 você tem a grande, nova e eterna apresentação: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.   Veja mais: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”.   Este é o plano Divino que veio da eternidade e que foi estabelecido entre nós de uma forma bem abrangente; todo o plano de Deus se resume em Seu Filho, o Eterno Propósito, e está centrado no meio dos homens na Pessoa de Cristo. E, então, você vai para o final do primeiro capítulo (e eu não estou abordando tudo o que há entre esses pontos) e tem por implicação algo que é muito maravilhoso, se você  reconhecer a sua significância. É a palavra dita a Natanael. É sempre interessante frisar que foi uma palavra dita a Natanael. Podemos perfeitamente concluir que esta palavra também fora dito a  Pedro, a Tiago ou João,  numa espécie de círculo mais íntimo. Mas, sendo Natanael, ele pertence a um círculo mais abrangente em relação a Cristo, e portanto aquilo que foi dito a ele  também é dito a qualquer pessoa.
“Você irá ver o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. 
 
BETEL __ A CASA DE DEUS
 
Por implicação somos instintivamente levados por essas palavras de volta ao Velho Testamento, para o livro de Gênesis, e Jacó imediatamente vem à vista, e nos lembramos dele  em seu caminho entre dois pontos, quer dizer entre dois lugares, entre o céu e a terra; nem totalmente a terra e nem totalmente o céu, mas um ponto intermediário. Aquela noite, naquele lugar intermediário, em um local ao ar livre, ele deitou dormiu; e, eis que uma escada colocada na terra, cujo topo alcançava no céu, pela qual os anjos subiam e desciam, e acima da escada estava o Senhor; e o Senhor falou a ele. E Jacó acordou do seu sono, e disse: Certamente o Senhor está neste lugar, e eu não sabia; este não outro lugar senão a casa de Deus! E ele chamou aquele lugar de “Betel”, ou a Casa de Deus.
 
O Senhor Jesus apropriadamente se utilizou dessa passagem e  aplicou-a a Si mesmo, em Suas palavras a Natanael, e, com efeito ou por implicação, disse: Eu sou Betel, a Casa de Deus; eu sou aquele não é totalmente da terra, embora esteja sobre ela,  nem totalmente do céu, em minha condição atual, embora ligado a ele; estou aqui entre o céu e a terra, o ponto de encontro de Deus com o homem, a Casa de Deus, em Quem Deus fala, em Quem Deus se revela __ Ele fala em Sua Casa; Ele se revela em Sua Casa __ Eu sou a Casa de Deus: a comunicação de Deus com este mundo está em Mim, e somente em Mim: “ninguem vai ao Pai senão por Mim”. Ele poderia bem ter ditto, embora não esteja registrado: o Pai não vai a ninguem, mas somente a Mim. É exatamente esta Casa de Deus, como representada por Cristo, que é a nossa reflexão, que nos leva ao testemunho prático em batismo: Jesus __ a Casa de Deus. Sabemos, naturalmente, que qualquer outra casa na Bíblia é apenas uma ilustração de Jesus. Seja ela o tabernáculo no deserto, ou o templo de Salomão, ou qualquer templo subsequente que teve a pretensão de desempenhar a mesma função, ou qualquer outra coisa que, em termos mais espirituais no Novo Testamento é chamado de Igreja, não é outra coisa além de Cristo, mas é Cristo. No pensamento de Deus é apenas Cristo, e não há nada mais do que Cristo, e nada além de Cristo, que é a Igreja ou a Casa de Deus.
    O ponto que sentimos que o Senhor está procurando enfatizar nessas meditações é como Ele tem unido todas as coisas de uma forma final, conclusiva e exclusivamente, ao Seu Filho, e que não há nada para se ter de Deus exceto Cristo, e é pelo Espírito Santo que Cristo é revelado em nossos corações. Assim, o Senhor Jesus, sendo a Casa de Deus, cumpre cada função que foi estabelecida por meio de um tipo, nessas outras casas terrestres. 
 
     Você começa com o Santíssimo Lugar, o Santo dos Santos. Em Cristo está o Santíssimo Lugar, onde Deus verdadeiramente e pessoalmente habita, e tem sua morada. Deus está em Cristo, e em nenhum outro lugar Ele habita da mesma forma. É claro que o Pai faz morada em nós. Mas, amado, há uma diferença. O fato de o Pai vir fazer morada em nós não nos constitui em muitos Cristos. Não somos moradas de Deus no mesmo sentido que o Filho é. A diferença veremos em seguida. A habitação de Deus em Cristo é única, e o Santíssimo Lugar está Nele apenas.
 
     Nele está o oráculo; isto é, a voz, a voz que fala com autoridade, e esta  autoridade é final. A autoridade final da voz de Deus está em Cristo, somente em Cristo. Os três discípulos estavam numa posição bastante exaltada, tanto em seus espíritos como em seus corpos, no Monte da Transfiguração. Foi uma experiência maravilhosa, um acontecimento espiritual tremendo. Porém mesmo assim, quando você está numa posição espiritual muito elevada e exaltada, repleta de aspirações e expressões  espirituais, você pode cometer os erros mais graves. Assim Pedro, com a melhor das intenções, com as intenções mais sublimes, disse: “Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias”. E, enquanto ele ainda falava, Deus se manifestou e não deixou nem que Pedro terminasse, e disse, __ enquanto Pedro ainda falava, a nuvem os encobriu, e veio uma voz do céu dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouçam a Ele.”  ‘Não comecem a dar expressões aos seus pensamentos e idéias aqui nesta posição: a palavra final de autoridade está Nele; calai-vos diante Dele’. Suas êxtases espirituais não têm lugar aqui; vocês não devem ser influenciados nem mesmo por seus sentimentos mais sublimes.’ A voz da autoridade de Deus em Cristo é a palavra final. Ela é o oráculo que está Nele. Esta voz é o oráculo que está Nele, como no antigo santuário. Assim, podemos percorrer todo aquele tabernáculo ou templo e considerar ponto por ponto, e veremos Cristo como o cumprimento de tudo aquilo, como a Casa de Deus, onde Deus é encontrado, e onde Deus se comunica.
 
A CASA CORPORATIVA DE DEUS
 
Agora, o que é a Casa de Deus em seu sentido mais amplo, em seu sentido corporativo ou coletivo?  Ela é, usando aquela maravilhosa frase com quase duas centenas de ocorrências no Novo Testamento, tudo aquilo que está representado por “em Cristo”. Se estamos na Casa de Deus, é somente porque estamos em Cristo. Estar em Cristo Jesus é estar na Casa de Deus, e não estar em Cristo significa  estar fora da Casa de Deus. Nós fomos trazidos para dentro Dele. 
 
Mas, estar em Cristo significa uma total exclusão de tudo aquilo que não é Cristo, e, numa meditação anterior,  esforçamo-nos para deixar algo bem claro,  isto é, a total e absoluta diferença entre Cristo e nós mesmos, até mesmo em comparação com o nosso melhor. Quão extremamente diferente Ele é do homem, até mesmo do melhor homem religioso; totalmente diferente em constituição, de modo que levaria a nós uma vida inteira, sob o ensino do Espírito Santo, para descobrir como somos diferentes de Cristo, e quão diferente Ele é de nós. Mas Deus tem colocado esta diferença desde o princípio. Ele não leva toda uma vida para descobri-la. Ele a conhece, e portanto, Ele tem  posto  a posição absoluta de Seu ponto de vista desde o início. Ele tem, em efeito, dito: A diferença entre você e Cristo é tão grande e absoluta que corresponde à largura e à profundidade de uma sepultura! É nada menos do que a morte total. E não há atalhos. A morte e a sepultura são o fim. De um lado, portanto, há o extremo daquilo que você é, e, se existe alguma coisa adiante, aquela morte deve ficar no meio, e qualquer coisa subsequente somente pode vir por meio da ressurreição: uma passagem para fora de você mesmo indo para dentro Dele, através da morte e da ressurreição. Assim que, nesta morte, você é tido como saindo do estado do qual você se encontra, até mesmo do seu melhor, e passando para o estado daquilo que Ele é. A morte de uma sepultura e está entre você e Ele, e não há uma passagem alternativa. É um final. Entrar na Casa de Deus significa isto.
 
O ALTAR
 
Assim você nota, voltando a João 1, que a verdade está aqui estabelecida de uma forma representativa. Ela é desenvolvida mais  clara e totalmente mais tarde, quando o Espírito Santo é enviado para este propósito __ Ele veio para tomar aquilo que Cristo havia dito e  levá-lo até o seu último termo. __ mas em João 1, muito antes de você chegar à Casa de Deus, você tem esta palavra reiterada, “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Antes de você chegar à Casa de Deus, você tem que ir ao altar. É dessa forma que está colocada no tabernáculo e no templo. Você jamais poderá entrar no santuário, no interior da Casa de Deus, sem que antes tenha ido ao altar. O Cordeiro, o Cordeiro de Deus, e o altar, se opõem e bloqueiam o seu caminho para o santuário, e aquele cordeiro fala dessa morte em nosso lugar, de nosso substituto. Primeiramente somos identificados com Cristo em Sua morte; a Sua morte é a nossa morte. Então, por causa de Seu precioso sangue, que é derramado por todo o caminho, do altar até o Santo dos Santos, por causa desse precioso sangue é que existe um caminho de vida.  É o Seu sangue, e não o nosso; não é a nossa vida remediada; não é a nossa vida aperfeiçoada; não é a nossa vida, absolutamente, mas a Dele. É Cristo e somente pela vida de Cristo que chegamos na presença de Deus.
 
Nenhum Sumo Sacerdote ousaria entrar na presença de Deus, a não ser por meio do sangue precioso, o sangue do Cordeiro, o sangue do altar. Eis o Cordeiro! Ele se atravessa no meio do caminho para a Casa de Deus; é um julgamento de morte para aquilo que somos. Bem, essas são algumas informações a partir das quais  você poderá receber muito mais, eu espero, do que eu sou capaz de falar. Mas, o que está particularmente em vista neste momento é o assunto de estar em Cristo, e consequentemente estar na Casa de Deus. A Casa de Deus é Cristo, e, se falarmos da Casa de Deus como sendo uma coisa corporativa ou coletiva na qual estamos, é somente porque estamos em Cristo. Aqueles que estão em Cristo estão na Casa de Deus, e estão na Casa de Deus por meio de sua união com Ele. Eles chegaram ao lugar onde Deus está, e onde Deus fala; onde Deus é conhecido, e onde a autoridade de Deus está absolutamente em Cristo, e somos levados em pensamento para Colossenses, para a palavra de Paulo __ “Ele é a cabeça da igreja” Vemos o Corpo e sua Cabeça. A liderança de Cristo significa que a autoridade de Deus foi concedida a Ele, para governo.
 
 BATISMO
 
Agora você vê duas coisas. Há o primeiro passo em direção à Casa de Deus, principalmente: o altar, a morte, e é isto o que o batismo representa. Tomamos o nosso lugar em Cristo, que nos representa, como sendo o fim de tudo aquilo que somos. Não são apenas os nossos pecados que são removidos, mas a nossa própria pessoa, pois somos totalmente diferentes de Cristo. Do ponto de vista de Deus, isto significa o nosso fim. Vamos entender isso. Na morte de Cristo, Deus trouxe um fim para nós, para a nossa vida natural. Na ressurreição de Cristo, e na nossa união a Ele, do ponto de vista de Deus, não somos mais nós que vivemos, mas é somente Cristo quem vive, e a obra do Espírito Santo em nós é a de fazer com que aquilo que foi estabelecido como propósito seja real em nós. Nós não temos que morrer; nós já estamos mortos. O que temos que fazer é apenas aceitar a nossa morte. Se falharmos  em entender isso, estaremos o tempo todo resistindo em trazer a nós mesmos para a  morte. É uma posição tomada que foi estabelecida e fixada por Deus, no que diz respeito a nós. Este é o significado de se considerar morto. É assumindo o lugar que Deus nos indicou, posicionando-nos nele e dizendo: Eu aceito a posição que Deus fixou para mim mesmo; a obra do Espírito Santo é fazer o restante, mas eu aceito o fim. Se você e eu chegarmos a um lugar onde podemos escapar da obra do Espírito em nós, o que estamos fazendo é algo mais do que simplesmente se recusar em prosseguir. Estaremos recusando a aceitar a posição original, e isto é muito mais grave. Realmente é o reverso da posição que uma vez tomamos Nele.
 
Bem, agora, o batismo é o altar onde Deus nos considera como mortos em Cristo, e nós simplesmente entramos e dizemos: Esta posição que Deus estabeleceu pra  mim é a posição que eu agora aceito, e testifico aqui, desta maneira, que aceito esta posição de Deus para mim, principalmente que na cruz eu fui levado a um fim. O Senhor Jesus tomou este caminho, e estabeleceu o batismo desde o princípio de Sua vida pública, e, sob a unção do Espírito, a partir daquele momento, Ele absolutamente se recusou a ouvir a Sua própria mente, separada de Deus; se recusou  a ficar de qualquer forma influenciado por Sua própria humanidade, mesmo sendo ela sem pecado, mas separado de Deus. Ao longo de todo o caminho, Ele estava sendo governado pela Unção; naquilo que Ele dizia, o que Ele fazia, o que Ele se recusava a fazer, onde Ele ia, e quando Ele ia; e rejeitou qualquer outra influência, mesmo que viesse dos discípulos, ou do Maligno, ou de qualquer outra direção. Sua atitude era, Pai, o que Tu pensas sobre isso? O que Tu queres? É esta a Tua hora? Ele estava dizendo, em efeito, o tempo todo: Não a minha vontade, mas a Tua; não os meus julgamentos, mas os Teus; não os meus sentimentos, mas o que Tu sentes a respeito! Ele tinha morrido, efetivamente. Seu batismo significou isto para Ele, e essa é a nossa posição.
 
21.09.06   Eu dizia que, no lado da ressurreição, o Governo de Cristo sob a Unção se torna, ou deve se tornar o fator dominante na vida do cristão, e a imposição de mãos sobre a cabeça é simplesmente uma declaração de que esta pessoa está sob o Governo; de que esta cabeça está debaixo de uma outra Cabeça; de que esta cabeça está sujeita à uma Cabeça maior. Até então esta  cabeça governava a si mesma, mas  agora não mais; ela está sujeita a uma outra Cabeça. Esta pessoa é trazida para debaixo do governo de Cristo, que é a Cabeça na Unção. E o Espírito atestou isso nos primeiros dias; o Espírito veio sobre aquelas pessoas, declarando que elas estavam na Casa de Deus, onde a Unção está, que estavam sob o governo do Cabeça da Casa.
 
O espírito disso tudo encontra expressão naquela palavra na Carta aos Hebreus: “Mas Cristo, como Filho, sobre a casa de Deus, a qual casa somos nós”. (3.6) Eu penso que é desnecessário falar mais alguma coisa. Nós estamos indo pelo caminho da revelação celestial de Cristo; e, no batismo, nós tomamos a posição de aceitar a posição de Deus, no que diz respeito a nós, principalmente, que isso significa o nosso fim! Se no futuro, aquilo que somos em nós mesmos procurar afirmar-se a si mesmo, devemos reverter  isso e dizer: “Nós já dissemos de uma vez por todas __ é o fim de nós!” Mantenha a sua attitude em direção a posição de Deus.
 
Após isso,  a reunião ao redor e a imposição de mãos dos membros representantes do Corpo é um simples testemunho do fato de que em Cristo tais pessoas estão na Casa de Deus, sob o governo de Cristo através da Unção, e que o Seu Governo nos constitui um só Nele. Que o Senhor possa fazer com que tudo isso seja uma realidade em todos nós; uma realidade viva, para que realmente  cheguemos a Betel e possamos dizer: O Senhor está neste lugar. Eu estou onde o Senhor está: esta é a Casa de Deus! E isto simplesmente significa um conhecimento vivo daquilo que significa estar em Cristo, debaixo de Seu Governo e Unção.
 
 Capítulo 5 _ A Luz da Vida   
 
“E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a glória dele. E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental. E levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor encheu o templo.” (Eze. 43.2, 4-5)
 “Então me levou pelo caminho da porta do norte, diante do templo; e olhei, e eis que a glória do Senhor encheu o templo do Senhor; pelo que caí com o rosto em terra.” (Eze.44.4)
 
 “Depois disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam pelo lado meridional do templo ao sul do altar.” (Eze. 47.1)
 
 “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;” (João 1.4)
 
“Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo.8.12)
 
“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. (Jo.3.3)
 
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (Jo.9.5)
 
“Ora, entre os que tinham subido a adorar na festa havia alguns gregos.Estes, pois, dirigiram-se a Felipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus. Felipe foi dizê-lo a André, e então André e Felipe foram dizê-lo a Jesus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (Jo.12.20-24)
 
“Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.” (Jo.12.46)
 
 “nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2Cor.4.4)
 
“para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,” (Efé.1.17-19)
 
23.09.06   A Luz da Vida! Antes de fazer uma consideração mais exata sobre este assunto da luz da vida, posso fazer uma pergunta bem simples, mas direta? Podemos nós dizer com verdade que estamos realmente desejosos em estar no propósito de Deus; em saber que propósito é esse, e ser achado dentro dele? Tudo depende disso: se nós temos esse desejo. É uma assunto prático. Este assunto tem que nos envolver a ponto de ficarmos interessados  realmente nele, em querermos aumentar nosso conhecimento a respeito das coisas espirituais. 
Ao olharmos para dentro de nossos corações neste momento _ e devemos fazer  isso mesmo, cada um de nós _ será que poderemos dizer que existe um genuino e forte desejo em estar dentro desse propósito, o grande e eterno propósito de Deus? Estamos nós preparados para nos comprometermos com o Senhor em relação a isso, numa transação final, por entendermos agora que Ele não irá fazer nada até que estejamos realmente desejosos em abraçar o Seu eterno propósito, custe o que custar? Como povo de Deus, estamos nós prontos para enfrentar isso, e tomarmos nossa posição com Deus? Eu sei que alguns de vocês já estão lá, e que para vocês não há necessidade de se exercitar muito sobre esta questão, mas é bem provável que haja alguns que têm aceitado as coisas teoricamente ou supostamente. Quero dizer, eles são cristãos, são crentes, pertencem ao Senhor, são salvos, colocaram sua fé em Cristo, têm tido um relacionamento com instituições cristãs, e muitas coisas desse tipo por longo tempo, talvez desde a infância. 
É para os tais que faço este apelo de início. Aqui na Palavra de Deus aquela mesma frase é usada repetidamente _ “de acordo com o Seu propósito eterno que propôs em Cristo Jesus antes que o mundo existisse”. É este propósito que está em primeiro lugar em nosso horizonte, ou este propósito é algo remoto, obscuro, Escondido? Eu chamo a atenção para  isto, porque devemos ter algo onde possamos trabalhar. Deus deve ter algo sobre o qual trabalhar, e, se esta for a posição, então podemos prosseguir, e haverá um alargamento da revelação para esse propósito  e direção. Mas, a nenos que tenhamos uma attitude e posição muito positiva  a esse respeito, você irá ouvir um monte de coisas sendo ditas, e serão ditas mais ou menos por sua causa.
 
 O PROPÓSITO DE DEUS
 
Bem, agora, considerando que haja tal desejo, pelo menos em uma certa medida, que nos justifique continuar, perguntamos: Qual é o propósito de Deus? E eu penso que isso pode ser colocado de uma maneira entre outras: Podemos dizer que o propósito de Deus é que haja um tempo quando Ele terá um instrumento no qual e através do qual a Sua glória possa brilhar para este universo. Vemos que isso é claro no caso da Nova Jerusalem, que desce do céu, da parte de Deus, tendo a glória de Deus; seu brilho é como a pedra mais preciosas, como a pedra de jaspe, clara como crystal. “Tendo a glória de Deus!” Isto é o que Deus tem planejado para o Seu povo; para ser, num sentido espiritual, no  Seu universo de inteligências espirituais o que o sol é para este universo; para que as nações caminhem na Sua luz; e isto significa dizer que a vontade de Deus é ter um povo cheio de luz, “a luz do conhecimento da glória de Deus”. Este é o plano, e Deus começa a se mover nesta direção no exato momento em que cada um de seus filhos nasce do alto, pois esse mesmo nascimento, que é um novo nascimento do alto, significa o afastamento da escuridão e o romper da luz. Durante todo o nosso caminho na Escola de Cristo, o Espírito Santo está engajado nisso, em nos levar  cada vez  mais para a luz, “do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo”; que isso possa ser verdade em nosso caso: “ a vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito” (meio-dia) (Prov.4.18) Muitas pessoas têm pensado __ e, pensando assim, têm ficado desapontadas __ que isso significa que a coisa vai ficando cada vez mais fácil, mais alegre, e mais agradável na medida em que prosseguimos.
 
Mas não funciona dessa forma. Não vejo isso como verdade nas circunstâncias e condições exteriores dos santos de todos os lugares e em todos os tempos. Para eles o caminho o caminho não fica cada vez mais agradável exteriormente. Mas, se estivermos realmente nos movendo sob o governo do Espírito Santo, podemos dizer com toda certeza, que interiormente a luz vai crescendo. O caminho vai ficando mais e mais agradável; cada vez mais vamos enxergando. Este é o propósito de Deus; antes que o tempo chegue, quando não houver mais qualquer escuridão, nem sombra, nem neblina, mas apenas luz, perfeita luz. Nós não veremos mais através de um vidro opaco, mas face a face; nós conheceremos da mesma forma como somos conhecidos. Este é o propósito de Deus. Isso não interessa a você? Você  deseja isso?  Mas  isso envolve crise e é também um processo na vida espiritual, com um climax glorioso no arrebatamento. O que eu estou especialmente envolvido agora é com esse processo. Lemos em Ezequiel sobre a glória do Senhor vindo e enchendo a Casa, e temos visto em meditações anteriores que o Senhor Jesus é esta Casa. Ele é a grande Betel de Deus sobre a qual os anjos sobem e descem, onde Deus é achado, onde Deus fala (o local do oráculo), onde está a autoridade Divina, e a palavra final. Ele é a Casa, e a glória do Senhor está Nele, a luz de Deus está Nele.
 
O LUGAR DA GLÓRIA DO  SHEKINAH   
 
Olhando para o passado, para o tabernáculo, ou para o antigo templo, onde a glória do Shekinah aparecia, fazemos a observação de que aquela luz, aquela glória que unia o céu e a terra como uma escada, se manifestava no interior do Santo dos Santos. Você sabe que no Santo dos Santos, tudo estava coberto por uma cortina ao redor e por cima, que excluía a menor pontinha de luz natural, de tal modo que, se alguem entrasse ali sem o Shekenah, encontraria escuridão total, sem qualquer luz; mas, se entrasse ali quando vinha o Shekenah, encontraria plena luz; era uma luz totalmente divina, uma luz celestial, a luz de Deus. E aquele lugar, o Santo dos Santos, representa a vida interior do Senhor Jesus, o Seu Espírito, onde Deus é encontrado, a luz do céu, a luz de Deus Nele. O Seu Espírito é o Santo dos Santos, a Casa Santa de Deus, e foi lá, no Santo dos Santos, onde a luz da glória estava, que Deus disse que Ele iria falar com o Seu povo, através dos seus representantes. “E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel.” Êxo.25.22 O lugar da comunhão _ “Virei a ti”. “comunhão”  Que palavra amável _  Não há nada de severo, de terrível e assustador nessa palavra. “Terei comunhão contigo”. É um lugar onde Deus fala; na comunhão Deus se faz conhecido. É chamado de o lugar do oráculo, o lugar de onde Deus fala; e isto é o Propiciatório, o lugar da Misericórdia, e tudo isso representa o Senhor Jesus. Ele, como temos dito, foi posto por Deus como o propiciatório (Rom.3.25), e Nele Deus se comunica com o Seu povo. Nele Deus fala para e com o Seu povo.
 
A  ênfase deve estar na expressão “Nele”, pois não há comunhão com Deus, nem comunhão de Deus, não há palavra a ser ouvida, nem lugar de encontro absolutamente, exceto em Cristo. Seria um lugar de morte e destruição para o homem natural; eis aí a razão das sérias recomendações que foram dadas sobre entrar naquele lugar sem o devido equipamento, aquele simbólico equipamento que falava do homem natural tendo sido completamente coberto e revestido por um outro Homem Celestial, com vestes celestiais, as vestes da justiça. Somente assim seria possível entrar naquele lugar: do contrário “o homem seria morto…” 
26.09.06    Se você quiser saber exatamente como isto funciona, venha para o Novo Testamento e tome a história da viagem de Saulo de Tarsis para Damasco. Ele diz: “Ao meio-dia, vi no caminho uma luz do céu, mais brilhante que a luz do sol… E quando todos nós caimos por terra, ouvi uma voz que dizia para mim… Saulo, Saulo, por que me persegues?” Então você se lembra como eles o levantaram e o conduziram para a cidade, porque ele perdera a visão. Pela misericórdia de Deus, ele ficou sem enxergar por apenas três dias e três noites. Deus  comissionou Ananias par ir  visitar  aquele homem cego, e dizer a ele: “Jesus, que apareceu a você no caminho no qual viestes, enviou-me para que você pudesse receber a visão”. Saulo de Tarsus, por outro lado,  poderia ter sido um homem cego até o fim de sua vida. Este é o efeito do encontro de um homem natural com a glória de Deus na face de Jesus Cristo. É destruição. Não há lugar para o homem natural na presença da luz; seria morte. Mas em João 8 temos as seguintes palavras: “a Luz da vida”, contra a escuridão da morte. Bem, em Jesus Cristo o homem natural é considerado como tendo sido inteiramente colocado à parte. Não há lugar para ele lá.  
 
NÃO HÁ LUGAR PARA O HOMEM NATURAL
 
Isto significa que o homem natural não pode vir para a luz, nem pode vir para o grande propósito de Deus e ser achado naquela Casa cheia da glória de Deus, aquele instrumento através da qual Ele irá manifestar a Sua glória ao Universo. O homem natural não pode entrar lá: e quando falamos sobre o homem natural, não estamos apenas ao não salvo, isto é, o homem que que ainda não veio ao Senhor Jesus. Estamos falando do homem que  Deus considera como um ser  posto completamente à parte. O Apóstolo Paulo tinha que falar aos cristãos de Corinto dessa maneira. Eles eram pessoas convertidas, salvas, mas estavam seduzidos pela sabedoria e pelo poder deste mundo; isto é, pela sabedoria natural, conhecimento, e pela força que dela procede, e a disposição e a inclinação deles era tentar segurar as coisas divinas e analisá-las, investigá-las e examiná-las através da sabedoria e do  conhecimento natural, da filosofia e sabedoria deste mundo. Assim, eles estavam trazendo o homem natural  para suportar as coisas divinas, e o apóstolo Paulo escreveu a eles, e, na própria linguagem deles ele disse: ‘Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.’  O homem de ‘psiquê’, isto é, o homem natural. A mais nova de nossas ciências é a Psicologia, a ciência da alma: e o que é Psicologia? Ela tem a ver com a mente do homem; é a ciência da mente do homem; e aqui está a palavra agora _ Estou parafraseando isto porque isto é exatamente o que ela significa. Agora, a ciência da mente jamais poderá receber as coisas do Espírito de Deus, nem pode ela conhecê-las. Este homem é muito inteligente, muito intelectual, muito bem treinado, com todos os seus sentidos naturais trazidos ao mais alto estado de desenvolvimento e perfeição, contudo este homem está incapacitado em relação as coisas de Deus.  Porque o primeiro vislumbre do conhecimento de Deus é um milagre que precisa ser realizado, através do qual é dada luz aos olhos cegos que nunca enxergaram, e através do qual a luz vem como um raio feixe de revelação, pelo que pode-se dizer: ‘Bem-aventurado és tu ... pois não foi carne nem sangue quem te revelou, mas meu Pai que está no céu.”
Esta é uma afirmação de um fato tremendo. Cada ponto de luz real que está na direção daquela última efulgência, a revelação da glória de Deus em nós e através de nós, cada ponto dessa luz está em Cristo Jesus, e somente pode ser obtida Nele, desde que o homem natural  seja posto totalmente de lado, e um novo homem seja trazido à existência, com uma novas faculdades espirituais: tanto que foi dito a Nicodemos, o melhor produto da escola religiosa daqueles dias e de seu mundo: “Aquele que não nascer de novo não pode ver...” Ele não pode ver. Bem, isto significa que, para que possamos conhecer até mesmo as primeiras letras do alfabeto Divino, devemos estar em Cristo, e tudo o mais é uma questão de aprender Cristo, saber o que significa estar em Cristo.
  
COMO CONSEGUIMOS A LUZ DA VIDA 
 
(a) UMA CRISE
 
Isto nos traz para a pergunta: Qual é o caminho para ir a Cristo, ou, como obter a luz da vida? Bem, a resposta é, naturalmente, de maneira suscinta, para ter a luz temos que ter a vida. Esta luz é a luz da vida. É o produto da vida. Toda luz Divina, a verdadeira luz que vem de Deus, é uma luz viva. E como obter esta luz da vida? 
 
Temos essas duas coisas trazidas bem diante de nós no Evangelho de João, principalmente, Cristo em nós, e nós em Cristo. O Senhor nos tem dado uma Linda ilustração do que isso significa, e esta ilustração nós temos lido no capítulo 12. O que significa estar em Cristo? O que significa estar na vida e na luz? Bem, aqui está a resposta. Existe vida naquele grão de trigo, mas esta vida está num único grão. Como fazer para que a vida seja transmitida para outros grãos, de modo que venham a encher  toda a terra?  Bem, o Senhor responde: coloque esse grão na terra: deixe-o cair na terra e morrer; deixe-o cair dentro da terra escura, e deixe a terra encobri-lo. O que acontece?  O grão começa imediatamente a se desintegrar, a se desmanchar, a se render, em relação a sua própria vida individual e pessoal. Logo suge um  broto  da terra, que vira um talo, e finalmente surge uma espiga de grãos de trigo; e, se eu pudesse ver a vida e olhasse para aqueles grãos de trigos, veria que a vida que estava naquele único grão agora está em cada um dos demais grãos. Então eu ceifo aquela espiga, que pode conter uma centena de grãos, e eu obtenho dez mil; ceifo as espigas novamente, e elas se multiplicam centenas de vezes, e assim acontece até que encham toda a terra; e, se eu pudesse  olhar através de uma lente magnífica para cada um daqueles milhões e milhões de grãos, se a vida fosse alguma que se pudesse ver, veria eu que aquela mesma vida original era a mesma vida de cada um daqueles grãos. Aqui está a resposta.
 
Como esta vida entra em nós, esta luz da vida? O Senhor Jesus diz que a morte deve ocorrer;  a morte para o que nós somos em nós mesmos; a morte para a nossa própria vida; a morte para uma vida separada da Vida Dele. Devemos ir com Ele para a morte, e lá, sob a ação do Espírito de Deus, unidos com o Cristo sepultado, há uma transmissão da Vida Dele para a nossa, e Ele, surge, então, não mais meramente como um único grão de trigo, mas multiplicado em cada um de nós. É o milagre que se sucede a cada ano, no terreno natural, e é justamente o princípio pelo qual o Senhor entra em nós. Por aí você vê a necessidade de que a nossa vida separada da Dele morra; a necessidade de permitirmos que a nossa vida vá embora, absolutamente. Esta é a crise que ocorre no início; uma crise real. Mais cedo ou mais tarde, essa crise tem que acontecer.
 
Alguns podem dizer: Eu ainda não tive essa crise. Para mim, tornar-se um cristão foi uma coisa muito simples. Como uma criança, eu era apenas ensinada, ou, em algum tempo eu simplesmente expressava minha fé pessoal no Senhor Jesus de alguma forma, e, a partir daquela hora, eu passei a pertencer ao Senhor. Eu sou um cristão! Está você se movendo na crescente plenitude da revelação do Senhor Jesus? Tem você um céu aberto? Está Deus se revelando em Cristo para você em toda plenitude? Eu não estou dizendo que você não pertence ao Senhor Jesus, mas estou dizendo que a base inalterável de um céu aberto é a sepultura, é uma crise à qual você chega ao fim de sua própria vida egoísta. É a crise da real idendificação experimental com Cristo em Sua morte, não agora por seus pecados, mas por você. O seu céu aberto depende disso. É uma crise. E assim, não com uma ou duas, mas com muitas, este tem sido o caminho. A verdade é esta, que aquelas pessoas (de Corinto) eram filhas do Senhor; elas conheciam a Cristo, eram salvas; elas não tinham dúvida disso; mas, então, o tempo chegou quando o Senhor, a Luz da Vida, mostrou a elas que Ele não apenas morreu para levar seus pecados em Seu corpo, mas Ele mesmo as representou na totalidade de suas vidas naturais, para colocar essa vida natural de lado. Era o homem, e não apenas os seus pecados, que foi para a cruz. Aquele homem é você; sou eu; e muitos, após anos de cristãos, têm chegado a essa tremenda crise de identificação com Cristo, tanto homens, como mulheres,  tudo aquilo que somos em nossa vida natural. Muitos têm chegado a esta crise, e a partir desse momento tudo tem ficado numa escala mais vasta do que antes na vida cristã. Tem havido o céu aberto, o anlargamento da visão, a luz da vida de um modo muito maior. Aquela crise acontece na vida de todos nós. Se você ainda não a teve, pergunte ao Senhor sobre isso. Mas preste atenção, se você vai ter essa experiência com o Senhor, você está pedindo por problemas; porque, como foi dito anteriormente, este homem natural é difícil de morrer; ele resiste com tenacidade; ele não gosta de ser posto de lado. Olhe para o grão de trigo. Quando ele cai na terra, observe o que acontece a ele. Você acha que é uma coisa agradável? O que acontece? Ele perde a sua própria identidade. Você não consegue reconhecê-lo. Pegue-o e dê uma olhada nele. Será este aquele lindo pequeno grão de trigo que eu joguei no solo? Em que coisa horrível ele se transformou! Perdeu completamente a sua própria identidade; perdeu sua própria consistência; tudo está caindo aos pedaços. Que horrível! Sim, é isso o que a morte faz. Esta morte de Cristo, ao ser trazida em nós põe fim à nossa própria vida natural. Ela a remove, a põe em pedaços, tira toda a sua beleza. Começamos a descobrir que, afinal de contas, não há nada em nós, mas somente corrupção. Esta é a verdade. Ao cair aos pedaços, perdemos toda aquela beleza que havia, do ponto de vista natural, talvez, da forma como os homens a vê. Não é uma coisa agradável cair no chão e morrer. Mas é isso o que acontece. 
“Mas se morrer…” “Se morrermos com Cristo, cremos que com Ele viveremos”. (Rom.6.8) Iremos compartilhar a Sua Vida, ganhar uma nova vida, e, então, uma nova forma é dada, uma nova vida; não a nossa, mas Ele. É uma crise. Eu insisto com você para que tenha experiências reais com o Senhor sobre esse assunto. E, se você tiver, espere pelo que eu disse, espere que você irá cair aos pedaços, espere que a sua beleza, que você achava que tinha,  será completamente desfigurada; espere descobrir que você possui uma corrupção ainda maior do que pensava; espere que o Senhor irá trazer você à um lugar onde você vai chorar, lamentar e  será levado à destruição. Mas eis que a benção virá disso é que _ O Senhor, a melhor coisa que pode tme acontecer é que irei morrer! E o Senhor irá dizer: É para isso mesmo que eu  estou trabalhando; eu não posso glorificar essa corrupção. “Isto que é corruptível deve ser revestido da incorrupção” (1Cor. 15.53)  e esta incorrupção é o germe daquela vida Divina na semente que gera sua própria vida, a qual é transmitida Dele. Ele vai produzir em nós um glorioso  corpo como o de Cristo. Isto está muito profundo e muito lá na frente, mas o nosso ponto é que tem que haver essa crise, se estamos indo para a glória.
 
 (b) O PROCESSO  
 
Então, haverá um processo. O Senhor Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz diária, e me siga”. E assim dizendo, Ele estava corretíssimo. Que a Cruz é algo que se experimenta de uma vez por todas é verdade, como a crise que falamos anteriormente: ‘Senhor, eu aceito de uma vez para sempre aquilo que a Cruz significa!’ Mas nós vamos descobrir que, após a crise, dia após dia temos que estar presos na Cruz, e a Cruz opera  nessas  aflições e sofrimentos, as quais  o Senhor permite que venham sobre o Seu povo. Em Seu Supremo poder Ele tem colocado você em certas situações difíceis: uma dificuldade no lar, no serviço, no corpo físico, uma situação difícil com uma finalidade. Amado, este é o duro trabalho da Cruz em nossa experiência, a fim de preparar um caminho para o Senhor, para que Ele tenha um lugar mais amplo. A Cruz vai abrir um caminho para a paciência de Cristo, para a Sua  resistência, para o Seu amor. Ela vai abrir um caminho para Ele: e você não deve  se ajoelhar todas as manhãs e dizer, ‘Oh, Senhor, tira-me desse lar; tira-me desse emprego; tira-me dessa dificuldade!’ Você deve dizer: ‘Senhor, se isto for a operação da Cruz em mim para o dia de hoje, eu aceito. Enfrentando a situação desta maneira, você encontrará força, vitória, a cooperação do Senhor; e há fruto e não sequidão. É neste sentido que o Senhor estava se referindo em fazer da Cruz uma experiência diária. “Aquele que não tomar a sua cruz, e não vir após mim, não pode ser meu discípulo” _ou seja,  alguém que está aprendendo a Mim! Assim, aceitar a dificuldade, seja ela qual for, dia após dia, é o caminho no qual eu aprendo a Cristo, e esse é o processo da luz, da luz da vida. Você e eu jamais podemos ver e conhecer separados da Cruz. A Cruz tem que abrir o terreno desta vida natural. O Senhor sabe o que nós faríamos caso Ele tirasse a Cruz de nós. E eu até imagino o que nós faríamos.
 
Este  pode não ser a mais recente fraseologia do Novo Testamento, ou forma de expressar, para falar da nossa cruz diária, do tomar a cruz diária. O princípio pode mais precisamente  ser este: de que  é a Cruz que é dada a Ele que se torna minha diariamente. Isto pode estar correto, porém somente funciona da forma como falamos. Se o Senhor tirasse aquilo que é a expressão da Cruz para nós no dia a dia, removendo-o dos nossos ombros, isso não seria bom para nós. Iria abrir imediatamente uma porta para o crescimento da vida natural. Você pode ver isso quando as pessoas conseguem um pouquinho de alívio nas lutas. Como elas se utilizam de suas próprias forças e influências! Elas se apoiam em suas próprias amuletas; elas olham para você com ar de superioridade; você está errado e elas estão certas. Orgulhosas, auto-suficientes, tudo vem à tona. Bem, então, o que falar de Paulo? Eu olho para Paulo como um gigante, espiritualmente. Perto daquele homem nós somos bebês espirituais, e mesmo assim, Paulo, sendo o gigante espiritual que era, humildemente confessou que o Senhor lhe enviou um mensageiro de Satanás, para esmurrá-lo, um espinho em sua carne, para que ele não se exaltasse além da medida. Sim, gigantes espirituais podem se exaltar, se o Senhor não olhar para isso e tomar as devidas precauções, e, a fim de manter o caminho daquela grande revelação aberta e clara, para que cresça mais e mais, o Senhor disse: ‘Paulo, Eu preciso mantê-lo humilhado, sob muita limitação; é a única forma; senão você começa a se levantar, limitando a luz, prejudicando a revelação.’
 
Bem, aí está o princípio. A luz da vida. Este é o Seu princípio; e mais uma vez o apóstolo diz: “Levando sempre e por toda parte o morrer de Jesus, para que a Sua vida se manifeste em nosso corpo mortal”. (2Cor.4.10)
Sua Vida é o que precisamos, e junto com a Vida vem a luz. É a luz pela Vida. Não há outra luz Divina, apenas aquela que vem da Vida de Cristo em nós, e é a Sua morte provocada em nós que abre o caminho para a Sua Vida. Eu devo permanecer lá (na Cruz). Veja novamente o propósito de Deus: a luz, a glória, a plenitude. Tudo está em Cristo. A medida da luz, a medida da glória, vai ser a medida de Cristo, e a medida de Cristo vai depender inteiramente de qual espaço o Senhor pode encontrar para Ele mesmo em nós; e, para que exista espaço para Ele, devemos chegar a um ponto onde  a nossa vida própria seja totalmente desprezada, e isso leva uma vida toda. Mas, louvado seja Deus, haverá um ápice glorioso, quando Ele voltar, para ser glorificado nos Seus santos, e para ser admirado por todos os que crêem. Admirado! Tendo a glória de Deus! Oh, que um pouco da luz daquela glória possa cair em nossos corações hoje, para nos encorajar e nos confortar em nosso caminhar, para fortalecer os nossos corações em continuar no conhecimento de Seu Filho, por causa do Seu nome.
 
Capítulo 6 _ Um Céu Aberto
 
Temos sido levados a pensar, nessas meditações, sobre estar na Escola de Cristo, onde toda  aprendizagem, instrução e disciplina visa conhecer Cristo, aprender Cristo; não aprender sobre Cristo, mas aprender Cristo. Este é o ponto de maior dificuldade em tentar tornar as coisas claras e planas. Poderíamos tomar tudo que há sobre Cristo como uma doutrina, como um ensino, mas isso não é o que buscamos. Isto não é o que o Senhor procura. Mas é a própria pessoa de Cristo. Ele mesmo é  a viva e pessoal corporificação, a personificação de toda verdade, de toda vida, e o propósito e a vontade do Senhor para nós não é  que conheçamos a verdade em seus múltiplos aspectos, mas que conheçamos a Pessoa viva, de uma maneira viva, e que essa Pessoa seja revelada a nós, e que sejamos incorporados nessa Pessoa, para que toda verdade se torne viva, ao invés de uma verdade meramente teórica e  técnica.
 
Repetindo mais uma vez o seguinte: (e eu não posso dizer a você com que força isto tem vindo ao meu próprio coração) Sempre que as coisas estão em risco de se separar da  plenitude de Cristo, Deus irá sempre trazer de volta uma revelação fresca de Seu Filho. Ele não irá levar à uma recapitulação de verdades como tais. Ele irá trazer tudo aquilo que for necessário através de uma fresca revelação de Seu Filho, uma revelação ou apresentação de Seu Filho em plenitude. Em relação a isso, nós temos mais do que já foi dito nessas meditações, que o Evangelho escrito por João e suas cartas, e o Apocalipse, são as últimas coisas na dispensação do Novo Testamento. Elas foram escritas e trazidas quando a Igreja do Novo Testamento estava se desviando de sua glória inicial, e pureza, e verdade, e santidade, e espiritualidade, tornando-se um sistema cristão terreno. A forma de Deus lidar com aquela situação foi através desses escritos, os quais são uma nova revelação de Seu Filho celestial, Divino, plenitude espiritual. É um retorno a Cristo, e o Espírito Santo faria isso o tempo todo. Ele nos traria de volta à Pessoa, para nos mostrar o que a Pessoa representa espiritualmente. Devemos ser cuidadosos, para que em nossa passagem dos Evangelhos para as Epístolas, não tenhamos o sentimento de que as coisas elementares ficaram pra trás e que temos ido agora para as coisas não tão elementares; isto é, que as Epístolas são algo mais avançado do que os Evangelhos. Enfaticamente elas não são. Elas são apenas um desvendar dos Evangelhos. Tudo que está nas Epístolas também está nos Evangelhos, e as Epístolas são simplesmente a interpretação de Cristo, e o Senhor jamais iria nos ocupar com uma interpretação que se desviasse da Pessoa.
 
TODAS AS COISAS EM CRISTO 
 
Agora, se eu estivesse conversando com as pessoas que foram responsáveis pela edificação da Igreja, este seria um assunto muito importante com o qual se ocupar por um instante; mas este assunto também se aplica a nós. Nós tomamos o livro de Atos e as Epístolas com o objetivo de estabelecer  a técnica da Igreja, a fim de adotá-la como um sistema cristalizado de prática, regra, forma e ensino, e o erro de tal atitude é simplesmente este: a técnica é apenas  algo em si mesma, ficando o Senhor Jesus de fora, esquecido. Eu me pergunto se você compreende o que quero significar? Como você vê, o modo como o Santo Espírito  age é tomando Cristo e revelando-O ao coração, mostrando  que Cristo é a ordenança celestial, e não aquilo que as Epístolas estabelecem como um manual, mas Cristo é a ordenança, e tudo em matéria de ordenança tem que estar imediatamente relacionado à Ele. Se  tal ordenança passa a ser uma coisa, então ela se torna um sistema terreno; você pode criar uma centena de sistemas terrenos, todos construídos com base nas espístolas. Esses sistemas são criados para apoiar as diferentes interpretações, representadas aqui por ordenanças cristãs, e a razão é que essas ordenanças estão divorciadas da Pessoa de Cristo. 
 
Como você vê, há inúmeras coisas, inúmeros objetos, temas, ensinos. Há o “reino de Deus”, há a “santificação”, há a “vida eterna”, há a “vida vitoriosa”, “o vencedor”, há “a segunda vinda de Cristo”. Todas essas coisas  não passam de apenas matérias, temas, verdades, como são chamadas, que têm sido tomadas e desenvolvidas a partir das Escrituras, e se tornaram coisas com as quais as pessoas têm se ocupado bastante, e nas quais elas estão muito interessadas, mas apenas como coisas. Assim, certas pessoas se juntam ao redor do ensino da santificação, e se tornam “santificacionalistas”, e a coisa se torna um “ismo”. Outras se juntam ao redor do Segundo Advento, a Vinda do Senhor, profecia, e tudo mais. Assim, você encontra grupos como esses. Quero dizer que isso tudo não aconteceria se a Pessoa do Senhor Jesus fosse dominante. O que é o Reino de Deus? É Cristo. Se você entrar de maneira correta nos Evangelhos, verá que o Reino de Deus é Jesus Cristo. Se você está em Cristo, você está no Reino, e você sabe, pois o Espírito Santo lhe ensina Cristo, o que é o Reino em cada detalhe. Em primeiro lugar, o Reino não é uma coisa. O Reino, quando ele se torna algo universal, irá simplesmente ser a expressão e a manifestação de Cristo. Isto é tudo. Você entra para o Reino através de Cristo; e o mesmo é verdade para as demais coisas. O que é santificação? Não é uma doutrina. Não é uma coisa, absolutamente. É Cristo. Ele foi feito por nós santificação (1 Cor. 1.30). Se você está em Cristo, e se o Espírito Santo está ensinando Cristo a você, então você está conhecendo tudo sobre santificação; mas, se não estiver, você pode ter a teoria e a doutrina da santificação, mas ela irá separar você dos demais cristãos, e ela irá deixar muitos cristãos em dificuldades. Provavelmente o ensino da santificação como uma coisa tem deixado mais os cristãos em dificuldade do que qualquer outra doutrina em particular, por fazer dela uma coisa, ao invés de manter a Cristo como nossa santificação.
04.10.06  Eu apenas estou dizendo isto para tentar explicar que é na Escola de Cristo o lugar onde devemos ser achados, onde o Espírito Santo não nos ensina ‘coisas”, nem ‘doutrinas de igreja’; nem ‘santificação’; nem ‘adventismo’; nem qualquer outra coisa, mas nos ensina “Cristo”. O que é o adventismo? O que é a vinda do Senhor?  Bem, tal palavra nos dá a chave: “Ele virá para ser glorificado nos Seus santos, e para ser admirado por todos os que crêem” (2Tes.1.l0) Como você vê, a vinda do Senhor é a consumação de algo que tem se dado em nosso interior. Como, então, eu sei que a vinda do Senhor  está  próxima? Não somente pelos sinais proféticos, mas também pelo que está acontecendo no interior dos corações das pessoas de Deus. Este é o melhor sinal dos tempos, principalmente pelo que o Espírito Santo está fazendo no povo de Deus. Mas talvez você não esteja interessado nisto. Você certamente saberia em breve o que iria acontecer entre a Alemanha e a Rússia, se esses dois países realmente se tornariam  uma confederação! Até que ponto isso nos atinge? Onde toda essa conversa sobre o Reavivamento do Império Romano tem a ver conosco? Isto é ‘adventismo’ como uma coisa. Se tão somente nos mantermos chegados a Ele, que é a essência de toda verdade, e nos movermos com Ele, e aprendermos a Ele, saberemos o curso das coisas. Saberemos o que é iminente. Teremos em nosso coração sussurros de preparação. O melhor Advento de preparação é conhecer o Senhor. Não estou dizendo que não há nada na profecia: não me entenda mal. Mas eu sei que há multidões de pessoas que estão simplesmente ocupadas com as profecias como uma coisa, de na qual a vida espiritual não é importante; pessoas  que realmente não tem  um caminhar profundo com o Senhor. Temos visto isto frequentemente.
 
Nunca irei esquecer, numa visita que fiz a um certo país, indo a uma das grandes cidades onde era pra eu pregar por uma semana. Tudo, então, foi organizado para que minha primeira mensagem viesse após a última mensagem de um certo homem que tinha estado lá uma semana antes de mim, que tinha discorrido sobre profecia por toda semana. Eu entrei na última reunião, quando ele deu a sua mensagem final sobre os sinais dos tempos. Os cadernos de anotações estavam abertos, e as pessoas registravam tudo, fascinadas. Era tudo exterior, tudo objetivo; tais coisas como o Reavivamento do Império Romano e a reconquista Palestina. Você sabe, essas coisas todas. Então ele terminou e as pessoas ficaram esperando por algo mais. O Senhor colocou em meu coração que a primeira palavra deveria ser, “E todo aquele que Nele  tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro” (1Jo.3.3); para falar sobre o efeito espiritual desta esperança espiritual. Mas as pessoas não estavam interessadas nisso. Os cadernos de anotações estavam fechados, lápis colocados de lado, não havia interesse em saber se eu estava no Senhor, se estava sendo verdadeiro, quanto ao que tudo aquilo poderia significar interiormente, em conformidade ao Senhor, e assim por diante. Elas estavam apenas esperando pelo final da reunião. Quando eu terminei __ e elas mal esperaram que eu terminasse __ levantaram-se e foram embora. Oh, não, é o Senhor, e o Espírito Santo nos traria de volta para o Senhor, e isto não é, afinal de contas, voltar a coisas elementares e sem sentido, mas  voltar a Cristo. É voltar para a única base sobre a qual o Espírito Santo pode realmente realizar todo o propósito e toda a vontade de Deus, para estar na Escola de Cristo onde o Santo Espírito está ensinando Cristo; e a maneira do Espírito Santo ensinar Cristo é experimental.
 
A NECESSIDADE DE NOVAS FACULDADES MENTAIS
 
Agora, é aqui que nos tornamos tão aparentemente elementares. Como você vê, a própria natureza dessa escola exige a mudança mais drástica em nós mesmos. É impossível entrar para a Escola de Cristo, onde o Espírito Santo é o grande tutor, até que a maior mudança tenha ocorrido em nós. Temos que ser recriados novamente, ou essa escola nada significará. Não podemos entrar nela com alguma esperança de aprender Cristo da melhor maneira, sem que toda uma nova faculdade  mental tenha sido nos dada. Temos que ganhar  capacidades que não possuímos naturalmente. “Se alguém não nascer do alto, não pod ever o Reino de Deus” Jo.3.3; e esta é a maneira de Deus afirmar um fato tremendo. Esse Reino é um reino no qual certas coisas não têm absolutamente qualquer correspondência com o nosso, com as quais naturalmente não temos qualquer poder de comunicação. Dê uma passeada por um jardim. Caminhe entre as batatas e vegetais e converse com eles; fale tudo o que quiser. O que as batatas pensariam de você? O que os repolhos diriam de você? Eles nem mesmo ouvem ou entendem o que você está falando, seja o que for. O tipo de vida deles não é igual ao seu. Eles não pertencem ao seu reino. Não há correspondência entre eles e você absolutamente. Eles não têm a capacidade, o dom, a qualificação, para as coisas mais elementares que você possa estar lhes falando. Você pode estar falando sobre coisas fúteis como roupa, coisas do dia-a-dia: eles não conhecem. É dessa forma. Simplesmente há uma grande divisão entre nós e o reino de Deus. “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhes parecem loucura; e não pode entendê-las…(1Cor.2.14) A barreira é tão grande que, se você e eu fôssemos levados em nosso estado natural para o lugar onde o Espírito de Deus estava falando, a menos que o Espírito de Deus fizesse um milagre em nós, todas as coisas seriam de um outro mundo. E não é assim? Vocês que crêem, saiam por este mundo e falem sobre as coisas do Senhor, e vejam as pessoas ficarem de boca aberta com vocês! Tudo é estranho para elas. É assim mesmo. “Se alguém não nascer de novo, não pod ever o Reino de Deus” Para entrar nesta escola, algo tem que acontecer a nós, e isto significa que nós temos que ser recriados novamente, com outras  qualificações e habilidades para as coisas de Deus. Esta é a natureza desta escola. É a Escola do Espírito de Deus. Eu sei que isso é muito elementar, mas, afinal de contas, não é isso aquilo que está sendo imprimido em nós o tempo todo? Está ficando familiar para nós como podemos ouvir as palavras, embora que elas possam não significar algo para nós. Precisamos que a nossa capacidade para a compreensão spiritual seja alargada cada vez mais. Estamos naturalmente em desvantagem em toda essa questão.
 
O FIM DA VIDA DO EGO 
 
Há uma passagem que não posso deixar de mostrar. Ela tem estado comigo por muito tempo, e  tem sido a base de nossa meditação. É João 1.51, e me parece que essas palavras nos intruduzem à Escola de Cristo, principalmente aquelas que o Senhor Jesus falou  a  Natanael. Penso que seria de grande ajuda ler a seção toda do verso 47:
 
“Jesus viu Natanael vindo a Ele, e disse dele: Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Natanael disse para Jesus: De onde me conheces? Jesus respondeu e disse: Antes que Felipe lhe chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira. Natanael respondeu a Jesus: Mestre, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel. Jesus respondeu e disse: Porque Eu te disse, Vi-te debaixo da figueira, acreditais? Você verá coisas maiores do que essas. Em verdade em verdade te digo: Verás o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”
 
Aqui nós estamos nos aproximando da Escola de Cristo, e há uma coisa que é essencial, antes até mesmo de passarmos pela soleira dessa Escola, e isto é marcado pelas seguintes palavras: “Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!” Isto, colocado lado a lado com as palavras finais _ “os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” _ dá-nos um retrato completo  de todo o contexto.
No tempo em que Jacó, por meio de chantagem _ você se lembra dessa história _ furtou a primogenitura e teve que fugir por sua vida, ele havia visto  uma verdade muito grande, embora turva como tipo ou figura; era uma verdade que  ele, então, não era capaz de entender. Jacó, naquele tempo, jamais poderia ter compreendido o significado daquilo que ele viu, principalmente a Casa de Deus, Betel; aquele lugar _ onde céu e terra se encontravam, Deus e o homem _ é o grande elo, é o lugar onde Deus fala e se faz conhecido, onde os propósitos de Deus são revelados. Por que era este o caso de Jacó? Ele era enganador. Vamos deixá-lo seguir por vinte anos debaixo de disciplina, e, no final encontrar o impacto do céu sobre sua vida terrena, sua vida natural, o impacto do Espírito sobre sua carne, o impacto de Deus sobre si mesmo no Vau de Jaboque, e deixemos que essa vida carnal e terrena seja esmagada, aniquilada e fique murcha, e leve  a marca pelo resto de seus dias debaixo da condenação de Deus, e, então, com o Jacó julgado, o Jacó esmagado, ferido, aniquilado, ele pode voltar e derramar sua libação em Betel. O seu dolo foi tirado. Ele agora não se chama mais Jacó, mas Israel, em quem, falando em tipo e figura, não há mais dolo. A obra não havia terminado, mas uma crise aconteceu. O Senhor Jesus está dizendo aqui, resumindo, apenas isso: que para entrar no lugar do céu aberto, onde para você Deus está descendo e se comunicando, onde  a glória de Deus habita, e onde você experimenta o significado de Betel _ que nada mais é do que vir a Mim; entrar em Mim, e habitar comigo, como a Betel, a Casa de Deus, e usufruir de todo bem do Céu e de Deus _ significa que você chegou a um lugar onde a vida natural ficou reduzida, quebrada e aniquilada. Você não pode entrar nesta Escola até que esta experiência tenha lhe acontecido, e isso é necessário, para que o Senhor possa dizer de nós em Cristo, ao chegarmos na soleira daquela porta: Eis aí, um verdadeiro israelita, em quem não há mais Jacó; você verá o céu aberto! Falar da vida de Jacó é, afinal de contas, apenas uma outra maneira de falar de uma vida do ego, em sua totalidade. Jacó era um eleito. Ele tinha um conhecimento histórico sobre Deus, mas a transição da vida natural para a espiritual se deu através de disciplina e crise. Eis aí o Senhor Jesus. Ninguem ousaria dizer que a Sua vida terrena  pessoal  era igual a nossa: poluída, corrupta, pecadora. Não absolutamente! Embora Jesus tivesse uma vida individual própria,  sem pecado, no entanto para Ele isso significava que podia agir, falar, pensar, julgar e se mover por Si mesmo. (Mas sem maus intentos, ou movido ou influenciado por alguma coisa pecaminosa e corrupta). Jesus poderia agir de forma independente, porém tomou a posição de  não agir ou falar de forma independente de Seu Pai, pois tal independência simplesmente daria ao inimigo uma abertura para que ele pudesse operar.
Você e eu não podemos imaginar uma vida independente apenas como algo manifestadamente corrupto, pois há muita coisa feita para Deus, por nossa própria iniciativa, com as intenções mais puras. Há muitas idéias, pensamentos, julgamentos, que são sublimes, bonitos, mas tudo isso são coisas nossas, e se as colocarmos em ação, tais atos serão completamentes diferentes daqueles que procedem de Deus. Assim, bem na entrada da porta da Escola de Cristo, o Senhor coloca algo bem absoluto. O Vau de Jaboque. Jaboque era um tributário do Jordão, e as implicações do Jordão estão lá, na soleira dessa Escola. Jacó aceitou o Jordão a fim de entrar na escola do Espírito por três anos e meio. Você e eu não poderemos entrar nessa escola da Unção por outro caminho. Tem que ser dessa maneira. Você e eu iremos aprender Cristo somente quando essa natureza de Jacó for aniquilada. Não estou falando meramente de doutrina ou técnica. Acredite, eu sei exatamente sobre o que estou falando. Conheço isso como a maior realidade em minha história. Eu sei o que é ter estado trabalhando com toda minha força para Deus,  pregando o Evangelho por mim mesmo por anos. Oh, eu sei; eu sei que trabalho duro é, como se existisse  uma redoma sobre nossa cabeça. Quantas vezes permaneci no púlpito e disse em meu coração: se eu, de alguma forma, conseguisse romper essa redoma acima da minha cabeça, e, ao invés de pregar aquilo que tenho conseguido dos livros e colocados em minhas anotações, e ter que estudá-lo, pudesse eu descartar tudo isso e, com um céu aberto, pudesse falar aquilo que Deus está dizendo em meu coração!  Esse era o meu desejo por anos. Eu sentia que havia algo assim, mas não consegui isso até que a grande crise de Romanos 6 chegasse, e junto com essa crise veio o céu aberto. Tem sido diferente desde então, completamente diferente. “Você verá o céu aberto”;  toda aquela pressão acabou; todo aquele fardo acabou; toda aquela limitação acabou; não há mais qualquer redoma. Isto é a minha glória hoje. Perdoe-me por essa referência pessoal. Digo isso porque não estamos aqui para dar referências; estamos totalmente na realidade desse assunto do  Espírito Santo diretamente e imediatamente revelando Cristo a nós, e isto crescendo cada vez mais; mas essa experiência não pode acontecer até que cheguemos ao nosso Jaboque; até que essa ‘vida de Jacó’  seja tirada por meio de uma crise, e o Senhor possa dizer: Um verdadeiro Israelita, em quem não há  ‘Jacó’; você verá o céu aberto! Existe uma redoma, um céu fechado sobre nós por natureza, mas, bendito seja Deus! A Cruz  rasga os cues; o véu é rasgado de cima a baixo, e Cristo é revelado através desse véu rasgado, que é a Sua carne. Ele não mais é visto como o homem Jesus; Ele é visto em nossos corações em toda plenitude do plano de Deus para o homem. É uma coisa tremenda ver o Senhor Jesus, e é uma coisa tremenda continuar a vê-lo cada vez mais. É dessa forma que tudo  começa __ Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo, nem Jacó! (vida de Jacó) Você verá o céu aberto!
 
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA UM NOVO HOMEM            
 
Esta palavra: “verás o céu aberto” _ é uma nova perspectiva para um novo homem. Na Versão Autorizada, uma palavra é adicionada, a qual foi deixada de fora na Versão Revisada. Eu a coloco pela simples razão de estar ela implícita no original, sem que a palavra seja necessariamente introduzida. Na Autorizada diz, “A partir de agora verás o céu aberto". Na Versão Revisada, esta primeira palavra foi tirada, e apenas diz: "Verás o céu aberto . . ."  Porém "verás" é algo futuro, é um tempo que aponta para um dia futuro.  Não é  “você está vendo”, mas  "você verá". É uma nova perspectiva para um novo homem; e isso consiste numa nova era. É a era do Espírito Santo, porque, com a vinda do Espírito Santo, o céu aberto tornou-se uma realidade. A Cruz resulta num céu aberto para nós, mas é o Espírito Santo quem realiza isso em nós,  exatamente como no caso daquela  morte típica e simbólica, bem como a ressurreição do Senhor Jesus no Jordão, quando os céus foram abertos para Ele.  Ao ressuscitar, os céus se abriram para Ele. O Espírito, então, iluminou e repousou sobre Ele,  e o Espírito se tornou, podemos dizer, o canal de comunicação. É a era do Espírito Santo fazendo com que todos os valores de Cristo sejam reais em nós. “Você verá”; e, graças a Deus, o que era futuro para Natanael é presente para nós. Aquela era já chegou. Nós estamos na era do Espírito Santo, do céu aberto.
 
A MARCA DE UMA VIDA UNGIDA PELO ESPÍRITO SANTO
 
Agora, qual é, então, a marca de uma vida ungida pelo Espírito Santo? Você se lembra quando Paulo foi a Éfeso, ele encontrou certos discípulos e, sem nos dar qualquer explanação da razão de sua pergunta, ele imediatamente disse, “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?” A resposta deles foi, “Nós nem ouvimos falar que existe Espírito Santo”. Então a próxima pergunta de Paulo é cheia de significado, nos levando de volta para o Jordão. “Em que, então, foram vocês batizados?” O batismo está ligado a essa realidade vital. Se você não conhece o Espírito Santo, qual é, então, o significado do seu batismo? Oh, nós fomos batizados com o batismo de João. Oh, eu sei. Bem, “João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo para as pessoas que elas deveriam crer naquele que havia de vir  após ele, isto é, em Jesus. “Então, quando ouviram  isto, foram eles batizados em nome do Senhor Jesus, eles foram batizados em Cristo, e o Espírito Santo veio sobre eles. Assim, eles entraram para a Escola de Cristo; e a marca de uma vida ungida pelo Espírito é que você conhece Cristo nesta vida, e esse conhecimento cresce cada vez mais.
 
Oh, ouçam isto, pois não é algo tão elementar e desnecessário como parece. Alguns de nós, naturalmente, somos alunos muito limitados, e levamos um longo tempo para aprender. Levou décadas, no meu caso, para chegar à uma real percepção disso tudo. Nós sabemos  e temos descoberto que o nosso conhecimento pessoal de Cristo é uma coisa muito pobre. Somos constantemente trazidos a isso. Finalmente, mais cedo ou mais tarde, você e eu chegamos a um ponto onde exclamamos, ‘Oh, não é de doutrina, nem de verdades, nem de temas, nem de matérias nem de  Escritura como uma mera matéria que preciso conhecer!'  É maravilhoso quando você sabe tudo isso;  mas  deixe um homem entrar no fogo, numa prova profunda, em problemas e perplexidades, e, então, de que adiantará todas as suas doutrinas e todos os seus estudos bíblicos? Qual o valor disso?  Isso realmente não resolve os seus problemas, nem faz com que você consiga superá-los. É uma tragédia.  É verdade que muitos de nós, que que temos ido atrás das doutrinas da Bíblia, e trabalhado nelas, que sabemos o que a Bíblia fala sobre certas coisas como redenção, regeneração, julgamento, justificação pela fé, santificação, e assim por diante; a verdade é que, após termos corrido atrás dessas coisas, tendo todas as doutrinas muito bem elaboradas, porém, ao passarmos por uma experiência espiritual terrível, tudo aquilo não serve para nada, e chegamos à conclusão de que esse cristianismo não funciona! A única coisa, então, que pode ajudá-lo não é o seu lindo livro de anotações, cheio de doutrinas, mas: O que eu conheço do Senhor pessoalmente e individualmente em meu coração? O que o Espírito Santo tem revelado em mim e para mim, e que faz parte de mim, de Cristo? Mais cedo ou mais tarde, é para esse ponto que estaremos chegando.  Seremos levados para um conhecimento vivo e espiritual do Senhor; pois somente Cristo, revelado em nosso ser pelo Espírito Santo, pode nos salvar numa hora difícil. Chegará o dia quando  iremos abrir mão de todas as coisas, em troca desse conhecimento  espiritual e interior de Cristo; abriremos mão de todo nosso conhecimento intelectual e mental. Muitos daqueles que foram gigantes no ensino e na doutrina tiveram que passar por um momento bem  negro em suas vidas. Como eles conseguiram passar por essa experiência dependeu do conhecimento interior que tinham do Senhor, em oposição ao mero conhecimento intellectual. Como posso eu explicar o que isso significa? 
 
Posso tentar explicar dando o seguinte exemplo: você descobre algo na área da alimentação que realmente é bom pra você. Você já passou por tudo quanto é lugar e experimentou de tudo; tudo o que as pessoas podiam fornecer a você, para ajudá-lo numa determinada enfermidade ou fraqueza, mas nada teve efeito. Porém, um dia, você descobre alguma coisa que realmente funciona, e na próxima vez que você sofre da mesma enfermidade, então  você toma aquele medicamento  e obtem a cura. É isto o que eu quero dizer, com referência a esta questão de como  e  o que Cristo deve ser em nós. Ele deve ser em nós algo no qual podemos realmente descansar em segurança e confiar, pois somente dessa forma  Ele irá nos ajudar  a passar pela prova. Temos que conhecê-lo desta forma. Esta é a única maneira de conhecermos Cristo, e isso é experimental. “Você verá o céu aberto” O Espírito Santo foi enviado  para que Cristo seja revelado em nós como sendo a nossa própria vida. Vocês verão quando o Espírito vier: esta é a marca de uma vida ungida. Você verá! E são realmente grandes esses  momentos quando vemos. Alguns de nós têm tido esses grandes momentos de formas específicas, e têm visto também outras pessoas tendo esses  grandes momentos.  Contudo, temos sabido que tais pessoas no passado haviam conhecido tudo a respeito de certas  “coisas”, sobre as quais foram ensinadas, e passaram a se ocupar com elas por vários anos; e, então,  de repente aquilo tudo se abre para elas, e dizem: Agora eu estou começando a entender aquilo que tem sido dito esse tempo todo! Eu me lembro de um homem que cresceu numa família muito santa, cujo pai eu sempre costumava associar a Charles G. Finney. Ele era como Charles G. Finney em espírito, alma e corpo; e um de seus filhos que cresceu nesse lar maravilhoso foi um de meus grandes amigos por anos. Tínhamos uma verdadeira amizade, sempre conversando sobre as coisas do Senhor. Um dia _ me lembro disso como se fosse hoje, na esquina de Newington Green— Eu estava indo encontrá-lo, e, como ao chegar em direção a Newington Green, vi-o de longe. Vi-o sorrindo, e nos encontramos e apertamos as mãos. Ele tinha um grande sorriso. Então ele me disse: Você sabe, fiz uma descoberta. Eu respondi: Qual é a sua descoberta? Descobri que Cristo está em mim! “Cristo em vós, a esperança da glória”, isso se tornou uma realidade para mim. Bem, eu respondi: Eu poderia ter dito isso a você anos atrás. Ah, esta é a diferença, ele disse: Eu vi isso agora, eu conheço isso agora.
 
Você entende o que eu quero dizer. É apenas isso. Oh, que bom que o mundo fosse cheio de cristãos como aquele! Não é esta a necessidade? Da mesma forma como isto foi dito a Natanael, também deve ser verdade para nós. Isto não foi dito  a Pedro, nem Tiago, nem João no Monte da Transfiguração: foi dito a Natanael, alguem que pertencia a um círculo mais afastado. Isto é para todos; e  se isto requer esforço, prova, note o que o Senhor Jesus disse: “Você verá o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” O que aconteceu? Uma tremenda transição ocorreu no curso  de poucas sentenças. Eis aí um verdadeiro Israelita! Isto é para Israel; para Jacó, sim, o pai de Israel; para os filhos de Jacó, o Israel terreno.  Ah, sim, isto está puramente dentro da limitação terrena, puramente dentro da limitação de um povo dentre as nações, e dentro da limitação dos tipos. Sim, mas agora devido a tremenda transição, o Senhor cancelou  algo que Natanael disse: “Tu és o Rei de Israel”. Rei de Israel? Isto não é nada. Você irá ver coisas maiores do que estas. Você irá ver os céus abertos, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem!  Isto é algo muito mais amplo do que Israel. O Filho do homem! Isto é racial, universal; isto é para todos os homens que virão, não apenas para Israel. Você verá coisas maiores! Os céus abertos _ e para quem? Não apenas para Israel, mas para todos os homens em Cristo. O Filho do homem. Este título, Filho do homem, simplesmenta representa o plano de Deus em relação ao homem. Oh, o grande plano e intenção de Deus a respeito do homem. O céu aberto é para o homem quando ele é trazido por Deus em Cristo. O céu aberto é para o homem: Deus se revelando a Si mesmo para o homem no Homem. Isso tudo é para nós. Que ninguem pense que este céu aberto, esta unção, é para alguns poucos. Oh, não, é para todos.O desejo de Deus, o pensamento de Deus, é que você e eu, os mais humildes, os loucos, os mais fracos entre os homens, os mais limitados naturalmente, pudesse descobrir que a nossa herança é um céu aberto. Em outras palavras, você e eu podemos, em Cristo, conhecer esta maravilhosa obra do Espírito Santo, numa revelação interior de Cristo cada vez crescendo mais até a plenitude. Isto é para nós, para cada um de nós. Que o mais avançado cristão possa ter esse mover em direção ao Senhor, sobre essa materia, e que todos nós realmente possamos chegar a esta primeira crise onde a redoma sobre nós se quebre, e conheçamos um céu aberto, o Espírito revelando Cristo em nossos corações, para a Sua glória.
 
Capítulo 7 – Aprendendo sob a Unção
 
Ler: Mat 11:29; Jo. 1:51; Mat 3:16; Jo. 1:4; Rom 8:2; 2 Cor 3:16-18.
 
A Escola de Cristo, isto é, a Escola onde Cristo é a grande lição e o Espírito Santo  o grande Mestre; na Escola onde o ensino não é objetivo, mas subjetivo, onde o ensino não é sobre coisas, mas uma obra interior na qual Cristo faz parte da nossa experiência __ esta é a natureza desta Escola.
 
O SIGNIFICADO DA UNÇÃO
 
“Você verá o céu aberto”. “Ele viu o céu aberto e o Espírito de Deus descendo sobre Ele”.  Qual é o significado da Unção do Espírito Santo? Não é nada mais e nada menos do que o Espírito Santo assumindo Seu lugar como Senhor absoluto. A Unção é a liderança absoluta do Espírito Santo.  Isto significa que qualquer outro senhorio é colocado de lado; o senhorio de nossa vida; o senhorio de nossas mentes; de nossas vontades; de nossos desejos. O senhorio de todo e qualquer interesse  ou influência dá lugar ao senhorio do Espírito Santo; a unção jamais pode ser conhecida ou experimentada sem que isso ocorra. É por isso que o Senhor Jesus desceu às águas do  Jordão, experimentando a morte, simbolicamente, assumindo o lugar do homem  para que, a partir daquele momento Ele não  mais ficasse sob o governo de Sua própria vida, em todos os sentidos, ficando completamente sujeito ao Espírito de Deus, em cada detalhe. A sepultura do Jordão estabeleceu o fim de todo e qualquer outro senhorio independente, e, ao ler a vida espiritual de Cristo nos Evangelhos  você verá  que é nessa posição que Ele se mantém o todo tempo. Muitas e poderosas influências  vieram sobre Ele, a fim de governar e influenciar os seus movimentos. Algumas vezes era a própria força de Satanás, tentando influenciá-lo a fazer certas coisas em causa própria, ou para prolongar a sua vida física. Outras vezes Satanás se transvestia com os argumentos e persuasões dos discípulos amados, quando eles buscavam impedi-lo de  ir por certos caminhos, ou tentavam influenciá-lo a preservar a Sua própria vida, evitando certos sofrimentos. De várias maneiras as influências vinham sobre Ele, de todas as direções, e muitos dos conselhos pareciam tão sábios e bons. Por exemplo, com relação a Sua ida à festa, foi exercida certa pressão sobre Ele: Todos estão indo à festa: se você não for, irá prejudicar a Sua missão. Se você realmente quer levar adiante a Sua causa, deve aceitar as regras religiosamente, pois irá perder caso não faça isso; você irá diminuir a Sua influência, irá diminuir Sua vantagem! E que apelo é esse se você já tem algo muito forte em seu coração, alguma causa para Deus, e o sucesso pode ser muito importante.  Essas foram as influências que vieram sobre Ele. Mas seja Satanás vindo de todas as direções, com suas astúcias e insinuações, ou seja através dos mais íntimos, dos discípulos amados, seja qual fosse o tipo de argumento,  Jesus não podia se desviar um milímetro de Seus princípios. ‘Eu estou debaixo da Unção; estou compromitido com a absoluta soberania do Espírito Santo e não posso me mover, custe o que custar. Pode até custar a minha vida, a minha influência, a minha reputação, tudo o que eu amo; não posso me mover, a menos que eu saiba do Espírito Santo que aquilo é a vontade do Pai, e não a minha, e nem a de outra pessoa.' Assim, Ele punha de lado qualquer coisa, até que soubesse em Seu espírito o que o Espírito de Deus testificava.  Ele correspondia à esta lei, a este princípio, da absoluta autoridade, governo e senhorio da Unção, e foi para isso  que aquela Unção veio. 15.10.06      vns
 
Este é o significado da Unção. Você quer a Unção do Espírito Santo? Por que você a quer?  É a Unção algo que você deseja muito? Para qual finalidade? Para que você possa ser usado, possa ter poder, ter muita influência, possa ser capaz de fazer muitas maravilhas? A primeira coisa que a Unção significa e a mais preeminente é  que nós não podemos fazer absolutamente nada, mas apenas aquilo que a Unção ensina e nos leva a fazer. A Unção tira todas as coisas de nossas mãos.  A Unção se encarrega da reputação. Ela se encarrega do propósito de Deus. A Unção assume o controle de todas  coisas, e tudo apartir daquele momento está nas mãos do Espírito Santo,  e devemos lembrar que, se queremos  aprender Cristo, este aprender Cristo se dá pelo trabalho do Espírito Santo em nós, o que  significa que nós temos que seguir da mesma maneira que Cristo, em princípio e em lei.
Daí descobriremos que não estamos longe do Evangelho de João, que particularmente é o Evangelho espiritual da Escola de Cristo, antes, ouvimos até mesmo Jesus dizer: “O Filho nada pode fazer por Si mesmo”. “As palavras que Eu lhes digo, não as digo por mim mesmo”.  “As obras que eu faço não são minhas; “o Pai, que habita em mim, é que faz as Suas obras”.
“O Filho nada pode fazer de Si mesmo”. Como você vê, existe  o lado “negativo” da Unção; enquanto o lado positivo pode ser resumido em uma palavra _  o Pai. Talvez esta seja uma idéia um pouco diferente sobre a Unção daquela que temos recebido. A primeira coisa sobre a Unção é que nós somos aprisionados ao Senhorio do Espírito de Deus, para que nada nosso possa haver. Nada!  Esta não é uma experiência agradável, se a vida natural estiver fortalecida e dominando. Por isso o Jordão deve estar lá, antes de haver qualquer Unção. É necessário que a nossa força natural e a nossa vida independente seja posta de lado, para que a Unção cuide de tudo.
Você percebe essa questão em 2 Cor. 3.16 “Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu", quando o Senhor é o objeto em vista, “o véu é tirado, e todos nós com os rostos descoberto, refletindo como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória à mesma imagem… como pelo Espírito do Senhor”, ou, "o Espírito que é o Senhor". Você está na Escola, e você pode ver Cristo e aprender Cristo; ser transformado à imagem de Cristo pelo Senhorio do Espírito Santo.   "Quando isto se volta para o Senhor", quando o Senhor é o nosso propósito em vista! Mas conosco, cristãos muito devotos,  muito sinceros, que longo tempo leva para termos o Senhor como o único assunto!  Dizer isto é uma coisa terrível?  Nós dizemos que amamos o Senhor; sim, mas também amamos ter a nossa vida particular,  e não queremos que a nossa vida seja anulada. Será que algum de nós já alcançou aquele ponto de realização espiritual  onde não temos mais qualquer dificuldade com o Senhor? Oh, não, nós ainda nos encontramos em um lugar onde frequentemente pensamos que é do interesse do Senhor que os nossos corações tomem uma certa direção,  e o Senhor não nos permite fazer aquilo, e então temos uma dificuldade; e aquilo nos trai completamente. Nossos corações  estão envolvidos com tudo isso. Não foi fácil, nem simples para nós dizer: Muito bem, Senhor, eu gostaria que Tu me permitisse fazer tal coisa, mas eu me deleito apenas em fazer a Tua vontade! Ficamos desapontados quando o Senhor não nos deixa  fazer aquilo que queremos; ou se o Senhor retarda as coisas, e temos que esperar. Oh, se pudéssemos chegar logo e fazer aquilo! Não é isso verdade para a maioria de nós? Sim, é verdade! Nós agimos assim, e isso apenas significa que, afinal de contas, o Senhor não é o nosso único objeto, como achávamos que fosse. Temos outros objetos paralelos e associados com o Senhor; isto é, algo que queremos ser ou fazer, algum lugar anode queremos ir, algo que queremos ter. Está tudo lá, e o Espírito Santo conhece tudo a respeito. Nesta Escola de Cristo, onde o objetivo de Deus é Cristo, somente Cristo, a Unção significa que é Cristo quem deve ser o Senhor pelo Espírito. A Unção assume esta posição. Bem, isto é mais do que suficiente para o momento a respeito da Unção. Isto foi verdade em Cristo, e tem que ser verdade em nós.
 
“SENHORIO" E  "SUJEIÇÃO" 
 
Se quisermos terminar o curso na Escola de Cristo, se quisermos  alcançar a glória, a plenitude da glória de Cristo, ser um instrumento competente nas mãos do  Senhor em Seu Reino, a única forma de aprendermos esse  governo divino, celestial e espiritual, que é o propósito do Senhor para os santos, é nos sujeitarmos ao Espírito Santo. Esta palavra ‘sujeição’, no Novo Testamento, é uma palavra bastante interessante.  Penso que ela  tem sido tratada de forma errada, e se tem dado a ela um significado muito desagradável. A idéia de sujeição, ou submissão,  é usualmente aquela de ser esmagada, ser posto em posição inferior o tempo todo, supressão. “Mulheres, sejam submissas aos vossos próprios maridos." Isto é  interpretado assim: Você tem que ficar por baixo. Mas a palavra não significa isso, absolutamente. Como devemos interpretar o que a  palavra grega para submissão, ou sujeição,  realmente significa? Bem, escreva o número 1, e em seguida, escreva submissão. Como você irá escrever isso? Você não irá colocar um outro número 1 abaixo. A palavra submissão  significa ‘pondo ao lado ou após’. O 1 é o primeiro número, ele fica em frente de tudo o que vem depois, e governa e dá valor a todo o resto. Submissão significa que Cristo em tudo deve ter a preeminência. Nós vimos depois, e tomamos o nosso valor dele. Não é ser anulado, mas recebendo todas as coisas Dele como a primeira coisa: e você nunca obtem os benefícios até que você conheça a submissão a Cristo. Quero dizer, você vem depois, você toma o segundo lugar e recebe todo o benefício; você obtem valor ao assumir uma certa posição.  A Igreja não está sujeita a Cristo no sentido supressivo, nem está debaixo do Seu calcanhar, mas simplesmente vem depois Dele, está ao Seu lado, para que Ele tenha a preeminência, e a igreja, Sua noiva, recebe todos os benefícios dessa  preeminência. A Igreja está em Segundo lugar, sim; mas quem se importa com esse segundo lugar se você irá receber todos os valores do primeiro, assumindo o segundo lugar?  Isto é sujeição. O plano do Senhor para a igreja é que ela tenha tudo. Mas como ela irá receber isso? Não assumindo o primeiro lugar, mas vindo ao lado do Senhor, e em todas as coisas deixando que Ele tenha a preeminência. Isto é sujeição, submissão. O senhorio do Espírito não é algo duro, que nos exclui, que tira tudo de nós, ao ponto de não ousarmos nem nos mover. O senhorio do Espírito é nos trazer para dentro de toda essa plenitude de Cristo. Mas nós devemos primeiramente aprender o significado desse senhorio, antes de chegarmos a essa plenitude. É a plenitude de Cristo que recebemos.  O problema sempre foi, desde os dias de Adão até os nossos dias, que o homem não quer a plenitude de uma outra pessoa, ele quer a sua própria plenitude; ele quer ter a plenitude em si mesmo, e não em outra pessoa. O Santo Espírito remove tudo isso e diz: É a plenitude de Cristo; é Nele. É Ele quem deve ter o lugar de absoluto senhorio, antes de podermos conhecer a Sua plenitude. Bem, por ora acho que isto é suficiente, sobre o significado da Unção. Você conseguiu compreender? O Senhor nos deu graça para aceitar o significado do Jordão, a fim de podermos ter o céu aberto e, através do céu aberto, a unção nos traz toda plenitude celestial. Mas isto significa o total senhorio do Espírito. Nunca iremos entrar na Escola de Cristo até que aceitemos o senhorio do Espírito Santo. Aí está o porque de muitas pessoas  não conseguirem ir muito longe no conhecimento do Senhor. Elas não aceitam as implicações da Unção, jamais desceram no Jordão. O progresso dessas pessoas, sua aprendizagem, é muito lenta, muito pobre. Encontre uma pessoa que realmente conheça o significado da Cruz, do Jordão, em abrir o caminho para o senhorio do Espírito,  e você achará um crescimento rápido; você encontrará um desenvolvimento espiritual  muito além das demais pessoas. Isto é muito verdade. Este é o exame preliminar.
 
A PRIMEIRA LIÇÃO NA ESCOLA DE CRISTO 
     
 
Ao entrar na Escola de Cristo, começa a lição número um. Essa lição não é nada mais do que uma reiteração de tudo aquilo que já temos dito em meditações anteriores. A primeira lição que o Espírito Santo nos leva a aprender é o que chamamos de a total diferença entre a pessoa de Cristo e a nossa pessoa. Esta não é somente a primeira lição, mas também uma lição que continua por toda a nossa vida. Mas é por aqui que o Espírito começa. Você poderia pegar o evangelho de João, armado com este pensamento, e fazer a sua leitura novamente,  de maneira firme e tranquila. Quão diferente Cristo é das demais pessoas, e até mesmo dos Seus discípulos! Você pode ir também para os demais evangelhos com esta mesma mentalidade. Isso será uma aprendizagem para a sua vida se o Espírito Santo estiver com você na leitura. Quão infinitamente diferente Ele é! Esta diferença é afirmada muitas e muitas vezes. “Vós sois da terra; Eu sou de cima”. Jo. 8:23. Isto realmente é  uma diferença, e esta diferença se torna  um contraste gritante ao longo de todo o caminho; um contraste de julgamentos, de mentalidade, de idéias, de valores, um contraste em tudo entre Ele e as pessoas, inclusive os discípulos que com Ele estavam. Sua natureza é diferente. Ele possui uma natureza celestial, uma natureza Divina. Ninguem mais tem isso. Ele possui uma mente celestial. Todos os demais tinham uma mentalidade terrena,  e as duas não podem se corresponder em nenhum ponto; há um grande abismo entre elas. Ele é uma pessoa completamente diferente.
 
Agora, você diz, sendo assim, nós estamos em grande desvantagem. Ele é uma coisa e nós somos outra. Mas esta é a natureza e o significado desta Escola. Como este problema poderá ser resolvido? Bem, será resolvido da seguinte maneira: Jesus está o tempo todo falando sobre um tempo quando Ele estará dentro deles, e eles  Nele, e, quando esse tempo chega, a realidade de suas  vidas,  no mais íntimo do ser, é outra completamente diferente daquela que tinham antes. Isto quer dizer, que Cristo estará dentro deles. Algumas vezes eles irão pensar em fazer algo, mas Cristo não irá permitir. Outras vezes pensarão que não é sábio fazer determinada coisa, mas Cristo se mantém no interior deles dizendo: Prossigam com isso! O homem exterior diz: É loucura!  Estou procurando um desastre! Mas o homem interior diz: Você tem que fazê-lo! Essas duas pessoas não podem se reconciliar. Cristo está dentro, e é completamente diferente, e a nossa aprendizagem consiste em aprender  a segui-Lo, a seguir o Seu caminho. “Se alguem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo … e me siga”. Negar-se a si mesmo: seus argumentos, seus julgamentos, seu senso comum. Siga-Me! É isso que Cristo vindica o tempo todo. Homens têm cometido a maior loucura, do ponto de vista da sociedade, e têm sido vindicados.Isto não é uma sugestão para que você vá e cometa algumas loucuras. Estou me referindo a autoridade do Cristo que está dentro de nós, da diferença entre Ele e nós, e esta é a primeira lição que o Espírito Santo irá ensinar a qualquer um que venha para esta Escola de Cristo, que existe esta grande diferença, esta divisão; que Cristo é uma coisa e nós somos outra, completamente diferente; e jamais poderemos nos assegurar que estamos do lado certo, exceto se submetermos todas as coisas a Ele. Este é o porque da oração  precisar ter tanto espaço na vida de um filho de Deus, e este é o porque da oração ter tido tanto espaço na vida do Senhor  Jesus quando Ele estava aqui neste mundo. A vida de oração do Senhor Jesus é, num certo sentido, o maior problema que você encontra. Ele é o Cristo , o Filho de Deus;  Ele está debaixo da Unção do Espírito Santo, e Ele é sem pecado, contudo precisa passar uma noite inteira em oração após um pesado e longo dia de trabalho. Cada vez mais você o encontra em oração. Por que deve Ele orar?  Porque existem muitas influências na obra, há outras coisas que estão procurando consideração e obediência, e Ele deve se manter o tempo todo alinhado com a Unção, em harmonia com o Espírito, sob o qual governo ele se colocou. Ele não decidia nada por Si mesmo. Se Ele precisou fazer isso, quem dirá nós? Nós não estamos nem sequer ao nível Dele, sem pecado.  A nossa natureza trabalha violentamente contra Deus, contra a vontade de Deus. Muito mais necessário é para nós ter uma vida de oração, pela qual é dada ao Espírito Santo a oportunidade de nos manter na direção certa, em conformidade com o propósito Divino, nos mantendo no caminho do Senhor.
 
Amados, se há uma coisa que um filho de Deus irá aprender sob o senhorio do Espírito Santo, é principalmente esta difereça entre  Ele é nós; quão diferente somos Dele. Mas, louvado seja Deus, pois agora nesta dispensação,  se realmente somos filhos de Deus,  Cristo não é mais algo meramente objetivo, mas Ele está dentro de nós.  Este é o Segundo estágio dessa questão da ‘diferença entre Ele e nós’. O primeiro estágio é o fato dessa diferença. Aceitaremos nós isso?  O Senhor Jesus é uma pessoa completamente diferente de mim: até mesmo quando penso estar muito correto, eu jamais posso depositar minha confiança sobre meu próprio senso  de justiça, até  que eu tenha submetido minha justiça a Ele! Isto é algo radical, mas que é necessário. Muitos de nós têm aprendido essa lição. Não estamos falando de um livro, mas de experiência. Muitas vezes  ficamos  convictos de que estamos corretos e temos prosseguimos  adiante, seguindo a nossa própria justiça em determinado julgamento, e nos desapontamos, e entramos numa terrível neblina de perplexidade e confusão. Achávamos que estávamos tão certos, que nem percebemos onde acabamos  chegando! E quando pensamos a respeito, e o colocamos diante do Senhor, temos que perguntar a nós mesmos, quanto tempo eu esperei no Senhor e pelo Senhor sobre este assunto. Será que não nos precipitamos um pouco com o nosso senso de justiça? E aqui podemos citar o caso de Davi e a arca. A intenção de Davi estava correta, e o senso de Davi sobre o propósito de Deus estava correto. Que Deus queria  a arca em Jerusalem não há dúvida, mas Davi tomou isso em sua alma como uma idéia, e trabalhou nela com grande entusiasmo, dentro de si, e assim ele construiu uma carruagem. A boa  intenção, a boa idéia, o espírito devoto, colocou-o num sério problema. O Senhor  feriu Uza, e ele morreu diante do Senhor, e a arca foi parar na casa de Obededom, e permaneceu lá, tudo porque um homem teve uma boa idéia, mas não esperou no Senhor. Você conhece a sequela. Mais tarde, Davi disse para os líderes dos levitas, “Santificai-vos, tanto vós como os vossos filhos, para que possais trazer a arca do Senhor,  o Deus de Israel, para o lugar que eu preparei para ela.  Porque vocês não a suportaram da primeira vez,  o Senhor fez uma ruptura sobre nós, porque o buscamos não de acordo com a ordenança.”  A instrução estava lá o tempo todo, mas Davi não esperou no Senhor. Se Ele tivesse trazido esse seu entusiasmo devoto tranquilamente diante do Senhor, o Senhor o teria guiado conforme a instrução que tinha dado a Moisés, e dito, em efeito, ‘Sim, muito bem, mas lembre-se de que esta é a forma como a arca deve ser carregada.'  Não teria havido morte, nem atraso, as coisas teriam ido bem.
 
Sim, nós podemos ter uma boa idéia, mas precisamos submetê-la ao Senhor, para nos assegurarmos de que não se trata de uma idéia exclusiva nossa, mas sim que a mente do Senhor está sendo  gerada em nós.  É muito importante aprender Cristo; Ele é completamente diferente de nós.
 
Como você vê, isto divide os cristãos em duas classes. Existe uma classe mais ampla de cristãos, para os quais Cristo é algo objetivo, exterior. É uma questão de ter adotado uma vida cristã, de modo que agora eles fazem  muitas coisas que não faziam antes. Eles vão às reuniões, à igreja, lêem a Bíblia, fazem muitas coisas que não costumavam fazer antes; e também eles agora já não fazem muitas coisas que antes faziam. Tudo é  uma questão de fazer ou não fazer, de ir ou não ir, de ser um bom cristão exteriormente. Esta é uma classe bastante grande, com seus vários graus de luz e sombra. Mas  há aqueles cristãos que estão na Escola de Cristo, para os quais a vida cristã é algo interior, de caminhar com o Senhor, de conhecer o Senhor, de conhecer o que está no coração do Senhor, num grau maior ou menor.  Esta é a natureza dessa caminhada, uma caminhada e viva com o Senhor, em seus corações. Há muita diferença entre essas duas classes.
 
O ESPÍRITO DA LEI OU INSTRUMENTO DE INSTRUÇÃO 
 
 
Bem, devo concluir. É uma  diferença total. E de que maneira o Espírito estabelece essa diferença em nós? — porque o Espírito não fala a nós usando uma linguagem audível. Nós não ouvimos uma voz exterior dizendo: Este é o caminho, andai nele! Então como podemos saber? Bem, é o que o apóstolo Paulo chama de “a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus”.  “Nele estava a vida; e a vida era a luz”. De que forma devemos saber, por qual meio somos iluminados nessa questão da diferença entre os nossos caminhos, os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, e os do Senhor? Como obtemos luz? A vida era a luz. “Ele que me seguir não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.  (João 8:12). "A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me libertou da lei  do pecado e da morte."  Aí está o instrumento do Espírito, se posso chamá-lo assim, para a nossa aprendizagem: é  a vida em Cristo. Isto quer dizer que  nós conhecemos a mente do Espírito a respeito das coisas  por meio de um processo através do qual detetamos e discernimos  a vida, vida Divina, o Espírito da vida. Se estamos vivos para o Senhor, então sabemos quando o Espírito não está concordando com algo, por meio de um senso de morte, há morte naquela direção.
Isto é algo que ninguem pode nos ensinar por meio de palavras, nos dando uma lição. Mas é algo que podemos experimentar. Você o sabe através de reações, violentas reações frequentemente. Por exemplo, você escolhe uma direção, e tem uma reação ruim. E você insiste nessa direção, para  realizar algo, e, se você apenas parasse por um momento e olhasse para aquilo, saberia que é você quem está tentando fazer com que aquilo aconteça. Você sabe perfeitamente  que falta espontaneidade naquilo, espontaneidade essa que é a marca do Senhor. Você sabe que o Senhor não está naquilo. Você não tem senso de espontaneidade nem paz. Aquilo é  algo que tem que ser forçado, ser conduzido, para que aconteça. Imagino que cada um de vocês, que é um verdadeiro filho de Deus, sabe do que estou falando. Lembre-se, este é o instrumento do Espírito para ensinar Cristo __ a  vida. A marca de um homem ou mulher governado pelo  Espírito  é que eles se movem em vida, e que eles ministram vida,  e que aquilo que vem deles é vida, e eles conhecem  por meio daquela lei do Espírito onde o Senhor está, o que o Senhor é, o que o Senhor procura, o que o Senhor quer. É assim que eles sabem. Nenhuma voz é ouvida, nenhuma visão objetiva é vista, mas lá no íntimo o Espírito da vida é o juiz, o Espírito da vida.
Quão necessário é para nós estarmos vivos diante de Deus em Cristo Jesus. Quão necessário é  que tomemos posse dessa vida. Se Satanás apenas puder trazer aquele espírito de morte sobre nós e deixar o nosso espírito sob o invólucro dessa morte, então  ele irá cortar a luz imediatamente e nos deixará cambaleando; não saberemos onde estamos, não saberemos o que fazer. Ele está sempre tentando fazer isso, e estamos numa continua luta pela vida. Tudo  para a realização do propósito de Deus  está ligado com esta “vida”. Esta vida é potencialmente o resumo de todo propósito de Deus. Assim como numa semente está a vida, não apenas a vida de uma semente, mas a vida de uma grande árvore, e, se esta vida se manifestar, então dará origem à uma grande árvore, do mesmo modo, nesta vida que nos foi dada em nossa infância espiritual, nosso novo nascimento, nela há toda plenitude do poder de Deus, e  todo o  propósito de Deus, e Satanás está do lado de fora, não apenas para tentar cortar nossa vida, mas para tentar impedir que  os propósitos  de Deus se manifestem  nessa vida que nos foi dada, esta vida eternal. O Espírito está sempre envolvido com esta vida, e Ele diz a nós: Cuidem dessa dela; não deixem que nada venha a interferir nesta vida; entendam vocês que, sempre que houver algo que venha a  entristecer o Espírito, limitando a operação desta vida, vocês devem imediatamente recorrerem ao precioso Sangue que se mantem como uma testemunha contra a morte; esta vida é  incorruptível, a testemunha no ceu que vence o pecado e a morte, pela qual vocês podem ser libertos das mãos de Satanas. Este precioso Sangue está sobre esta terra  sobre a qual devemos enfrentar tudo aquilo que entristece o Espírito  e limita a operação da vida, pela qual vimos a conhecer Cristo, neste caminho vivo, o qual está sempre crescendo até chegar à plenitude.  Que o Senhor nos ajude.
 
UM PONTO ZERO
        
 
Todas essas passagens que temos lido são realmente uma sequência.  Elas são consequências do primeiro: “Nele estava a vida; e a vida era a luz dos homens." E você perceberá que elas representam um ponto zero. A mãe de Jesus disse para Ele: Eles não têm vinho; não há  nada para se extrair! O próximo capítulo  é apenas uma outra maneira de dizer a mesma coisa. Nicodemos veio a Jesus e procurou começar por um ponto  no qual considerou  ser viável para se negociar com Jesus, mas era um ponto muito avançado,  para que o Senhor pudesse aceitar; Assim, Jesus trouxe Nicodemos de volta para o ponto zero, e lhe disse: Você precisa nascer de novo. Nós não podemos começar em qualquer outro ponto que não esse. Se você e eu queremos ter qualquer tipo de relacionamento vivo, precisamos ir direto para lá: para ponto  zero, e começar a partir dali.  "Precisamos nascer de novo",  pois, se alguem nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus. De nada adiantará iniciarmos de um outro ponto, de onde estaremos incapacitados de ver. O capítulo 4 é uma outra  maneira de se estabelecer a mesma verdade. A mulher samaritana, afinal de contas, estava na bancarrota, no zero. Jesus gradualmente dá abertura para uma conversa  e a última conversa dela, em efeito, é: Bem, eu não sei nada sobre isso; venho aqui todos os dias, mas não sei do que você está falando! Ela está no zero: e então Ele diz: É aí que começamos. A água que eu te der não vem dessa fonte, absolutamente, não é algo que você pode produzir ou melhorar. Não, é algo que procede unicamente de Mim; é um ato completamente separado de você. E aqui nós começamos novamente o mesmo assunto.
 
Então, no capítulo 5, o Espírito Santo é cuidadoso em deixar  bem claro que aquele  pobre camarada estava num estado de desesperança; que todo esforço tinha sido  em vão; que cada esperança estava desapontada. Por 38 anos, uma vida, esse homem tinha estado daquele jeito, e pode-se ver o desespero desse homem. E o Senhor Jesus não diz a ele: Olhe aqui, você é um pobre aleijado; Eu vou pegar a sua mão, e após um período de tratamento, você irá poder andar;   vou tornar esses seus velhos membros novos; irei melhorar a sua condição. Nada disso. Num instante, num momento, um novo início se dá. O efeito daquilo que Jesus faz é como se aquele homem nascesse de  novo. E isto ocorre não simplesmente curando o velho homem, mas  fazendo dele um novo homem, em princípio. Isto é algo que acontece, que não estava lá antes, que não podia ser produzido antes, é algo que unicamente Cristo poderia ter feito. É o ponto zero; e Jesus começou do zero.
 
 A Lei que Governa o Amor Divino  
 
 
Lendo: João 1:4; 2:3; 3:3; 4:13-14; 5:5-9; 6:33-35; 9:1-7; 11:1-6, 17,21,23,25-26.
 
Capítulo 6— uma grande multidão. Aonde compraremos pão suficiente para esta multidão? Bem, era uma situação bastante desesperadora, mas através de Seu próprio agir, Jesus resolve a situação, e então segue com o Seu grande ensino, para interpreter o que Ele tinha feito, alimentando a multidão.  Jesus diz: Eu sou o Pão que desceu do céu. Não há nada aqui na terra  que possa satisfazer esta necessidade; isto tem que vir do céu; Pão do céu para a vida do mundo: do contrário o mundo fica morto. Nós começamos do zero. ( Os pães e os peixes podem representar nossa pequena medida de Cristo, a qual pode ser aumentada.)
 
Capítulo 9— o homem nascido cego. Não é um homem que perdeu sua visão e que agora a recupera. Este não é o ponto, absolutamente. A glória de Deus não é encontrada na melhora das coisas, mas  é encontrada na ressurreição. É isto o que se sucede aqui. A glória de Deus não é encontrada em nossa capacidade de produzir algo ou colocá-lo nas mãos de Deus, algo nosso, para que Ele o tome e faça uso. A glória de Deus é algo que vem unicamente Dele mesmo, e nós não podemos contribuir com coisa alguma. A glória de Deus se dá a partir do zero. O homem foi nascido cego. O Senhor Jesus deu a ele a visão; ele nunca tinha visto antes.
 
Então o capítulo 11 junta tudo. Se você olhar para Lázaro, verá que ele é a representação de “Eles não têm vinho”. Ele é a representação de “Você precisa nascer de novo”. Ele é a representação de “a água que Eu lhe der formará nele…” Ele é a representação de um estado de bancarrota; mas o Senhor veio para isso. Lázaro é a representação do capítulo 6:  "Eu sou o pão vivo que desceu do céu… para a vida do mundo".  Lázaro é a representação  do capírulo 9, um homem que está sem visão, que ganha visão do Senhor Jesus. Lázaro representa tudo isso. Mas, se você notar, ao juntar tudo isso, o Espírito santo é muito cuidadoso em enfatizar uma coisa, principalmente, que o Senhor Jesus não irá tocar a situação até que ela atinja sua posição extrema, onde não haja qualquer remédio humano. Ele não irá vir ao cenário, até que todas as coisas humanas falhem, estejam num ponto zero. E essa não é uma questão de falta de interesse, de solidariedade, de amor, pois aqui o Espírito novamente nos mostra que havia amor. Mas o amor possui uma lei. O amor de Deus está debaixo de uma lei: da lei da Sua glória. E Ele somente  pode mostrar o Seu amor  se  isso resultar em  Sua glória. Ele é governado por isso. Todas as vezes que Ele demonstrou o Seu amor, Seu objetivo era  que Ele fosse glorificado, e a glória de Deus está associada a ressurreição. "Não te disse que, se creres, versa a glória de Deus?"  "O teu irão irá levanter novamente."  A glória de Deus está na ressurreição, e por isso o amor exige que tudo  venha ao lugar onde apenas irá resolver a situação; e não curando as coisas, e não remediando um velho homem.
 
Oh, deixe-me  iniciar bem lá atrás no princípio, se for necessário.  Há muitas pessoas neste mundo que pensam que existe alguma coisa no homem que pode contribuir  para a glória de Deus. Esta é uma falácia mentirosa muito antiga.  Isto não é verdade.  Chame-o do que quiser, poise la tem vários nomes, tais como  'a luz interior' ou  'a centelha divina'. Toda Palavra de Deus é tremenda sobre esse assunto. Eu começo no zero, e zero para mim significa que eu não contribuo com coisa alguma. Tudo vem de Deus.  O próprio fato de que o dom de Deus é a vida eterna significa que você não a possui, até que ela lhe seja dada.  Você é cego, até que Deus lhe dê a faculdade de ver.  Você está morto, até que Deus lhe dá vida. Você está sem esperança, como aquele aleijado,  até que Deus faça algo por você, e em você,  o qual você jamais pode fazer. A menos que Deus faça isso, a menos que isso ocorra, bem, você continua lá, na sua posição. Espiritualmente, é assim que você está. Você não pode contribuir com nada. Nicodemos, você não tem nada para dar, você precisa nascer de novo; Eu não posso aceitá-lo nesse ponto que você vem a Mim! Mulher de Samaria, você não tem nada, e você sabe e confessa isso: É aí que Eu começo! Homem de Betânea, você não pode fazer coisa alguma, e você sabe disso: então tudo depende de Mim!  Se existe alguma coisa é por minha causa! Lázaro, o que você pode fazer agora, e o que alguém pode fazer por você?  Se Eu não vir e não fazer a obra, então não resta nada a não ser corrupção!
 
Esta é uma das maiores lições que você e eu temos que aprender na Escola de Cristo:  que Deus, para a Sua glória, começa no ponto zero, e Deus irá se utilizar do sofrimento, através do Espírito santo, para nos fazer conhecer que é o ponto zero; isto é. Para nos trazer conscientemente ao ponto zero, e nos fazer entender  que tudo depende Dele. Como você vê, Deus enxerga sempre o fim das coisas, e o fim é sempre a Sua glória. Tome esta palavra novamente através deste Evangelho __  a glória de Deus em relação a Cristo. Nós dizíamos, numa meditação anterior, que o grande final de Deus para nós em Cristo é a glória, a plenitude da glória. Sim, mas então há uma coisa _  que nenhuma carne possa se gloriar diante Dele. E onde isso acontece? __ “Aquele que se Gloria, glorie-se no Senhor”  (1 Cor 1:29-31). E a que isto está associado? —  “Ele para nós foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção: que, de acordo com o que está escrito, aquele que se Gloria, glorie-se no Senhor." É uma questão do que Ele foi feito. Nenhuma carne pode se gloriar diante Dele.  "Minha glória, pois, não a darei a outrem." (Isa 42:8; 48:11). Portanto, tudo isso é um assunto do Senhor, e Ele irá reter isso em Suas próprias mãos. "E quando ele tinha ouvido … ele ficou dois dias … onde ele estava" (John 11:6).  Em amor, governado pelo amor, que a glória de Deus possa ser revelada.
 
Estamos nós convictos disso? Levamos tanto tempo para aprender essas lições elementares. Nós ainda nos apegamos em algum tipo de idéia de que podemos produzir algo, e todos os  nossos miseráveis dias são simplesmente o resultado de acharmos que de algum modo podemos dar algo ao Senhor. Não sendo capazes de tal coisa, mas fracassando o tempo todo, nos tornamos miseráveis, perfeitamente miseráveis. E levamos muito tempo para chegar numa posição onde realmente entendemos completamente essa questão, mesmo que vivêssemos o maior espaço de tempo possível de um homem viver nesta terra,  nós não seremos capazes de fornecer com coisa alguma, nem com um “J”  que seja aceitável a Deus, o qual Ele possa usar para a nossa salvação, santificação, glorificação, absolutamente dada. Tudo o que Deus pode usar é o Seu Filho, e a medida da nossa glória final será a medida de Cristo em nós, apenas isso. Haverá diferenças em glória, como uma coisa difere da outra. Uma é a glória do sol, outra é a glória da lua, outra é a glória das estrelas. Haverá diferença em grau de glória, e a diferença da glória final será de acordo  com a medida de Cristo  que cada um de nós possui. Isto, por sua vez, depende de quanto você e eu, por fé, estamos realmente fazendo Cristo a base de nossa vida, do nosso ser, quanto o princípio dessas palavras familiars  tem sua aplicação em nosso caso,  'Não o que eu sou, mas o que Tu és'.  Cristo é toda a glória,  'o Cordeiro é toda a glória no terreno do Deus Emanuel'.
 
Amados amigos, seja lá o que vocês façam com tudo isso, do ponto de vista de Deus, a glória da vida depende inteiramente  da nossa apreensão em fé,  apropriação e apreciação de Cristo, e não há glória absolutamente para nós agora ou no tempo que está por vir, mas apenas em Cristo. Eu sei o como isto é muito simples, quão elementar, mas, oh, é uma coisa que governa tudo. Glória __ que o Senhor seja glorificado em nós. Que coisa mais grandiosa poderia acontecer do que o Senhor seja glorificado em nós?  A glória de Deus está ligada à ressurreição, e a ressurreição é a única prerrogativa de Deus. Assim, para que Deus seja glorificado em nós, você e eu temos que viver Nele, com a vida da ressurreição, dia após dia, e conhecê-Lo.
 
FIM

 

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