AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Os livros da Bíblia foram escritos em três línguas: hebraico, aramaico (Antigo Testamento) e grego (Novo Testamento)
 
O Hebraico
 
Na própria Bíblia a língua hebraica é chamada judaica (Neemias 13:24) ou a língua de Canaã (Isaías 19:18).
O alfabeto que é usado possui 22 letras, todas consoantes, sem qualquer sinal de vocalização, pois os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a constantes enganos, porque haviam palavras com as mesmas consoantes, mas, com acepções diferentes.
Ou seja, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. É por causa disto que perdeu-se a pronúncia de muitas palavras bíblicas.
Mais tarde, após o século VII, um sistema de sinais foi inventado com pequenos símbolos, para indicar as vogais corretas. Esses pontos são colocados em cima, em baixo ou dentro das consoantes, perpetuando-se assim a pronúncia tradicional da palavra. A esse sistema chama-se massorético, que deriva da palavra massoretas, derivada de "massorah, que quer dizer tradição. Os massoritas foram judeus habitantes de Tiberíades, que no século VI fixaram a pronúncia já tradicional do hebraico.
 
 
["Jesus", em hebraico]==>
 
O Aramaico
 
O aramaico era a língua falada pelos povos ao Norte e Nordeste de Canaã, da Síria até o Alto Eufrates. O aramaico é um idioma semítico falado em Arã e Síria. A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro, na Assíria, e continuando através do cativeiro do reino de Judá, na Babilônia.
 
No tempo de Esdras, as escrituras ao serem lidas em hebraico, era preciso que o seu significado fosse explicado para aramaico (Neemias 8:5,8).
O aramaico tornou-se a língua popular dos Judeus e nações vizinhas, tendo estas sido influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais dos Arameus na Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo, razão por que passou a ser uma língua internacional do comércio nas regiões situadas ao longo das rotas comerciais do Oriente. O aramaico é também chamado de "siríaco" (Daniel 2:4 e Esdras 4:7) e "caldaico" (Daniel 1:4).
O aramaico tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, apenas diferindo nos sons estruturais de certas partes gramaticais. Como o aramaico não tinha vogais, era muito parecido com o hebraico.
 
O Grego
 
Quando Alexandre, "o Grande" dominou o mundo com o Império Greco-Macedónico, levou o "koine" (comum), que era o idioma falado pelo povo do seu império, sendo esse idioma de clareza, qualidade definida, facilidade de expressão e de comunicação. O Grego faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão dos dialetos Dóricos e Áticos. Os Dóricos e os Áticos foram duas das principais tribos que povoaram a Grécia. Das linguagens bíblicas, o grego é o mais focalizado entre os povos atuais de línguas greco-latinas, devido à semelhança.
O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialecto popular do homem comum, estudante, que todos podiam entender, o referido koine. O alfabeto grego tem 24 letras, sendo a primeira o alfa e a última, o omega.
 
A Septuaginta
 
A tradução mais importante do Antigo Testamento, de hebraico para grego, chama-se Septuaginta, sendo datada do século III a.C. O escritor Aristéia, da corte de Ptolomeu Filadelfo, descreve que escreveu a seu irmão, monarca Egípcio Filócrates, que por proposta de seu bibliotecário Demérito de Falero, solicitou ao sumo-sacerdote judaico Eleazar, que lhe enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão das mesmas em grego. Ele tinha ouvido falar das Escrituras, e queria a referida versão para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria. Foi assim que nasceu a Septuaginta.
 
O vocábulo "Septuaginta" quer dizer em latim "setenta", sendo citado "LXX", na medida em que essa tradução foi efetuada por 72 sábios, sendo 6 de cada tribo de Israel, em 72 dias.

 

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