14) Jesus e a Samaritana 
 
1. A água viva: Jo 4.1-15. 
2. Jesus se revela como Messias: v. 16-27 
3. A mulher e muitos outros samaritanos creem no Senhor, o "Salvador do mundo": v. 28-42. 
 
Explicação e ensinamentos: 
Expulso pela inimizade dos judeus, o Senhor inicia a sua obra fora desse povo. Os discípulos não podiam ainda atuar fora de Israel, e nem entre os samaritanos (Mt 10,5) enquanto Israel não estivesse posto de lado, mas Ele, o Senhor da Seara, podia fazê-lo. Os samaritanos, uma mistura de judeus e gentios tinham abandonado a idolatria e aprovado a lei, mas tinham estabelecido um culto próprio no monte de Gerizim. Samaria é uma triste recordação da decadência em Israel, pois o poço de Jacó, que pertencia a José, onde também jaziam os seus ossos (Josué 24,32), estava em poder de estranhos, que não sabiam o que adoravam. 
O Senhor compartilha com a humanidade, dos sofrimentos dela (cansado), o seu assento era a borda do poço (modesto); depende de uma mulher, para saciar sua sede (não tem vasilha). Quão maravilhoso lembrarmos quem é esse peregrino cansado; compare Jo 1, 1-3! - Deus tinha uma obra da graça a efetuar numa pecadora, por isso o Senhor teve de passar por Samaria. Normalmente, os judeus viajavam pela margem esquerda do Jordão, por Peréia e não por Samaria, porque odiavam os samaritanos. Quão precioso foi para o Senhor o seu préstimo a esta alma! Isso é que o nutria (v. 32). Rejeitado pelos judeus, o Senhor se dirige a uma pecadora fora de Israel, porque a graça procura objetos nos quais possa se glorificar (ela não conhece limites). - A hora sexta é a hora do meio-dia, com todo o seu calor, quando todos preferem ficar em casa. Ele encontrou-se com aquela mulher, a sós, pois ela talvez evitasse a sociedade, devido a seus próprios pecados. O Senhor chama a atenção da mulher para o "dom de Deus", do qual ela até agora nada sabia. Até agora as ambições dela estão' restritas às necessidades materiais, mas o Senhor suscita nela a sede da água viva: Isto é, a nova vida, mediante a palavra e o Espírito de Deus (compare Jo 7,38-39); uma vez que ela não sente a necessidade do coração, o Senhor se dirige à consciência dela (v. 16), descobrindo a vida pecaminosa. Ela havia caído profundamente, mas, bem por isso é objeto de misericórdia. 
Como parece, essa mulher havia meditado na adoração dos samaritanos, feita em Gerisim, e naquela praticada pelos judeus em Jerusalém (ela é religiosa).Ela passa a falar de adoração, porque havia sido descoberta a sua desonra. Ela pretende se cobrir com a prática de aparência piedosa (culto próprio) - ainda hoje praticado). 
Mas o Senhor rejeita este culto voluntarioso (compare Caim). Deus procura "verdadeiros" adoradores, que adorem em Espírito e em verdade (os santuários são suprimidos). 
Até os judeus tinham sua adoração (por meio de sacrifícios e incenso), mas não a "verdadeira". Somente o pecador salvo, que conhece a graça de Deus, é capaz de prestar a verdadeira adoração. A Graça de Deus está revelada no Filho, que está aqui ante essa mulher. ¬Quando ela começa a falar do Messias de Israel, que devia vir, aí o Senhor pode se lhe manifestar. Ela crê e é salva (*Lc 19.10). Esquecendo-se dos seus utensílios (ela deixa a jarra) e de sua infâmia (esta está eliminada), ela se torna uma mensageira de boas novas; muitos creem, reconhecem que Jesus é o Salvador. Quão importante e necessário é isso! (*Jo 7,38 *Salmo 42,1-2). A comida do Senhor era fazer a vontade de Deus (verso 32; compare também o início: Hb 10,7 e o seu fim: Mt 26,39).
 
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