Alguns dos dons do Espírito foram dados para “sinais”, e como tal serviram para confirmar a Palavra para aqueles que eram incrédulos. (Atos 14.3; 1 Coríntios 14.22.) Eles não eram para ser utilizados, mesmo quando alguém os possuía, exceto para edificação. Quando se tratava de falar em línguas, devia-se permanecer em silêncio a menos que alguém pudesse interpretar o que era falado, de forma a edificar a assembléia. (1 Coríntios 14.27,28.)

 

Quanto ao dom de línguas do versículo acima citado, não existe promessa de sua continuação, nem de qualquer um dos outros dons de sinais. (1 Coríntios 12.28-31.) A continuidade é prometida para aqueles dons que expressavam o amor de Cristo para com a igreja. (Efésios 4.11-16.)

 

O dom de línguas servia para demonstrar a unidade de todos os crentes de todas as nações, unidade esta formada por Deus por ocasião da vinda do Espírito. (Atos 2.4-11; 1 Coríntios 12.13.) Uma vez que a igreja de Deus falhou de forma tão evidente em expressar exteriormente esta unidade, o dom de línguas, assim como todos os dons de sinais, já não são manifestos em nossos dias. Aqueles que professam possuir estes dons devem ser provados à luz das Escrituras. O dom de línguas na Bíblia não se tratava da manifestação de línguas ininteligíveis, mas línguas bem conhecidas e faladas neste mundo. (Atos 2.8.) Quando se tratava de efetuar curas, ninguém saía desapontado. Todos eram curados. (Atos 5.16.) É bom provar, por estas passagens bíblicas, aqueles que proclamam possuir o dom de línguas e de cura nos dias de hoje. (1 Coríntios 4.19,20.)

 

Além do mais, “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”. O Espírito de Deus não força um homem a falar a qualquer hora, ou de qualquer maneira, e quando alguém ministra, seu ministério deve ser objeto de um julgamento espiritual por parte de seus irmãos. Além disso, aqueles que falam devem falar um de cada vez, caso contrário haverá confusão. (1 Coríntios 14.27-33.)

 

Os dons do Espírito não se tratam de habilidades santificadas, mas de uma verdadeira comunicação daquilo que não era possuído anteriormente, embora colocado em um vaso preparado por Deus para esse uso.

 

Os dons apresentados em 1 Coríntios 12 eram as várias manifestações do Espírito, ali dispostas por Deus e administradas pelo Senhor, e suas operações eram pelo Espírito. Seu uso devia ser para edificação. (1 Coríntios 14.)

 

Para a época em que a igreja de Deus se transformou numa “grande casa”, a palavra em 1 João 4.1 é: “provai se os espíritos são de Deus”. Duas coisas devem caracterizar o verdadeiro ministério pelo Espírito: primeiro, deve haver a confissão da verdadeira Deidade e Humanidade de Jesus Cristo; segundo, deve haver submissão à doutrina dos apóstolos conforme é dada na Palavra. Isto é muito importante. (1 João 4.2,6.)

 

Todo crente é habitado pelo Espírito, e sabe disso pelo amor de Deus que é derramado em seu coração. (Efésios 1.13; 1 Coríntios 6.19; Romanos 5.5.)

 

Toda bênção cristã é um dom. Não recebemos essas bênçãos por nossos próprios esforços ou orações. Nós as recebemos quando a fé recebe a Cristo, e crê no evangelho da Sua graça. (Efésios 1.3.) Aqueles que creram no evangelho no dia de Pentecostes, receberam também o dom do Espírito. (Atos 2.38.)

 

O nosso desfrutar daquilo que temos recebido depende do nosso andar. (Romanos 15.13; Efésios 4.30; 1 Coríntios 2.15.) Andemos cuidadosamente, em oração, submissos à Palavra, e julgando tudo aquilo que possa impedir a ação do bendito Espírito de Deus em nos mostrar as coisas que pertencem a Cristo.

 

É importante lembrar que as Escrituras são inspiradas pelo Espírito de Deus (2 Pedro 1.21), e que o Espírito nunca guiará alguém por um caminho contrário à Palavra.

 

A UNÇÃO DO ESPÍRITO

 

A unção do Espírito é dada para o serviço. (Lucas 4.18.) O sacerdote em Israel era ungido para o serviço (Êxodo 29). A unção era para separar pessoas para o Senhor, ou, no caso da adoração de Israel, coisas usadas na adoração. Hoje, nós que somos salvos, somos ungidos pelo Espírito. (2 Coríntios 1.21; 1 João 2.27.)

 

O SELO DO ESPÍRITO

 

O selo do Espírito serve para marcar aqueles que crêem, como pertencentes a Cristo. (2 Coríntios 1.22.) Sendo assim, é dito em Romanos 8.9 que “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”, pois um homem não estará ainda totalmente reconhecido como pertencente a Cristo até que seja selado pelo Espírito, mesmo que uma obra de Deus pelo Espírito possa ter começado em sua alma. (Filipenses 1.6.) Todo crente, uma vez selado, é selado até o dia da redenção. (Efésios 4.30.)

 

O PENHOR DO ESPÍRITO

 

O penhor do Espírito significa que o Espírito que habita no crente é a garantia de que o crente, com absoluta certeza, irá estar na glória vindoura, incluído nos privilégios que o Espírito procura fazer que desfrutemos desde já. (2 Coríntios 1.22; 5.5; Efésios 1.14.)

 

CHEIOS DO ESPÍRITO

 

Somos exortados a nos encher do Espírito (Efésios 5.18), pois quando estamos assim cheios nos rendemos à energia do Espírito que deseja ocupar nossa mente e preencher o nosso coração com Cristo, na glória da Sua Pessoa e na plenitude da Sua obra. Sua obra perfeita glorificou a Deus, e tornou possível que a graça viesse a nós em toda a plenitude dos propósitos de Deus. Para nos rendermos é necessário que mortifiquemos os desejos do corpo, a fim de podermos viver no poder do Espírito e, quando estamos assim cheios, vivemos para Cristo. (Romanos 8.13.) Não se trata de algo que é feito de uma vez para sempre, mas trata-se da aplicação prática e diária da verdade. (Lucas 9.23; 2 Coríntios 4.10.)

Uma pessoa cheia do Espírito não estará ocupada consigo mesma, e nem tampouco com o próprio Espírito, mas com Cristo, Aquele de Quem o Espírito fala. (João 16.13,14.) Estêvão é um maravilhoso exemplo disto. (Atos 7.55.)

 

H. E. Hayhoe

 

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