9) A aparição de João Batista pregando arrependimento 
 
1. João prega arrependimento: Lc 3,1-6. 
2. João repreende a falta de fé: versos 7-14. 
3. João testemunha de Cristo: versos 15-18. 
 
Explicação e ensinamentos: 
A contagem de tempo vigente é a dos gentios, sob cujo domínio estavam os judeus. - Tibério, que sucedeu Augusto, reinou de 14 a 37 após Cristo. - O povo de Deus fora infiel; e toda a relação que havia entre Deus e Israel foi rompida; tudo era decadência. Os sumos sacerdotes já não eram mais da descendência de Arão, há muito tempo este cargo já não era mais hereditário e vitalício; o rei passou a ter valor simbólico, visto que os romanos eram senhores da terra. Herodes não tinha poder e nem ao menos era da casa de Davi (ou era idumeu ou edomita, portanto descendente de Esaú). Fazia tempo que não surgia um profeta. Vemos, pois, que sumos sacerdotes, reis, profetas... tudo se fora! Israel não tinha mais nada. - Mas Deus queria salvar o Seu povo e libertá-lo, baseado na Graça à qual livremente se prontificou, por intermédio das promessas (compare o cântico de Zacarias quando João nasceu e também o cântico de Simeão quando do nascimento de Jesus). Mas aonde aparece João; aonde vivia? Quais as suas vestes e alimentos? (Mc 1,4-6). João pregava o batismo para arrependimento (mudança de índole, conversão; compare com At 3,19). Quem se deixava batizar, declarava que cria nesta séria pregação, humilhava-se e arrependia-se. - O testemunho veio de fora (deserto) porque todas as relações estavam rompidas; mas era de Israel que deveria vir a salvação para todos os povos (Lc 3,6). O verso 5 se refere à condição do coração humano. Para receber alguma autoridade importante, era costume nivelar e retificar os caminhos, visto que nem todos os caminhos estavam em bom estado; e aqui, quando da vinda do verdadeiro rei, os caminhos do coração também deveriam estar aplanados e livres. Do contrário, viria o juízo merecido (machado, fogo, joio e trigo). Mas Deus ainda podia suscitar filhos até de pedras (material sem vida: Ef 2,1). Cristo batizaria com Espírito Santo e com fogo (fogo, uma figura do poder que consome o mal: * Hb 12,29); mas o Espírito Santo vivifica e une a Deus. - João permanece afastado, de fora, mas em comunhão com Deus, e daí o poder de seu testemunho (falou a Herodes, aos fariseus, saduceus, soldados, publica nos e pecadores). Como é humilde! (Ele só é considerado a "voz", ou seja, uma fraca ferramenta de alguém que clama; nem é digno de desatar as sandálias do Senhor). - Veja o testemunho de louvor e honra que o Senhor lhe dá; veja também como é rejeitado pelo povo em Mt 11,7-18). (* Is 40,3). 
 
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