Devo contribuir?
 
Ao receber o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, uma das primeiras coisas que você irá aprender é que Deus é amor. Como resultado disto, você logo perceberá que o amor precisa de uma forma prática para se expressar. Você aprenderá que há uma relação entre amar e dar. Deus é um Deus que nos dá muitas coisas. Amar e dar estão intimamente ligados nas Escrituras. “O Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2:20), e “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3:16), são apenas dois dos versículos que enfatizam esta verdade.
 
Bem no começo da Bíblia, o primeiro ato registrado dos dois primeiros homens que nasceram neste mundo é que eles deram algo ao Senhor. Abel ofereceu o que foi aceitável a Deus, e Caim ofereceu algo que não foi aceitável, mas ambos tiveram o desejo de dar alguma coisa. Já que você tem recebido bênçãos muito maiores do que as que Caim e Abel receberam, com certeza você desejará expressar o amor que você tem pelo Senhor Jesus dando algo a Ele. 
 
No Antigo Testamento, os israelitas foram instruídos a dar o dízimo, ou uma décima parte da sua renda ao Senhor. Será que é isto que nós, como crentes, devemos dar ao Senhor? Se este for o caso, então precisamos somente fazer um cálculo matemático simples, e podemos ficar satisfeitos por estarmos agradando a Deus, dando a Ele o que Ele pediu, sem muita consideração, ou cuidado maior, da nossa parte. Por outro lado, você poderá argumentar que este método de contribuição era parte da Lei, e já que você não está debaixo da Lei, você não precisa dar a décima parte da sua renda, e concluir, confiantemente, que o Senhor ficará satisfeito com muito menos. 
 
Pensando nisto, você pergunta o que você deve fazer quando não tem condições de dar a décima parte da sua renda. Você dá assim mesmo e sofre perdas e necessidades, ou você diminui a quantia da sua contribuição até dar pouquíssimo ou nada? Isto pode ser um problema muito real na família, quando as crianças são pequenas e os recursos financeiros são muito limitados. 
 
Outra questão é se esta contribuição se limita ao aspecto financeiro ou inclui outras coisas que você possui. Será que o Senhor procura mais do que uma porcentagem da nossa renda normal, e neste caso, o que é que Ele quer de nós, e como podemos contribuir? 
 
Na vida em família você poderá sentir que é necessário garantir que todas as necessidades dos seus filhos sejam supridas antes de dar qualquer coisa ao Senhor, já que o dinheiro que você ganha é especificamente para este fim, e somente o excedente deve ser distribuído aos outros. Como você pode dar se as suas próprias necessidades não são supridas? 
 
Tendo considerado estas questões e decidido quanto você deseja dar, você precisa decidir como e quando. Há muitas maneiras diferentes de contribuir, e muitas pessoas e causas parecem ser dignas do nosso apoio e contribuição. Como é possível decidir quem receberá as suas contribuições? 
 
Você terá que considerar todas estas questões ao refletir sobre este importante assunto na vida do cristão. O assunto de contribuir talvez seja um que você procura evitar, por não estar pronto a encarar as exigências que ele faz. Você pode ter o desejo de guardar todos os recursos que Deus lhe tem dado, entesourando-os para o seu benefício e seu prazer. Se você pensa assim, dê graças a Deus por Ele não ter agido desta forma. Se tivesse, Ele nunca teria dado o Senhor Jesus para morrer na cruz, e você nunca teria recebido a salvação. Você tem a vida eterna porque Deus deu. Sendo o receptor de uma generosidade tão preciosa e altruísta, qual será a sua atitude? 
Devo dar o dízimo?
A primeira pergunta a considerar é se devemos dar o dízimo. Você é obrigado a dar ao Senhor dez por cento do que você recebe? Vamos ver o que o dízimo incluía. 
Instruções sobre o dízimo
“Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolher do campo” (Dt 14:22). 
 
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exerce” (Nm 18.21). 
 
O israelita era instruído a dar ao Senhor um décimo daquilo que ele recebia, para o sustento dos levitas, no seu serviço no Tabernáculo. Os levitas não possuíam terras e não podiam produzir o seu próprio alimento, nem sustentar as suas famílias, comprando e vendendo produtos. A décima parte da colheita, e os primogênitos dos rebanhos, seriam separados e dados aos levitas. Caso as pessoas morassem muito longe, deveriam trazer o valor equivalente à sua oferta, em dinheiro, à Jerusalém, onde comprariam aquilo que iriam ofertar. O dízimo seria dado anualmente, como uma recordação constante de quanto eles deviam ao Senhor, que os resgatara da escravidão do Egito. 
 
A questão de ter ou não recursos para pagar o dízimo nem é mencionada. Pelo contrário, é afirmado que a oferta do dízimo permitia ao Senhor seu Deus abençoá-los em todo trabalho que fizessem (Dt 14:29). O que é destacado é o proveito e não o custo. 
Outras ofertas
Ao examinar as exigências da Lei, porém, percebemos que as responsabilidades do israelita piedoso não se limitavam ao pagamento do dízimo. O dízimo, que era obrigatório, deveria ser complementado com uma série de ofertas voluntárias. 
 
Aquele que realmente desejava mostrar a sua apreciação ao Senhor traria uma oferta ao Senhor. Esta oferta poderia ser um holocausto, uma oferta de manjares, ou uma oferta pacífica (Lv caps. 1 a 3). Todas estas ofertas eram voluntárias e o ofertante estaria mostrando a grandeza da sua apreciação e amor pelo Senhor, através do tipo de oferta que trouxesse. Esta oferta seria tomada do rebanho que ele possuía, ou comprada com dinheiro que ele poderia ter usado para outras finalidades. Entretanto, o seu desejo de dar seria tão grande que ele estaria disposto a sacrificar suas próprias necessidades para poder dar a Deus aquilo que Lhe agradaria. 
 
A oferta pelo pecado, ou pela transgressão, também deveria ser oferecida quando um pecado ou transgressão fosse cometido, novamente usando os recursos que o Senhor havia dado. O nosso propósito não é estudar o significado destas ofertas, apenas queremos mostrar que o israelita que amava ao Senhor estaria disposto a fazer algum sacrifício para ter o que oferecer ao Senhor. 
 
Além disto, Levítico 27 contém instruções para aqueles que fizessem um voto de dar ao Senhor alguma demonstração adicional de apreciação pela Sua bondade. Um homem ou uma mulher poderia ser consagrado ao Senhor. Um animal, uma casa ou um campo também poderia ser consagrado ao Senhor. Estes deveriam ser avaliados pelo sacerdote, e o valor correspondente era dado ao Senhor. Este dinheiro geralmente era guardado no templo e usado para o ministério realizado naquele lugar. Há instruções claras sobre como seria feita esta avaliação. Se, por exemplo, uma pessoa quisesse demonstrar a sua completa devoção ao Senhor, ela iria ao sacerdote e seria avaliada por ele. Se a pessoa tivesse entre cinco e vinte anos, o valor seria vinte siclos para um homem e dez siclos para uma mulher. Se fosse uma criança com menos de cinco anos, o valor seria cinco siclos para um menino, e três siclos para uma menina. O valor correspondente para pessoas com idade entre vinte e sessenta anos era cinquenta e trinta ciclos. Assim, mais uma vez, vemos que a devoção era demonstrada por dar. 
 
Além da avaliação de pessoas, havia instruções para a avaliação de posses. Animais, casas e campos poderiam ser consagrados ao Senhor. Não havia limite para as demonstrações de gratidão e apreciação que o israelita podia oferecer. 
 
E nem assim temos citado todas as oportunidades disponíveis àqueles que amavam ao Senhor para demonstrar a intensidade dos seus sentimentos. A ênfase é que, apesar do dízimo ser obrigatório, Deus esperava que almas devotas teriam o desejo de oferecer muito mais do que apenas esta obrigação mínima. 
 
J. Grant
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