As promessas relativas ao messias:
  1. Ainda no Paraíso, pouco antes da queda no pecado, ouvimos pela primeira vez a boa nova de Cristo; aqui está clara a promessa de que Ele será vencedor sobre Satanás e Salvador do poderio satânico. (Gênesis 3.15).
  2. Em Noé nasce uma nova geração, e Sem toma-se o portador das promessas. (Gênesis 9.26).
  3. Até Noé, Deus se relacionou com todos os homens; em Abraão Ele escolheu para Si um povo, e na descendência de Abraão, todos os povos deverão ser abençoados. (Gênesis 12.1-3).
  4. Dentre os filhos de Jacó, é Judá que se toma o portador das promessas. (Gênesis 49.10).
  5. O próprio Moisés promete um salvador na figura de um profeta. (Deuteronômio 18.15).
  6. Davi O contempla e O menciona em Seus sofrimentos, mas também em ressurreição e tal como sendo rei. (SI 16.10; SI 22; SI 110; At 2.25-26).
  7. Isaías menciona o Senhor com o filho de uma virgem, que já menino será chamado por Emanuel, que é "Deus conosco", e, "Deus forte", "Pai da eternidade" (Is 7.14 e 9.6.7). Mas no capítulo 53 este profeta (que é o evangelista da Velha Aliança) fala dos sofrimentos do salvador em nosso lugar e de Sua morte sacrificial.
  8. Jeremias o intitula “Jahueh-Tsidkenu", que significa "SE­NHOR Justiça Nossa." (Jr 23.6).
  9. Ezequie fala do "poder" da salvação e do salvador que está por vir na figura do bom pastor. (Ez 29.21; 34.11-16 e verso 23).
  10. Daniel profetiza o Seu reino eterno. (Dn 2.44).
  11. Miqueias menciona o lugar em que o redentor havia de nascer. (Mq 5.2).
  12. Zacarias fala da entrada "triunfal" de Jesus em Jerusalém, da traição de Judas, de um futuro arrependimento da parte de Israel e de um futuro reinado do Messias em Jerusalém. (Zc 9.9; 11.12-­13; 12.10-14; 12.10-14; e 9).
  13. Malaquias indica aquele que O haveria de anteceder, João Batista, bem como a época de juízo e reino do Rei e do Redentor prometidos. (MI 3.1 e 4).
  
As Figuras que Indicavam para Cristo:
As figuras do Velho Testamento em parte se referem à pessoa, em parte se referem à obra do Senhor. Deus forneceu estas figuras para preparar as pessoas para a vinda e para o sacrifício do Senhor, para que almejassem esta Sua vinda. Mas estes exemplos todos ainda são de grande benção para nós hoje. Estes nos ajudam a compreender melhor a grandeza e a glória do Senhor e de Sua obra.
 
a) Quem figurava a pessoa do Senhor:
Melquisedeque. Que se interpreta: "rei de justiça", que habitava em Salém ("paz"), sendo ao mesmo tempo rei e sacerdote tal como o Senhor Jesus um dia o será. (Hb 7.1-3 e 17 Hb 7. 24­-27).
  1. Isaque. O único e amado filho sobre o altar do sacrifício.
  2. José. Em sua rejeição pelos irmãos, em sua humilhação e posterior exaltação como o salvador do mundo.
  3. Moisés. Em sua rejeição como o mediador, salvador e guia.
  4. Arão e todos os sacerdotes. Em seu ministério e ornamentos sacerdotais, figurando o nosso reconciliador e Sumo­ Sacerdote junto a Deus.
  5. Davi. Em sua maravilhosa vitória sobre Golias; também em sua rejeição e posterior submissão ao inimigo, obtendo por meio disto a paz.
  6. Salomão. Como rei que reina em justiça, glória, sabedoria e paz. (SI 45.1 e 2; 72.1 e 7).
b) Figuras da obra do Senhor:
Quanto ao aspecto do sofrimento e morte sacrificial: o sacrifício de Abel (Gn 4.4; Hb 11.4); o cordeiro pascal (Ex 12; 1 Co 5.7); a serpente levantada (Nm 21, 8-9; Jo 3,14); a rocha batida (Ex 17.6; 1 Co 10.4); os holocaustos e os sacrifícios pela expiação do pecado e de culpa no pátio da tenda da congregação (Lv 1-7; Hb 9 e 10).
Quanto à Sua posição como nosso reconciliador: O trono da graça (arca da aliança) (Lv 16,14-15; Rm 3,25). Também todos os demais utensílios do santuário prefiguravam o Senhor ou o seu ministério. Do começo ao fim a Palavra de Deus está permeada de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Seu agrado e as delícias do coração de Deus (Pv 8, 22-31; 30,4).
 
DESCRIÇÃO DAS HISTÓRIAS
 
I. Anuncia-se o nascimento de João Batista
  1. Os pais de João: Lc 1,5-10.
  2. A predição do anjo: v. 11-17.
  3. A descrença de Zacarias: v. 18-23
Explicação e ensinamentos
Chegou o tempo em que Deus quis enviar o seu Filho que foi prometido. No trono da Judeia(nome romano dado à Palestina) estava assentado Herodes, O Grande. Neste tempo o remanescente fiel esperava ansiosamente pelo "consolo de Israel". Deus age rápido e apressadamente passa a preparar tudo. O mensageiro que deveria anteceder o Senhor, preparando -lhe o caminho, foi despertado. (MI 3.1) - Zacarias e Isabel, velhos e solitários, mas tementes a Deus e objetos da graça divina. (Esterilidade era uma vergonha entre os israelitas.) - Zacarias, um sacerdote (compare 1 Cr 24,2-5: ordenanças que, segundo as sortes, designaram cada um para o seu serviço), mas ainda assim a sua fé diante da boa nova de Deus é fraca, e por isso é repreendido de forma muito instrutiva com um sinal; para o povo este sinal é uma prova de que ele falara com um anjo de Deus.(*Jo 11,40) - No nome de João (que é "Jeová concede" ou então "é gracioso, se compadece") estava o significado de sua pessoa para Israel (graça e alegria). O período do Novo Testamento é introduzido com a primeira palavra do anjo dirigida a Zacarias: "Não temas!" ­a Deus aprouve nos visitar em graça. Nós não podíamos nos chegar a Ele, então Ele, no Filho, quis-Se achegar a nós. João foi um nazireu (Nm 6). O objetivo de seu ministério, precedendo e preparando o caminho para o Alho de Deus, foi o de converter os corações, para que Jesus pudesse então adentrar nos mesmos (Lc 1.16-17; SI 85.9).
 
II. Anuncia-se o nascimento de Jesus Cristo
  1. As palavras do anjo: Lc 1.26-­38.
  2. Maria visita a Isabel: versos 39-45
  3. O cântico de Maria: versos 46-56
Explicação e ensinamentos
O Senhor deveria vir como "uma raiz duma terra seca": Is 53.2. Em Nazaré, uma pequena cidade em Galileia, da qual não se esperava nada de bom (Jo 1.46), morava Maria, pobre, humilde e insignificante, mas objeto da graça ilimitada ("muito favorecida", "agraciada", Lc 1.28). O nome de Jesus é o mesmo que Josué (formado de Jeová e Oseias)= Jeová é Salvador, libertador. Deus mesmo quis ser o nosso salvador. A grandeza do Filho de Deus é um contraste glorioso com a humildade de Maria.
Maria então visita a Isabel, porque Deus também fez desta um objeto de Sua graça. Ambas têm profunda participação na causa de Deus (e tem comunhão entre si * 1 Jo 1,7). Isto também deveria ser assim entre todos os crentes. Ambas as mulheres não eram famosas no mundo e esperavam pelo cumprimento das promessas de Deus. O cântico de Maria está marcado pela ideia de que aonde tudo é fraco e insignificante é que Deus, em poder, opera visando a Sua própria honra e a nossa salvação (compare também o cântico de Ana: 1 Sm 2). Oxalá os nossos corações também sintam esta mesma alegria pela graça e salvação dadas por Deus (Pv 29.23; Lc 1.47-54).
 
III. O nascimento de João Batista
  1. Nascimento e circuncisão: Lc 1.57-66.
  2. O cântico de Zacarias: versos 67-80. 
Explicação e ensinamentos:
A palavra do Senhor se cumpre (SI 119,89). Por meio da circuncisão (Gn 17,10-14) o israelita recebia a marca que o identificava com o povo da aliança; [ao mesmo tempo a circuncisão representava a sentença de morte sobre a carne, isto que hoje é representado pelo batismo: Cl 2.11-12; Gl 5,6]. 
Zacarias aprendeu, pois, a lição, e passa a agir pela fé [versos 62 e 63]. O seu cântico exalta as bençãos de Israel no vindouro reino milenar. Ele ,louva a Deus, que suscitou salvação; contempla as cousas como se já estivessem cumpridas em Cristo, pois a Sua presença já estava próxima, visto que o seu precursor já tinha nascido (Ml 3.1). A expressão "o sol nascente das alturas" é uma designação bíblica para o Messias, que sendo o sol da vida, traz luz aos corações nas trevas; é este sol que rompe a aurora (* Jo 1.4-9;8.12). Aqui não se menciona a lei, mencionada é a esperança de Israel, a qual (fundada sobre as promessas e na aliança) se toma realidade em Cristo.
 
IV. O nascimento de Jesus Cristo
  1. O nascimento: Lc 2.1-4; 6-7
  2. A boa nova aos pastores: 8­-14.
  3. Os pastores junto à manjedoura: 15-20
Explicação e ensinamentos:
Os judeus estão sob o domínio do imperador romano (o líder do 42 reino de domínio mundial: Dn 2). Ali, (Jerusalém), onde deveria estar o trono de Deus, e onde Cristo deveria reinar, está um outro exercendo o poder. O pecado conduzira o povo de Deus até a este ponto. O censo (contagem do povo) comprova que este está subjugado ao cetro das nações; mas, por outro lado este serviu para que se cumprissem os desígnios de Deus: Maria, a mãe do Senhor, vem deste modo a Belém, aonde haveria de nascer o "que há de reinar em Israel" (Mq 5.2). Nasce em meio a necessidade e pobreza; nem há lugar para Ele, e sua cama é uma manjedoura (2 Co 8.9). Mas no coração dos homens também não havia um lugar para Ele (Jo 1.10-11). Que perfeito amor este que ainda assim envia o Filho de Deus para descer até nós (Jo 3.16). Mesmo que não tenha encontrado um lugar aqui no mundo, Ele é motivo de louvor e de júbilo por parte dos anjos; Ele é a "luz do mundo", "o salvador do mundo". Nenhum acontecimento na história do mundo tem um significado comparado a este: que o Filho de Deus se tomou homem, para que o mundo fosse salvo por intermédio dele (Jo 3.17). Não os grandes em Israel, mas foram os pobres - porém piedosos - pastores que receberam a primeira boa-nova: "aos pobres será anunciado o evangelho. "
Aquele anjo anuncia as promessas a Israel; já o coro celebra o alcance desse acontecimento para todos os homens.
  • a) "Glória a Deus nas maiores alturas"! Nunca Deus assim se glorificou, senão quando enviou o seu Filho como menino a este mundo, para cumprir todos os seus desígnios, ali, onde o pecado e o poder do inimigo se manifestaram tão terrivelmente. Graças à obediência de Cristo esses desígnios se cumprirão no tempo e na eternidade, "para louvor da Sua glória" (Ef 1.12­-14).
  •  b) "Paz na terra": o pecado, que separa o homem de Deus e de seu próximo, é removido; o "perfeito amor" toma lugar no coração e lança fora o medo e a inimizade (1 Jo 4,9.11.18). Assim, a paz também chega a cada alma que se converte ao Senhor (Lc 7.50; 12.51-57). Mas no reinado de Cristo aqui sobre a terra, quando todos os poderes da maldade e das trevas forem removidos, também haverá "paz sobre a terra", (compare Is 11,5-­11; Mq 4,1-7).
  • c) "Entre os homens a quem Ele quer bem": Em Cristo, Deus agora tem o seu prazer nos homens (Pv 8.31; Hb 2.16-17; Jo 20.17).
 
 V. A apresentação de Jesus no Templo
  1. A circuncisão de Jesus: Lc 2.21a.   .
  2. A apresentação de Jesus no templo: versos 22.24-35.
  3. O remanescente, que esperava pelo consolo de Israel: v. 36-40.
Explicação e ensinamentos: 
O Senhor nasceu sob a lei (GI4,4), esta é a razão de sua circuncisão. O sacrifício oferecido evidência a pobreza de Seus pais (Lv 12,8). O remanescente (Simeão e Ana) reconhece na criancinha o redentor (graça), enquanto Israel como um todo está ao longe (por "remanescente" se entende a pequena parte que permaneceu fiel em Israel, enquanto o povo como um todo ainda permanece na descrença; compare Rm 11,4.5.25). Deus recompensa a fiel perseverança em Sua Palavra. Simeão vê nEle a "luz para os gentios" (Is 49,6) e a glória de Israel. Simeão abençoa José e Maria, a mãe do Senhor, mas não abençoa ao próprio Senhor, (embora tome a criança em seus braços), pois isto não ficaria bem (Hb 7.7).
"Tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel": o Senhor haveria de tomar os corações em Israel manifestos (1 Pe 2.6-8). E assim também, agora, a palavra de Cristo e de Sua cruz é, para uns, cheiro de morte para morte, e para outros aroma de vida para vida; para uns é loucura, para outros, opera a salvação (1 Co 1.18; 2 Co 2.16). Os crentes (do remanescente) se conheciam uns aos outros (Lc 2.38; MI 3,16). Assim, hoje, os filhos de Deus também se conhecem e conversam entre si a respeito do Senhor, edificando-se mutuamente (Judas 20 e 21).
 
Os magos do oriente
 
  1. Os magos em Jerusalém: Mt 2.1-8.
  2. Os magos em Belém: versos 9-12
 
Explicação e ensinamentos:
Podemos aceitar que as profecias sobre Cristo também foram feito conhecidas aos gentios por intermédio dos judeus que viveram no cativeiro; consideremos somente a Daniel e sua influente posição.
Os sábios (magos, ou seja, sacerdotes do oriente que também eram estudiosos das estrelas) deduziram pela aparição de uma estrela muito especial que o rei dos judeus teria nascido. Segundo sua imaginação, o rei deveria nascer na capital do país. Mas Deus, cujos pensamentos são mais altos do que os nossos pensamentos, deixa o seu Filho nascer em Belém. Aquele banho de sangue entre as crianças de Belém certamente teria sido evitado caso os magos conhecessem a Palavra de Deus. Qualquer atitude que tomarmos sem a direção do Senhor é prejudicial, tanto para nós como aos outros. Em Jerusalém os magos somente acham descrença, indiferença, inimizade e temor ­ao invés de alegria - enquanto eles próprios reconhecem a Cristo e o adoram (figura do que os gentios farão no milênio: Mt 8,11-12; SI 86,9; * Is 60,3). Estando fora de Jerusalém, a estrela lhes aparece novamente. Ainda que encontrem o Rei como criancinha em Belém, em condições muito humildes, eles não duvidam dele; entregam suas ofertas, e prostrando-se o adoram (grande fé e grande humildade).
 
O significado dos presentes é o seguinte: (ouro) a realeza da criança, (incenso) a adoração que lhe compete, (mirra) os sofrimentos que haveriam de vir sobre Ele. Israel rejeita o Senhor; Herodes, o grande rei, quer o Sua morte; mas Deus provê por Ele (o sonho); (SI 121,4). Que estado, o do homem: corrupção e inimizade! Qual é a posição de nossos corações para com Jesus? (Pv 23,26).
 
VII. A fuga para o Egito
  1. A fuga para o Egito: Mt 2.13-­14.
  2. A matança das crianças inocentes: versos 15-18.
  3. A volta do Egito: versos 19-­23.
Explicação e ensinamentos:
O caminho para o Egito tomava cerca de 5-6 dias de viagem (é bem provável que com os tesouros dos magos Deus tenha provido bem mais do que o necessário para os custos da viagem). Logo cedo a inimizade do homem já se manifesta contra o Senhor. Herodes, o rei dos judeus, preocupado com o seu trono, ordena aquela horrenda matança de crianças; mas o seu plano é frustrado (Is 8.10). Deus o castigou de forma a morrer uma morte horrível, assim também, mais tarde, os seus netos (At 12,23). Nazaré não tinha uma boa fama, mas é justamente ali que o Senhor fixa a sua residência (Ele se rebaixou). "Nazareno" é um nome provavelmente originário de "Nezer", que significa "renovo" (um galho que começa a brotar) (ls 11.1).
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