49) O Cego de Nascença
 
1. A cura do cego de nascença: Jo 9:1-12. 
2. O primeiro interrogatório dele, perante o conselho: v. 13-17. 
3. O interrogatório de seus pais: v.18-23. 
4. O segundo interrogatório do que fora cego: v. 24-34. 
5. O final glorioso: v. 35-41. 
 
Ou: 
1. O cego de nascença se lava e vê: v.1-7 
2. O cego de nascença testemunha de Cristo, seu Salvador: v. 8-34 
3. O cego de nascença se torna um adorador feliz: v. 35-41 
 
Explicação e ensinamentos: 
Saindo de Betânia, o Senhor se dirigiu à Festa dos Tabernáculos, e ao fim da mesma, num sábado, curou o cego de nascença. Este cego é uma verdadeira figura do homem: antes da conversão, cego e pobre. Os discípulos, baseados na lei (Ex 20:5), logo pensaram que fosse um juízo por parte de Deus. O Senhor, porém, vê nele uma oportunidade para manifestar o Seu poder e a Sua graça, para glorificação de Deus e para o bem do coitado. 
"O dia" (v. 4) é o presente tempo da graça em que as obras de Deus se manifestam aqui na terra, cenário do pecado e da miséria. É nos crentes que estas "obras de Deus" são manifestas; aliás são eles que são Sua obra, são "feitura dEle" (* Ef 2:10). Eles eram cegos, mas agora veem; estavam mortos e agora vivem. (Com referência ao sábado e às obras que o Senhor Jesus operou nesse dia, compare o que ficou exposto no tópico 38 - Vol. 37, nº 2, pg. 89). A lei inquiria ao transgressor, visando castigo, mas Deus estava presente ali, em Cristo, para curar e para Se glorificar (v.3). O Senhor untou os olhos do cego com um lodo feito de saliva e terra, o que talvez seja urna figura da "Loucura da Pregação"; da cruz de Cristo e da salvação (* 1 Co 1:21). Depois que o cego, em obediência à palavra do Senhor, se lavou no tanque de Siloé, que quer dizer: "enviado", ele viu. Dessa mesma maneira o Senhor, hoje, trata com as almas. Ele as toca, faz com que ouçam a Sua. palavra. Mas continuam não vendo nada enquanto apenas tiverem o Senhor Jesus por uma pessoa de alta posição. Mas logo que o homem crê no Senhor Jesus, como o Filho de Deus, ao qual Deus "enviou" para ser o Salvador, lhe sobrevém a luz e vida divinas. 
Descreva, na escola dominical, a alegria do curado, que depois de ter ficado dia após dia, ano após ano sentado à beira do caminho, mendigando, nada podendo ver, agora podia ver a maravilhosa criação de Deus! Assim sucede ao pecador quando finalmente encontra salvação e paz no Senhor Jesus (* Is 61:10). 
Será que os judeus se alegraram de que este cego agora via? Não, antes há perturbação e inimizade, tal qual havia no palácio real de Herodes quando nasceu o Senhor Jesus. Trava-se agora uma dura luta entre os espiritualmente cegos, inimigos do Senhor Jesus, e o curado, que fora cego. A luz que este recebeu o faz grato ao Senhor, e decidido ao Seu lado. Ele, que antes havia sido apenas um pobre mendigo, agora é uma testemunha destemida do Senhor, até mesmo perante os fariseus e os principais do povo. Ele não soube responder a todas as perguntas, mas uma coisa lhe dava firmeza: "uma coisa sei, e é que havendo eu sido cego, agora vejo." - Os fariseus procuravam apanhar o curado por meio de palavras bonitas, de aparência piedosa (v.24), queriam convencê¬-lo de que o Senhor estava em contradição com a religião dos Pais (v. 28-29). Mas Ele lhes demonstra que a contradição é deles perante Cristo (v.30). 
Em sua disputa com os fariseus, o que fora curado não encontrou apoio nos seus colegas e nem mesmo nos próprios pais, visto que estes temiam ser excomungados do mundo piedoso (Mt 5:11-12;Jo 16:2; *SI 27:10). O seu testemunho não é abalado, ele segue em frente a ponto de ser expulso da sinagoga. Seu fiel testemunho e confissão o conduz até "fora do arraial", a confissão judaica. O Senhor Jesus, sempre interessado pelo que fora cego, ouviu que o tinham expulsado, e o procurou, revelando-se-lhe como o filho de Deus. Aquele homem que era fiel naquilo que sabia a respeito do Senhor Jesus, deveria conhecê-lo plenamente. Assim age o Senhor. Ao que é fiel naquilo que sabe a respeito dEle, o Senhor concede nova luz, cada vez mais luz e maior graça (*Lc 19:26). O cego, tão logo sabe que o Senhor é o Filho de Deus, adora-O. Que magnífico contraste entre o passado e o' presente dele! Ele, que fora cego segundo corpo e espírito, assentado à beira do caminho, mendigando, em pobreza, agora pode ver e é um feliz adorador do Filho de Deus, no qual habita toda a plenitude. Porventura lhe falta agora alguma coisa? Onde ele estaria melhor: naquela sinagoga escura, sem o Senhor Jesus, ou com Ele fora da mesma? (* Hb 13: 13). 
Aos Fariseus cegos, porém, e a todos os justos em si mesmos, o Senhor diz: Bom seria que soubésseis que sois cegos, pois então haveria esperança e socorro para vós, mas porque dizeis: "vemos", o vosso pecado e cegueira permanecem.
 
Toda a pessoa, em obediência à palavra do Senhor Jesus, deve: 
 
1. Lavar-se, e ficará vendo, 
2. Em consequência deve testemunhar fielmente sobre o Senhor Jesus num mundo cego.
3. Adorar o Filho de Deus, e por ele a Deus, o Pai. 
 
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