Batismo antes de ser salvo, tem valor?

Tenho um irmão na fé da Inglaterra que me disse o seguinte: “Quando ainda eu era um bebê, fui batizado na igreja Anglicana. Depois disso eu me tornei cada vez mais pagão e como jovem praticava o budismo até que o Senhor me salvou. Então fui batizado por imersão como crente.”

O batismo ordenado pelo Senhor, após Sua morte e ressurreição, era para uma pessoa salva e no Novo Testamento, a obediência ao batismo, está ligado mais com a salvação do que com a comunhão da igreja local, embora uma pessoa não batizada não deve ser recebida na comunhão. Mas a ordem neotestamentária é crer e ser batizado.

“Pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.”

(Marcos 16:15,16)

O primeiro passo para todos é a conversão pela fé (quer do paganismo quer da religião morta). O batismo é o segundo passo para testificar ao mundo que passou da morte para a vida. O batismo é um testemunho público.

Li algo que veio de uma “mente evoluída”, dizendo que: “uma pessoa batizada antes da salvação, desde que seja em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ela entrou na esfera da Cristandade e se for salva depois, não precisa ser batizada.”

Isto seria o mesmo que dizer, “tudo que o pecador perdido, no caminho para o inferno fez antes de ser salvo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conta e pode ser aproveitado depois da salvação." Bobagem!

“Então, o tempo em que ele participou da missa nos domingos também vale como experiência para a ceia do Senhor, é um pouco diferente sim, nos atos e nos pensamentos, mas o que importa é que ele lembravam e fazia aconselhado pelo padre em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; como também deve valer, o espargir d’algumas gotas d’água na cabeça do bebê e considerar isto batismo para o que foi salvo depois.” Incensastes!

Uma irmã com a cabeça coberta na reunião da igreja local, não é o mesmo que uma mulher não salva no mesmo salão com a cabeça também coberta. Mesmo estando elas no mesmo local, a não salva, não faz parte daqueles crentes que compõe a igreja local, em que os anjos estão contemplando, admirando e aprendendo.

O mesmo vale para o batismo, ele tem valor e significado somente para uma pessoa salva; caso contrário, não passou de um ato religioso como outros tantos encontrados na Cristandade.

Temos 4 elementos que são figuras representativas deixadas para ser usadas na dispensação da Igreja: (1) a água para o batismo do salvo, a (2) cobertura para a cabeça das irmãs, e (3) um pão e (4) um cálice com vinho para a ceia do Senhor.

Qualquer um destes elementos ou todos eles sendo usados por pessoas não salvas, sendo individualmente ou em grupo, não faz dele(s) o modelo de Sã Doutrina, nem tão pouco estes elementos os mudou espiritualmente a ponto de eles poderem dizer depois de salvos: “nós só mudamos de time, mas a bola é a mesma.” Que loucura!

A doutrina bíblica sobre a representação e para quem serve o batismo na água, é encontrado com toda clareza em Romanos 6.

E vamos notar que é um absurdo o pensamento de que o “batismo” tem algum valor antes da salvação.

Primeiro, vemos em Romanos 6, que o batismo para ter significado e valor, a pessoa que vai ser batizada já tem que estar morta, pois ela vai ser sepultada (imersa) na água. Só se sepultado uma pessoa morta. O salvo já morreu com Cristo.

Segundo, quando a pessoa salva é levantada da água, ela ressuscitou dentre os mortos em novidade de vida.

Estas coisas, diz Paulo, são testemunho público do salvo em semelhança de Cristo; morte, sepultamento e ressurreição, e é o que todo salvo tem espiritualmente experimentado na hora da sua salvação.

Vamos ler os versículos que afirmam isto:

“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição. ”

(Romanos 6:3-5)

A primeira palavra-chave na apresentação de Paulo é IGNORAR. Aqui, ele introduz o tema do batismo para mostrar que é moralmente inapropriado o cristão continuar a pecar. A possível dúvida quanto a qual batismo ele está se referindo torna necessário um breve prefácio explicativo. Quando uma pessoa é salva, ela é batizada em Cristo Jesus, ou seja, é identificada com Cristo em sua morte e ressurreição. Não se trata aqui do batismo com o (ou do) Espírito, apesar de ambos ocorrerem simultaneamente.

O batismo em o Espírito Santo, introduz o cristão no corpo de Cristo (1 Coríntios 12:13) e não é um batismo em sua morte.

O batismo em Cristo significa que, aos olhos de Deus, o cristão morreu e ressuscitou com Cristo.

Quando Paulo trata de batismo nessa passagem, tem em mente tanto nossa identificação espiritual com Cristo quanto a representação dessa identificação no batismo com água.

À medida que desenvolve seu argumento, porém, o apóstolo parece mudar sua ênfase mais especificamente para o batismo com água, lembrando a seus leitores que foram "sepultados" e "unidos" na "semelhança" da morte de Cristo.

O Novo Testamento não trata da situação anormal de um cristão não batizado. Pressupõe que todos os convertidos serão batizados. Assim, o Senhor Jesus falou sobre a fé e o batismo quase simultaneamente: "Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16:16). Apesar de o batismo não ser uma exigência para a salvação, deve ser o sinal público invariável desta.

O batismo com água é uma demonstração visual do batismo em Cristo. Retrata o processo pelo qual o cristão é submergido nas águas escuras da morte (na pessoa do Senhor Jesus) e o novo homem em Cristo ressurge para andar em novidade de vida. Em certo sentido, ao ser batizado o cristão comparece ao funeral do seu “velho eu”.

Ao passar pelas águas do batismo, o convertido diz: "Tudo o que eu era como filho pecaminoso de Adão morreu na cruz".

Ao sair das águas, declara: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20).

Essa passagem só pode ser compreendida ao se ter em mente que o batismo primitivo era por imersão. O apóstolo prossegue declarando que a ressurreição em Cristo nos permite andar em novidade de vida.

Assim como fomos unidos com Cristo na semelhança da sua morte, certamente [...] seremos também unidos com ele na semelhança da sua ressurreição.

As palavras semelhança da sua morte referem-se à passagem do cristão pelas águas do batismo. A união verdadeira com Cristo em sua morte ocorreu cerca de dois mil anos atrás, mas o batismo se dá "na semelhança" desse acontecimento. Além de passarmos pelas águas, também saímos delas na semelhança da sua ressurreição. Apesar da expressão na semelhança não aparecer na segunda parte do versículo no texto original, deve ser fornecida para completar o sentido. Assim como somos unidos com Cristo na semelhança da sua morte (ao imergir na água), também somos unidos com ele na semelhança da sua ressurreição (ao emergir da água). A conjugação verbal seremos não indica, necessariamente, futuridade.

Não se trata de uma referência ao que vai acontecer, mas à certeza da sequência ou ligação causal. Se uma coisa acontecer, a outra certamente sucederá.

Lemos no versículo 6: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.”

No batismo, confessamos que foi crucificado com Cristo o nosso velho homem. A frase O nosso velho homem refere-se a tudo o que éramos como filhos de Adão, nosso velho eu perverso e pecaminoso com todos os seus velhos hábitos e apetites. Na conversão, despimos o velho homem e nos revestimos do novo homem, como quem troca trapos imundos por vestes imaculadas (Colossenses 3:9-10).

A crucificação do nosso velho homem no Calvário significa que o corpo do pecado foi desativado. O corpo do pecado não se refere ao corpo físico. Antes, indica a presença interior do pecado personificado como um tirano que governa sobre a pessoa. Esse corpo do pecado é destruído, ou seja, anulado, desativado como poder controlador. A oração final — não sirvamos o pecado como escravos — confirma esse significado. A tirania do pecado sobre nós foi rompida.

No versículo 7, Paulo diz que, “Porquanto quem morreu está justificado do pecado”. Consideremos, por exemplo, um homem que foi condenado a morrer na cadeira elétrica por ter matado um policial. Assim que ele morre, é justificado ou "liberto" desse pecado. A pena foi paga, e o caso foi encerrado. Morremos com Cristo na cruz do Calvário. Além de nossa pena ter sido paga, o domínio opressor do pecado sobre nossa vida foi rompido. Não somos mais escravos impotentes do pecado.

No versículo 8, Paulo diz: “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos.”

Nossa morte com Cristo é um lado da verdade. O outro lado é que também com ele viveremos. Morremos para o pecado; vivemos para a justiça. O pecado não exerce mais domínio sobre nós; participamos da vida ressurreta de Cristo aqui e agora. Também teremos parte nessa vida por toda a eternidade. Louvado seja o nome de Jesus!

O escritor aos Hebreus diz: “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.” (Hebreus 13:13)

A aplicação da epístola para os leitores da época era esta: eles deveriam romper claramente com o judaísmo e, uma vez por todas, deixar os sacrifícios do templo e se apropriar da obra consumada de Cristo como sacrifício suficiente.

A aplicação para nós é similar: o arraial hoje é todo o sistema religioso que ensina a salvação pelas obras, pelo batismo, pela reputação, pelo ritual ou pelos sacramentos.

É o moderno sistema da “igreja” com o sacerdócio humanamente ordenado, as ajudas materiais para adorar e as ciladas cerimoniais. E a corrupta cristandade, uma “igreja” sem Cristo.

O Senhor Jesus está fora, mesmo que suas práticas são em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e deveríamos sair a Ele (Cristo), levando o seu vitupério.

A água do batismo não pode nos salvar uma pessoa, mas o que o batismo na água simboliza para o salvo, pode.

Lemos em 1 Pedro: “… nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências.” (1 Pedro 3:20-22)

Temos uma referência em Hebreus 11:7 que diz: "Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca".

A arca passando pelas águas era uma figura daquilo que nosso batismo como os crentes também são uma figura, ou seja, a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.

Assim como Noé e sua família na arca foram separados pelas águas do dilúvio do mundo pecaminoso e condenado em que viviam anteriormente, os crentes são separados  do mundo e suas associações pecaminosas pela morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, da qual o batismo é a expressão simbólica.

Desta forma, o batismo é a resposta (indagação) de uma boa consciência para com Deus.

Aquilo que minha consciência exige, a fim de ter uma boa consciência para com Deus, é encontrado na morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus, que é simbolizado no meu batismo.

A realidade do meu batismo diz que não estou mais em Adão caído, mas em Cristo ressuscitado.

O dilúvio caiu sobre a Arca, e assim todas as ondas e vagas da ira divina passaram sobre Cristo quando Ele permaneceu como Fiador no Calvário.

Mas a Arca não permaneceu sob o dilúvio. Foi por essas mesmas ondas de morte que Cristo foi levado a um novo mundo e a todos os que nEle estão.

Como crentes, todos os nossos pecados foram removidos, tudo o que somos como pecadores foi eliminado, afastado de vista e agora ressuscitado em Cristo para uma nova vida, em um novo mundo.

Portanto, o batismo nas águas é a expressão da identificação do crente com Cristo em tudo isso.

Noé e sua família passaram "através da água" (J.N.Darby) e foram salvos. Aquela água os separou para sempre da sua velha vida no velho mundo. Não havia como voltar. Eles foram trazidos a uma vida nova sob novos princípios de governo.

A arca veio a repousar sobre o monte Arará com seu frete vivo, num mundo novo, sobre o qual se estendia um arco sem flecha.

Este seu novo começo foi marcado por um sacrifício ao Senhor. Eles foram salvos da contaminação do mundo e suas consequências, pela água. Eles foram salvos para andar numa vida totalmente nova.

O batismo também é uma figura; simboliza a morte, sepultamento e ressurreição, que capacita ao obediente andar em novidade de vida.

O batismo testifica visivelmente daquilo que já aconteceu espiritualmente e justamente na salvação, isto é, a identificação do cristão com Cristo na Sua morte, sepultamento e ressurreição.

O batismo da cruz foi a realidade.

O batismo do Espírito Santo é o resultado e o batismo do cristão, em água, é a declaração.

Isto não é regeneração pelo batismo, que é uma ideia falsa, atribuindo poder vivificador a uma ordenança que, em primeiro lugar, é figura de morte. A água do batismo alcança somente a pele, mas não o pecado.

As Escrituras dizem claramente: "não sendo a remoção da imundícia da carne" (Bíblia Atualizada).

É impossível não ficar impressionado com a cautela do Espírito de Deus em tratar deste assunto, ao declarar que não é o mero lavar da sujeira da carne, como por água, mas 'a indagação de uma boa consciência para com Deus.

A "indagação" (grego: “eperotema”), que também pode ser traduzida "exigência" ou "apelo", de uma boa consciência, é a obediência.

O excelente dicionário W. E. Vine diz: “O batismo, portanto, é a base de um apelo feito por uma boa consciência contra obras más". O que se espera é que "assim andemos nós também em novidade de vida".

A morte, o sepultamento e a ressurreição, representados pelo batismo, são judiciais e reais. A boa consciência interroga e apela ao crente com base no compromisso que ele expressou pelo seu batismo.

A consequência dos sofrimentos de Cristo é, para Ele, exaltação A glória. É imensurável e inestimável o conforto que este fato traz aos cristãos de todas as eras. As potestades satânicas podem atacar, os governos terrestres podem oprimir, os ímpios podem aterrorizar e o povo pode zombar da bondade dos santos e difamar o seu caráter, mas há uma Pessoa assentada à destra de Deus, Jesus Cristo, que é seu Senhor ressurrecto e seu Salvador. Ele está em controle de tudo, decretando, permitindo, movendo e dirigindo todas as coisas de acordo com o eterno propósito, e ninguém pode deter a Sua mão.

 

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