O justo viverá por fé. 

(Rm 1.17.)

            Muitas vezes a fé é substituída pelo que está diante dos olhos e pelos sentimentos. As emoções felizes e as experiências profundas que satisfazem o coração fazem parte da vida cristã, mas isso não é tudo. Ao longo do caminho estão aflições, conflitos, combates e pro­vas, e não devem ser contados como infelicidade, mas como parte de nossa necessária disciplina. Se estamos andando obedientemente diante do Senhor, deve­mos considerar, em todas estas experiências, o fato de que Ele habita em nossos corações, mesmo que não o estejamos sentindo. É aqui que muitos ficam perturbados; procuram andar pelas emoções, em vez de pela fé. Uma irmã consagrada conta que certa vez Deus parecia ter-Se afastado dela. Sua misericórdia parecia haver desaparecido comple­tamente. Sua solidão durou um mês e meio e depois disso pareceu-lhe que o Senhor lhe dizia:

            "Catarina, você tem procurado por mim do lado de fora, no mundo dos sentimentos, mas todo o tempo eu tenho estado esperan­do por você; encontre-se comigo no interior do seu espírito, pois eu estou ali."

            Façamos distinção entre o fato da presença de Deus e a emoção do fato. É uma felicidade quando, embora a nossa alma se sinta solitária e deserta, a fé pode dizer: "Eu não Te vejo, eu não Te sinto, mas embora eu esteja como estou, Tu estás aí."

            Digamos a nós mesmos, repetidamente: "Tu estás aí; embora a sarça não pareça arder, sei que ela está ardendo. Vou tirar os sapatos de meus pés, porque o lugar em que estou é terra santa". — London Christian

            Creiamos mais na Palavra e no poder de Deus do que em nossas emoções e experiências. A nossa Rocha é Cristo, e não é a Rocha que oscila nas marés, mas o mar. — Samuel Rutherford

            Tenhamos os olhos fixos na grandiosidade infinita da justiça e da obra consumada de Cristo. Olhemos para Jesus e creiamos, olhe­mos para Jesus e vivamos! Olhando para Ele, icemos as velas de nos­sa embarcação e singremos com ousadia os mares da vida. Não fique­mos parados no porto da desconfiança ou adormecidos na sombra, em repouso inativo, nem à mercê da instabilidade do nosso humor e das nossas emoções, como o barco no porto, largado ao sabor das ondas. A vida religiosa não consiste em pairar sobre emoções. Avancemos com as velas içadas e os olhos postos nAquele que governa a fúria das águas. A segurança do pássaro está em suas asas. Se o seu abrigo é próximo ao chão, se ele voa baixo, expõe-se à armadilha ou à rede do caçador. Se ficarmos revolvendo-nos nas regiões baixas dos sentimentos e emoções, ver-nos-emos em mil malhas de dúvida e desânimo, de tentação e incredulidade. Espere­mos em Deus. —J. R. Macduff

Desenvolvido por Palavras do Evangelho.com