No que diz respeito às crianças convertidas, concordo convictamente com alguns irmãos nos quais eu confio e com os quais busquei conselho. 

Primeiramente, deve-se estar convicto quanto à conversão de uma criança, porque as crianças não têm hipocrisia; elas são bastante sensíveis e sujeitas às influências geradas pelas impressões ao redor delas, que, de forma sincera, acreditam ter. Mas, no caso de ser evidente a conversão delas, nós não deveríamos, de forma alguma, persuadi-las a partir o pão. Deixe que isso cresça naturalmente em seus corações, e se elas tiverem mesmo esse desejo, verifiquem se  são capazes, como crianças, de discernir o corpo do Senhor. Não as afastem, mas certifique-se de que elas estejam fazendo isso com discernimento espiritual, fé verdadeira e entendimento. Não espere que elas expliquem tudo como teólogos, mas sim que  compreendam que se trata de uma questão de fé e de coração, e que entendam a condição de ruína do testemunho do corpo de Cristo.

No caso de crianças que estão sob o cuidado de pais cristãos, não há perigo, mas se  tiverem muita interação com o mundo secular, é de fundamental importância estar seguro de sua ‘firmeza’. Deve-se lembrar, no entanto, que as crianças ainda não foram tentadas e provadas pelas seduções do mundo, e é aí onde está o perigo, supondo que elas realmente estão em Cristo.

Com frequência costuma ocorrer que aquilo que elas tanto esperavam enquanto estavam sob a influência que era exercida sobre elas, mas sem passarem por alguma prova, acaba depois se transformando em nada mais que uma odiosa provação, e elas abandonam aquilo que mais tarde, talvez, viessem a desejar. Daí a importância do que já falei sobre as crianças estarem na companhia de pais cristãos, por meio dos quais elas podem, no decorrer do tempo, ser guardadas e trazidas perante o Senhor, sendo criadas de forma cristã. Invariavelmente, tão logo  estejam vivendo o dia a dia, o mundo e as paixões virão para tentá-las, juntamente com a esperança de um futuro no mundo. Mas, se o trabalho é profundo, a consciência assegura a compreensão sobre a Ceia do Senhor, especialmente se os pais são fiéis, as crianças estarão acostumadas a cuidados de todos os tipos. Ou se houver fidelidade comprovada na criança, então nada impede que ela parta o pão. De nenhuma maneira essa seria uma questão de direito, mas daquilo que é melhor para aqueles que, de acordo com a vontade de Deus, estão sob o governo dos outros.

Por J. N. Darby

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