TELEVISÃO

A questão de muitos que, confessam serem salvos, é se na Bíblia Deus proíbe ou não comprar uma Televisão e coisas semelhantes.

Bem, é claro para todos que nos tempos bíblicos não existiam muitas das coisas modernas que temos hoje no mundo, mas nem por isso Deus nos deixa sem orientação, pois o que munda no mundo com o tempo são as formas e modelos das coisas, mas o “princípio” é o mesmo, e para isto temos recursos na palavra de Deus. Por exemplo, na época do Salmista não existiam, revistas, jornais, televisão, telemóveis, internet e etc., mas ele disse: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim.” (Salmos 101:3)

Portanto, aqui temos o “princípio” de Deus em relação a postura do que o crente vê, e não somente isto, mas que o crente deve analisar a fonte, a origem daquilo. Quanto a isto, o salmista diz: “Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim.”

Eu sei que muitos cristãos têm televisão agora, e isso é uma coisa aceita por muitos, mas o nome do Senhor é muitas vezes tomado em vão. Eu me pergunto se você conseguiria lidar com o assunto dos palavrões na televisão, que é tão comum.

E quanto ao entretenimento cristão e mundano? À medida que aumenta o acesso aos meios de comunicação digitais, a questão do que é apropriado para um crente ver e ouvir torna-se cada vez mais relevante. Precisamos nos perguntar seriamente: “O que é apropriado para um cristão ocupar seu tempo de lazer?” Será o entretenimento do mundo, com toda a profanação, vulgaridade e promoção da imoralidade que o acompanha, aceitável para um filho de Deus?

A questão de um filho de Deus se expor à impiedade de qualquer forma em nome do “entretenimento” deve ser questionada sob diversas considerações. É inconsistente com o nosso chamado à santidade. Santidade é separação do pecado em toda e qualquer forma. Lemos “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Tessalonicenses 4:7). No versículo 8, o apóstolo acrescenta: “Aquele, pois, que despreza, não despreza o homem, mas a Deus, que também nos deu o seu Espírito Santo”. O Espírito Santo de Deus nos lembra a respeito do nosso chamado: “Mas, assim como aquele que vos chamou é santo, sede vós santos em todo o procedimento; porque está escrito: Sede santos; porque sou santo” (1 Pedro 1:15-16). Tito 2:11-12 nos lembra: “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”.

Não adiante dizer que vai conseguir escolher a programação que não fere os princípios bíblicos, mas a questão é que nesta tentativa, expor-se à impiedade também é incompatível com a vontade revelada de Deus. Deus não nos deixou na dúvida quanto à Sua vontade em relação à nossa atitude, não só com o pecado cometido, mas até mesmo com toda a aparência do mau; não apenas quando cometido por nós mesmos, mas também como se manifesta na vida de outros. “Abomine o que é mau; apegue-se ao que é bom” (Romanos 12:9).

Romanos 13:14 nos adverte: “não tenhais cuidado da carne, para satisfazer as suas concupiscências”. Em Efésios somos instruídos a “andar dignos da vocação para a qual [fomos] chamados” (Efésios 4:1). O capítulo 4:17-24 deve ser lido com atenção para compreender a vontade de Deus para nossas vidas. O versículo 17 declara “para que não andeis mais como andam os demais gentios, na vaidade de seus pensamentos”. O versículo 22 instrui “que, quanto ao trato anterior, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências enganosas”, com o versículo 24 dando a verdade equilibradora “que vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em justiça e verdadeira santidade.”

Estas verdades lembram-nos que a salvação pôs fim à nossa posição anterior e deveria trazer um fim correspondente ao nosso antigo modo de vida. Efésios capítulo 5 continua a dar instruções sobre a vontade de Deus. As práticas de “fornicação e toda impureza ou cobiça” não devem ser “uma vez nomeadas entre vós, como convém a santos” (v.3), mas estas são muitas vezes as práticas que permeiam o mundo do entretenimento. Além disso, “sujeira”, “conversa tola” e “brincadeira imoral” (v.4) são declaradas inadequadas. Estas ações trarão o julgamento de Deus sobre aqueles que morrem sem um Salvador (v.6).

A vontade de Deus é expressa no versículo 7. “Não sejais, portanto, participantes deles”, e no versículo 11, “não tenhais comunhão com as obras infrutíferas das trevas, mas antes repreendei-as”. Como podemos justificar o uso de nosso tempo para “nos divertir” com as mesmas coisas que trarão o julgamento de Deus sobre os incrédulos? É uma falta de consideração com a consciência de outros crentes. Muitas vezes, os crentes justificam a sua indulgência no entretenimento obsceno com a afirmação de que “sinto que tenho liberdade para fazer isto”.

A pergunta que devemos fazer a nós mesmos não é:

“É lícito para mim fazer isso?”

“Isso ajudará ou atrapalhará um irmão ou irmã no Senhor?”

Podemos sentir que “podemos lidar com isso”, mas e os outros? Não gostamos da ideia de ter a nossa conduta regulada pelo seu efeito sobre os outros, mas isso é o claro ensino das Escrituras.

Duas vezes em 1 Coríntios 10, Paulo equilibra a afirmação “todas as coisas me são lícitas” com uma palavra de cautela: “mas nem todas as coisas são convenientes” e “mas nem todas as coisas edificam” (v.23), e resume sua instrução dizendo: “Ninguém busque o que é seu, mas cada um a riqueza do outro” (v.24).

O ensino consistente da Palavra de Deus, especialmente conforme estabelecido em Romanos 14 e 1 Coríntios 8-10, é que a minha vida deve ser regulada pelo fato de as minhas ações beneficiarem ou prejudicarem os meus irmãos crentes. As palavras de Romanos 14:19 fornecem o princípio positivo a ser seguido: “Prossigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e as coisas pelas quais um pode edificar o outro.”

Muitos que foram salvos de uma vida de pecado e do vício virtual em entretenimento de um tipo ou de outro ficam tristes ao ver aqueles que professam o nome de Cristo ocupados com essas coisas. É prejudicial ao nosso próprio bem-estar espiritual. Como Gálatas 6:7-8 afirma tão claramente, as ações têm consequências – “Não vos enganem, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas aquele que semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.”

O entretenimento mundano é “semear para a carne” ou “semear para o Espírito”?

O fruto que será colhido será “semente segundo a sua espécie”.

Gálatas 5:16-23 descreve os interesses opostos e as evidências da “carne” e do “Espírito”. As obras da carne são feias – o fruto do Espírito é adorável. Devemos encarar o fato de que o que ouvimos e vemos afeta a nossa condição espiritual.

Provérbios 6:27 nos lembra: “Pode alguém levar fogo no seu peito e as suas vestes não se queimarem?”

Efésios 4:30 nos adverte “não entristeçais o Espírito Santo de Deus”.

Podemos questionar que a representação de ações e palavras ímpias entristece o Espírito Santo?

Pedro adverte contra as concupiscências carnais que guerreiam contra a alma. As concupiscências carnais podem ser satisfeitas não apenas por meio de ações reais, mas também por meio de ocupação mental. Os efeitos duradouros na nossa memória de ver ou ouvir algo impróprio têm sido uma tristeza para muitos de nós.

Devemos avaliar, qual é o nível da vida espiritual, da dedicação ao Senhor e testemunho público, têm aqueles que defendem e fazem uso de horas de entretenimentos que o mundo oferece.

Que o Espírito Santo de Deus nos torne sensíveis e sábios para que usemos nosso tempo em atividades que sejam consistentes com a santidade, compatíveis com a vontade revelada de Deus e que promovam o bem-estar espiritual de nossa família, nossos irmãos, e de nós mesmos. Que possamos ser homens e mulheres que mereçam o elogio que Deus deu a Jó, “homem que teme a Deus, e se desvia do mal” (Jó 1:8).

Kent Hendrickson

 

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