Que significa, nossa justiça deve (exceder) a dos escribas e fariseus?

A palavra “Exceder”, no grego (perisseuo), aparece 34 vezes no Novo Testamento.

Ela é traduzida por, aumentar, sobejar, abundar, etc.

A primeira ocorrencia desta palavra no grego está em Mateus 5:20 e a última em 1 Tessalonicenses 4:10.

Esta palavra tem o sentido de exceder em número fixo previsto, ter a mais e acima de um certo número ou medida. Portanto, este exceder segue uma linha já estabelecida e segue este caminho sempre em frente no aumento daquilo que foi proposto.

O salvo segue e cresce na vida cristão, não seguindo tradições mortas, mas a vida eterna que recebeu e nisto ele abunda; abunda como uma flor, florescendo de um botão até abrir completamente.

Portanto, aqui temos vida em crescimento excedente e em abundância.

Vamos tratar de 4 passagens:

(Mateus 5:20; Romanos 15:13; 1 Tessalonicenses 4:9,10; Gálatas 1:13,14)

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não (exceder) a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus."

(Mateus 5:20)

A fim de ganhar a entrada no reino, nossa justiça precisa exceder a dos escribas e fariseus (que estavam satisfeitos com as cerimônias religiosas que lhes proporcionavam um ritual de limpeza externa, mas que nunca mudara seus corações). Jesus usa uma hipérbole (exagero) para ensinar a verdade de que a justiça externa sem a realidade interna não ganhará acesso ao reino. A única justiça que Deus aceitará é a perfeição que ele impõe aos que aceitam seu Filho como Salvador (2 Coríntios 5:21).

É óbvio que onde houver verdadeira fé em Cristo haverá também uma justiça prática que Jesus descreve no decorrer do sermão.

"Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que (abundeis) em esperança pela virtude do Espírito Santo."

(Romanos 15:13)

Os treze primeiros versículos deste capítulo, Paulo mostram que o princípio é: Não viva para agradar a si mesmo. Viva para agradar ao próximo no que é bom para a edificação dele.

Haviam surgido tensões entre os convertidos do judaísmo e os convertidos do paganismo, de modo que Paulo roga, aqui, por relações harmoniosas entre esses cristãos judeus e gentios.

“Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto (aumenteis) cada vez mais.”

(1 Tessalonicenses 4:9,10)

Assim como o pecado é a palavra-chave do paganismo, o amor é a palavra-chave do cristianismo. Paulo diz que não há necessidade de escrever aos tessalonicenses acerca dessa virtude, pois eles já haviam sido por Deus instruídos a amar uns aos outros. Eles aprenderam por instinto divino e pelos ensinamentos de mestres cristãos.

Os crentes de Tessalônica distinguiam-se pelo fato de amar todos os crentes da Macedónia. Para todo o sempre, essa característica dos tessalonicenses ficou gravada na memória da Igreja, por causa desse elogio ao seu comportamento pleno de amor.

Mas, o carinho ou o amor fraternal não pode ser desenvolvido de um só golpe. É preciso uma prática contínua, por isso Paulo exorta os crentes a progredirem cada vez mais no amor.

Porque será que o amor aos irmãos é tão importante?

Porque onde há amor também há união, e onde há união também há bênçãos vindas do Senhor.

O amor nunca vai compactuar com o erro, mas trabalhará para converter do erro do seu caminho um pecador (crente), e desta forma salvará da morte (física) uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados. Ele é um crente que ama seu irmão desviado, portanto ele cobre seus pecados, ele não sai expalhando para todos os erros de seu irmão. (Tiago 5:20)

"Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. E na minha nação (excedia) em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais."

(Gálatas 1:13,14)

Esta palavra (excedia ou avantajar), no grego (prokopto), não é a mesma palavra que vimos até aqui (perisseuo).

E é interessante observar como o Espirito Santo escolhe palavras exatas para transmitir sua mensagem, pois no grego esta palavras tem o sentido de estirar ou aumentar pelo martelar, como um ferreiro forja metais. Portanto, é um amento forçado, sem vida; não é algo produzido espontâneo, autêntico e natural. 

Assim é todo aumento e toda formalidade encontrada na esfera da grande Cristandade.

A religião judaica se tornou um ritual formal, sem a vida de Deus, e Paulo está dizendo que era nisto que ele excedia a outros. Ele exigia de si uma rigorosa conduta nos atos religiosos, de forma que todos podiam admirar o seu zelo. Mas era somente o homem exigindo do homem.

Pedro (1 Pedro 1:18-19), nos diz que a salvação é o começo para todo pecador religioso ou não, se libertar deste suposto crescimento vazio, pois como um balão, tem muito volume, mas por dentro somente ar.

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.”

(1 Pedro 1:18,19)

Tenho que destacar que, este versículo (Gálatas 1:14) no seu contexto, faz parte de seis argumentos que o apóstolo Paulo apresenta em defesa da sua mensagem e de seu ministério.

Aqui neste versículo, Paulo está mostrando que o fato de não incluir a lei judaica no seu evangelho não seria resultado de ignorância da sua parte em relação ao judaísmo.

Por nascimento e educação, estava bem fundado na lei.

Tornou-se notório perseguidor da igreja por escolha própria. Paulo, no zelo feroz pelas tradições de seus pais, ultrapassou muitos judeus da sua idade. Por isso, seu evangelho de salvação pela fé sem a lei de forma alguma podia ser atribuído à ignorância da lei.

Então por que ele omitiu a Lei na sua pregação?

Por que seu evangelho se opunha ao ambiente em que foi criado, às suas inclinações naturais e à sua formação religiosa?

Simplesmente porque não procedeu do seu pensamento. Foi-lhe dado diretamente por Deus. Os primeiros poucos anos do seu ministério foram conduzidos independentemente dos outros apóstolos. Paulo agora demonstra sua independência dos demais homens em relação ao seu evangelho, por ele recebeu suas revelações (mistérios) do próprio Senhor Jesus.

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