Qual é a posição bíblica sobre o movimento feminista?

Como equilibramos a igualdade e o significado da feminilidade com o pensamento social atual?

Além da sociedade, o “feminismo evangélico”, uma tentativa de justificar a participação feminina nas denominações pelas Escrituras, também está nos atacando.

Qual é a visão bíblica sobre tudo isso?

Há um mundo de diferença entre ser feminina e ser feminista. O primeiro é o cumprimento do ideal de Deus para o gênero. Ele a formou para ser uma “ajudadora” do homem que Ele criou. O último é um inimigo formidável para tudo o que Deus pretendia que uma mulher fosse.

O movimento feminista não é um fenômeno do século XX. Teve suas raízes no movimento sufragista feminino que começou em muitos países no século XIX. Recebeu seu grande ímpeto, no entanto, no século XX e está avançando a toda velocidade no século XXI.

O movimento sufragista, é o movimento feminista em busca do direito ao voto e da participação na vida política.

Muitos nomes e várias causas podem ser ligadas ao movimento, algumas muito justificáveis. Certamente abominamos qualquer mutilação de mulheres jovens em países estrangeiros como parte de rituais, comércio de escravos sexuais, abuso conjugal, fábricas onde as mulheres trabalham por uma ninharia do que merecem e qualquer desigualdade das mulheres na sociedade. O movimento feminista, no entanto, vai muito além dessas questões e se espalhou até mesmo para o que hoje é chamado de “feminismo evangélico”.

Por “feminismo evangélico”, queremos dizer a promoção da igualdade, não apenas de pessoas, mas de papéis, nas igrejas, por evangélicos professos.

Na América do Norte, o conceito de papéis iguais em instituições “religiosas” começou nas décadas de 1950 e 60 nas principais denominações protestantes liberais. Esse pensamento acabou se espalhando para grupos mais conservadores e evangélicos nas décadas de 80 e 90. Várias mulheres, e também homens, assumiram a causa e tentaram justificá-la ao lidar com as Escrituras.

O coração natural está em inimizade contra Deus, seja o coração masculino ou feminino. Ele se expressará rejeitando qualquer papel que Deus tenha designado ou abusando dessa posição. O fracasso dos homens não justifica a resposta das mulheres, mas revela a facilidade com que isso pode ocorrer. Assim, deve-se confessar que uma das influências que estimulou a rebelião das mulheres contra o papel “convencional” e bíblico atribuído a ela foi a arrogância e o abuso da espécie masculina. Confundindo liderança e sua responsabilidade de cuidar, com senhorio e seu papel de controle, os homens governaram as mulheres às vezes com indignidade sem coração. Alguns assumiram que, uma vez que Deus atribuiu aos homens o lugar de liderança, os homens eram inerentemente superiores em sabedoria e habilidade.

Quando essa frustração é combinada com a rebelião inerente do coração humano contra Deus, a matriz ideal foi estabelecida para que ocorra um movimento contra a opressão injusta. Esta não é uma tentativa de justificar as reivindicações radicais do feminismo; é, no entanto, vital perceber que o pecado e o fracasso por parte dos homens deram uma oportunidade para a rebelião do coração humano e a oposição de Satanás a tudo o que é de Deus se manifestar.

Embora existam várias traduções diferentes para Gênesis 3:16, “Teu desejo será para teu marido, e ele te dominará”, isso sugere o início do problema duplo de abuso por parte do homem, e competição por parte do homem e  da mulher.

Assim, embora o problema enfrentado seja contemporâneo, a semente foi plantada no Jardim, há milênios.

Subjacente a tudo isso e orquestrando cuidadosamente toda a cena, está a estratégia e a sutileza de Satanás. Oposto a Deus desde sua queda, a estratégia de Satanás tem sido remover do mundo todo traço de Deus e desígnio de Deus. A ordem da criação, o casamento, a família, os papéis do homem e da mulher, tudo deriva da Palavra de Deus e serve como um lembrete para toda a humanidade de que o Criador tem direitos sobre Sua criação. Ao introduzir a evolução, Satanás permitiu que os homens excluíssem Deus de Sua criação. Ao redefinir o casamento, ele cortou o vínculo com a definição bíblica e a ordem divina. Pela inversão de papéis ou “indefinição” de gênero, ele estragou a imagem que Deus pretendia retratar.

Existem muitas maneiras pelas quais os escritores evangélicos tentaram justificar as mulheres em posições de liderança nas igrejas.

Um dos argumentos levantados por aqueles que gostariam de ver as mulheres tendo um papel maior na igreja é que os tempos mudaram. A falta de educação e a opressão masculina mantinham as mulheres nos tempos bíblicos antigos em um lugar de sujeição. Agora somos “iluminados” e as mulheres são educadas e aptas para a liderança. O problema com isso é que, quando Paulo define os papéis, ele não se refere ao status educacional ou à inteligência, mas ao desígnio divino. Além disso, mulheres como Lídia, Febe e outras nas Escrituras não se encaixam no padrão de mulheres oprimidas. O cristianismo elevou o status das mulheres e deu a elas uma dignidade que a cultura dominante não lhes oferecia.

Um dos argumentos mais sutis tem sido o que se chama de trajetória da verdade. A ideia defendida aqui é que o Novo Testamento não é final, mas apenas nos mostra onde a verdade estava tendendo. De modo que no Antigo Testamento e nos primeiros dias do Novo Testamento, as mulheres eram totalmente subjugadas pelos homens em seus preconceitos e maldades. O Senhor Jesus iniciou o processo de libertação das mulheres por Suas ações, como falar com a samaritana, por Sua bondade para com Marta e Maria, etc.

As assembleias locais do Novo Testamento, ampliou esse apreço pelas mulheres, comentando sobre o serviço e trabalho delas.

(Filipenses 4:3; ​​Romanos 16)

Tudo muito bem até agora. Mas aí entra a hipótese da trajetória e diz que o estágio final dos direitos das mulheres para o qual tudo caminhava seria a plena igualdade das mulheres em valores e papéis, sem distinção na igreja.

Essa teologia liberal parece muito plausível, mas tem várias falhas fatais. O principal erro é que isso torna a Palavra de Deus sem efeito. Temos permissão para decidir em que direção as coisas estão indo e “acrescentar” à Palavra de Deus.

Se aplicássemos essa teologia a outras áreas, considere aonde ela nos levaria.

O Antigo Testamento limitava a vingança pessoal a “olho por olho”. O Novo Testamento nos instrui a não buscar vingança (Romanos 12:17-21).

Então o próximo passo seria recompensar e encorajar o mal. O Antigo Testamento permitia a poligamia, embora nunca a sancionasse. O Novo Testamento enfatizou uma esposa, de modo que a trajetória é de muitos para um, e o único outro passo é para nenhum! Certamente não é uma boa ideia para construir nossas escolas dominicais.

Se o Novo Testamento não é prescritivo para nós, estamos perdidos para saber o que agrada a Deus. Existem princípios nas Escrituras para os quais é necessário discernimento para uma aplicação correta, mas quando há preceito claro, não podemos tratá-lo com a hermenêutica delicada da interpretação da trajetória.

Realmente entendemos mal todos aqueles textos nos quais Paulo limita o papel das mulheres, ou assim nos disseram.

Por exemplo, 1 Timóteo 2:12 não significa que uma mulher não pode ser líder em uma assembleia; significa apenas que ela não deve usurpar essa autoridade. Mas se esse lugar for dado a ela, não há problema. A dificuldade é que a palavra para “usurpar” realmente significa “ter” e não tem nenhuma relação com a ideia de usurpar.

Então somos informados de que o que Paulo proibiu em Corinto era tagarelar em segundo plano e não falar em público (1 Coríntios 14:34).

O problema aqui é que o uso de “silêncio” e “falar” no restante do capítulo não pode apoiar essa interpretação. Isso levaria a uma confusão total se essa interpretação das palavras fosse empregada consistentemente no capítulo.

Finalmente, quando todos os outros argumentos falham, somos informados de que Paulo não gostava de mulheres. Ele tinha um preconceito pessoal e amargo contra eles. Possivelmente ele teve uma mãe mesquinha e austera; possivelmente ele era casado e sua esposa o havia abandonado. Você pode fornecer o motivo. Mas qualquer que seja a explicação sugerida para seu viés, eventualmente ela questionará a inspiração das Escrituras. Esta não é uma história narrativa como temos no Antigo Testamento, sobre a qual podemos fazer nossos próprios julgamentos morais, como por exemplo: as guerras, os casos de incestos e o adultério). Esta é uma ordem prescritiva para uma assembleia local.

Os resultados da infiltração do pensamento feminista nos círculos evangélicos são significativos. Embora tenhamos sido preservados em grande medida, somos tolos em pensar que a mentalidade social não conseguiu encontrar um caminho para a vida na assembleia local. Se aqueles que justificaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo através da distorção das Escrituras merecem medalhas de ouro por sua ginástica bíblica, então aqueles que apóiam as mulheres como líderes na igreja merecem uma medalha de prata.

O primeiro óbvio resultado de as mulheres alcançarem cargos de liderança em uma igreja local é que a ordem divina é subvertida. A ordem divina não é uma escolha caprichosa e indiscriminada que Deus fez, mas foi projetada para nossa bênção e Sua glória. A ordem estabelecida por Deus contém um padrão e uma imagem. Isso remonta ao Seu propósito original na criação da liderança investida no homem. Prenuncia também o relacionamento de Cristo e Sua Igreja. Danificar a ordem é estragar a imagem.

Ao sucumbir à pressão da sociedade e permitir a eliminação de papéis distintos, também estamos comprometendo e negando as Escrituras. Uma vez que qualquer verdade é comprometida, nos posicionamos em uma ladeira escorregadia, e a verdade se torna uma mercadoria que podemos vender para ganho pessoal, aprovação da sociedade ou conveniência.

 Como mordomos da verdade de Deus (1 Coríntios 4:1), e coletivamente como “coluna e fundamento da verdade”, devemos reconhecer que a verdade não é “nossa” para troca. Toda verdade é a verdade de Deus e toda verdade eventualmente se relaciona com Seu Filho. A fidelidade é o mandato da mordomia!

O grande desejo de Satanás é remover a insígnia divina do mundo de Deus. Como o deus desta era, Satanás está tentando modelar e moldar tudo à sua maneira.

Todo “sucesso” em derrubar uma ordem divina significa que o mundo está cada vez menos consciente de Deus. Investir na liderança das mulheres na assembleia é outra tentativa de conseguir isso.

Quais são, então, os papéis bíblicos que afirmamos?

Como abordamos e vemos o papel da mulher na assembleia local e na sociedade?

A seção de (Efésios 5:22-6:9), em que Paulo, pelo Espírito de Deus, trata dos relacionamentos, é prefaciada pelo versículo 21: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”.

Embora alguns não sintam que esta é uma declaração geral que antecede todos os relacionamentos, ela certamente, contextualmente, se encaixa muito melhor com o que se segue do que com o que a precede. Na porção paralela em Colossenses, a seção sobre relacionamentos é precedida pela declaração de que “Cristo é tudo em todos”, e Seu senhorio é enfatizado. (Colossenses 3:11)

A implicação é que todos nós somos chamados a um papel de submissão. Maridos, líderes na assembleia local, pais e mestres, todos se submetem ao Senhor. Ninguém está isento de submissão. Nenhum de nós está acima da Palavra de Deus ou das reivindicações do Senhorio. Um marido se submete ao Senhor e, como resultado, trata sua esposa de acordo com os versículos 25-29.

Os líderes em uma assembleia se submetem ao Sumo Pastor (Senhor Jesus) e, da mesma forma, tratam o rebanho de acordo com Seus mandamentos (João 21:13-17).

Os mestres na assembleia, reconhecem que têm um Mestre (Senhor Jesus), cuja consciência regula o tratamento que dispensam aos empregados.

Há, também, uma clara definição de papéis dentro da Divindade.

O Filho assumiu um lugar de submissão ao Pai (1 Coríntios 11:3; 15:28).

Isso nega imediatamente qualquer pensamento de inferioridade na submissão.

Portanto, uma mulher que se submete à liderança de um homem não tem nenhum pensamento de inferioridade. Há igualdade absoluta diante de Deus quanto à personalidade e bênçãos.

Na esfera doméstica, a mulher deve ser uma auxiliadora no sentido bíblico (e edênico).

A submissão é uma atitude que permite a Deus determinar nossas vidas em todos os papéis em que Ele nos coloca. É o conceito de valor igual, mas papéis diferentes na economia de Deus. Como chefe e ajudante trabalham juntos, cada um “apresenta” suas agendas pessoais para o bem do casamento.

Na assembleia local, toda liderança em funções espirituais é responsabilidade dos homens. Em papéis não espirituais (a cozinha, a decoração do salão, etc.), as irmãs certamente podem ser designadas para essas responsabilidades essenciais. Cada assembleia deve se mover diante do Senhor nisso.

Em uma assembleia local, à medida que homens e mulheres encontram seus papéis e os cumprem conforme planejado por Deus, a assembleia dá testemunho da verdade da liderança em um mundo de desordem. Cada um tem uma esfera de serviço conforme descrito nas Escrituras, e cada um tem uma contribuição inestimável a fazer à assembleia.

Em nenhum momento na Bíblia se diz que as irmãs são menos importantes que os irmãos.

Basta ler Romanos 16, para notar os elogios de Paulo aos irmãos e irmãs pelos papéis que desempenharam na obra do senhor e no lar.

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