Por que alguns contestam à expressão a “velha natureza”?

Para a maioria de nós, nosso ensinamento cristão mais antigo incluía “as duas naturezas do cristão - a velha e a nova natureza”.

Essa era a maneira prática e aceita de explicar a luta dentro de um crente que o levou a pecar, mesmo que quando ele genuinamente queria agradar ao Senhor.

Alguns de nós podem ter achado isso confuso quando soubemos que os cristãos ortodoxos sustentaram historicamente que nosso Senhor possuía duas naturezas.

Neste caso, a expressão significa que Ele era verdadeiramente humano – embora sem a possibilidade de pecado – e verdadeiramente Deus em uma única Pessoa.

Na verdade, o vocabulário do Novo Testamento não usa “duas naturezas” para descrever nenhum dos ensinos.

Que Cristo é Deus e homem é uma verdade fundamental e essencial. Homens piedosos, que trabalharam para defender e esclarecer esta profunda verdade, infundiram o ensino da Bíblia na expressão “duas naturezas”.

O Novo Testamento, no entanto, fornece os termos que descrevem a luta dentro do crente.

“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5:17).

Paulo também lida com isso no final de Romanos 7. O problema é a carne com sua disposição inalterada e imutável em relação ao pecado (v. 18).

O crente percebe uma lei em meus membros, um princípio governante ligado à humanidade caída. Este princípio luta contra a lei da minha mente, que é o resultado da obra regeneradora do Espírito.

Usar o vocabulário do Novo Testamento pode nos ajudar de pelo menos duas maneiras.

Falar sobre nossa velha natureza pode nos isolar do problema, como se a responsabilidade fosse da minha natureza, mas não diretamente de mim.

Paulo diz: “Em mim, isto é, na minha carne” (v. 18).

Sou o responsável direto pelo problema.

Em segundo lugar, o ensino sobre a carne abrange nossa esperança de libertação. A carne refere-se às vezes ao nosso corpo físico de carne (Romanos 1:3; 2:28; 3:20), e outras vezes à nossa disposição moral para o pecado (Romanos 7:5, 18; 8:4, 5), um princípio atualmente inseparáveis ​​de nosso corpo físico.

A morte de Cristo nos separou legalmente de Adão e das consequências de sua desobediência.

Os resultados dessa morte acabarão por nos livrar completamente tanto da consequência física (a condenação da morte), quanto da consequência moral da “Queda de Adão” (o pecado habitando em mim – a carne).

Este problema físico e moral suscita a pergunta de Paulo no final de Romanos 7:24).

“Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”

Libertação  deste corpo de morte, é o que Deus tinha em mente quando “o velho homem foi crucificado com Crsito, [para] que o corpo do pecado fosse destruído (reduzido a nada)” (Romanos 6:6).

No capítulo 8, Paulo expande sua resposta: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:25).

As objeções ao uso do termo a “velha natureza”, provavelmente visam nos levar a uma compreensão mais clara da verdade do Novo Testamento.

 

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