Os Seminários Teológicos hoje são continuação das Escolas do Profetas?

A Bíblia não fala literalmente em uma “Escola de Profetas”, mas ela mostra que havia tal coisa.

"Vendo-o, pois, (os filhos dos profetas) que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra." 2 Reis 2.15

Aqui os filhos dos profetas não são literalmente filhos biológicos dos profetas Elias e Eliseu, mas sim seus alunos.

Em 2 Reis 2.25, Eliseu voltou pelo caminho que Elias havia percorrido e visitou as (escolas de profetas) em Jerico e Betel antes de se dirigir ao monte Carmelo e a Samaria.

Lemos uma história em 2 Reis 6, onde havia uma casa em que eles se reuniam, e talvez alguns morassem ali, e o objetivo era para estudar a Bíblia e receber instruções dos profetas levantados por Deus.

"E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito."

2 Reis 6.1

Estes homens, do “grupo dos profetas” do Velho Testamento, se reunia ao redor de pessoas importantes como Samuel, Elias e Eliseu.

A escola dos profetas, ao que tudo indica, teria sido o primeiro estudo bíblico dos tempos do Antigo Testamento. Essa escola teria sido organizada por Samuel, que acumulou o ministério de profeta, sacerdote e Juiz.

(1 Samuel 10.5; 19.20).

Elias e Eliseu foram os responsáveis pela consolidação da escola dos profetas, a contribuição deles fez com que essa escola funcionasse como resistência à apostasia que havia-se estabelecido no reino do norte.

(2 Reis 2.3; 4.38; 6.1).

A escola dos profetas estava fundamentada no ensinamento bíblico, por isso, as instruções eram tanto morais quanto espirituais. Não era uma escola apenas para dotar os alunos com conhecimento, mas, sobretudo, para que esses tivessem uma profunda experiência com Deus. Os filhos dos profetas não aprendiam apenas conteúdo bíblico, eles também eram inseridos no sobrenatural, nos milagres de Deus.

A escola dos profetas foi estabelecida em Ramá, e provavelmente, em Gibeá.

(1 Samuel 19.20; 10.5,10).

Centros de estudos também estavam espalhados em Gilgal, Betel e Jericó.

(2 Reis 2.3,5,7,15; 4.1, 38; 9.1).

Cerca de cem estudantes faziam parte da escola dos profetas comandada por Eliseu em Gilgal.

(2 Reis 4.38,42,43).  

Quando Elias e Eliseu foram ao rio Jordão, encontrava-se com eles cinquenta estudantes da escola dos profetas.

(2 Reis 2.7,16,17).

O estilo de vida deles era em comunidade, em uma casa comum, na companhia dos profetas.

(2 Reis 6.1).

Alguns deles eram casados e tinham filhos (2 Reis 4.1), e acompanhavam os homens de Deus, por isso eram chamados de filhos dos profetas.

A escola dos profetas dava também aos estudantes uma formação musical, a fim de que pudessem oferecer ao Senhor música de qualidade para a adoração a Deus (1 Samuel 10.5).

Em nossos dias, alguns tentam usam isto para apoiar a música nas “igrejas”, e também os seminários teológicos espalhados por todo o mundo, mas isto não é sustentação bíblica suficiente para ser seguido pelas igrejas do Novo Testamento.

Primeiro, porque a Igreja não é continuação de Israel. Nem tudo que Israel fazia e praticava é ensinado pelos apóstolos como prática das igrejas.

Segundo, durante os 30 anos de história do livro dos Atos dos Apóstolos, nunca vimos o uso de instrumentos musicais nas igrejas, nem tão pouco reuniões de ensino separados da igreja local para formação de uma classe distinta dos demais crentes.

O que temos em Atos20, Paulo de Mileto chamando os anciãos de Éfeso para uma conversa de despedida, não pode ser usado para sustentar as Faculdades Bíblicas e os Seminários Teológicos criados pelo sistema da Cristandade.

Terceiro, os seminários de hoje formam, o pastor, o padre, o bispo, para ser o chefe de uma “igreja” e nunca vimos tal ensino nas igrejas do Novo Testamento, pois quem deveria levanta e prepara estes homens, é o Espírito Santo, e sempre são em pluralidade e não um só homem dirigindo uma igreja ou várias igrejas.

Quarto, são nas reuniões da igreja local que os crentes recebem instruções e não algo fora dela.

Em uma conferência em determinado dia, ou em vários dias, por exemplo, estão ai juntos, irmãos e irmãs de várias igrejas locais para estudar a Bíblia, mas isto é totalmente diferente das Faculdades Bíblicas e os Seminários Teológicos que são direcionados para apenas alguns seletos homens ou mulheres, e que sempre tem a intenção de formar líderes religiosos.

Precisamos destacar em nossos dias, quando tanta ênfase é colocada na obtenção de qualificações acadêmicas, que para a obra de Deus é necessário um chamado e uma aptidão de Deus. Não são as Faculdades Bíblicas e os Seminários Teológicos, mas o dom que é soberanamente concedido.

O “cristianismo primitivo” era puro e simples. Os primeiros cristãos eram pessoas que dentre os judeus e gentios haviam-se convertido ao Senhor Jesus Cristo. Logo que criam eram batizados, e reuniam regulamente ao Nome do Senhor Jesus para adorá-lo, e edificarem-se mutuamente.

Onde o evangelho era pregado pelos apóstolos, e outros pregadores, havia conversões, e estes que se convertiam em cada cidade, formavam uma igreja local. Ou seja, um grupo de redimidos que reuniam ao nome do Senhor ali naquela localidade. Cada igreja era autônoma, sendo governada diretamente pelo Seu Cabeça no céu que é o Senhor Jesus Cristo.

Eles observavam a celebração da ceia do Senhor no primeiro dia da semana, em memória ao Senhor Jesus. Cooperavam com a obra missionária com suas ofertadas voluntárias, que eram uma das muitas formas de demonstrar sua adoração e louvor ao Senhor que os resgatou na cruz do Calvário. Eram dirigidos pelo Espírito Santo, que os conduzia através das doutrinas dos apóstolos que ficou registrado para nós hoje no Novo Testamento. E era este mesmo Espírito Santo quem levantava no meio de cada igreja local presbíteros (anciãos), para serem modelos, e pastorearem cada igreja local.

Cada igreja local tinha uma pluralidade de presbíteros (anciãos) que o Senhor usava para cooperar, com Ele no governo da igreja local.

Basta você estudar o livro de Atos dos Apóstolos, que irá observar que cada um destes princípios, eram observado e praticado pelos primeiros cristãos.

Não é, e nunca foi, e nunca será a vontade de Deus que na sua igreja redimida, e lavada pelo seu sangue de Cristo, haja esta distinção de clero e leigos. O clericalismo é uma heresia de destruição, um ataque de Satanás, para destruir a pureza e simplicidade do povo de Deus.

Nos nossos dias, tem muitos que chegaram a liderança das suas respectivas denominações pelo diploma ganho ou pago em alguma Faculdade Bíblica ou Seminário Teológico, e alguns se auto proclamam homens consagrados, e superpoderosos que podem realizar curas, milagres, expulsar demônios quebrar maldições e etc.

Portanto, temos ai uma hierarquia, e no topo estão, o “papa”, “bispo supremo”, “apóstolo”, “pastor presidente”, ou seja, cada denominação tem o seu chefe supremo. Logo abaixo vêm os subordinados, ai também varia conforme a denominação, “cardeais”, “bispos”, “pastores regionais”.

Depois vêm ainda os “padres”, “pastores locais”, então têm os “presbíteros”, “diáconos” chamados também de “obreiros” e por último os leigos, que são literalmente os sem conhecimento, ignorantes, indoutos.

Mas talvez você esteja pensando, isto é forma de governo, o que tem de mais?

Bem eu já ouvi muitas pessoas quando questionados a respeito desta heresia perniciosa, darem este tipo de desculpa. Mas há uma diferença muito grande entre governo da igreja a luz do Novo Testamento, e a distinção de clero e leigo praticado no cristianismo professo.

O Senhor Jesus Cristo em Mateus 23.8, está dizendo claramente que não podemos chamar alguém de nosso “mestre”, pois um só é o nosso Mestre. Que no caso é Ele. E todos nós somos irmãos. Cada um de nós somos membros desta grande família que Deus esta formando através da sua bendita graça mediante a Obra Redentora do Senhor Jesus Cristo.

Esta palavra “mestre”, usado pelo Senhor aqui, era muito usada pelos fariseus, onde eles se julgavam mais sábios que os demais israelitas, pois haviam estudado nas melhores faculdades teológicas dos seus tempos, algo semelhante aos títulos de “pastores”, “reverendos”, “teólogos”, “bispos”, “apóstolos”, “missionários” de nossos dias.

Se todos nós somos irmãos segundo o que o próprio Senhor Jesus Cristo disse, porque devemos colocar alguns em destaques, por que estudaram em alguma faculdade ou seminário teológico?

Porque fazermos um pedestal para que estas pessoas sejam idolatradas?

Pois elas são pecadoras como nós, e para elas serem salvas, tiveram que se arrepender e receber a Cristo pela fé, assim como nós tivemos que fazer.

Aliás, ostentar estes títulos não resolve nada para a eternidade, se uma pessoa ainda não foi genuinamente salva, nunca se converteu ao Senhor Jesus Cristo, ela ira com este título, diploma, ordenação e tudo que tem, diretamente para o inferno.

E sinceramente, muitas destas pessoas que ostentam estes títulos, estão perdidas; pois apesar do título, e do respeito que eles adquiriram dos seus adeptos religiosos, ainda não são salvos, ainda não nasceram de novo, ainda não creram verdadeiramente no Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

E para agravar o problema, pior do que ter um irmão em Cristo ostentando estes títulos eclesiásticos sem base escriturística, é ter um mero professo fazendo o mesmo, pois este está enganado quanto sua situação eterna, enganando os outros, e enganando a si mesmo.

Mas alguém pode ainda argumentar que a palavra de Deus ensina que o Senhor Jesus mesmo é quem deu “...uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores, e mestres”. (Efésios 4. 11).

Neste caso, este versículo está apenas concordando com o que estamos tentando dizer até agora, é o Espírito Santos que prepara e dá estes homens para as igrejas e eles são vistos em pluralidade, e nunca lemos deles nos tempos do Novo Testamento sendo o chefe da igreja, criando o sistema dos clérigos e leigos que vemos na Cristandade de nossos dias.

 

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