O tormento do homem em Lucas 16 é físico (ou apenas mental)?

A noção de que o tormento mental é menos intenso do que o mental e o físico combinados é falho.

Alguns falam da agonia em Lucas 16 como “somente sofrimento mental”, procurando assim minimizar sua intensidade. Esta é uma má compreensão fatal da natureza do homem.

Paulo considerava as percepções mentais, dentro ou fora do corpo, indistinguíveis. Assim, em 2 Coríntios 12:3, ele não conhecia seu estado: “se no corpo, ou fora do corpo, não sei”.

No entanto, ele ouviu palavras tão sublimes e sagradas que estavam além da compreensão humana normal. As alturas da emoção humana, seja de alegria ou tristeza, podem ser alcançadas sem a ajuda do corpo físico. Claramente, não importa que a alma esteja separada de um corpo enquanto suporta o terrível terror do inferno.

Tão semelhante é a experiência da alma sem o corpo que o Senhor Jesus relata que o homem em (Lucas 16:23-24), levantou os olhos, e vê Abraão num lugar feliz, enquanto ele estava suportando uma terrível agonia, estava sentindo sede e calor porque queria água para refrescar sua língua, e sentiu que estava sendo atormentado nesta chama.

O horror do inferno (Hades) em Lucas 16 não é menos terrível do que o sofrimento quando a alma e o corpo são reunidos no lago de fogo no juízo final (Apocalipse 20:13).

Mas, aqueles que ainda estão vivos, podem ser salvos e não perecer no inferno.

Romanos 5:20 diz-nos que “onde abundou o pecado, superabundou a graça”.

A Palavra de Deus mostra-nos que onde estiver o pecado, ali estará também a graça. Onde o pecado abundar — não que ele tenha realmente abundado, pois todos os homens pecam semelhantemente, mas onde o pecado tenha-se manifestado mais abundantemente — a graça de Deus abunda ainda mais.

A palavra abundar na linguagem original tem a ver com a ideia de transbordar. Não sei se você já esteve à beira-mar ou à margem de um rio. Quando a maré alta vem, uma marca é deixada na praia ou margem. Mas se vier uma enchente esta ultrapassa a marca. Quando a água alcança a marca, dizemos que há somente uma elevação normal da maré, mas se a água sobe acima da marca há uma enchente. Isso é o que significa abundar.

O pecado é tão grande, mas a graça é maior e até mesmo cobre o pecado. O pecado é grande, mas a graça é ainda maior e cobre o pecado. Esta é a graça de Deus. O homem tem o estranho conceito de que para receber graça, deve estar sem pecado ou delito. Mas isso não existe. Embora nossos delitos sejam muito sérios e possam elevar-se muito, a graça de Deus se eleva ainda mais. Uma vez que a graça de Deus está aqui para lidar com o problema dos delitos, os delitos não são mais um problema.

Qual é a essência da graça de Deus?

A graça de Deus é simplesmente Deus vindo à posição do pecador para tomar sobre Si a consequência dos pecados do pecador.

Se não tivermos qualquer delito, não necessitamos de que Deus faça qualquer coisa por nós e, como resultado, não necessitamos da graça de Deus. Mas por termos pecado e por termos problemas, Ele tem de vir e solucionar nossos problemas. Portanto, necessitamos da graça.

Se eu digo: “Uma vez que pequei, não posso receber graça” é como dizer: “Por estar doente demais, estou muito envergonhado para ver o médico. Eu o verei quando minha temperatura tiver abaixado um pouco”.

Visto que não há tal paciente no mundo, tampouco deve haver tal pecador no mundo. Assim sendo, nossos delitos são a condição para recebermos a graça de Deus.

Paulo deixa isto muito claro em Romanos 5: “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.”

(Romanos 5:6-11)

 

 

 

 

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