O Senhor Jesus possui onisciência apenas até onde o Pai permite?

A passagem da qual surge esta pergunta é: “Jesus, sabendo que o Pai havia entregado todas as coisas em Suas mãos...” (João 13:3). Este versículo enfatiza quem estava realizando a tarefa do escravo — não meramente um rabi ou mestre, mas Jesus, que estava cônscio da sua divindade. Ele conhecia o trabalho que fora lhe confiado; sabia que ele viera de Deus Pai e que já estava no seu caminho de volta para Deus pai.

Outra passagem que levanta esta questão é “Mas daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13:32).

A declaração do Senhor: “Não vos compete saber os tempos ou as épocas que o Pai estabeleceu pela Sua própria autoridade” (Atos 1:7), pode lançar alguma luz útil sobre esta questão.

O Pai colocou a informação em Sua autoridade. É Seu direito divulgá-lo de acordo com Seu propósito.

O Filho sabia todas as coisas (João 16:30). Nesta ocasião, os discípulos de Jesus pensaram que agora eram capazes de entendê-lo pela primeira vez. Ele não estava mais usando linguagem figurativa, disseram. Pensaram ter entrado agora no mistério da Sua Pessoa. Agora tinham certeza de que Ele possuía todo o conhecimento e que Ele veio de Deus. Mas Ele dissera que veio do Pai. Será que eles entenderam o significado disso? Será que entenderam que Jesus era uma das pessoas da Divindade?

Outro exemplo, Jesus sabia tudo o que o Pai ia fazer, mas só agia de acordo com o que o Pai estava realizando naquele momento (João 5:19). O Salvador estava ligado de tal modo a Deus, o Pai, que não podia agir com independência. Ele não quer dizer que não possuía o poder para fazer algo por si próprio, mas que estava tão intimamente ligado a Deus, que só podia fazer as mesmas coisas que viu seu Pai fazer. Pois, embora o Senhor afirmasse igualdade com o Pai, ele também não declarou independência. Ele não é independente de Deus, embora seja completamente igual a ele. Era óbvio que o Senhor Jesus queria que os judeus pensassem que ele era igual a Deus. Seria absurdo que um mero homem afirmasse fazer as mesmas coisas que o próprio Deus fazia. Jesus declara ver o que o Pai está fazendo. Para fazer tal declaração, ele precisa ter acesso contínuo ao Pai e conhecimento total do que se passa no céu. Não somente isso, mas Jesus declara fazer as mesmas coisas que ele vir fazer o Pai. Isso realmente é uma alegação de sua igualdade com Deus. Ele é onipotente.

Ele sabia tudo o que estava envolvido ao trazer Deus à plena revelação (João 1:18), contudo, Ele apenas falou o que o Pai lhe disse para falar (João 12:49). As coisas que ele ensinou não eram coisas que ele mesmo compôs ou aprendeu nas escolas dos homens. Antes, como Servo e Filho obediente, ele só falou as coisas que o Pai o comissionou a falar. Esse é o fato que condenará os homens no último dia. A palavra que Jesus disse era a palavra de Deus, e os homens se recusaram a ouvi-la. O Pai lhe instruiu não somente sobre o que dizer, mas sobre o que anunciar. Existe uma diferença entre os dois. A expressão o que dizer se refere à substância da mensagem; o que anunciar significa as exatas palavras que o Senhor usaria ao ensinar a verdade de Deus.

Na passagem em questão em João 13, Ele sempre soube o que o Pai havia confiado em Suas mãos, mas agora agia de acordo com essa consciência.

Ele sempre agiu, pensou e falou de acordo com Seu papel distinto na Divindade.

 

 

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