O que é a Mesa do Senhor e a Ceia do Senhor?

Em 1 Coríntios 10 temos, a verdade da mesa do Senhor, no capítulo 11 temos a verdade da ceia do Senhor.

Existe uma crença generalizada de que os termos “mesa do Senhor” e “ceia do Senhor” são sinónimos, apesar de poder incluí-la.

Quando nos reunimos para partir o pão no primeiro dia da semana, não é correto dizer, como costuma acontecer, que damos as boas-vindas a um irmão ou irmã à mesa do Senhor, pois nossa presença na ceia do Senhor deve ser uma indicação de que já estamos desfrutando da comunhão na mesa do Senhor.

A ceia do Senhor é uma reunião para a lembrança coletiva do Senhor Jesus Cristo e de sua morte, mas a mesa do Senhor é mais a comunhão com a qual cada crente se identificado, do que a reunião da ceia é uma.

Quando Paulo fala da mesa do Senhor, o cálice precede o pão 1 Coríntios 10, mas a ordem é invertida no capítulo 11. Certamente há razão para isso.

O assunto em 1 Coríntios 10 é comunhão; isso, é claro, repousa sobre a base do sangue de Cristo. Também deve ser notado que o batismo mencionado no capítulo 10 precede a ceia do Senhor do capítulo 11.

Não é que ser batizado nos dá uma passagem livre para o privilégio de lembrar do Senhor no partir do pão no primeiro dia do Senhor, ou que desejamos estabelecer regras rigorosas, regras e regulamentos; em vez disso, reconhecemos a ordem bíblica pura e piedosa.

Também é verdade, devemos admitir, que se não estamos vivendo no bem de nosso batismo ou sendo fiéis a ele, então não podemos desfrutar plenamente dos privilégios da comunhão da assembleia, da qual a ceia do Senhor faz parte.

A expressão mesa do Senhor, é figurativa. Literalmente, a mesa é um móvel no qual o alimento é colocado e ao redor do qual se desfruta comunhão. Aqui, porém, a mesa do Senhor representa a totalidade das bênçãos que desfrutamos em Cristo.

Ao declarar: "Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios", Paulo não fala de uma impossibilidade física. O cristão poderia, por exemplo, ir ao templo de um ídolo e participar de um banquete naquele local, mas estaria agindo de forma incoerente. Seria um ato de traição e deslealdade ao Senhor Jesus professar fidelidade a ele e, ao mesmo tempo, ter comunhão com quem sacrifica a ídolos. Também seria moralmente inapropriado e absolutamente errado.

Como a mesa dos demônios representaria o sistema todo de idolatria, assim também a mesa do Senhor representa todas as bênçãos do cristianismo que gozamos.

Aqui em 1 Coríntios 10:21, a expressão representa o cristianismo em contraste com a idolatria. É impossível ter comunhão com o verdadeiro e com o falso ao mesmo tempo. Seria um ato de traição e deslealdade. Deus, sendo zeloso, não compartilhará a Sua glória com outro.

Em 1 Coríntios 11:23, Paulo descreve a ordem para observar a Ceia do Senhor, o pão e o cálice.

Enquanto ele emprega esses elementos no capítulo 10, sua ênfase não é a ordem, mas a associação e a comunhão.

Ao longo do capítulo são dados exemplos e exortações de conduta que resulta em associação.

Israel começou bem com Deus (1 Coríntios 10:1-4).

Alguns regrediram à idolatria e imoralidade por associação com nações ímpias (vs.5-10).

“Todas essas coisas lhes aconteceram como exemplos” (v.11).

A Palavra do Senhor para os crentes na assembleia de Deus em Corinto é: “fujam da idolatria” (v.14).

Aparentemente, alguns foram aos templos de ídolos e comeram carne que foi oferecida a um ídolo. No Dia do Senhor, eles compareceram à reunião de lembrança da assembleia e participaram do pão e do cálice. Essa conduta fora da reunião da assembleia negou a comunhão que eles confessaram na Ceia do Senhor.

“Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (v.21).

O foco, portanto, no capítulo 10 é a comunhão, que deve regular as associações.

Mencionando o cálice antes do pão no versículo 16, Paulo enfatiza essa comunhão espiritual. O fundamento do relacionamento e comunhão do crente com Deus é “a comunhão do sangue de Cristo”. Através do precioso sangue de Cristo derramado no Calvário, o crente é purificado do pecado e aceito na presença de Deus (1 João 1:7).

Essa posição nos trouxe à unidade no corpo espiritual de Cristo, expressa pela participação no pão (v.17).

Referindo-se ao cálice, Paulo o chama de “o cálice da bênção”.

Este termo foi usado para o terceiro copo na ceia da Páscoa. Cada membro ergueu sua taça com louvor a Jeová, antes de partilhar de seu conteúdo.

Ao longo da epístola, Paulo dá exemplos da verdade da igreja nos rituais de Israel: Capítulos 3:17, 5:7, 10:1-11.

 Ele usa o terceiro cálice da Páscoa para lembrá-los de sua participação no cálice da lembrança a cada Dia do Senhor. Ao fazer isso, louvamos e confessamos Jesus como nosso Senhor e Redentor. Nossa conduta e associações nunca devem ser uma negação deste “cálice de bênção”.

 

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