O espírito humano é Consciente de Deus

O conceito corrente da constituição dos seres humanos é dualista: alma e corpo. Segundo este conceito, a alma é a parte interior espiritual invisível, enquanto que o corpo é a parte corporal externa visível. Embora haja algo de correto nisto, contudo, é inexato.

Esta opinião vem de homens caídos, não de Deus. Além da revelação de Deus não há nenhum conceito seguro. Que o corpo é a cobertura externa do homem é, sem dúvida alguma, correto, mas a Bíblia jamais confunde o espírito e a alma como se fossem a mesma coisa. Não só são diferentes em condições, mas também suas naturezas diferem uma de outra. A Palavra de Deus não divide o homem em duas partes de alma e corpo. Pelo contrário, trata o homem como um ser tripartido: espírito, alma e corpo.

Lemos em 1 Tessalonicenses 5:23, 24 diz: “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele também o fará”.

Para termos consciência de Deus, amá-lo e comungar com ele, precisamos ter espírito. Embora as plantas tenham corpos físicos e os animais tenham almas, apenas os seres humanos possuem espíritos. Somente por nossos espíritos conhecemos Deus, o Pai dos espíritos (Hebreus 12:9).

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24).

A Palavra de Deus atribui ao espírito habilidades como razão, fé e esperança. O espírito do homem o torna consciente de Deus e capaz de se relacionar com Deus (1 Coríntios 14:2, 14-16).

Além disso, seu espírito o torna consciente de seus próprios pensamentos e capaz de compreender a si mesmo (1 Coríntios 2:11).

O espírito de uma pessoa tem o senso moral de fazer julgamentos éticos e formar convicções, e carrega a capacidade de anular os instintos. O espírito humano é capaz de reverência e adoração. Nenhum animal tem tais capacidades.

O espírito humano, dá-lhe imaginação e criatividade.

Antes da conversão, nossos espíritos estavam alienados de Deus (Efésios 4:18).

No entanto, a salvação trouxe vida espiritual, e “aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele”, descrevendo a união mais próxima possível (1 Coríntios 6:17).

Assim como o sopro de Deus trouxe vida a Adão, o Espírito Santos de Deus nos traz vida eterna (João 6:63).

O Espírito de Deus continua a trabalhar intimamente com nossos espíritos: “O mesmo Espírito Santos testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16).

Na verdade, esse contato é tão próximo que às vezes não temos certeza se certos versículos se referem aos nossos espíritos ou ao Espírito Santo de Deus que os capacita (por exemplo, Filipenses 3:3).

“Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.”

Pelo gracioso controle do Espírito Santo, “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Coríntios 14:32).

O serviço mais elevado que podemos prestar a Deus é o serviço que surge de nossos espíritos renovados (Romanos 1:9).

Deus espera que tenhamos uma mente espiritual (Romanos 8:6).

A mente espiritual aprende a ceder ao Espírito e recebe dele a verdade espiritual e anseia por comunhão íntima com Deus. (1 Coríntios 2:10-16).

Qualquer pecador pode ser salvo pela graça de Deus, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo. E quanto a isso, a Bíblia é muito clara: “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

(João 3:17, 18; Efésios 2:8, 9)

Não há uma única pessoa no céu que tenha chagado lá sem ter sido salva pela graça de Deus, mediante a fé.

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”

(Tito 3:5-7)

Paulo diz ao crentes em Roma, que, “Enquanto estavam vivendo na carne, nossas paixões pecaminosas, obravam em nossos membros para dar fruto de morte. Mas agora estamos, mortos com Cristo.” (Romanos 7:5, 6)

A consequência disto é a carne já não ter nenhum poder sobre nós.

Acreditamos e reconhecemos que nossa carne foi crucificada na cruz. O que Deus tem feito por nós na Cruz de Cristo e o que experimentamos dia a dia da obra acabada de Deus, embora sejam duas coisas distinguíveis, são inseparáveis.

Deus fez o que podia fazer. A pergunta imediata é: Que atitude adotamos em relação à sua obra terminada?

Ele crucificou nossa carne na cruz, não de nome, mas sim de fato. Se acreditamos e exercemos nossa vontade para escolher o que Deus tem feito por nós, esta experiência será nossa para sempre. Não se nos pede que façamos nada, porque Deus tem feito tudo. Não se nos exige que crucifiquemos nossa carne, porque Deus a crucificou na cruz.

Cremos nisso como verdade consumada?

Desejam possuí-lo em nossa vida?

Se cremos e desejamos, então colaborarão com o Espírito Santo para conseguir uma rica experiência.

Colossenses 3:5 nos exorta: “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais.” Este é o caminho para a experiência.

O “pois” indica a consequência do dito no versículo 3, “morrestes”.

O “morrestes” é o que Deus obteve para nós. Posto que “morrestes”, pois, “façam morrer o que é terrestre em vós”.

Aqui, a primeira menção da morte é nossa posição de fato em Cristo; a segunda é nossa experiência real. O fracasso dos crentes de hoje pode achar-se no fracasso em ver a relação entre estas duas mortes. Alguns tentaram anular sua carne porque têm insistido exclusivamente na experiência da morte. Por isso sua carne cresce mais forte com cada tentativa!

Outros reconheceram a verdade de que sua carne de fato foi crucificada com Cristo na cruz, mas não procuram a realidade prática disso. Nenhum destes pode jamais apropriar-se em sua experiência da crucificação da carne.

Se desejamos fazer morrer nossos membros, devemos primeiro ter uma base para semelhante ação, pois do contrário simplesmente confiaríamos em nossas forças. Nenhum grau de entusiasmo pode nos trazer jamais a experiência desejada.

Além disso, se unicamente soubermos que nossa carne foi crucificada com Cristo, mas não nos preocupamos de que sua obra acabada trabalhe em nós, nosso conhecimento também será inútil.

Para fazer morrer nossos membros devemos primeiro passar pela identificação de sua morte. Conhecendo nossa identificação, devemos então proceder ao fazer morrer nossos membros. Estes dois passos devem acontecer juntos.

Enganamos a nós mesmos se nos conformamos em simplesmente entender o fato da identificação, achando que agora somos espirituais posto que a carne foi destruída. Por outro lado, também nos enganamos se, ao fazer morrer as más ações da carne colocamos nisso muita ênfase e falhamos em tomar a atitude de que a carne morreu.

Se esquecermos que a carne está morta, nunca poderemos nos desprender de nada, enterrar nada.

O “façam morrer” depende do “morrestes”.

Aqui, o fazer morrer significa levar a morte do Senhor Jesus a todas as ações da carne. A crucificação do Senhor tem muita autoridade porque faz morrer aquilo com que se enfrenta.

Como estamos unidos a Ele em sua crucificação, podemos aplicar sua morte a qualquer membro que seja tentado pelas paixões e fazê-lo morrer imediatamente.

Nossa união com Cristo em sua morte significa que é um fato em nossos espíritos. O que o crente deve fazer agora é tirar esta morte de seu espírito e aplicá-la a seus membros cada vez que suas paixões despertem.

Esta morte espiritual não é coisa para uma vez e pronto. Se o crente não se mantiver vigilante ou se perde a fé, é indubitável que a carne entrará em um frenesi de atividade.

Quem deseja ser totalmente conformado à morte do Senhor, deve fazer morrer sem cessar as ações de seus membros para que o que é real no espírito se realize no corpo.

Mas de onde vem o poder para aplicar a crucificação do Senhor a nossos membros?

Paulo insiste em que é “pelo Espírito Santo que se fazem morrer as ações do corpo” (Romanos. 8:13).

Para fazer morrer estas ações, o crente deve confiar no Espírito Santo para converter sua crucificação conjunta com Cristo em uma experiência pessoal.

Deve acreditar que o Espírito Santo aplicará a morte da cruz a tudo o que tenha que morrer. Em vista do fato de que a carne do crente foi crucificada com Cristo na cruz, não tem que ser crucificada de novo.

Tudo o que se precisa é aplicar, por meio do Espírito Santo, a morte consumada do Senhor Jesus em favor dele sobre a cruz a qualquer ação má do corpo que tente elevar-se. As obras más da carne podem surgir em qualquer momento e em qualquer lugar. Como consequência, se os filhos de Deus não fazem valer constantemente pelo Espírito Santo o poder da santa morte de nosso Senhor Jesus, não poderá triunfar.

Mas se enterrar as ações do corpo deste modo, o Espírito Santo que habita nele realizará finalmente o propósito de Deus de deixar inoperante o corpo do pecado (Romanos 6:6).

Apropriando-se da cruz deste modo, o menino em Cristo será libertado do poder da carne e será unido ao Senhor Jesus na vida da ressurreição.

Daí em diante o cristão deveria “andar pelo Espírito, e não satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5:16).

Deveríamos recordar sempre que por muito profundamente que penetre em nossas vidas a cruz do Senhor, não podemos esperar evitar mais perturbações das más ações de nossos membros sem uma constante vigilância por nossa parte.

Sempre que um filho de Deus fracassa em seguir o Espírito Santo, isto tem como consequência imediata seguir à carne.

 

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