O Corpo Humano é Consciente do Mundo

Deus projetou o espírito e a alma para habitar um corpo material. Experimentamos nosso ambiente físico por meio dos sistemas sensoriais do corpo e controlamos nosso ambiente por meio de seus sistemas motores. Com nossos corpos, nos relacionamos com outros seres físicos. Embora os materialistas insistam que o corpo é a pessoa inteira, a Escritura vê o corpo como a posse e morada da alma e do espírito.

Após a morte, a localização de uma pessoa é a localização de seu espírito e alma, no céu ou no inferno; o corpo retorna ao pó Assim, um corpo sozinho não é uma pessoa, mas apenas um espírito e uma alma é uma pessoa.

Vamos ler alguns versículos para nos ajudar no que foi dito até agora:

Paulo disse: “Tenho desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.” (Filipenses 1:23, 24)

“Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Coríntios 5:8)

“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.” (Lucas 16:22, 23)

Apesar do corpo ser a parte mais periférica e menos essencial do ser humano, as Escrituras ainda o consideram necessário para a integridade humana.

Atualmente, tanto o céu quanto o inferno são povoados por pessoas desencarnadas, descritas, por exemplo, como “espíritos de justos aperfeiçoados” (Hebreus 12:23) ou “espíritos em prisão” (1 Pedro 3:19).

São pessoas incompletas, almas “nuas” num certo sentido, aguardando uma reunião final com seus corpos (2 Coríntios 5:1-3).

Quer sejam salvos ou perdidos, está chegando o dia em que homens e mulheres entrarão em sua morada eterna como pessoas completas com seus corpos, almas e espíritos.

Antigos filósofos gregos como Platão, os saduceus da época de Cristo e os gnósticos posteriores viam o corpo como uma prisão maligna.

Na verdade, eles acreditavam que o corpo poluía a alma, impedindo-a de obter seu verdadeiro potencial. Para esses pensadores, a salvação e a liberdade vêm apenas quando a alma escapa das correntes do corpo e dos emaranhados do mundo físico. Hoje, os pensadores da Nova Era ensinam essencialmente a mesma coisa: por meio da meditação e de outros meios, pode-se aproveitar as energias espirituais para escapar do corpo, transcender o físico e alcançar a unidade com o cosmos.

A Bíblia nega completamente essas visões.

Quando Deus criou Adão, ele era “muito bom” – seu corpo não era mau ou corruptível. Se o pecado não tivesse entrado, o envelhecimento físico e o desgaste que levam à morte não teriam feito parte da vida humana.

(Gênesis 2:17; 3:19, 22; Romanos 5:12)

A Bíblia ensina que o pecado estragou e humilhou o corpo humano (Filipenses 3:21), mas nunca culpa o corpo físico pelo pecado.

(Mateus 15:19; Romanos 1:28; Efésios 2:3)

A salvação, então, não é a libertação da alma do corpo.

Pelo contrário, a salvação deve primeiro purificar o espírito e a alma.

Em um dia vindouro, a redenção transformará também o corpo do crente para se tornar como “o corpo da sua glória”.

(Romanos 8:23; Filipenses 3:21).

A Bíblia considera o corpo como uma vestimenta que a alma veste na concepção, tira na morte e veste novamente na ressurreição.

Paulo também compara o corpo a uma tenda – uma habitação temporária para a alma e o espírito (2 Coríntios 5:1, 4).

As estacas podem ser levantadas e a tenda dobrada a qualquer momento.

No arrebatamento (evento que somente os salvos participarão), trocaremos nossas tendas por lares permanentes — trocaremos este corpo terreno por um corpo celestial eterno (2 Coríntios 5:2).

Paulo chama nossos corpos em sua condição atual de “almáticos” (no grego: psuchikos ), porque Deus os projetou principalmente como veículos para a alma (1 Coríntios 15:44).

Nossos corpos estão associados a Adão, a “alma vivente” (1 Coríntios 15:45).

Eles não estão totalmente equipados para que o espírito humano se expresse.

Mas um dia, na ressurreição, eles mostrarão sua associação com Cristo, o “Espírito que dá vida”.

Receberemos então corpos espirituais, não corpos compostos de espírito (como um fantasma), mas corpos governados pelo espírito regenerado.

Assim como nossos corpos atuais expressam a vida da alma, nossos corpos futuros expressarão a vida do espírito.

Eles terão habilidades para o serviço de Deus além do que podemos imaginar agora.

Hoje somos animados a apresentar nossos corpos “como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto espiritual” (Romanos 12:1).

Nossos corpos são agora os templos do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19).

Deus os valoriza, e nós também devemos.

As pessoas do mundo dizem a Deus e ao governo para “manter suas leis fora do meu corpo”.

O crente, entretanto, sabe que ele ou ela é apenas um mordomo do corpo - não o dono: “Porque fostes comprados por bom preço; portanto, glorificai a Deus em vosso corpo” (1 Coríntios 6:20).

Não devemos entregar nossos corpos a vícios e outros hábitos pouco saudáveis; nunca devemos abusar dos direitos de Deus alterando nossos corpos com tatuagens, piercings ou cirurgias plásticas desnecessárias do ponto de vista simplesmente estético.

Paulo disse: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.”

(Romanos 6:12, 13)

Com nossos espíritos, temos consciência de Deus; com nossas almas, estamos conscientes de nós mesmos; com nossos corpos, nos relacionamos com o mundo físico.

Quando falamos em ter “três partes”, entretanto, devemos lembrar que cada um de nós é uma unidade com uma única consciência.

O pecado arruinou todo o nosso ser, mas a redenção de Cristo purificou e reivindicou todo o nosso ser, e Ele nos aperfeiçoará como seres humanos intactos. Ainda assim, Deus revelou essas verdades para nosso aprendizado, para que possamos servi-Lo com mais inteligência.

Que nossos espíritos comuniquem com Deus e aceitem a instrução do Espírito Santo; que nossas almas respondam à direção de nossos espíritos e resolvam ser separadas para Deus; e que nossos corpos honrem e sirvam ao Senhor Jesus!

O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 3:1, divide a todos os cristãos em duas classificações.

São os espirituais e os carnais. Um cristão espiritual é aquele em que o Espírito Santo vive em seu espírito e controla todo seu ser. Então, o que significa ser carnal?

A Bíblia usa a palavra “carne” para descrever a vida e o valor de um homem não regenerado. Compreende tudo o que surge de sua alma e de seu corpo pecaminoso (Romanos 7:19).

Por isso o cristão carnal é o que nasceu de novo e que tem a vida de Deus, mas em lugar de vencer a sua carne é vencido por ela.

Sabemos que o espírito de um homem caído está morto e que esse homem está dominado por sua alma e seu corpo. Em consequência, um cristão carnal foi salvo, é aquele cujo espírito foi avivado, mas que ainda segue à sua alma e ao seu corpo para pecar.

Se um cristão permanecer em um estado carnal muito tempo depois de ter experimentado o novo nascimento, impede que a salvação de Deus leve a cabo sua completa manifestação e seu potencial.

Só se crescer na graça, constantemente governado pelo Espírito Santo, pois desta forma, pode a salvação manifestar-se totalmente nele.

Deus providenciou uma salvação completa no calvário para a completa regeneração dos pecadores, e uma vitória total sobre a velha criatura por parte dos crentes.

“Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”

(Romanos 6:11-14)

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