O Batismo é o rito introdutório a uma nova ordem?

Em Atos 2.38, “Pedro disse-lhes: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”

Que estas palavras não devem ser entendidas como significando que a remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo são garantidos pelo batismo fica claro na comparação com outras declarações em Atos.

Por exemplo, no caso de Cornélio e seus amigos, “o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviram a palavra”, e só depois foram batizados, e na Antioquia da Pisídia Paulo declarou que “por Ele (o Senhor Jesus) cada um daquele que crê está justificado de todas as coisas”, sem fazer qualquer referência ao batismo, (Atos 10:44-48; 13:39).

Estes resultados seguem-se ao arrependimento, à mudança de atitude para com Cristo, da incredulidade para a fé, cuja mudança é expressa no batismo, e sem mudança o batismo é apenas uma forma vazia.

Em resposta à pregação do apóstolo Pedro, cerca de três mil pessoas foram batizadas naquele dia, e a condição sob a qual o rito foi administrado foi que elas “recebessem a sua palavra”, isto é, responderam à sua mensagem confiando no Senhor Jesus Cristo, e confessando Seu nome da maneira que Ele havia designado, (Atos 2:41).

Ao longo da era apostólica, o batismo está sempre associado à pregação do Evangelho. As palavras de Atos 18:8 são oficiais e explícitas: “Muitos dos coríntios que ouviram, creram e foram batizados”.

As palavras de Pedro em Atos 2:38 tinham uma mensagem especial para o seu público, pois eles, com compreensão obscurecida, ódio e obstinação, condenaram e crucificaram Jesus como um blasfemador. Agora foi revelado que Ele morreu não pelos Seus próprios pecados, pois não os tinha, mas pelos outros. Seguiu-se imediatamente um arrependimento genuíno, uma recepção alegre da Palavra e uma submissão voluntária ao batismo como uma confissão pública da mudança e uma identificação aberta com a morte de Cristo.

A evidência do verdadeiro arrependimento foi seguida pela segurança divina, o dom do Espírito Santo. O batismo deles foi 'em Nome de Jesus Cristo', ou seja, 'sob a autoridade dEle, sob o que Ele ordenou, para depositar sua esperança e confiança' Nele.

No caso de Saulo de Tarso, o perseguidor de Jesus, os requisitos divinos eram semelhantes. 'Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor', (Atos 22:16).

Esta última expressão, que lembra tanto as palavras de Pedro: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, (Atos 2:21), é significativa.

Esta invocação do nome de Cristo, tão intimamente associada ao batismo, e precedendo-o, envolvia necessariamente a crença Nele.

A expressão, “seja batizado e lave os seus pecados”, não apenas colocou a responsabilidade sobre eles, mas também enfatizou a necessidade de um reconhecimento aberto do seu pecado nacional ao condenar e crucificar o seu legítimo Messias.

A dependência imediata e a sequência do batismo na confissão de fé tornam-se mais explícitas no caso dos samaritanos, (Atos 8:12), do eunuco etíope, (Atos 8.36,37), de Cornélio, (Atos 10:47,48; 11:17), de Lídia, (Atos 16:14,15), e do carcereiro de Filipos, (Atos 16:31-34), mas nesses casos não há a mesma ênfase na inter-relação entre arrependimento e batismo para a remissão dos pecados, pois não são Judeus.

Deve ser lembrado que não houve a mesma responsabilidade imediata e evidente que a dos homens de Israel que crucificaram o Filho de Deus, ou de Saulo que compartilhou o pecado nacional da rejeição e morte de Cristo e que se tornou a própria personificação da malignidade judaica. Mas em todos os casos o batismo foi uma confissão pública de fé no Senhor Jesus e uma renúncia completa ao passado.

 

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