O batismo do Carcereiro de Filipos não foi testemunho público, porque foi a noite?

Quando o diabo não consegue estragar o simples plano da salvação de Deus, ele estraga o simples plano do batismo.

Temos em Marcos 16:16, quem são as pessoas que devem ser batizadas e o motivo para tal: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.”

Em Mateus 28:19, temos o método e o modelo do batismo: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”

Neste versículo temos a doutrina do batismo cristão e devemos analisar as incidências dos batismos registrados em Atos do Apóstolos pela doutrina já estabelecida e não fazer do que foi registrado a doutrina.

Vejamos um exemplo: Como já citamos, o nosso Senhor Jesus depois da sua morte e ressurreição disse a seus discípulos: “Portanto,  ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as  a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mateus 28: 19-20). No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos que as ocorrências batismais, aparentemente, não são pronunciadas conforme a forma estabelecida pelo Senhor. Como podemos explicar isso.

Primeiro, o mais simples: se houve alguma aparente contradição entre a prática dos apóstolos e a ordem clara do Senhor, é ao Senhor que devemos seguir. Obviamente não creio que haja alguma contradição, mas se há alguma dúvida na mente de algum salvo, então a ordem clara do Senhor Jesus “batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”; deve ser suficiente para nós.

Mas, olhando mais de perto os versículos que parecem apoiar a prática de batismo em nome de Jesus, veremos que a realidade é outra.

Em Atos 10:48 lemos: “E mando que fossem batizados em nome do Senhor”. Isto quer dizer que Pedro, ao batiza-los dizia: “Eu vos batizo em nome do Senhor”, ou que Pedro está dizendo: “Eu mando, com a autoridade do Senhor Jesus, que vocês sejam batizados?” A segunda ação é, gramaticalmente,  tão aceitável quanto a primeira, e encaixa perfeitamente com Mateus 28:19.

Em Atos 2:38, lemos: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados”. Novamente,  faz mais sentido pensar que o nome do Senhor Jesus é mencionado aqui, não como representado a fórmula batismal, mas para desafiar estes judeus que, poucos dias antes, haviam crucificado esse mesmo Jesus.

Convém destacar também que as preposições usadas nos três trechos são diferentes:

 1°- Mateus 28:19 “EIS”, que significa “em direção a”. “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

 2°- Atos 2:38  “EPI”, que significa “por”. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado por causa do nome de Jesus Cristo”.

 3°- Atos 10:48 “EN”, que significa “pelo”. “E mando que fossem batizados pelo nome do Senhor”. (Isto é, Mandou, pelo nome do Senhor, que fossem batizados).

Em Atos 19:5, vemos que Apolo não foi batizado novamente, os doze também não foram. Jesus não recebeu outo batismo que o de João. O que se trata aqui, é que estes doze homens eram ignorantes do significado do batismo de João, no que respeito ao arrependimento, ao messianismo de Jesus, ao Espírito Santos. Por isto Paulo os batizou não tanto como de uma maneira real, no nome ou autoridade o Senhor Jesus, tal como Ele mesmo havia dito em Mateus 28:19, e tal como era o costume apostólico universal. O entendimento apropriado de “Jesus” incluía a todo o resto da tri-unidade (Pai, Filho e Espírito Santo). Em Atos dos Apóstolos capítulo 19, Lucas o escritor, não nos da ali uma fórmula batismal, se não que simplesmente explica que estes homens tinham um objeto adequado de sua fé “Jesus”, e que agora foram realmente batizados.

“Jesus”, este é o nome essencial no batismo cristão. Mas estas passagem em Atos dos Apóstolos dão autoridade para o “ato batismal”, e não a “formula” empregada pelos apóstolos, e ensinada pelo nosso Senhor. “Portanto,  ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as  a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mateus 28: 19-20).

O mesmo princípio vale para o batismo do Carcereiro de Filipos feito a noite, pois não deixa de ser um testemunho público, como também a “ceia do Senhor” não deixa de ser a Ceia do Senhor ser for feito domingo pela manhã, a tarde ou a noite. Desde que estejam, dois ou três reunidos em Seu Nome, o Senhor promete estar no meio deles. (Mateus 18:20)

Mas, vejamos os detalhes no caso do batismo do Carcereiro de Filipos em Atos 16:

“O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas da prisão, desembainhou sua espada para se matar, porque pensava que os presos tivessem fugido. Mas Paulo gritou: "Não faça isso! Estamos todos aqui! "

O carcereiro pediu luz, entrou correndo e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas.

Então levou-os para fora e perguntou: "Senhores, que devo fazer para ser salvo? "

Eles responderam: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa".

E pregaram a palavra de Deus, a ele e a todos os de sua casa.

Naquela mesma hora da noite o carcereiro lavou as feridas deles; em seguida, ele e todos os seus foram batizados.

Então os levou para a sua casa, serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito por haver crido em Deus.” (Atos 16:27-34)

A sequência dos fatos é a seguinte: (1) O Carcereiro ouve sobre como pode ser salvo ainda na prisão em meia aos destroços do terremoto. (2) Leva Paulo e Silas para sua casa e junta todos da sua casa (esposa, filhos, parentes e servos), para ouvir a mensagem do evangelho.

(3) Muitos do que ouviram foram salvos naquela noite, e para demonstrar a autenticidade de sua conversão, o carcereiro lavou as feridas dos dois prisioneiros.

(4) Paulo e Silas não só falaram da necessidade da salvação, mas também explicaram a necessidade do batismo como um testemunho público; portanto, toda aquela gente se dirigiram ao pé de alguma água para os salvos serem batizados.

Quando fala em “sua casa sendo batizada”, é lógico que os batizados foram os que creram no Senhor Jesus como salvador pessoal, e portanto havia ali pessoa que testemunharam naquela hora da noite o batismo dos salvos. Paulo, Sila, o Carcereiro, a esposa, os filhos, os servos e possivelmente alguns parentes todos reunidos para aquele ato batismal.

Devemos mencionar aqui, que não há nenhuma indicação do batismo de bebês ou crianças, mas apenas daqueles com idade suficiente para crer em Deus.

(5) Depois do batismo, o Carcereiro os levou de volta para a sua casa, serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito por haver crido em Deus.

(6) Ainda naquela mesma noite, o Carcereiro leva Paulo e Sila de volta para prisão.

As únicas pessoas do Novo Testamento que receberam a instrução de crer no Senhor Jesus Cristo foram aquelas que expressaram convicção da sua condição pecaminosa. Ao verem o carcereiro completamente quebrantado pela consciência de suas transgressões, os missionários responderam: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. Não encontramos aqui nenhuma indicação de que a família dele seria salva automaticamente se ele cresse no Senhor. Antes, se o carcereiro cresse no Senhor Jesus e sua casa também cresse, ela seria salva da mesma forma. "Crê e serás salvo, e que tua casa faça o mesmo". Hoje, muita gente parece ter dificuldade em entender o que significa crer. Quando, porém, um pecador se dá conta de que está perdido, sem forças, desamparado e a caminho do inferno, e quando recebe a instrução de crer em Cristo como Senhor e Salvador, sabe exatamente o que isso significa. Não lhe resta outra coisa a fazer!

O batismo cristão, não coloca ninguém na esfera da Cristandade, ele foi ordenado unicamente para os salvos (Marcos 16:16), como um testemunho público da sua salvação. Um não salvo passando pelo ato do batismo, para ele, não terá significado algum.

A esfera da Cristandade é onde as coisas são realizadas em nome de Cristo ou de Deus, mas sem ter a realidade dEle como Senhor, Salvador e Mestre.

Como Senhor, a realidade é que somente Ele governa.

Como Salvador, a realidade é que somente Ele Salva.

Como Mestre, a realidade é que só a doutrina dEle, e transmitida pelos Seus apóstolos tem valor.

A Cristandade faz parte do caminho lago e espaçoso que seu fim é a perdição. (Mateus 7:13)

Quando uma pessoa deste esfera é salva, ela vem para a realidade do verdadeiro domínio cristão, e nada pode ser trazido na bagagem do seu antigo abita-te.

Sejam seus esforços, na chamada, “obra para o Senhor”, seja seu “batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, ou suas experiências em “pregar num púlpito evangélico ou católico”; nada disto é tido como válida na sua nova vida em Cristo.

O apóstolo Paulo deixou isto claro quando escreveu aos Filipenses: “… considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele.” (Filipenses 3:8,9)

Paulo era um homem que cria na Bíblia (Antigo Testamento), na Lei, no Messias e tinha um testemunho público de tudo isto. Mas estava errado em interpretar as Escrituras quanto a sua salvação, a Lei e o Messias.

Ele diz que nada daquilo, ele aproveitou na sua nova vida em Cristo.

“Não se deixem enganar: "as más companhias corrompem os bons costumes. Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar; pois alguns há que não têm conhecimento de Deus; digo isso para vergonha de vocês.”

(1 Coríntios 15:33,34)

 

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