No livro de Apocalipse, quem são os 24 anciãos?

Os intérpretes identificam os 24 anciãos como angelicais ou humanos. A primeira visão em Apocalipse 4:4, os vê como uma classe especial de 24 administradores angélicos intimamente ligados aos quatro seres viventes e formando parte do conselho executivo do céu.

Outros os consideram um símbolo da humanidade redimida, pois cantam: “Tu nos redimiste…” (Apocalipse 5:9).

Por causa da incerteza textual deste versículo, “Tu nos redimiste…”, o pronome “nós” provavelmente deveria ser omitido e seria lido assim: “Tu redimiste…”.  

“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.”

“Apocalipse 5:9)

No próximo versículo, o 10, certamente devemos ler, “os fez reis e sacerdotes” e “eles reinarão”.

Portanto, os anciãos não estão cantando sobre sua própria redenção, mas sobre a dos outros.

Existem, no entanto, alguns recursos de compensação.

Em número, são 24 (um número sacerdotal, 1 Crônicas 24); no vestido, eles estão de branco; em posição, eles estão sentados em tronos; em dignidade, eles são coroados.

Significativamente, tudo isso já foi dito dos santos desta era atual (capítulos 1 a 3).

Somos sacerdotes (Apocalipse 1:5); como vencedores, temos a promessa de vestes brancas (Apocalipse 3:5), coroas (Apocalipse 3:11) e assentos em tronos (Apocalipse 3:21).

Talvez com toda essa semelhança desses marcadores fica fácil de perceber que os capítulos 1 a 3 retratam os santos em testemunho na terra, enquanto os capítulos 4 e 5 mostram o mesmo grupo em triunfo sob a figura dos 24 anciãos.

Na Bíblia, vemos que há um relacionamento entre o Senhor Jesus e Deus, e que há um relacionamento entre o Senhor e nós. Muitos cristãos não viram claramente o relacionamento entre Deus, o Senhor Jesus e nós, os pecadores. Por isso, eles se confundem e pensam que podem perder a salvação. Há uma palavra maravilhosa na Bíblia que diz que nós, cristãos, os pecadores já salvos, somos os presentes dados por Deus ao Senhor Jesus (João 17:6).

O Pai e o Filho estão presentes nesse versículo. O Pai deu como presentes ao Senhor Jesus as pessoas salvas. Se Deus nos deu como presentes ao Senhor Jesus, será que ainda há possibilidade de perdermos a salvação? Temos de considerar a questão sob dois ângulos.

Por um lado, Deus nos deu ao Senhor Jesus como presentes. Se nos fosse possível perecer e perder a salvação, se nossa salvação não fosse eterna, o fato de Deus dar-nos ao Senhor Jesus se tornaria uma brincadeira com o Senhor. Seria como uma mãe dando bolhas de sabão ao filho.

Você já brincou com bolhas de sabão? Mergulha-se um canudo em água com sabão, sopra-se no canudo e as bolhas aparecem. Sabemos que essas bolhas desaparecerão em poucos minutos. Mas quando as vê, a criança vibra, pensando que a bolha é uma grande diversão; ela não sabe que a bolha logo estourará.

Se Deus não fosse onisciente, ser-nos-ia possível perecer porque Deus não saberia se nossa salvação seria temporária ou permanente. Mas Deus é onisciente; Ele saberia se fôssemos salvos eterna ou temporariamente. Se Deus não fosse onisciente, seria possível que Ele nos desse como uma bolha de sabão ao Senhor Jesus.

Mas se Deus é onisciente, Ele deve saber que após três ou cinco anos essa bolha estourará. Sendo assim, Ele simplesmente estaria dando ar ao Senhor Jesus, e não um presente. Deus é um Deus eterno; tudo o que Ele faz é eterno. Se Deus nos dá como dádiva ao Senhor Jesus, Ele não pode considerar isso uma prenda sem valor.

Em segundo lugar, se Deus fizesse isso, causaria um problema ao Senhor Jesus também. Suponha que Ele nos tenha dado ao Senhor; entretanto, três ou cinco anos mais tarde, perecemos e perdemos a salvação. Em nosso conceito, nós a teríamos perdido.

Mas de quem seria a culpa de a termos perdido? Você poderia culpar o presente dado por Deus por ser corruptível, como também poderia culpar o Senhor Jesus de não ser capaz de cuidar desse presente. Muitas vezes, as pessoas enviaram-me bons presentes. Quando estive longe de casa, perdi um deles ou o danifiquei. Posso culpar o presente por ser frágil ou a mim mesmo por ser descuidado em guardá-lo. Deus disse ao Senhor Jesus que deu essas pessoas a Ele.

Que aconteceria se um dia essas pessoas se perdessem? Não poderíamos culpar somente Deus por dar ao Senhor Jesus um brinde sem valor, mas deveríamos também culpar o Senhor Jesus por não ser capaz de guardar aqueles que Deus Lhe deu.

Em João 17:6, o Senhor Jesus disse ao Pai: “Manifestei o Teu nome aos homens que Me deste do mundo. Eram Teus, Tu mos deste e eles têm guardado a Tua palavra”. Todos os salvos foram dados e presenteados por Deus ao Senhor Jesus. O versículo 9 diz: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo”. O Senhor Jesus não orou pelo mundo, mas “por aqueles que Me deste, porque são Teus”. Assim, nós, cristãos, somos os presentes dados por Deus ao Senhor Jesus.

O versículo 12 diz: “Quando Eu estava com eles, guardava-os no Teu nome, que Me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”.

Na oração do Senhor, Ele disse que havia guardado todos os que Deus Lhe dera. Havia apenas um filho da perdição, que foi Judas. Judas jamais creu; desde o princípio ele era o filho do inimigo e nunca foi salvo. O Senhor Jesus disse que, exceto Judas, não pereceu nenhum dos que Deus Lhe dera.

 

 

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