Jesus é Deus e Homem para o Cumprimento da Redenção

A Bíblia deixa bem claro que o Senhor Jesus é Deus.

Podemos dizer que somente Deus pode levar o pecado do homem. Nunca considere o Senhor Jesus como uma terceira pessoa vindo para sofrer uma morte substituta. Não pense que Deus seja uma parte, nós outra parte e o Senhor Jesus a terceira parte.

A Bíblia nunca considera o Senhor Jesus como uma terceira parte. Pelo contrário, ela O considera como a primeira parte, pois Ele é Deus.

Podem ter-lhe dito que o evangelho é comparado a um (1) devedor, um (2) credor e o (3) filho do credor.

O (1) devedor não tem dinheiro para quitar seu débito; o (2) credor, sendo muito severo, insiste no pagamento. Mas o (3) filho do credor se prontifica a pagar o débito em lugar do devedor e o devedor fica livre.

Esse é o evangelho que o homem prega hoje.

Mas não é o verdadeiro evangelho. Se esse fosse o caso, pelo menos dois pontos não seriam corretos e seriam contrários à Bíblia.

Temos que entende, que esse tipo de percepção mostra Deus como o malvado, e o Senhor Jesus o bondoso. Em tal ilustração, não vemos Deus amando o mundo. Antes, vemos apenas Sua justa exigência e a exigência da lei. Vemos um Deus severo, Alguém sem a graça e cujas palavras para o homem são sempre ásperas; e vemos que é o Senhor Jesus quem nos ama e nos dá graça. Esse evangelho está errado, e isso não é a Bíblia.

A Bíblia diz que Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu Seu Filho (João 3:16).

Deus enviou Seu Filho porque nos ama. Eis por que fomos levados de volta a Deus após o Senhor Jesus ter cumprido Sua obra na cruz. Se Deus não nos tivesse amado e não nos tivesse enviado o Senhor Jesus, o máximo que o Senhor Jesus poderia ter feito era levar as pessoas de volta a Si mesmo; Ele não poderia levar as pessoas de volta a Deus.

O Pai é quem foi movido por compaixão. O Pai é quem nos amou. Foi o Pai quem planejou a salvação. Foi o Pai quem teve uma vontade na eternidade passada.

Primeiramente, o Pai propôs todas as coisas e, então, o Filho veio. Assim, é errado o homem pensar que há três partes. Há somente duas partes: Deus e o homem.

O Senhor Jesus é a dádiva de Deus ao homem. Contudo, essa dádiva é algo vivo e com uma vontade, não sem vida e sem vontade. Graças a Deus porque a salvação é algo entre Deus e o homem. O Senhor Jesus é uma dádiva.

Hoje, é a Deus que devemos voltar-nos. Nós nos achegamos a Deus por meio do Senhor Jesus. Essa é a primeira coisa que temos de perceber.

Outra coisa, se houvesse três partes, o Senhor Jesus não teria sido qualificado a morrer por nós. É verdade que quando o Senhor Jesus morreu por nós, a justiça de Deus foi cumprida e os pecados humanos foram perdoados.

Mas foi justo para o Senhor Jesus?

Suponha que tenhamos duas pessoas aqui. Suponha que uma dessas pessoas tenha cometido um crime capital e tenha sido condenado à morte. A outra pessoa quis muito morrer por ela e, por isso, foi executada em seu lugar.

Ele é inocente, e também é uma terceira parte. Agora, ele morre em lugar do outro.

A Bíblia nunca nos mostra que o Senhor Jesus morreu por nós deste modo. Ela nunca nos mostra que Deus tinha uma exigência, que Sua lei tinha de ser satisfeita e que para que o homem cumprisse a exigência da lei, o Senhor Jesus veio para cumprir a lei de Deus. Não há tal coisa.

Mas então, que posição o Senhor Jesus tomou quando Ele veio cumprir a redenção?

Temos de considerar essa questão cuidadosa e precisamente conforme a Bíblia.

Gostaria que vocês estivessem cientes de uma coisa. O mundo pensa que há apenas um modo de lidar com o problema do pecado.

Os pregadores que pregam ensinamentos errados dizem que há três maneiras de lidar com o pecado.

Mas para Deus há somente dois modos de lidar com o pecado.

Alguma explicação se faz necessária aqui. Antes de ler a Palavra de Deus, alguém pode pensar que um desses três modos pode resolver o problema: (1) o homem pode resolvê-lo, (2) Deus pode resolvê-lo ou (3) uma terceira parte também pode resolvê-lo por substituição.

Os que não são salvos, que não conhecem a Deus, consideram que há apenas uma solução: que é o homem quem deve resolver o problema por si mesmo. Mas a justiça de Deus mostra-nos que há somente dois modos de resolver o problema: Um é pelo próprio (1) Deus e o outro é pelo próprio (2) homem.

Que quero dizer com isso? Vamos primeiro considerar o que o homem pensa.

Ele pensa que é pecador e deve, portanto, sofrer o julgamento do pecado e da ira de Deus. Ele pensa que deveria perecer e ir para a perdição. A única maneira é ele resolver o problema por si mesmo, indo para o inferno. Ele se responsabilizará pelo que fez. Se alguém peca, vai para o inferno e sofre o julgamento do pecado. Essa é uma maneira de resolver o problema.

Quando alguém deve dinheiro, ele vende tudo o que tem. Ele pode até mesmo ter de vender sua esposa, filhos, casa e terra, se isso for necessário para resolver o problema. Isso é justo.

Então, há outro conceito errado. Para os que ouviram o evangelho, há a consideração de que o Senhor Jesus é a terceira parte vindo tomar nosso lugar e resolver o problema do nosso pecado.

O homem pecou e incorreu no julgamento do pecado. Agora, todo o julgamento está sobre o Senhor Jesus; Ele sofre todo o julgamento. Tal ensinamento parece correto. Mas vocês verão resumidamente que ele não é exato.

Na Bíblia, há duas importantes doutrinas, que são: (1) levar os pecados e o (2) resgate pelos pecados.

Por favor, não pensem que não creio na substituição, pois é uma doutrina bíblica.

Mas a substituição sobre a qual alguns falam não é a substituição na Bíblia, porque é um tipo de substituição que envolve injustiça.

Se o Jesus imaculado deve ser um substituto para nós, homens pecadores, é claro que isso nos é um bom negócio. Mas é justo tratar o Senhor Jesus dessa maneira? Ele não pecou.

Por que Ele deveria ser morto? Esse não é o tipo de substituição que a Bíblia fala.

Se o Senhor Jesus veio morrer em lugar de todos os pecadores do mundo, então os que crêem em Jesus, assim como os que não crêem Nele, serão igualmente salvos.

O Senhor morreu por ambos, quer creiam ou não. Não se pode voltar atrás e revogar a morte do Senhor apenas porque alguns não crêem. Pode-se voltar atrás em outras coisas. Mas isso não é algo reversível.

Por que a Bíblia diz que os que não crêem já foram julgados e perecerão? (João 3:16,18).

A razão é que o Filho de Deus teve apenas uma morte substitutiva, por aqueles que já cremos. Portanto, a doutrina bíblica da substrução feita por Cristo na Cruz, não desrespeita aos que não creram ainda, Ele não é substituto para os que não crêem.

Qual, então, é a maneira de resolver o problema do pecado de acordo com a Bíblia?

Há somente duas maneiras justas para resolver o problema.

(1) Uma é tratar com quem pecou e a (2) outra é tratar com aquele contra quem se pecou.

Há apenas duas partes que são qualificadas para lidar com esse problema. Há apenas duas pessoas no mundo que têm o direito de tratar com o problema do pecado. Uma é aquela que pecou contra outra. A outra é aquela contra quem se pecou.

Quando uma pessoa processa outra num tribunal, nenhuma outra parte tem o direito de dizer coisa alguma. No proceder do tribunal, somente os dois envolvidos têm o direito de falar.

A respeito da salvação do pecador, se ele mesmo não cuida disso, então Deus o faz por ele. O pecador é a parte pecaminosa e Deus é a parte contra quem se pecou. Ambos podem lidar com o problema do pecado da maneira mais justa. Do lado do pecador, é justo que ele sofra o julgamento e a punição, pereça e vá para a perdição. Mas há uma outra maneira que é igualmente justa: a parte contra quem se pecou pode assumir a punição.

Isso pode ser totalmente inconcebível para nós, mas é um fato. É a parte contra quem se pecou que suporta os pecados. Não é uma terceira parte que leva nossos pecados. Uma terceira pessoa não tem autoridade ou direito de intervir.

Se uma terceira pessoa intervier, é injustiça. Somente quando a parte contra quem se pecou está disposta a sofrer a perda, é que o problema pode ser solucionado. Visto que Deus tem amor e também tem justiça, Ele não permitiria que um pecador carregasse os próprios pecados, pois isso significaria que Deus é justo, mas sem amor. A única alternativa é a parte contra quem se pecou carregá-los. Somente por Deus suportar nossos pecados é que a justiça será mantida.

Você sabe o que significa o perdão?

No mundo, nós temos perdão. Entre pessoas, há perdão. Entre um governo e seu povo também há perdão. Até entre nações há perdão. Entre Deus e o homem também há perdão. O perdão é algo universalmente reconhecido como um fato. Ninguém pode dizer que o perdão seja algo injusto. É algo que alguém concede alegremente ao outro. Mas a questão é: quem tem o direito de perdoar?

Se um irmão me roubou dez dólares, se arrepende, e eu o perdoo, isso significa que eu tenho de suportar a consequência do seu pecado. Eu assumi a perda desses dez dólares. Também como outro exemplo, digamos que você me bateu no rosto. A força foi tanta que sangrou. Se eu disser que o perdoo, desde que se arrependa, significa que você comete o pecado de bater e eu sofro a consequência do golpe.

O pecado foi cometido por você, mas eu sofro a consequência dele. Isso é perdão. Perdoar significa que alguém peca e outro sofre a consequência desse pecado. Perdão é assumir a responsabilidade da parte pecadora pela parte contra quem se pecou. Uma terceira parte não tem o direito de intervir para perdoar. Ela não pode interferir na retribuição.

Se uma terceira parte intervém para perdoar e para retribuir, isso é injustiça. Se o Senhor Jesus interferisse como uma terceira parte para substituir o pecador, poderia ser bom para o pecador e Deus também poderia não ter problemas com isso, mas haveria um problema com o Senhor Jesus. Ele não tem pecado.

Por que Ele teve de sofrer o julgamento? Somente o pecador pode suportar a consequência do pecado; ele tem o direito de assumir a responsabilidade e sofrer o julgamento pelo seu pecado. E há somente um que pode levar os pecados do pecador — aquele contra quem se pecou. Somente aquele contra quem se pecou pode assumir o pecado do pecador. Isso é justiça.

Esse é o princípio do perdão. Tanto a lei de Deus como a lei do homem reconhecem que isso é justo. O homem tem a obrigação de sofrer a perda.

Visto que o homem tem livre arbítrio, Deus também tem livre arbítrio. Uma pessoa com livre arbítrio tem o direito de escolher sofrer a perda.

Então, que é a redenção de Cristo? A obra redentora de Cristo é o próprio Deus vindo para levar o pecado do homem cometido contra Si (Deus).

Que é a obra redentora de Cristo? É Deus suportando o que o homem pecou contra Si (Deus). Em outras palavras, se Jesus de Nazaré não fosse Deus, Ele não estaria qualificado a levar nossos pecados de maneira justa.

Jesus de Nazaré era Deus. Ele é o próprio Deus contra quem pecamos. Nosso Deus desceu à terra pessoalmente e tomou nossos pecados. Hoje, é Deus quem leva os nossos pecados em lugar do homem. Eis por que foi uma ação justa. Não podemos suportá-los por nós mesmos. Se fôssemos tomá-los, estaríamos acabados.

Por que, então, Deus teve de tornar-se um homem?

Já é suficiente que Deus ame ao mundo. Por que Ele teve de dar Seu Filho unigênito? É preciso perceber que o homem pecou contra Deus. Se Deus exigisse que o homem suportasse seu pecado, como o homem faria isso?

O salário do pecado é a morte. Quando o pecado induz e age, ele acaba em morte. A morte é a cobrança justa do pecado (Romanos 5:12).

Quando o homem peca contra Deus, ele tem de suportar a consequência do pecado, que é a morte. Por isso, Deus é a outra parte. Se Ele viesse e assumisse nossa responsabilidade e sofresse a consequência do nosso pecado, Ele teria de morrer.

Mas em 1 Timóteo 6:16 é-nos dito que Deus é imortal; Ele não pode morrer.

Mesmo que Deus quisesse vir ao mundo tomar nossos pecados, morrer e ir para a perdição, para Ele seria impossível fazê-lo. A morte simplesmente não tem efeito em Deus. Não há a possibilidade de Deus morrer. Portanto, para Deus sofrer o julgamento do pecado do homem contra Si, Ele teve de tomar o corpo de um homem.

Por isso Hebreus 10:5 diz-nos que quando Cristo veio ao mundo, Ele disse: “Corpo me formaste”.

Deus preparou um corpo para Cristo, com o propósito de Cristo se oferecer como oferta queimada e oferta pelo pecado. O Senhor diz: “Não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado” (v. 6).

Agora Ele oferece Seu próprio corpo para tratar com o pecado do homem. Então, o Senhor Jesus se tornou um homem e veio ao mundo para ser crucificado.

O Senhor Jesus não é uma terceira parte; Ele é a parte primeira. Por ser Deus, Ele é qualificado para ser crucificado. Por ser homem, Ele pode morrer na cruz em nosso lugar.

Devemos fazer clara distinção entre essas duas declarações. Ele é qualificado para ser crucificado porque é Deus, e pode ser crucificado porque é homem.

Ele é a parte oposta; Ele se colocou ao lado do homem para sofrer punição. Deus se tornou um homem. Ele habitou entre os homens, uniu-se ao homem, tomou o fardo do homem e levou todos os pecados do homem. Se a redenção tem de ser justa, Jesus de Nazaré deve ser Deus. Se Jesus de Nazaré não for Deus, a redenção não é justa.

Todas as vezes que olho para a cruz, digo a mim mesmo: “Este é Deus”.

Se Ele não for Deus, Sua morte se torna injusta e não pode salvar-nos, pois Ele não é senão uma terceira parte. Mas agradecemos e louvamos ao Senhor, pois Ele é a outra parte.

Por isso afirmei que apenas duas partes são capazes de lidar com os pecados. Uma parte somos nós mesmos, e nesse caso temos de morrer e ir a perdição eterna. A outra parte é Deus, contra quem pecamos, e nesse caso Ele morre por nós. Além dessas duas partes, não há uma terceira que tenha direito ou autoridade para lidar com nossos pecados.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

(João 3:16-18)

 

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