De que maneiras o Senhor poderia sentir dor em um corpo sem pecado?

Claramente, o Senhor sofreu pelo pecado em Seu corpo santo (1 Pedro 3:18). Porque Ele confiava na proteção divina e era moralmente perfeito, Ele não tinha muros internos de autoproteção. Sua experiência de dor física desde o momento de Sua prisão até Sua morte foi assim intensificada. Ele sofreu mais do que qualquer outro que sofreu os mesmos maus-tratos. Além disso, Sua santa alma sofreu profundamente com a devastação da pecaminosidade do homem expressada nesses eventos. Isso causou uma dor emocional além da nossa compreensão, porque compartilhamos dessa pecaminosidade. A fonte dessas dores era externa e pecaminosamente intencional.

De outras maneiras, Ele foi preservado do sofrimento. O Salmo 91 promete proteção para quem conhece o lugar secreto de comunhão com Deus (vs. 1,2).

O Senhor contou com anjos para protegê-Lo de se ferir, “para que não tropeces em alguma pedra” (Salmo 91:12).

Ele confiou no cuidado divino para preservá-lo da calamidade: “Nenhum mal te sucederá” (v. 10).

Isto, entretanto, não o isentou da dor antes de Sua prisão. No Getsêmani, assim como no túmulo de Lázaro, Ele experimentou extrema dor emocional (Marcos 14:33, 34; João 11:33).

Além disso, Ele estava com fome (Lucas 4:2), cansado (João 4:6) e com sede (19:28), o que implica que Seu corpo comunicava algum grau de desconforto devido às necessidades físicas.

Pedro observou que as multidões que cercavam o Senhor O fecharam e O pressionaram (Lucas 8:45, JND). Sua onisciência tornou impossível alguém pisar acidentalmente em Seu pé? Ele alguma vez usou Sua onisciência para se proteger?

Adão não tinha onisciência, mas vivia num corpo sem pecado. É inconcebível que um urso possa pisar no pé de Adão no paraíso? Sem entrar no domínio do hipotético, a questão é que a dor não é necessariamente um intruso estranho devido ao pecado. O Senhor nunca causou dor a outros por engano, mas usou a dor para remover animais do templo (João 2:15). A dor pode ser uma amiga que expressa as necessidades legítimas do corpo.

Podemos concluir com cautela e reverência que, mesmo independentemente dos resultados do pecado, Ele experimentou dores corporais. A causa de Sua dor foi externa e interna, intencional e potencialmente não intencional.

 

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