Como Cornélio se harmoniza com o ensino da depravação humana?

Cornélio era um homem de atitudes justas e era respeitável, orava, temia a Deus e dava esmolas. (Atos 10). 

Essas qualidades notáveis ​​se coordenam com a crescente consciência de Pedro quando disse no versículo 34 “Eu percebo”, por meio de revelação anterior (por exemplo em, Lucas 24:47), sua visão (Atos 10:11-16) e suas circunstâncias (versículos 19-33) que Deus não faz distinção entre judeus e gentios que O buscam (versículo 35).

Deus afirma em sua Palavra que “Não há homem justo na terra” (Eclesiastes 7:20; Romanos 3:10); “não há temor de Deus” no homem por natureza (Romanos 3:18); “não há quem busque a Deus” (Romanos 3:11). 

Isso se harmoniza com o que é dito sobre Cornélio apenas porque ele respondeu à luz da revelação divina e aos procedimentos do Espírito de Deus. 

É um falso ensina, quem usa a história de Cornélio antes da salvação, para dizer que isto é o “novo nascimento” operado pelo Espírito Santo, preparando-o para a salvação.

O novo nascimento faz parte do “grande pacote” recebido pelo pecador salvo pela fé em Cristo.

Embora Cornélio não fosse salvo e nem tão pouco havia nascido de novo (Atos 11:14), ele escolheu fazer as coisas certas, justas e honestas; mas ainda assim, cada um desses atos ficou aquém dos justos requisitos de Deus (Romanos 3:23). 

Nada do que é dito sobre Cornélio indica que ele foi salvo sem graça por meio da fé (Efésios 2:8). 

A graça de Deus falou com Cornélio, concedendo-lhe arrependimento (Atos 11:18) e remissão de pecados e recebimento do Espírito Santo (Atos 10:43,44). 

Antes e depois de sua salvação, Cornélio não tinha do que se vangloriar diante de Deus. Como é apropriado, ele se submeteu a Deus.

Todos os que lêem a Bíblia sabem que a condição para a salvação é a fé. Não há outra condição senão a fé. O homem, por ter caído e ser corrupto, por seus pensamentos serem tortuosos e por estar a sua carne na esfera da lei, pensa que deve fazer algo para que seja salvo. Contudo, a Bíblia nos mostra que a única condição para nossa salvação é a fé. Além da fé não há outra condição. O Novo Testamento diz-nos claramente, pelo menos cento e quinze vezes, que quando o homem crê, ele é salvo, tem a vida eterna e é justificado. Quando o homem crê, ele tem todas essas coisas. Somando-se a essas cento e quinze vezes, outras trinta e cinco vezes a Bíblia diz que o homem é justificado pela fé, ou torna-se justo por meio da fé. No primeiro caso, temos o verbo crer. No segundo caso, temos o substantivo fé.

O verbo crer é usado cento e quinze vezes. Uma vez que o homem crê, ele é salvo (Atos 16:31).

Uma vez que o homem crê, tem a vida eterna (João 3:36).

Uma vez que o homem crê, ele é justificado. Além desses versículos, há trinta e cinco ocorrências em que o substantivo fé é usado. O homem é salvo mediante a fé. Ele recebe vida eterna pela fé, e é justificado mediante a fé. Portanto, em todo o Novo Testamento, pelo menos cento e cinquenta vezes é dito que o homem é salvo, justificado, e tem vida eterna unicamente por meio da fé. Não é uma questão de quem a pessoa seja, do que ela faça ou do que possa fazer. Tudo depende do crer. Tudo depende da fé.

Outra questão que merece especial atenção é que em todas essas cento e cinquenta ocorrências da fé e do crer, nenhuma outra condição é adicionada. Esses versículos não dizem que o homem deve crer e a seguir fazer algo para receber a vida eterna. Eles não dizem que o homem deve crer e fazer algo antes que possa ser justificado. Tampouco dizem que o homem deve crer e fazer algo antes que possa ser salvo. A Palavra do Senhor menciona a fé de maneira clara e definida. Nada além é misturado ou vinculado à condição da fé. Portanto, a Bíblia nos mostra claramente que do ponto de vista de Deus, não há outra condição para a salvação além de crer.

Um dos livros mais lidos e apreciados no Novo Testamento é o Evangelho de João. Se alguém o ler cuidadosamente, verá que João escreveu esse livro com o único propósito de dizer-nos como o homem pode receber vida e ser salvo e como pode ser libertado da condenação. O Evangelho de João menciona oitenta e seis vezes que é por fé somente, e por nada mais, que o homem recebe a vida, é justificado, e não entra em condenação. Portanto, a Bíblia nos mostra clara, adequada e simplesmente que a salvação não é baseada no que o homem é, no que ele tem tampouco no que fez. A Bíblia nos mostra que quando o homem crê, ele recebe. Ele recebe por meio de crer.

“Mas, a todos quantos receberam (o Senhor Jesus), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”

(João 1:12,13)

De acordo com a Bíblia, graça é o que Deus nos deu por intermédio de Jesus Cristo. Para Ele, fazer isso está no princípio da graça. Uma vez que esteja no princípio da graça do lado de Deus, então, do nosso lado, está no princípio da fé. Fé e graça são dois princípios inseparáveis. Graça é Deus dando algo a nós, e fé é o nosso receber algo da parte de Deus.

Fé nada mais é que receber o que Deus nos deu em espírito. Isso é totalmente independente de obra. Somente dessa maneira o homem pode receber a graça de Deus. Se recorrermos a quaisquer outros meios, não seremos capazes de receber a graça de Deus.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

(Efésios 2:8,9)

 

 

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