Atributos de Deus - Deus é Longânimo

A longanimidade de Deus é um atributo divino precioso para o coração do povo de Deus. Exemplos do exercício desta maravilhosa qualidade são encontrados tanto nas Escrituras do Antigo Testamento como do Novo Testamento. Isto é visto no trato do Senhor com indivíduos, grupos de pessoas e nações.

A história do mundo antediluviano revela a degradação moral que existia, combinada com uma preocupação com coisas materiais e atividades mundanas. O Senhor expressou Seu descontentamento e alertou sobre o julgamento que viria através da fiel pregação de Enoque (Judas 1 versos 14 e 15).

O apóstolo Pedro nos diz que a longanimidade de Deus esperou nos dias de Noé. Isto foi visto nos 120 anos que Deus permitiu aos homens antes do dilúvio. Durante esse tempo, eles teriam observado as atividades de Noé e sua família enquanto construíam a arca, e teriam ouvido a voz sincera daquele pregador da justiça que procurava persuadir os antediluvianos a escaparem da destruição iminente. A longanimidade de Deus ficou ainda mais evidente nos sete dias adicionais em que a porta da arca permaneceu aberta depois que Noé, sua família e todas as criaturas viventes designadas entraram na arca.

O Senhor testifica do Seu próprio caráter em Êxodo 34 verso 6: “O Senhor Deus, misericordioso e piedoso, longânimo e grande em bondade e em verdade.” Moisés adota esta mesma linguagem ao suplicar ao Senhor pelo povo de Israel diante de sua teimosia e ingratidão, sua desobediência e rebeldia no caminho do deserto: “O Senhor é longânimo e de grande misericórdia, perdoando a iniquidade e transgressão” (Números 14 verso 18).

A história do trato do Senhor com a nação no deserto, durante a ocupação da terra, nos dias dos juízes e depois dos reis, todos testificam de Sua bondade, fidelidade e cuidado. Um dos auges maravilhoso da longanimidade de Seu trato será visto quando Ele se voltar para uma nação que foi posta de lado por causa da rejeição d´Aquele que foi enviado para ser seu Messias. As palavras de Sofonias 3 verso 17 serão então realizadas: “O Senhor teu Deus é poderoso no meio de ti; Ele salvará, Ele se alegrará por ti com regozijo; Ele descansará em seu amor, Ele se alegrará por ti cantando.”

A história do Rei Manassés, conforme registrada em 2ª Crônicas 33, relata um exemplo notável da longanimidade de Deus na vida deste indivíduo rebelde. Os anos de sua infância teriam sido marcados pela influência saudável e cuidadosa de um pai piedoso, o rei Ezequias. A cronologia dos eventos nas Escrituras daria base para pensar que algo dos movimentos do profeta Isaías e de suas declarações proféticas teriam sido conhecidos por Manassés. Após a morte de seu pai e a elevação ao trono, o jovem rei embarcou num caminho de rejeição da influência divina, abandono de princípios morais e negação de restrições divinas, ao mergulhar em práticas idólatras. O Senhor falou a Manassés através das palavras dos profetas, mas não houve como fugir dos seus maus caminhos (Leia 2ª Crônicas 33 versos 10 e 18). Ele finalmente foi levado ao arrependimento através do castigo e da aflição na Babilônia. Houve então uma humilhação diante de Deus, um pedido de perdão e um afastamento de suas práticas iníquas. O oferecimento de ofertas de paz e de agradecimento foram uma expressão da paz que ele encontrou e de sua gratidão a Deus pelas riquezas das misericórdias divinas que lhe foram mostradas.

Um exemplo bem conhecido da longanimidade de Deus no Novo Testamento é visto na vida de Saulo de Tarso. A mensagem e o testemunho de Estêvão, quando Saulo testemunhou o seu martírio, e os rostos dos cristãos cuja prisão e morte ele presenciou, devem ter provocado profundas perfurações de convicção na sua alma. Tudo isto culminou no caminho para Damasco, no encontro com Cristo ressuscitado, quando o Senhor exclamou: “É difícil para ti resistir aos aguilhões” (Atos 9 verso 5). Paulo declarou mais tarde: “Obtive misericórdia para que Jesus Cristo, primeiro, mostrasse em mim toda a longanimidade, como modelo para os que daqui em diante crerem nele para a vida eterna” (1ª Timóteo 1 verso 16).

A palavra longanimidade está ligada a outras qualidades divinas em diversas passagens das Escrituras. Misericórdia e graça estão unidas à longanimidade enquanto Moisés cita os caminhos de Deus em Êxodo 34 verso 6 e Números 14 verso 18. O apóstolo Paulo menciona bondade e paciência com longanimidade em Romanos 2 verso 4.

A bondade descreve a disposição de Deus para conceder bênçãos; a misericórdia sugere a piedade que Ele demonstra pelo que erra; tolerância indica a restrição que Ele exerce ao reter o julgamento sobre o pecado. A longanimidade tem uma característica adicional. Sugere uma paciência tranquila com pessoas desobedientes e situações provocativas para que o bem e a bênção possam finalmente ser desfrutados. A descrição do amor em 1ª Coríntios 13 retrata as ações do próprio Senhor que “tudo suporta... tudo espera, tudo sofre” (verso 7). Na verdade, “o amor que muito, e é bondoso” (verso 4). Isto foi visto quando Deus agiu de forma longânima na vida de Manassés e na experiência de Saulo de Tarso, e será visto de forma maravilhosa na recuperação e redenção do povo de Israel.

O apóstolo Pedro afirma em 2ª Pedro 3 verso 9 que o Senhor é “longanimidade para conosco, não querendo que nenhum pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento”. Isto seria um incentivo para continuarmos a orar pela salvação das almas perdidas, apesar da falta de interesse da parte delas, mesmo quando há uma oposição expressa a Deus e à Sua palavra. Os pais podem ser encorajados enquanto anseiam pela salvação dos filhos não salvos que recusaram a mensagem do evangelho, que aparentemente resistem à obra do Espírito de Deus nas suas vidas e escolhem um caminho que é contrário a Deus e à Sua Palavra. A verdade da longanimidade de Deus será um estímulo para os professores da escola dominical e outros que procuram plantar a Palavra de Deus na vida dos jovens. Dará um impulso àqueles que pregam o evangelho à medida que semeiam a Palavra viva. A compreensão dos caminhos do Senhor será combinada com a confiança na capacidade de Sua Palavra de realizar arrependimento e fé no indivíduo. Devemos lembrar as palavras de Pedro: “Considerai que a longanimidade de nosso Senhor é para a salvação” (2ª Pedro 3 verso 15).

 

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