As aparências realmente importam?

Algumas pessoas agem como se a aparência exterior não significasse nada, insistindo que o que conta é o que Deus vê.

Outros se comportam como se a aparência exterior significasse tudo, e que o que importa é o que o mundo vê.

Por mais contraditório que possa parecer, tendemos a achar os extremos confortáveis ​​– são fáceis de aplicar.

A pessoa que insiste que sua aparência casual não deve ser criticada lembrará estridentemente a todos que “Vocês não podem ver meu coração; não deveria me julgar”.

A pessoa que exige um nível de vestimenta ou aparência, proclamará em voz alta: “Temos um testemunho a manter”.

Mas o que dizem as Escrituras?

Diante dos fariseus, com sua abordagem hipócrita das coisas sagradas, o Senhor Jesus disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de extorsão e excessos” (Mateus 23:25).

Então aí está – é o interior que importa, não o exterior.

Não tão rápido!

O versículo seguinte acrescenta: “Fariseu cego, limpa primeiro o que está dentro do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo” (Mateus 23:26).

Da mesma forma, em Lucas 11, o Senhor Jesus disse: “Loucos! Quem fez o exterior não fez também o interior?” Ele continua: “⁴² Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras.”

Aparentemente, tanto a aparência externa quanto a condição interna eram importantes para o Senhor Jesus. Na verdade, o exterior pretendia expressar o interior; a aparência visível deve manifestar, em certa medida, a atitude invisível do coração. A maneira como apareço diante do mundo tem como objetivo mostrar a condição do meu coração, e não mascarar sua pobreza ou egoísmo por trás de um verniz de virtude.

É por isso que o Senhor disse “Purifique primeiro, o interior”.

Quando meu coração estiver verdadeiramente certo (o interior é limpo primeiro), minha aparência refletirá isso (“que o exterior também possa ser limpo”).

Se eu me especializar no exterior, me tornarei um hipócrita teatral, descuidado com a condição do meu coração. Se eu ignorar o exterior, torno-me um modelo inaceitável da piedade que deveria marcar a minha vida.

Duas cenas do Antigo Testamento mostram esse equilíbrio necessário.

Em 1 Samuel 4, os israelitas trouxeram a arca para o campo de batalha com total desrespeito pela sua própria condição tragicamente carnal. Era como se eles pensassem que sua condição cardíaca não importava. Eles poderiam enganar os filisteus e, ao mesmo tempo, obrigar o Senhor a trabalhar por eles. Contudo, os únicos que trabalharam sob o engano foram os próprios israelitas. O fato de Deus permitir que a arca fosse levada repreendeu sua loucura. A lição aqui é, uma posição ortodoxa sem uma correspondente espiritualidade de caráter não me salvará da derrota.

Em Juízes 13-16, a vida lamentável de Sansão é narrada. Seu problema cardíaco era lamentável. Ele vacilava constantemente à beira de um horrível precipício espiritual. No entanto, enquanto ele manteve a aparência exterior do seu nazireado, Deus esteve com ele. Quando seus cabelos foram cortados, sua força se foi – o Senhor se afastou dele. A lição aqui é, Deus aceita-nos com base na devoção que temos perante Ele, e Ele espera que a nossa condição corresponda à nossa posição.

O que isso significa para nós hoje?

Não ousamos dizer que a aparência é tudo; mas seremos igualmente culpados se dissermos que a aparência não é nada. Se eu insisto que apenas uma determinada cor de camisa deve ser usada ou que as irmãs não devem usar uma determinada cor de vestido, não estou me inclinando demais para um lado, já que preciso ir além das Escrituras para estabelecer essas regras?

Inversamente, se eu insistir que, em regra, meu comportamento, conduta e vestimenta são insignificantes, permiti que o pêndulo oscilasse para o outro extremo.

Os filhos de rei ou presidente estariam bem vestidas se aparecessem com roupas casuais em uma reunião de família no rancho. Mas seria uma violação da etiqueta e do decoro se eles aparecessem dessa forma numa cerimónia oficial onde o seu pai estava a ser homenageado.

José no Egito, compreendeu que uma convocação à presença do Faraó exigia uma aparência adequada e vestiu-se adequadamente.

Se o objetivo das reuniões evangelística foram em tendas ou barracas é fazer com que os visitantes se sintam bem-vindos, então parece-me que deveríamos ficar felizes por haver crentes aparecendo em trajes menos formais – afinal de contas é uma tenda e é (provavelmente) quente e húmida. Se todos viessem à tenda vestidos como se estivessem participando de uma cerimônia oficial, isso pareceria bizarro para os espectadores.

Por outro lado, se estou participando de uma reunião de assembleia local, provavelmente num local próprio para isto, posso permitir que minha pontualidade, aparência e comportamento demonstrem a reverência devida Àquele, que nos reunimos para honrar. Chegar àquela reunião vestido como se estivesse participando de um piquenique pareceria totalmente inadequado.

Tem situações por exemplo, em haver momentos que um crente chega a uma reunião diretamente do trabalho e não consegue mudar de roupa. É melhor ele estar lá com roupa de trabalho do que faltar à reunião. Além disso, as condições podem ser dramaticamente diferentes em campos estrangeiros e em outros climas.

Contudo, na maioria dos Países, o que é considerado uma vestimenta aceitável para ocasiões em que se sente que a aparência é importante (entrevistas de emprego, reuniões de negócios, casamento, enterro etc.) certamente daria algumas orientações sobre como devo aparecer diante do Senhor.

E independentemente de quão baixos possam cair os padrões normais de vestimenta em nossa sociedade, os imutáveis ​​princípios bíblicos de modéstia e piedade devem sempre orientar o crente exercitado.

 

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