A Ressurreição de Jesus Cristo

Juntamente com a encarnação e morte de Cristo, a ressurreição corporal de Jesus Cristo permanece como o evento mais significativo e transformador que já ocorreu. Para usar uma frase bem conhecida, é a “dobradiça da história”, uma trindade de ações divinas que formam o fundamento inabalável do propósito redentor de Deus. A ressurreição é “a espinha dorsal do evangelho cristão, a pedra angular da doutrina cristã e a base da conduta cristã”. O túmulo vazio de Cristo afirma a gloriosa plenitude de nosso exaltado Senhor: “Eu estou … vivo. Eu morri, e eis que estou vivo para todo o sempre” (Apocalipse 1:17-18).

Ser ressuscitado é ser ressuscitado corporalmente dentre os mortos. O Novo Testamento nos ensina que assim como a morte é universal – “a morte passou a todos os homens porque todos pecaram” (Romanos 5:12) – assim também a ressurreição será todo-inclusiva. O Senhor Jesus apontou para uma hora vindoura “quando todos os que estão nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram o bem para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal para a ressurreição do juízo” (João 5:28-29).

Isso não é uma bagatela teológica. Paulo nos diz que “se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou” (1 Coríntios 15:16).

Se os homens comuns não pudessem ser ressuscitados, então a ressurreição do homem perfeito de Deus seria impossível também, e ainda estaríamos perecendo.

Desde os primeiros tempos, o povo de Deus acreditou na ressurreição corporal. Jó, na antiguidade, afirmou com confiança que “depois que minha pele for assim destruída, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19:26).

Seu contemporâneo, Abraão, tinha a mesma crença; em relação a Isaque, ele reconheceu “que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hebreus 11:17-19).

E Davi, nos Salmos, falou com grande confiança espiritual: “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; quando acordar, ficarei satisfeito com a tua semelhança” (Salmos 17:15).

Essa antecipação da ressurreição de Cristo foi prenunciada nas Festas de Jeová em Israel (Levítico 23).

Assim como a Páscoa indicava Sua morte, a Festa das Primícias, no primeiro dia da semana, antecipava Sua ressurreição. Paulo ensinou que “Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois, na sua vinda, os que pertencem a Cristo” (1 Coríntios 15:20-23).

Tanto o Antigo Testamento quanto o Novo Testamento contém histórias maravilhosas sobre o poder de Deus em ressuscitar os mortos. A breve alusão a “mulheres [que] receberam de volta seus mortos pela ressurreição” em Hebreus 11:35 apontava para eventos na vida dos profetas Elias (1 Reis 17:17-24) e Eliseu (2 Reis 4:32-37).

Acrescente-se a essas histórias a narrativa colorida de um homem morto que foi jogado às pressas na tumba de Eliseu e ressuscitou milagrosamente ao entrar em contato com seus ossos (2 Reis 13:21).

O registro da vida de Cristo no Novo Testamento também contém três ressurreições. Na cidade de Naim, Jesus ordenou ao filho de uma viúva que se levantasse, e “o morto sentou-se e começou a falar” (Lucas 7:15).

Em outro dia, Ele ressuscitou uma menina judia, filha de Jairo (Lucas 8:40-56).

Mais tarde ainda, quando a triste notícia da morte de Lázaro de Betânia O alcançou, Ele disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo” (João 11:11).

Ao proclamar “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25), Jesus emitiu uma ordem em voz alta, e Lázaro saiu da tumba, vivo!

Após a própria morte de Cristo, três outras ressurreições são registradas; lemos que quando o Senhor Jesus entregou seu espírito na cruz, houve um terremoto e “muitos corpos de santos que dormiam, ressuscitaram (depois ressurreição dEle)” (Mateus 27:50-54).

Em Jope, Pedro ordenou a Tabita (ou Dorcas) que ressuscitasse dos mortos, o que ela fez (Atos 9:36-41), e Paulo, como os profetas antes dele, estendeu-se sobre o corpo quebrado de Êutico e o devolveu vivo para a assembleia em Trôade (Atos 20:7-12).

É significativo que todas as pessoas, uma vez ressuscitadas, também morram novamente. O veredicto de Deus, “ao homem está ordenado morrer uma só vez” (Hebreus 9:27), estabelece a sentença mínima; não contradiz a possibilidade de morrer duas vezes, como os ressuscitados na Bíblia realmente fizeram. Tampouco nega a terrível realidade de uma “segunda morte” para aquele que rejeita a Cristo.

Mas houve uma ressurreição diferente de todas as outras. Paulo escreveu: “Sabemos que, sendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, não morrerá nunca mais; a morte não tem mais domínio sobre ele. Para a morte que ele morreu, ele morreu para o pecado, de uma vez por todas, mas a vida que ele vive, ele vive para Deus” (Romanos 6:9-10).

E agora, para aqueles que aguardam Sua vinda, existe a possibilidade real de que nós também nunca morreremos. Olhando para Sua vinda, Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá” (João 11:25-26).

Paulo escreveu: “Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Então nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles” (1 Tessalonicenses 4:16-17).

A morte de Jesus Cristo é indiscutível; pensando na lança e no sangue, Spurgeon disse: “Nenhum homem neste mundo esteve mais certamente morto do que ele”. Assim, também, Sua ressurreição era certa. Os romanos podem selar uma tumba fechada, mas nós colocamos nossa esperança em uma tumba aberta! Como os primeiros visitantes, ouvimos a doce palavra angelical: “Ele ressuscitou”, e então, como Maria, nos voltamos para abraçar Seus pés em adoração.

Ele não experimentou nenhum tipo de corrupção na tumba.

Imaculado em Sua impecabilidade e perfumado com nardo e especiarias preciosas, Ele emergiu no “poder de uma vida indestrutível” (Hebreus 7:16).

Sim, era um corpo humano, mas agora, muito mais; neste corpo ressurreto, havia novas qualidades, elevando-se acima das limitações materiais, transcendendo as leis naturais dentro de Sua própria criação.

Houve testemunhas, é claro – não poucas, mas multidões de testemunhas confiáveis. E o que eles viram? Eles viram um homem vivo, criado em um corpo humano real.

Ele não disse aos discípulos: “Vejam minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo. Toque-me e veja. Pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24:39)?

Pedro testificou: “Deus o ressuscitou no terceiro dia” e Ele apareceu às “testemunhas, que comeram e beberam com ele depois que ressuscitou dos mortos” (Atos 10:40-41).

É claro que houve “narrativas alternativas” apresentadas para negar Sua morte e ressurreição, todas elas invenções mal disfarçadas de descrença. Não, Ele não desmaiou. Não, não havia engano sobre o túmulo. E não, não houve alucinação em massa das testemunhas. Ele morreu. Ele ressuscitou. Ele vive!

A mensagem de Pedro no Dia de Pentecostes estabeleceu a agenda para toda mensagem autêntica do evangelho. “Jesus de Nazaré [foi] (…) crucificado e morto pelas mãos de iníquos. Deus o ressuscitou, soltando as ânsias da morte, porque não era possível que ela o retivesse” (Atos 2:22-24).

Apontando para Davi, ele argumentou convincentemente que “ele previu e falou sobre a ressurreição do Cristo, que ele não foi abandonado no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, e disso todos nós somos testemunhas” (Atos 2:31-32).

Toda a mensagem apostólica foi centrada aqui. Paulo registrou de forma memorável o evangelho que lhe havia sido revelado em quatro proposições curtas (1 Coríntios 15:3-8).

Cristo morreu, foi sepultado, ressuscitou e foi visto; esta foi a soma e a substância da palavra pregada. Desde sua primeira mensagem registrada em Antioquia (Atos 13:30), sua pregação foi permeada pelo Cristo ressurreto.

E ainda hoje, “se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).

Um Cristo ressuscitado é essencial para nossa salvação. Sem ela, o cristianismo é inválido; “Se Cristo não ressuscitou, sua fé é vã e vocês ainda estão em seus pecados. Logo, também os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Coríntios 15:17-18).

Felizmente, Pedro nos lembra que Deus, “segundo a sua grande misericórdia… nos fez renascer para uma viva esperança, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1:3).

Somos declarados justos quando “cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por nossos delitos e ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 4:24-25).

A santificação agora é nossa; “Assim como Cristo ressuscitou dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6:4).

A ressurreição de Jesus Cristo garante nosso futuro em Sua presença, “sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos levará convosco à sua presença” (2 Coríntios 4:14).

Um Cristo ressuscitado confere total segurança para todos os salvos, pois Eles disse; “porque eu vivo, vocês também viverão” (João 14:18-19).

 

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