A punição do homem pelos pecados é eterna?

Essa pergunta não pode ser respondida pelo raciocínio humano, mas pela revelação bíblica. Antes de respondermos a isso, precisamos entender o que são os “pecados” diante de um Deus infinitamente santo.

O pecado é errar o alvo. É injustiça, iniquidade, transgressão, ilegalidade; portanto, o pecado não pode ser tolerado e deve ser punido.

Romanos 6:23 ensina: “O salário do pecado é a morte”. O pecado é, na verdade, uma afronta ao caráter de Deus. Se Deus não punir o pecado com justiça, Ele será infiel a Seu caráter.

A Palavra de Deus revela a punição eterna pelos pecados em linguagem vívida e inconfundível:

“punidos com destruição eterna ” (2 Tessalonicenses 1:9);

“enviados para o castigo eterno ” (Mateus 25:41);

“a sua parte será no lago de fogo que arde com fogo e enxofre  para todo o sempre ” (Apocalipse 21:8).

Isso não é apenas punição eterna, mas punição eterna consciente, pois mesma Bíblia diz: “a fumaça do seu tormento sobe  para todo o sempre, e  eles não têm descanso nem de dia nem de noite ” (Apocalipse 14:11); e em Judas 7 lemos dos ímpios “sofrendo (presente contínuo) a vingança do fogo eterno”.

A maior prova de “punição eterna” pelo pecado é oferecida nos sofrimentos infinitos de Cristo pelos pecados. A rejeição de Cristo tem consequências eternas. Se pudéssemos compreender os sofrimentos de Cristo pelos pecados, poderíamos compreender o castigo eterno dos homens em seus pecados. Os dois são Impossíveis!

O homem pensa que par escapar do julgamento eterno, ele tem que praticar boa obras e Deus pesar com seus pecados e tirar uma nota positiva.

Quais são as obras do homem? Genericamente falando, existem três coisas consideradas como obras do homem:

1) seus delitos, 2) suas realizações e 3) suas responsabilidades.

As obras más do homem são seus delitos; as boas são suas realizações e as obras que ele está disposto a assumir, suas responsabilidades.

 Aqui temos três coisas: das coisas que o homem faz, as que não são bem feitas tornam-se seus delitos; as que são bem feitas tornam-se suas realizações, e as que ele promete fazer para Deus são suas responsabilidades.

Na questão do tempo, delitos e realizações são coisas do passado, enquanto responsabilidades são coisas do futuro; são coisas pelas quais um homem é responsável.

Se a graça de Deus que pode salvar o homem pela fé, é Deus trabalhando pelo homem pecaminoso, fraco, ímpio e desamparado, imediatamente vemos que a graça de Deus e o delito do homem não podem ser unidos.

Tampouco pode a graça de Deus ser unida às realizações e responsabilidades do homem. Quando a questão do delito entra em cena, a graça não existe. Quando a questão da realização entra em cena, a graça também não existe. De semelhante modo, onde houver a responsabilidade, a graça não existirá. Se a graça de Deus é de fato graça, os delitos, as realizações e as responsabilidades não podem ser misturados a ela. Sempre que os delitos, as realizações e as responsabilidades são adicionados, a graça de Deus perde suas características.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

(Efésios 2:8,9)

A primeira característica da graça de Deus é que ela não está relacionada com os maus procedimentos do homem. A graça de Deus é concedida ao homem pecaminoso, aos pecadores desamparados, baixos, fracos e impiedosos. Se a questão do delito surge e se está determinado que aqueles com pecado não terão graça, então a graça está fundamentalmente anulada. A graça de Deus nunca pode ser retida simplesmente porque o homem pecou. A graça de Deus não pode ser reduzida nem quando os pecados do homem aumentam. Isso nunca pode ocorrer.

A mente do homem, estando cheia da carne, está preenchida com o conceito da lei. Podemos achar que os bem-sucedidos podem receber graça, mas nós, pecadores e sem realizações, estamos desqualificados para receber graça. No conceito do homem, delito e graça estão em extremos opostos. No conceito do homem, graça somente vem onde não houver delito. Se você disser a alguém que tem alguma consideração por Deus, que Deus o amou e deu-lhe graça, ele imediatamente vai querer saber como isso pode ser verdade, uma vez que ele tem cometido tantos pecados.

O conceito do homem é que a graça pode ser recebida somente quando não há delito. Ele não consegue perceber que isso está totalmente errado.

Por quê? Porque o delito dá a melhor oportunidade para a graça operar. Sem delito, a graça não tem oportunidade de manifestar-se. Além de ser incapaz de impedir a graça, o delito é a condição necessária para a graça ser manifestada.

Da mesma forma, nossa insuficiência diante do Senhor não é um impedimento para a graça. Pelo contrário, a nossa pobreza é uma condição para recebermos graça. Se não estivermos muito pobres, não estaremos desejosos de receber graça.

Todos já se deparam com algum mendigo. Eles andam por toda parte, e são muito pontuais onde lhes dão esmolas. Quando se aproximam e você lhes dá uma ou duas moedas, eles sorriem e pegam-nas.

Mas, que ocorreria se você oferecesse uma moeda a qualquer homem ou mulher que estivesse bem vestido e que tivesse uma boa educação, e dissesse: “Tome aqui, pegue isto. Arranje mais duas moedas e poderá comprar um salgadinho na padaria”? Certamente ele ou ela não aceitariam; e não somente não aceitariam, mas considerariam isso um insulto. Portanto, ser pobre é uma condição para receber graça; de fato, é a condição mais necessária.

Note o que Paulo diz: “Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”

(Tito 3:3-7)

 

 

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