A ordenança do Batismo substituiu o Rito da Circuncisão?

O argumento de que o batismo corresponde à circuncisão e que, portanto, as crianças devem ser batizadas fala contra, e não a favor, da prática.

O filho de um israelita era circuncidado, não para torná-lo israelita, mas porque era israelita de nascimento. A ordem era primeiro o nascimento, depois a circuncisão; e assim é agora. Primeiro, a regeneração, ou nascimento espiritual, depois o batismo.

Lemos em Atos 16.3 que Timóteo foi circuncidado muito depois do batismo ter acontecido, e tão fortes eram alguns a favor disso, que os "apóstolos, presbíteros e irmãos" da igreja em Jerusalém tiveram que se reunir para considerar a questão da circuncisão ser imposta aos gentios convertidos, conforme necessário para sua salvação. Se o batismo tivesse surgido no lugar da circuncisão, teria sido o momento de dizer isso e encerrar a controvérsia. (Leia Atos 15)

A circuncisão é essencialmente um rito judaico. Foi prescrito a Abraão e aos seus descendentes diretos, significando uma relação de aliança existente entre a nação de Israel e Deus, Gênesis 17.

A administração do sinal exterior não indicava um estado moral correspondente aos privilégios aos quais o israelita era admitido como um membro da Raça Eleita.

O nascimento, e não a circuncisão, trouxe-os a esses privilégios.

Não há nada no Novo Testamento exatamente análogo à linguagem de Gênesis 17.

A Escritura mais importante que está conexão é Colossenses 2.11-12: "Em quem (ou seja, Cristo) também fostes circuncidados com uma circuncisão não feita por mãos, ao despojar-vos do corpo (dos pecados) da carne na circuncisão de Cristo; sepultados com Ele no batismo, no qual também ressuscitastes com Ele através de sua fé na obra de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

Ninguém, a não ser um teórico preconceituoso, poderia ver nestas palavras qualquer indicação de uma intenção divina de associar a circuncisão ao batismo, da maneira como estão ligadas nas mentes de certos intérpretes.

Note, Paulo diz: "...A circuncisão de Cristo". Este não é o rito judaico ao qual nosso Senhor foi submetido como “nascido sob a lei”, por ser apenas uma ordenança na carne (corpo). Isto é algo que significava morte, pois o próximo versículo fala de 'sepultamento', e refere-se a sermos despojados na cruz, "sendo crucificados com Cristo".

Não somos selados com nenhuma marca externa, mas com o Espírito Santo de Promessa interior.

Paulo fala em, “despojar-se do corpo de carne”. A palavra 'despejar' significa 'despir-se e jogar fora', ser despojado de uma peça de roupa imunda.

Nossa posição em Adão terminou com a morte de Cristo, mas a carne, como princípio do pecado, permanece no crente e deve ser sempre julgada. Na morte de Cristo, nos separamos de toda a nossa condição arruinada que nos estava ligada a Adão – o Cabeça de uma raça arruinada.

Lemos que fomos "sepultados com Ele no batismo." Nosso batismo na água como crentes não removeu nosso estado de ruína, mas mostra em figura o que nós, como crentes, como homens em Adão, já passamos com Cristo, e consideramos nossa saída da águas como uma figura, também, de sendo ressuscitado com Cristo.

O batismo não efetuou a participação de ser “sepultado” e “ressuscitado” com Cristo, mas a nossa fé no poder de Deus sim. Um símbolo da essência da nossa experiência espiritual.

Lemos no versículo 13: “Incircuncisão da nossa carne”. A incircuncisão literal destes gentios Colossenses era apenas um símbolo do fato de que eles estavam sujeitos ao seu antigo estado em Adão, até que Deus, em graça, os trouxesse para uma união viva com um Cristo ressuscitado.

A circuncisão como rito é inteiramente judaica; o batismo como ordenança é inteiramente cristão. A circuncisão foi realizada contra aqueles que já eram judeus; o batismo é administrado àqueles que já são cristãos.

Quando administrado a outros (ou seja, a incrédulos, sejam jovens ou velhos), o batismo é uma mera farsa, desprovida de significado e, pelo menos em muitos casos, um artifício bem-sucedido do diabo, iludindo as pessoas na crença de que a salvação é garantida por um cerimonial vazio. 

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