A Divindade de Cristo

O raciocínio hipotético de Paulo em 1 Coríntios 15:14 sobre a ressurreição poderia ser aplicado a este tópico atual: Se Cristo não é divino, nossa fé é vã, ainda estamos em nossos pecados... somos os mais miseráveis ​​de todos os homens. Isso não é uma hipérbole; a eternidade depende da identidade do Senhor Jesus.

Dizer que Cristo é divino é dizer que Ele tem a natureza e substância essenciais de Deus. Ele não é ontologicamente inferior de forma alguma. Como um homem na terra, Ele ainda era co-igual, co-essencial e co-eternamente Deus.

Há uma distinção de pessoas dentro da Divindade, significando que Cristo é o Filho, e não o Pai. Visto que a substância de Deus não pode ser dividida, ambas as pessoas são divinas.

Quando Ele se fez carne, Ele se tornou o que nunca havia sido antes, mas nunca deixou de ser quem sempre foi. Em uma pessoa (Cristo) residiam duas naturezas (divina e humana). Ele é simultaneamente e paradoxalmente verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.

Provar a divindade de Cristo “não é forçar um ou dois textos, mas a doutrina da Escritura tecida em toda a sua composição”.

Ao comprar uma pintura original, um certificado de autenticidade é vital, mas o comprador também quer ver as cores, contrastes e pinceladas da obra de arte. Ele quer ver e sentir sua realidade. Assim é com as Escrituras. Existem textos de prova em abundância da divindade de Cristo, estes correspondem ao certificado.

Mais do que isso, no entanto, são as sombras, sugestões, implicações e tempos verbais que se combinam para dar a sensação e a experiência da realidade.

(Leia: João 1:1; 20:28; Romanos 9:5; 1 Timóteo 3:16; Tito 2:13; Hebreus 1:8; 2 Pedro 1:1; 1 João 5:20)

A galeria de arte dos tipos do Antigo Testamento nos mostra que o homem Cristo Jesus é divino.

O éfode do sumo sacerdote era um item singular (Êxodo 39:2,3), com dois materiais distintos – linho e fio de ouro (os judeus consideravam o ouro como um símbolo da divindade, daí o bezerro de ouro (Êxodo 32:3,4).

O maná era como uma semente dourada (Números 11:7), e o tabernáculo tinha peles de texugo por fora (Êxodo 26:14), velando o ouro por dentro.

Cada tipo descreve um item, com duas características distintas, prenunciando uma pessoa (Cristo) com duas naturezas (divina e humana).

O Salmo 45, que fala do casamento do Messias, retrata o filho de Davi com seus “companheiros” – Ele é um homem.

Deus diz a este rei: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” (Salmos 45:6,7).

O homem no trono é chamado de Deus – Ele é divino.

O filho de Davi também é o Senhor de Davi, mostrando que Ele é eterno; “O SENHOR disse ao meu Senhor (Adon): Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Salmos 110:1; Marcos 12:35-37).

O salmista nunca considerou “Adon” um título inferior a Jeová (Leia Salmos 8:9; 97:5).

O fato de hoje haver um homem sentado onde somente Deus está sentado nos diz que Cristo é divino.

Deus é um Deus ciumento e não pode dar Sua glória a outro. Cristo está sentado em um lugar reservado para a divindade – nenhuma criatura ousa sentar-se ali (Hebreus 1:13).

Outra prova de Sua divindade é vista na subjugação de todos os Seus inimigos. O governo universal é exclusivo de Deus; Ele é o “Rei sobre toda a terra” (Salmos 47:2); somente Ele pode ser adorado (Lucas 4:8).

Visto que Cristo recebe a homenagem e a honra devidas a Deus, isso mostra que Ele é divino.

Os profetas também acreditaram nessa doutrina, proclamando o filho da virgem como Emanuel (Isaías 7:14).

O filho dado era o Deus Forte (Isaías 9:6).

Eles disseram que um mensageiro seria enviado com antecedência para preparar o caminho de Jeová (Isaías 40:3; Malaquias 3:1).

João Batista anuncia a vinda de Jesus de Nazaré (Mateus 3:3).

Mateus, Marcos e Lucas se harmonizam com os profetas, pois eles afirmam que o Jesus de Nazaré é Jeová dos exércitos.

Muito antes de o Senhor Jesus vir a Jerusalém montado em um jumento, Zacarias disse: “O teu Rei vem a ti, justo e salvador” (Zacarias 9:9).

Ele ainda descreve esse rei como “o SENHOR... rei sobre toda a terra” (Zacarias 14:9).

Zacarias registra ambos os adventos do Rei e o chama de Jeová – este é “o Rei dos séculos” (1 Timóteo 1:17).

O Senhor Jesus é Auto existente, Auto suficiente e absolutamente independente de Sua criação. Ele tem vida em Si mesmo e, como o EU SOU, é completo em Si mesmo (João 5:26; 8:58).

Além disso, Ele é o criador não contingente; todas as coisas foram feitas por Ele, o que significa que Ele não recebeu propósito e existência de ninguém (João 1:3).

O mistério de Sua pessoa é que aquele com vida em Si mesmo a deu na cruz.

Não é que Deus morreu, mas Cristo, tornando-se homem, morreu.

O auto-suficiente aqui na terra tinha fome, sede e chorava, e o criador sem causa, que não precisava de nada, baixou e se humilhou para comprar uma noiva como Sua plenitude.

 O “Jesus Cristo que é o mesmo ontem, e hoje, e para sempre” de Hebreus 13:8, é paralelo de Malaquias 3:6, “Eu sou o SENHOR, não mudo”.

O Senhor Jesus é Jeová. Em Sua natureza, Ele é imutável, perfeito e não sofre nem flutua. Ele não é o Deus do teísmo aberto, mudando Sua vontade e sofrendo emocionalmente.

A entropia é uma característica da criação; ela perece, mas o Filho “permanece”.

Entropia é um conceito da termodinâmica que mede a desordem das partículas de um sistema físico, portanto ela prece, mas o Filho “permanece para sempre” (Hebreus 1:10,11).

Embora sendo Filho (referindo-se à Sua natureza divina – imutável e impassível), Ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu (Hebreus5:8).

Ele só poderia sofrer tendo se tornado homem, mas tais sentimentos e experiências só serviram para mostrar e torna-lo “perfeito” e o capacitaram para ser nosso misericordioso Sumo Sacerdote. (Hebreus 2:10)

Lemos em João 3:31, “Aquele que vem do céu está acima de todos”, e Ele mesmo disse em João 8:23, “Eu sou lá de cima”.

São declarações de transcendência.

Embora fosse um humilde carpinteiro que caminhava pelas estradas da Galileia, Ele ainda habitava a eternidade, mais alto e maior do que tudo. Aquele que desceu do céu ainda era o Filho do homem no céu (João 3:13).

Ele estava muito além do alcance do homem, mas chegou tão perto que foi visto e tocado.

Embora Ele tenha vindo em carne e sangue, há um aspecto da pessoa de Cristo que está muito além de nossa compreensão – insondável.

Jó entendeu que isso era um atributo divino, dizendo: “Tocando o Todo-Poderoso, não podemos encontrá-lo” (Jó 37:23).

Lucas concorda, registrando: “Ninguém sabe quem é o Filho” (Lucas 10:22).

Isso se refere à vida interior do Filho, além de Suas relações com o homem. Se Ele não tivesse escolhido se revelar, ainda estaríamos cegos.

Para provar a realidade invisível de Sua natureza divina, o Senhor Jesus realizou milagres. A cura do coxo é um exemplo clássico. O Senhor Jesus afirmou perdoando seus pecados, mas os judeus afirmaram e com razão, que essa era uma obra que só Deus poderia fazer (Lucas 2:5,7).

Sendo onisciente, Ele conhecia seus pensamentos (v.8) e os apresentou a um dilema humanamente impossível. Pecados perdoados ou o andar do coxo, qual é mais fácil?

Para provar a realidade invisível – que os pecados deste homem foram perdoados e que Ele era Deus – Ele disse ao coxo para andar. Não é de admirar que eles tenham dito: “Nunca vimos isso dessa maneira” (v.12).

Da mesma forma, quando o Senhor Jesus afirmou que Deus era Seu Pai (João 5:17), Ele estava afirmando ter a mesma natureza de Deus. Para provar essa realidade invisível, Ele delineou as obras visíveis que realizaria. Suas obras são as obras clássicas da divindade: salvação, condenação, adoração (João 5:21-24).

As obras são descritas como sendo dadas pelo Pai, mostrando as funções da Divindade. Mas todos eles brotam da mesma fonte – o Pai e o Filho têm a mesma essência, apesar de serem pessoas distintas.

Quem mais senão uma pessoa eterna poderia conceder vida eterna?

Quem senão um juiz onisciente poderia conhecer todos os casos e avaliar cada coração em um julgamento global?

Cristo fez essas obras exatamente como o Pai as teria feito.

Não é de admirar que Ele tenha dito: “Quem me vê, vê o Pai” (João 14:9), a expressão perfeita e visível da substância de Deus (Hebreus 1:3).

Somente Deus pode revelar Deus.

A eternidade é outra prova da divindade, e esse atributo é revelado como um título nas Escrituras: “Eu sou o primeiro e eu sou o último... fora de mim não há Deus” (Isaías 44:6).

O equivalente no Novo Testamento sobre o Filho é: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último” (Apocalipse 1:11).

João atribui esse título ao Filho do homem, o Senhor Jesus. João descreve ainda o Filho do homem como o Ancião de Dias da profecia de Daniel (Daniel 7:9; Apocalipse 1:14).

Ele não usa o título, mas espelha as mesmas características. Daniel viu o Filho do homem e o Ancião de Dias como pessoas distintas. João viu a mesma essência. Ambos estavam certos.

O Senhor Jesus também é chamado de “Santo” (Atos 3:14), “verdadeiro Deus” (1 João 5:20) e “Filho de Deus” (Mateus 14:33). Ele tem os nomes e títulos de Deus, pois Ele é Deus.

Ao considerar o mistério e a maravilha de nosso bendito Senhor, só podemos cair a Seus pés e exclamar: “Meu Senhor e meu Deus” (João 20:28).

 

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