A adoração cristã, é diferente do Antigo Testamento?

A discussão do Senhor sobre a adoração com a mulher de Samaria em João 4 fornece uma visão significativa da distinção entre a adoração cristã e a adoração judaica divinamente instituída e suas rivais.

O Senhor disse a mulher Samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:23-24).

Em vez de resolver diretamente o debate secular entre judeus e samaritanos, o Senhor revela que uma nova era começou, o que torna redundante a questão do “lugar certo”.

Cada religião mundial tem seus lugares sagrados, com histórias e reivindicações espirituais associadas. O verdadeiro cristianismo nunca teve a intenção de ser baseado nesse tipo de espiritualidade.

O “lugar certo” foi substituído pela “pessoa certa” e os rituais certos foram substituídos pelo relacionamento certo. Isso teria sido revolucionário tanto para os judeus quanto para os samaritanos naquela época, e não é deve ser diferente para os adoradores de ídolos pagãos espalhados pelo mundo.

Qualquer um que realmente teme a Deus está, nessa medida, adorando a Deus ao reconhecer Sua grandeza e caráter. No entanto, esta passagem revela que a adoração aceitável deve ser uma resposta à plena revelação e salvação de Deus dada a nós em Seu Filho. Os verdadeiros adoradores agora são aceitáveis ​​a Deus por meio de Cristo. Portanto, os cristãos (seja de origem judaica, samaritana ou gentia) são agora Seu templo vivo e Seus sacerdotes santos e reais (1 Pedro 2:4-10).

Jeová (o Eu Sou, o Eterno) é Seu nome único revelado no Antigo Testamento, usado mais de 6.000 vezes.

“Pai” é a característica inconfundível da revelação do Novo Testamento. O Senhor Jesus falou tão abertamente sobre Seu relacionamento como Filho com o Pai, e claramente identificou isso como o novo relacionamento ao qual Ele traria Seus discípulos. Estamos conscientes de conhecer a Deus neste precioso relacionamento – quão amados e cuidados, quão próximos do Eterno estamos!

Deus havia prometido uma nova aliança na qual Ele escreveria Sua lei no coração de Seu povo, capacitando-os a adorá-Lo verdadeiramente e a servi-Lo obedientemente.

Cerimônias rituais de limpeza e sacrifícios físicos exigidos são substituídos por devoção espiritual e comunhão de coração a coração, mente a mente, espírito a espírito. Isso é possível por causa de um novo nascimento no qual somos reconectados ao Deus vivo como filhos.

Os judeus afirmavam ter a verdade nas Escrituras confiada a eles. O Senhor Jesus nunca negou essa realidade, mas afirmou ser este o objetivo dEle no mundo e era Ele que o realizava (João 5:39-47).

No entanto, a plena revelação de Deus no Filho e por meio dele transcende e substitui tudo o que antes era tido como verdade! Toda verdade é derivada dEle e deriva seu significado de sua relação com Ele mesmo. Essa ênfase é também uma correção da mistura samaritana de verdade e erro, da qual eles devem se arrepender e deixar para trás. A verdadeira adoração ao Pai não poderia ser amalgamada com seu sistema de crença e prática. As divisões são dissolvidas em Cristo, mas nós estamos unidos Nele. Quando arrastamos algo do velho sistema conosco, reintroduzimos a divisão e o erro.

E é o que a cristandade tem feito por todo o lado.

O Senhor falou que “Deus é Espírito”, portanto o relacionamento é espiritual, e não um Local Físico.

Esta frase final reforça a necessidade, bem como a conveniência de “adorar em espírito e em verdade”. A própria natureza de Deus exige isso de nós: Ele é auto-existente, Espírito eterno, transcendendo o tempo e o espaço.

Portanto, a verdadeira adoração em si deve transcender essas restrições e limitações físicas.

Então, aproximar-se Dele é moral e espiritual, não físico, e Ele deve ser adorado continuamente em nossos corações e mentes, em ação de graças e comunhão, bem como em atos de serviço que expressam nossa devoção a Ele e revelam nosso relacionamento com Ele.

Embora ainda estejamos fisicamente limitados no tempo e no espaço, adoramos em Sua presença eterna, no “santo dos santos” por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Um dia, a Igreja cumprirá seu verdadeiro papel de Noiva e Corpo de Cristo, e Templo de Deus: a Cidade-Noiva, a Nova Jerusalém!

A epístola aos Hebreus destaca ainda mais as limitações inerentes do antigo sistema de adoração e a superioridade insuperável do novo caminho.

A revelação de Deus por meio de profetas, anjos e Seu fiel servo Moisés foi substituída por Deus falando conosco em Seu próprio Filho.

Relacionamento limitado e acesso restrito a Deus, sustentados por um sistema de sacerdotes faltosos e sacrifícios repetitivos de animais, eram realidades sob a antiga aliança da lei.

Essas limitações foram substituídas por uma nova aliança da graça, garantida pela pessoa de Jesus Cristo, com seu “único sacrifício pelos pecados, que tem valor eterno”, e Sua triunfante entronização à direita de Deus como nosso grande Sumo-Sacerdote, no céu.

A primeira aliança só poderia prenunciar a realidade cumprida em Cristo; o estável permanece, a sombra desaparece.

(Hebreus 10:1,12)

O apelo de Cristo por “verdadeiros adoradores do Pai”, devem ressoar em cada um de nossos espíritos redimidos; somos convidados a “chegar com um coração sincero em plena certeza de fé” (Hebreus 10:22).

Devemos adorar como filhos em nosso caminho para a glória de Sua presença eterna, e mesmo agora somos capacitados por Sua graça para entrar livremente com sinceridade e plena confiança em nossa aceitação. Devemos também encorajar e fortalecer uns aos outros em “amor e boas obras” ao nos reunirmos, cumprindo os aspectos santos e reais do sacerdócio. (Hebreus 10:24)

Isso também é afirmado em Hebreus 13:13-16, começando com o apelo: “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o seu opróbrio”.

Nossas reuniões públicas em Seu Nome expressam fé e compromisso com Ele, associando-nos a Ele em Sua atual rejeição no mundo; Aquele que elevou-se ao Pai como incenso sagrado.

O Filho eterno disse que, “o Pai procura a tais pessoas, que assim o adorem.” Então, como responderemos?

O escritor inspirado aos Hebreus nos desafia a responder com corações dispostos e espíritos reverentes:

“Retenhamos a graça, pela qual sirvamos (ou adoremos) a Deus de maneira aceitável, com reverência e temor piedoso. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.”

Numa outra versão, este versículo fica assim: “Dediquemos a Deus um reconhecimento que lhe torne agradável o nosso culto com temor e respeito. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor”

(Hebreus 12:28).

 

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