(2ª) A igreja de Esmirna Profeticamente

Em Apocalipse 2:8-11, temos a carta que o Senhor Jesus enviou pelo apóstolo João a igreja em Esmirna.

A cidade de Esmirna fica no sudoeste da Turquia situada na região de Egeu.

Na história da igreja, as igrejas da era apostólica e as imediatamente após ela foram muito perseguidas. Sofrimento é a especial característica da igreja: esta razão porque o nome da igreja aqui é Esmirna.

Esmirna vem da palavra mirra, que significa sofrimento e representa a igreja sob perseguição.

Esta carta revela que o nome do Senhor Jesus é especial e que a recompensa ao vencedor também é especial. O Senhor Jesus fala de Si mesmo como “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver” (v.8).

O Senhor diz que o vencedor “de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte” (v.11).

Isso prova que a vida vence a morte. Muitas pessoas têm visto somente o termo “vivo” em relação ao Senhor Jesus, mas não têm visto “vivo pelos séculos dos séculos” nem têm visto “mas eis que estou vivo” (Apocalipse 1:18).

Quão grande isso é!

No dia de Pentecostes, o apóstolo disse ao povo: “Ao qual (Jesus Cristo), porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele rético por ela” (Atos 2:24).

A morte não pode retê-Lo. Em outras palavras, uma vez que todos os que são vivos entram na morte, eles não podem sair novamente. Mas o Senhor Jesus não pode ser retido pela morte; a morte não tem poder para retê-Lo. Isso é ressurreição.

A Sua vida pode suportar a morte. Portanto, o princípio da ressurreição na Bíblia torna-se muito precioso.

“Estive morto, mas eis que estou vivo” prova que a vida pode resistir a morte.

Deus vê a igreja como um ser que pode suportar a morte. As portas do Hades estão abertas para a igreja, mas as portas do Hades não podem prevalecer contra ela e não podem confiná-la; assim, a natureza da igreja é ressurreição.

Toda vez que a igreja perde seu poder para vencer o sofrimento, ela se torna inútil. Muitas pessoas sentem-se terminadas ao encontrar certas questões contrárias a seus desejos; para elas é como encontrar a morte.

Mas a ressurreição não teme a morte; o sofrimento simplesmente prova que se pode suportar a morte. Você pode pensar que certo homem provavelmente chegará ao fim após encontrar determinada circunstância, mas, não, ele passa por ela e torna a sair. Aquilo que passa pela morte, e ainda permanece, é ressurreição.

Mesmo em nossa vida pessoal, há muitas situações como essa. Quando você encontra provações e tentações, talvez a oração cesse e torne-se difícil ler a Palavra. Todos os irmãos dizem que desta vez você “está terminado”, mas, não muito depois, você se levanta e a vida de Deus flui de você outra vez. Aquilo que é terminado pela morte não é ressurreição.

A igreja tem um princípio básico: ela é capaz de passar pela morte; ela não pode ser sepultada.

A igreja em Esmirna especialmente expressa essa verdade. A igreja tem sofrido perseguições e aflições.

Por exemplo: Policarpo, foi um bispo da igreja naquela época, e foi capturado por seus opositores. Como ele já tinha oitenta e seis anos, eles o não levaram a morte e foram especialmente brandos para com ele. Se ele dissesse apenas: “Eu não confesso Jesus de Nazaré”, eles os libertariam.

Mas ele replicou: “Não posso negá-lo. Eu o tenho servido por oitenta e seis anos, Ele nunca me tratou mal; como poderia eu negá-Lo por amor ao meu corpo!” Por isso, levaram-no e o queimaram no fogo.

Enquanto a metade inferior de seu corpo estava ardendo em chamas, ele ainda conseguiu dizer: “Obrigado Deus, porque eu tenho oportunidade hoje de ser queimado pelos homens e de dar a minha vida para testemunhar por Ti”.

Houve uma irmã a quem foi dito que se ela apenas se curvasse a Diana (o ídolo Ártemis da cidade de Éfeso, citado em Atos 19), seria libertada.

Que disse ela? Ela replicou: “Vocês me pedem para escolher entre Cristo e Diana? Da primeira vez escolhi Cristo, e agora vocês me pedem para escolher novamente. Eu ainda escolho Cristo”.

Como resultado ela também foi morta. Duas irmãs que estavam presentes disseram: ”Muitos filhos de Deus foram levados.

Porque nós ainda permanecemos? Mais tarde, elas também foram levadas e colocadas na prisão. Essas irmãs viram muitas pessoas sendo devoradas pelas feras, e novamente disseram: “muitos têm testemunhado com seu sangue. Porque nós apenas testificamos com a boca?” Uma dessas irmãs era casada e outra era noiva. Então seus pais, marido e noivo foram persuadi-las do contrário. Eles até mesmo levaram o filho da irmã casada, pedindo-lhe que negasse o Senhor. Mas elas disseram: “Que podem vocês trazer que se compare com Cristo?”

Como resultado, elas também foram arrastadas para fora e entregues aos leões para serem devoradas. As duas cantavam enquanto caminhavam até serem dilaceradas pelas feras.

Quão terríveis foram as perseguições sofridas pela igreja em Esmirna! Mas por mais que se tenha feito, a vida sempre revive após ter morrido. As perseguições simplesmente manifestam que espécie de igreja a igreja é.

O Senhor diz que, Ele é o primeiro e o último e Aquele que esteve morto, mas eis que está vivo.

O Senhor diz a Esmirna (v.9a): “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza”.

O Senhor estava dizendo, você não tem nada do que há nesta terra, mas o Senhor sabe que você é rica.

No (v.10a), o Senhor diz: “Não temas as cousas que tens de sofrer”.

Toda a igreja em Esmirna foi perseguida, mas a vida que morreu e agora está vivendo novamente pode atravessar todas essas perseguições. A razão pela qual a igreja em Esmirna foi capaz de suportar as grandes perseguições e que ela conhecia a ressurreição. Somente a ressurreição consegue tirá-la da sepultura.

No (v.9b), o Senhor diz: “E [eu conheço] a blasfêmia dos que a si mesmo se declaram judeus, e não são”.

Aqui devemos dar atenção para o problema dos judeus. O Senhor disse que nos seus sofrimentos, a igreja tem tribulação e pobreza; com isso é fácil tratar. Mas tratar com aquilo que vem do interior não é fácil. Os judeus mencionados aqui não se referem aos judeus no mundo, mas aos judeus na igreja, assim como as pessoas que vimos antes relacionadas aos nicolaítas não se referem às pessoas do mundo, mas ao laicato na igreja. Aqui fala sobre os judeus que os perseguiram. Isso é mais doloroso entre as coisas dolorosas. Nas sete cartas há uma linha de oposição.

Os nicolaítas são mencionados duas vezes: uma vez na igreja em Éfeso e outra em Pérgamo.

Os judeus também foram mencionados duas vezes: uma vez aqui, e de novo na igreja em Filadélfia.

Em Pérgamo, o ensinamento de Balaão é mencionado.

Em Tiatira, Jezabel é mencionada.

Todos estes constituem a linha de oposição.

Você pode perguntar: qual é o significado dos judeus?

A salvação não é dos judeus?

Por que eles falam blasfêmias aqui?

Por essa razão devemos saber o que é judaísmo e o que é igreja. Há muitas diferenças essenciais entre judaísmo e a igreja. Aqui quero mencionar quatro pontos para os quais devemos dar especial atenção; (1) o templo, (2) a lei, (3) os sacerdotes e (4) as promessas.

1) Os judeus identificaram um templo esplêndido de pedras e de ouro, como o lugar de adoração.

2) Como padrão de comportamento eles tinham os Dez Mandamentos e muitos outros regulamentos.

3) Para cuidar dos assuntos espirituais eles tinham o ofício dos sacerdotes, um grupo de pessoas especiais.

4) E, finalmente, eles também tinham as bênçãos pelas quais podiam prosperar na terra.

Por favor, note que o judaísmo é uma religião terrena e gostaria de axaminar estes quatro pontos encontrados no judaísmo:

1º)O que eles possuem é um templo material, regulamentos de letras, sacerdotes mediadores e gozo na terra. Quando os judeus entraram na terra de Canaã, eles construíram o templo. Se sou um judeu e desejo servir a Deus, devo ir ao templo. Se sinto que pequei eu preciso oferecer um sacrifício, devo ir ao templo para oferecer o sacrifício. Se sinto que Deus me tem abençoado e quero agradecer, devo ir ao templo para agradecer.

Todas as vezes, devo tomar esse caminho. Posso adorar a Deus somente quando vou ao templo. Este é chamado lugar de adoração.

Os judeus são adoradores, e o templo é o lugar onde eles adoram. Os adoradores e o lugar de adoração são duas coisas diferentes.

Mas é assim no Novo Testamento? A característica especial da igreja é que não há lugar nem templo, pois nós, o povo, somos o templo.

Efésios 2:21-22 diz: “No qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”.

A característica especial da igreja é que seu corpo é a habitação de Deus. Individualmente falando, cada um de nós é o templo de Deus. Coletivamente falando, Deus nos edifica e adequadamente nos ajunta para tornar-nos Sua habitação. Não há lugar de adoração na igreja; o lugar de adoração é o adorador.

Carregamos nosso lugar de adoração aonde quer que vamos. Isso é fundamentalmente diferente do judaísmo. O templo no judaísmo é um templo material; o templo na igreja é um templo espiritual.

 Alguém certa vez calculou o valor total do templo judeu – é o suficiente para proporcionar a todas as pessoas da terra uma boa porção financeira.

Mas, e quanto ao templo dos cristãos hoje? Alguns são mancos, alguns são cegos e alguns são pobres, mas este é o templo.

Hoje algumas pessoas dizem: “Se você não quer ir a um templo solene e magnífico, no mínimo precisa de uma capela”.

Mas a igreja não tem um templo. Aonde quer que os crentes vão, para lá o templo também vai. Deus habita em homens, não em uma casa. Os homens pensam que, se forem adorar a Deus, eles precisam de um lugar. Alguns até chamam templo de “igreja”. Isso é judaísmo, não a igreja!

A palavra igreja em grego é “eklésia”, que significa “os chamados para fora de”. A igreja é um povo comprado com o sangue precioso  de Cristo – esta é a igreja.

Hoje temos o templo no andar superior, temos o templo no pórtico de Salomão, temos o templo na porta chamada Formosa e temos templo no andar inferior. O judaísmo tem o lugar material.

Então, quem são os judeus? São os que levam o lugar material para dentro das igrejas. Se os filhos de Deus desejam andar no caminho do Senhor, eles devem pedir a Deus que abra seus olhos, para que possam ver que a igreja é espiritual, não material.

2º) Os judeus também têm as leis, os regulamentos para seu viver diário (Deus somente usa leis para fazer os homens conhecerem os seu pecados). Todo aquele que for um judeu deve guardar os Dez Mandamentos. Mas os Senhor Jesus disse claramente que mesmo que você guarde os Dez Mandamentos, ainda lhe falta uma coisa (Lucas 18:20-22).

O judaísmo tem um padrão de princípios para seu viver diário, o qual está escrito em tábuas de pedra e precisa ser memorizado. Mas o problema está aqui: se sou alfabetizado, entendê-lo-ei; se sou analfabeto, não o entenderei. Se tiver boa memória, consigo lembrá-lo; se não tiver boa memória, não consigo lembrá-lo. Isso é judaísmo. O padrão do viver diário do judaísmo é morto; é exterior. Na igreja não há lei; em vez disso, sua lei está em outro lugar. Não está escrita em tábua de pedra, mas nas tábuas do coração. A lei do Espírito da vida está dentro de mim. O Espírito Santo habita em mim; o Espírito Santo é a minha lei. Leia Hebreus 8 e Jeremias 31.

Deus diz: “Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as escreverei” (Hebreus 8:10).

Hoje, certo e errado não estão em tábuas de pedra, mas no coração. Hoje nossa especial característica é que o Espírito de Deus habita em nós.

Se o Espírito Santo não concorda, o que quer que você diga não vale nada; se o Espírito Santo concorda, o que quer que você diga também não vale nada. A lei torna-se uma questão interior, não exterior. Há leis escritas e regulamentos no judaísmo. Hoje também há muitas normas e regulamentos escritos na “igreja professa”, mas isto não é a igreja. Qualquer regulamento que é colocado exteriormente não é a igreja. Não temos leis exteriores; nosso padrão de viver diário é interior. A tribulação da igreja em Esmirna foi devido ao fato de aqueles que chamavam a si mesmo judeus estarem impondo regulamentos judaicos sobre ela.

3º) No judaísmo, os homens que adoram e o Deus que é adorado estão separados e muito distanciados um do outro.

A distância é o judaísmo. Quando o homem vê o Deus do judaísmo, ele imediatamente morrerá.

Como os do judaísmo conseguem aproximar-se de Deus? Eles dependem de um mediador, o sacerdote.

Os sacerdotes os representam para ir a Deus. As pessoas são seculares; elas somente podem fazer coisas seculares e ser mundanas. Mas os sacerdotes devem ser totalmente santos e cuidar das coisas santas. A responsabilidade dos judeus é levar o boi ou a ovelha ao templo. Quanto a servir a Deus esse é um assunto dos sacerdotes, não dos judeus. Mas na igreja não é assim. Na igreja, Deus não apenas quer que tragamos coisas materiais a Ele, mas também deseja que o povo venha a Ele. Hoje a classe mediadora foi abolida.

Quais foram as palavras de blasfêmia faladas pelos judeus? Uma grupo de pessoas na igreja em Esmirna estava dizendo: “Se aos irmãos é permitido fazer tudo, se os irmãos podem batizar as pessoas, se os irmãos podem partir o pão, não há qualquer ordem! Isto é terrível!”

Eles queriam estabelecer uma classe mediadora.

O cristianismo de hoje já tem sido judaizado. O judaísmo tem os sacerdotes, enquanto o cristianismo tem os rigorosos padres, os clérigos que não são assim tão severos, e os pastores comuns no sistema pastoral. Os padres, os clérigos e os pastores cuidam de todas as coisas espirituais. Sua única expectativa quantos aos membros da igreja é o donativo. Nós, o laicato (os crentes comuns), somos seculares; podemos somente fazer coisas seculares e ser mundanos o quanto quisermos. Mas a igreja não tem qualquer pessoa secular (mundana)!

Isso não significa que não cuidamos de coisas seculares, mas que o mundo não pode tocar-nos. Na igreja cada um é espiritual.

Deixe-me dizer-lhe: toda vez que a igreja chega a ponto de somente poucas pessoas cuidarem das coisas espirituais, tal igreja já caiu. Todos sabemos que aos padres católicos romanos não é permitido casar; quanto mais eles diferirem em aparência dos seres humanos, mais seguras as pessoas sentir-se-ão em confiar-lhes as coisas espirituais. A igreja não é nada disso. A igreja exige que ofereçamos todo o nosso ser a Deus. Esta é a única maneira. Cada um deve servir o Senhor. Fazer coisas seculares é apenas tomar conta de nossas necessidades diárias.

4º) O propósito dos judeus ao servirem a Deus é que eles pudessem colher mais trigo dos campos e que os bois e rebanho não perdessem seus filhotes, mas multiplicassem muitas vezes, exatamente como no caso de Jacó. Eles estão buscando a bênção neste mundo. As promessas de Deus a eles são também promessas da terra, para que entre as nações da terra eles sejam a cabeça e não a cauda. Mas a primeira promessa à igreja é que devemos tomar a cruz e seguir o Senhor.

Pessoas enganadas pelo falso “evangelho da prosperidade”, já me perguntam: “Haverá comida, saúde e emprego quando crermos em Jesus?”

Eu respondo: “Quando você crê em Jesus, todas estas coisas serão quebradas”. Esta é a igreja.

Não é que após crer você ganhará mais em todas as coisas.

Certa vez ouvi um pregador dizer em sua mensagem: “Se você apenas crer em Jesus, embora possa não fazer fortuna, no mínimo, você conseguirá uma vida confortável”.

Quando ouvi isso, pensei:” Isto não está de acordo com a igreja. O que a igreja ensina não é quanto eu vou ganhar diante de Deus, mas quanto estarei disposto a perder diante de Deus”.

A igreja não acha que o sofrimento é uma coisa dolorosa; pelo contrário, é uma alegria.

Hoje, estes quatro itens – (1) o templo material, (2) as leis exteriores, (3) os sacerdotes mediadores e (4) as promessas terrenas – estão na igreja professa.

No (v.9b), o Senhor fala uma palavra muito forte: “Dos que a si mesmos se declaram judeus, e não o são, sendo antes sinagogas de Satanás.”

A palavra sinagoga está especialmente relacionada ao judaísmo, assim como templo ao budismo, mosteiro ao taoísmo e mesquita ao islamismo.

O Senhor disse que eles eram sinagoga de Satanás. Os judeus citados aqui pelo Senhor referem-se aos judeus na igreja, porque eles até mesmo introduziram a sinagoga.

Devemos livrar-nos completamente de todas as coisas do judaísmo.

Na igreja de Esmirna havia tribulação, pobreza e blasfêmia dos judeus. Mas o Senhor disse àqueles cristãos (v.10a): “Não temas as cousas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova”.

Não temas! Muitas vezes se apenas entendêssemos que algo é causado por Satanás, o problema já estaria solucionado pela metade. Quando começamos a pensar que algo é causado pelos homens é que temos dificuldade. Se conseguíssemos apenas entender que isso está sendo feito pelo inimigo, o problema seria resolvido e nosso coração poderia imediatamente descansar diante do Senhor.

Lemos também no (v.10b)“E tereis tribulação de dez dias.”

Temos, aqui, o problema dos “dez dias”. Muitos expositores de Apocalipse e Daniel estão acostumados a contar um dia como um ano. Uma vez que contam os dez dias aqui como dez anos, eles procuraram esses dez anos na história, mas não encontraram nada. Eu pessoalmente sinto que não há nenhuma base bíblica para isto.

Há muitos lugares na Bíblia onde dias não podem ser considerados como anos.

Por exemplo, Apocalipse 12:14 diz: “Um tempo, tempos, e metade de um tempo”. Isto é três anos e meio.

Apocalipse 12:6 diz: “Mil duzentos e sessenta dias”. O ano do calendário judaico tem 360 dias; logo 1260 dias são três anos e meio. Se um dia é equivalente a um ano, então seriam mil duzentos e sessenta anos.

Se a grande tribulação durasse tão longo tempo, que fariam as pessoas?

Então, qual é o verdadeiro significado de dez dias? Na Bíblia dez dias são mencionados muitas vezes.

Em Gênesis 24:55 há “dez dias”. Quando o servo queria levar Rebeca com ele, o irmão e a mãe de Rebeca pediram-lhe que ela ficasse com eles pelo menos dez dias.

Quando Daniel e seus amigos não se permitiram ser corrompidos pelas iguarias do rei, eles pediram aos cozinheiros-chefe para testá-los por dez dias (Daniel 1:12).

Portanto “dez dias”, na Bíblia, significa um período bem breve. O que o Senhor fala aqui tem o mesmo significado. Por um lado, isso significa que há dias certos para o nosso sofrimento, e nossos dias de sofrimento são contados pelo Senhor. Após estes dias seremos libertados exatamente como Jó.

Por outro lado, significa que os dez dias são um período muito breve. Não importa quais provações passemos diante de Deus, elas não durarão muito. Quando os dias são completados, o maligno não pode fazer nada. As provações que você sofrerá passarão rapidamente.

No final do (v.10) lemos: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.

Fiel até a morte é uma questão de tempo e atitude. O Senhor insiste que a vida de todos aqueles que O servem pertence a Ele; essa é a razão por que você deve ser fiel até a morte. Todo aquele que é comprado com o sangue precioso, pertence ao Senhor e deve ser totalmente pelo Senhor.

Desde o início Cristo exige tudo de nós; agora Ele diz: “Sê fiel até à morte.”

Quanto a nossa atitude, devemos ser fiéis mesmo até à morte; quanto ao tempo, devemos ser fiéis até à morte.

E a promessa do Senhor é (v.10): “Dar-te-ei a coroa da vida”.

A coroa é uma recompensa; naquele tempo, a vida tornar-se-á uma coroa.

No (v.11), o Senhor finaliza sua carta dizendo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor, de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte”.

Aqui, diz claramente que o salvo, não somente escapará da morte, como nem sofrerá a dor da segunda morte, porque já aprendeu a lição. As tribulações são severas; se você nunca esteve em tribulação, nunca saberá quão terríveis elas são.

A pobreza é opressora; se você nunca foi pobre, nunca saberá o gosto dela.

A blasfêmia é também opressora; se você nunca foi blasfemado, não conhece a sua dor.

É como se cada encontro com determinada situação arrastasse você para a morte, mas enquanto passa por ela, você prova que a ressurreição é um fato. O Senhor saiu da sepultura, e nós também vamos sair. Sua vida de ressurreição hoje não pode ser sufocada; portanto, ousamos dizer que nós também não podemos ser sufocados.

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