Alguém que escreveu no YouTube:
O maior erro das "profecias" em todos os sentidos. Principalmente as bíblicas, é acreditar que existem "Profetas".
Minha Resposta:
Amigo, agradeço a sua mensagem. Mas o ponto que você levantou — “o maior erro das profecias é acreditar que existam profetas” — não corresponde ao ensino das Escrituras. A Bíblia nunca deixa esse assunto em aberto. Desde o início até o final, ela apresenta a realidade dos profetas como parte essencial da revelação divina.
No Antigo Testamento, Deus afirmou explicitamente que falaria por meio de profetas (Deuteronômio 18:18). Homens como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Miqueias e tantos outros não surgiram por tradição humana, mas porque “veio a palavra do Senhor” sobre eles — uma expressão repetida dezenas de vezes nas Escrituras. Estes profetas não inventavam mensagens; eram porta-vozes de Deus, muitas vezes contra a vontade deles próprios, como Jonas mostrou claramente.
O Novo Testamento mantém a mesma verdade. O apóstolo Pedro, ao citar Joel, declara que Deus prometeu derramar do Seu Espírito e que haveria profecia entre o Seu povo (Atos dos Apóstolos 2:16-18). O próprio Senhor Jesus referiu-se aos profetas como enviados por Deus (Evangelho segundo Mateus 23:34). E Pedro, falando acerca das Escrituras, diz que “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”, porque “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:20-21). Portanto, negar a existência de profetas é negar a própria origem da Bíblia.
O que a Escritura condena, repetidamente, não é a existência de profetas, mas a existência de falsos profetas. Desde Jeremias 23 até o Senhor Jesus em Mateus 7:15, o aviso é claro: *haveria* falsos profetas porque *existem* profetas verdadeiros. O falso só existe como imitação do verdadeiro — nunca como substituto de algo inexistente.
O pensamento espírita procura redefinir termos, sugerindo que “profecia” é apenas intuição ou desenvolvimento espiritual do próprio homem. Mas a Bíblia apresenta algo completamente diferente: profecia é revelação divina, e profeta é alguém comissionado por Deus para transmitir essa revelação. A mensagem não nasce no ser humano — vem do alto. É por isso que os profetas do Antigo Testamento muitas vezes foram perseguidos, ridicularizados e mortos; se falassem apenas sentimentos pessoais, ninguém se incomodaria.
Além disso, a maior de todas as profecias — a vinda do Messias — cumpriu-se com absoluta precisão na pessoa do Senhor Jesus. Desde Miquéias apontando Belém (Miquéias 5:2), até Isaías descrevendo o Servo Sofredor (Isaías 53), até Zacarias anunciando a entrada triunfal em Jerusalém (Zacarias 9:9), tudo se cumpriu detalhadamente. Isto não é coincidência, nem intuição humana. É revelação divina.
O mesmo vale para as profecias que o Senhor Jesus deixou sobre Jerusalém (Evangelho segundo Lucas 19:41-44), cumpridas no ano 70, e para as profecias sobre a Igreja, sobre o reino futuro e sobre o juízo final. Elas não são opiniões — são declarações daquele que “não pode mentir” (Epístola a Tito 1:2).
A Bíblia, portanto, não erra. Os homens erram quando tentam negar aquilo que ela afirma claramente. Profetas existiram, e por meio deles Deus revelou a Sua Palavra. Se não acreditamos na existência de profetas, então não há Bíblia, não há revelação, não há Messias prometido, e não há esperança futura. Mas a Escritura é clara, coerente e verdadeira. Negar os profetas é negar o próprio fundamento da fé cristã.
Josué Matos