Alguém que escreveu no YouTube:
Ele assistiu ao meu vídeo: “Watchman Nee & Witness Lee” e disse-me: Tradição da escritura ou tradição aos dogmas das interpretações da Bíblia?
Minha Resposta:
Antes de mais nada, gostaria que conhecesse o meu mais novo livro:
"Deus e o Führer: A Guerra das Religiões sob o Terceiro Reich".
Deixo aqui o link para ter acesso:
https://a.co/d/fuAmCfB
Agora, vamos à sua pergunta.
Quanto à questão que levantou — “Tradição da Escritura ou tradição aos dogmas das interpretações da Bíblia?” — é importante colocar as bases no lugar certo. Quando tratamos de Watchman Nee, Witness Lee ou qualquer outro líder cristão, a pergunta essencial é: a autoridade final está na Escritura inspirada, ou nas interpretações de homens?
A Bíblia apresenta um padrão claro. O apóstolo Paulo, ensinando aos crentes de Bereia, elogia-os porque examinavam diariamente as Escrituras para ver se as coisas que ouviam eram realmente assim (Atos dos Apóstolos 17:11). Ou seja, a Palavra de Deus é o padrão, e qualquer ensinamento deve ser provado por ela.
Além disso, o próprio Senhor Jesus censurou tradições humanas que substituíam a autoridade da revelação divina. Ele disse aos fariseus: “Invalidastes a Palavra de Deus pela vossa tradição” (Evangelho segundo Mateus 15:6). Quando qualquer tradição — mesmo religiosa, sincera, piedosa ou aparentemente espiritual — ocupa o lugar da autoridade da Palavra de Deus, ela se torna perniciosa.
O Novo Testamento mostra claramente que a fé cristã não é construída sobre interpretações humanas acumuladas, mas sobre “a fé que uma vez foi dada aos santos” (Epístola de Judas 3). Essa fé está preservada nas Escrituras, e o Espírito Santo guia os crentes não para novas revelações normativas, mas para a compreensão correta daquilo que já foi revelado (Evangelho segundo João 16:13).
Ao longo da história da Igreja, muitos grupos surgiram exaltando certas tradições, visões particulares ou interpretações exclusivas. Quando isso acontece, invariavelmente cria-se uma estrutura paralela à autoridade bíblica, e o povo de Deus corre o risco de ser guiado não pela Palavra, mas por homens. O apóstolo Paulo advertiu que até dentre os próprios cristãos surgiriam pessoas “falando coisas perversas para atrair discípulos após si” (Atos dos Apóstolos 20:30).
Por isso, a pergunta que devemos sempre fazer é:
o que está sendo ensinado encontra fundamento claro, direto e inequívoco nas Escrituras, ou está tentando ser sustentado por tradições que exigem que o crente aceite interpretações particulares como se fossem revelação divina?
A diferença entre seguir a Escritura e seguir dogmas humanos é profunda:
– A Escritura é infalível, eterna e imutável.
– As interpretações humanas são falíveis, sujeitas a desvios e podem até se tornar fardos sobre o povo de Deus.
Assim, a resposta bíblica é simples:
O cristão é chamado a submeter-se à Palavra de Deus, e nunca a tradições humanas que pretendam ocupar o mesmo lugar de autoridade. Qualquer tradição que auxilia na compreensão da Escritura é útil. Mas qualquer tradição que a suplanta ou compete com ela deve ser rejeitada.