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Nesse tempo, desse mundo, não existe, nunca existiu, e jamais existirá escolhido?

 Alguém que escreveu no YouTube:

Nesse tempo, desse mundo, não existe, nunca existiu, e jamais existirá escolhido. Quem acredita que Deus tem seus escolhidos para isso ou aquilo. Não está com Deus. Está sendo guiado, orientado por outra coisa. 🫢

Minha Resposta:

Antes de mais nada, gostaria que conhecesse o meu mais novo livro: “Deus e o Führer: A Guerra das Religiões sob o Terceiro Reich”. Ele trata exatamente de como ideias distorcidas sobre Deus e “escolhidos” foram instrumentalizadas para manipular uma nação inteira.
Aceda aqui: https://a.co/d/fuAmCfB

Agora, sobre a sua mensagem:

A ideia de que “não existe, nunca existiu e jamais existirá escolhido” contradiz o ensino claro que percorre toda a revelação de Deus. Desde o princípio, a Escritura mostra que o Criador chama indivíduos e povos para cumprir determinados propósitos — não para exaltar o homem, mas para revelar a Sua própria graça, justiça e soberania.

No livro completo de Génesis, Deus escolheu Abraão, não porque fosse melhor que outros, mas porque, pela sua linhagem, viria o Messias e seria formada uma nação cujo papel seria testemunhar acerca de Deus (Génesis 12:1-3). No livro do Êxodo, Israel é chamado de “reino sacerdotal” e “povo adquirido” (Êxodo 19:5-6), não por mérito, mas por misericórdia. Os profetas, como Jeremias, mostram claramente que essa escolha não anulava responsabilidade moral — era privilégio, mas também compromisso, e muitas vezes motivo de disciplina quando rejeitavam a verdade.

No Evangelho segundo João, o Senhor Jesus declara que chama as Suas ovelhas pelo nome (João 10:3), e nos Evangelhos Sinópticos o chamado dos discípulos foi iniciativa d’Ele, não deles (Lucas 6:12-16). O apóstolo Paulo, em Romanos, desenvolve longamente que Deus escolhe para Si um povo mediante a fé, e não mediante obra humana (Romanos 9–11). E em Efésios, Paulo afirma que os crentes são escolhidos “para que sejamos santos e irrepreensíveis” (Efésios 1:4), destacando novamente que a escolha tem propósitos espirituais, e nunca favoritismo terreno.

Portanto, negar que Deus escolhe é, na verdade, negar a própria estrutura bíblica da redenção. O problema não está no conceito de “escolhidos”, mas nas caricaturas criadas por homens ou instituições que distorcem o ensino bíblico, algo que a história — especialmente a do século passado — mostrou de forma trágica.

Deus não escolhe pessoas para poder, prestígio ou supremacia; Ele escolhe para salvação, serviço, testemunho e santidade. Quem rejeita esse ensino, rejeita grande parte da revelação das Escrituras — e frequentemente faz isso reagindo contra versões distorcidas que nada têm a ver com o que os profetas, o Senhor Jesus e os apóstolos realmente ensinaram.

O caminho seguro é permitir que a Palavra de Deus fale, e não que opiniões humanas — sejam religiosas, filosóficas ou ideológicas — definam o que Deus “pode” ou “não pode” fazer.

Josué Matos