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Sonhos, Perturbações e Revelações: O Que a Bíblia Realmente Ensina Sobre Sonhos.

 

A Bíblia apresenta uma visão clara, equilibrada e extremamente sóbria sobre sonhos. Quando observamos as Escrituras como um todo, percebemos que Deus usou sonhos apenas em ocasiões raras, específicas e com propósitos definidos, especialmente antes de a revelação bíblica estar completa.

Nos quatro mil anos do Antigo Testamento, apenas quinze sonhos foram mencionados, recebidos por onze pessoas. E mesmo entre esses relatos, somente dois sonhos trouxeram orientações práticas imediatas que não poderiam ser conhecidas de outra forma:
– Abimeleque, avisado que Sara era esposa de Abraão;
– Faraó, avisado sobre os anos de fartura e fome.

Nos dias do Novo Testamento, houve apenas seis sonhos registrados: quatro para José, um para os magos e um para a esposa de Pilatos. Destes, apenas José e os magos receberam direções claras. Todos esses episódios são extraordinários, não normativos, e acontecem em períodos de revelação progressiva.

É significativo que não exista qualquer registro de sonhos após o Pentecostes, embora manifestações sobrenaturais ainda ocorressem. E mais: nenhuma lista de dons espirituais inclui dom de sonhos ou de intérprete de sonhos. Isso revela que, com as Escrituras completas, Deus não estabeleceu sonhos como meio corrente de comunicação com Seus filhos.

A Bíblia também explica a origem natural da maioria dos sonhos. Salomão declara que “o sonho vem da multidão de afazeres”, e outra tradução descreve: “pesadelos vêm de muita preocupação”. Ou seja, sonhos normalmente refletem nossas próprias emoções, ansiedades, tensões e pensamentos. Mesmo quando Deus desperta um não convertido por meio de um sonho, isso ocorre para imprimir verdades já reveladas — não para comunicar novas verdades.

Além disso, as Escrituras indicam que sonhos perturbadores também podem ser usados pelo inimigo. O Novo Testamento fala sobre os “dardos inflamados do maligno”, e Tiago menciona a ação do diabo perturbando os crentes. Isso significa que o inimigo pode tentar semear inquietação, dúvida e medo — inclusive enquanto dormimos.

Diante disso, o princípio bíblico é simples:
sonhos não são base para direção espiritual, nem devem ser usados para doutrina, guia ou confirmação.
A Palavra de Deus é o único fundamento seguro para fé, conduta e decisões.

É verdade que, em Sua soberania, Deus ainda pode usar um sonho para alertar ou despertar um pecador. Contudo, isso nunca substitui o Evangelho. Deus não salva por meio de sonhos, não comunica novas verdades por sonhos, nem guia a vida dos Seus filhos através de experiências noturnas.

Nos últimos dias — durante a futura tribulação — Deus voltará a se comunicar por meio de sonhos a Israel, conforme profetizado em Joel 2:28. Mas isso será ligado ao cumprimento das profecias já reveladas, não à adição de novas verdades.

Em resumo:

A maioria dos sonhos vem da nossa mente.
Sonhos podem expressar ansiedades ou perturbações internas.
O inimigo pode tentar perturbar com sonhos.
Deus pode, ocasionalmente, despertar um pecador — nunca revelar doutrina.
Para o cristão, a direção de Deus vem exclusivamente pela Palavra escrita.

Portanto, a postura bíblica é clara:
Não devemos buscar sonhos, interpretar sonhos, temer sonhos ou ser guiados por sonhos.
A fé não se apoia em sensações, mas na Escritura.
E a Escritura é completa, suficiente e segura para todas as necessidades espirituais.

Josué Matos