A salvação, segundo as Escrituras, não pode ser perdida, porque não depende do mérito humano, mas da obra perfeita de Cristo. Quando alguém é salvo, é feito filho de Deus — e filho não deixa de ser filho. O Senhor Jesus afirmou: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz... e eu lhes dou a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:27-28). A vida eterna é eterna porque depende d’Aquele que é eterno.
Entretanto, a salvação não isenta o crente da disciplina. Hebreus 12 mostra que Deus trata os seus filhos com amor e correção, e é exatamente essa correção que confirma nossa filiação. O crente verdadeiro não vive deliberadamente no pecado, porque o Espírito Santo o convence e o disciplina. “O Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Quando um filho de Deus peca, ele não perde a salvação, mas perde a comunhão, a alegria e o testemunho. Deus, como Pai, intervém — às vezes com tristeza e até com dor — para restaurá-lo.
O pecado deliberado não anula a salvação, mas demonstra que há algo errado no coração: ou a pessoa não nasceu de novo, ou está resistindo à ação disciplinadora de Deus. Em casos extremos, quando o crente persiste obstinadamente no pecado, Deus pode até levá-lo deste mundo, como forma de juízo corretivo (1 Coríntios 11:30-32), mas não o condena com o mundo.
Portanto, quem é nascido de Deus não pratica o pecado como estilo de vida (1 João 3:9), porque recebeu uma nova natureza que o leva a amar a santidade. Mas, quando cai, encontra perdão e restauração: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Assim, a salvação é eterna, mas a comunhão pode ser interrompida. O amor do Pai é inquebrável, mas o Pai não deixa seu filho no erro; Ele corrige, disciplina e restaura, até que produza fruto de justiça.
Josué Matos