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Daniel: Ensinamentos Para os Últimos Dias

 

ÍNDICE

Prefácio - 3
Introdução - 5
Capítulo 1 Daniel e o Remanescente Fiel no Exílio - 9
Capítulo 2 Os Impérios dos Gentios e a Pedra Inabalável - 20
Capítulo 3 A Imagem de Dura e o Remanescente que Não se Dobra - 36
Capítulo 4 – O Orgulho Derrubado: A Humilhação de Nabucodonosor - 48
Capítulo 5 – A Noite Sem Retorno: Belsazar e a Queda da Babilônia - 61
Capítulo 6 – A Janela Aberta, o Decreto Injusto e o Deus que Livra - 73
Capítulo 7 – A Quarta Besta, os Dez Chifres e o Reino do Filho do Homem - 84
Capítulo 8 – O Carneiro, o Bode e o Tempo da Indignação - 96
Capítulo 9 – Oração, Arrependimento e as Setenta Semanas - 107
Capítulo 10 – Luto, Guerra Espiritual e o Ministério dos Anjos - 129
Capítulo 11 – História Escrita Antes da História: Norte, Sul e o Anticristo - 141
Capítulo 12 – O Tempo do Fim, os Sábios e a Promessa da Ressurreição - 155

Erros de Grupos e Teólogos Que Não Entendem as Dispensações - 166

Sobre o Autor –179

 

PREFÁCIO

O livro de Daniel permanece como uma das obras mais notáveis de toda a Escritura. Nenhum outro documento antigo apresenta uma combinação tão impressionante de narrativa histórica, santidade pessoal, revelações proféticas detalhadas e precisão cronológica. Ao longo dos séculos, inúmeros estudiosos — crentes e céticos — tentaram interpretar suas visões. Muitos procuraram reinterpretá-lo à luz de sistemas religiosos posteriores; outros tentaram negá-lo por completo; e alguns, como os reformadores, o leram filtrando-o por uma ótica historicista. Contudo, a linha profética literal, respeitando a distinção entre Israel e a Igreja, permanece a que melhor explica cada detalhe do texto inspirado.

Este livro é o resultado de uma pesquisa extensa e cuidadosa, apoiada nos estudos mais sólidos da literatura das assembleias, especialmente nos escritos de Harold S. Paisley (1924–2015), Hamilton Smith (1862–1943), Harry Ironside (1876–1951), William Kelly (1821–1906) e C. J. Atkins (†). Homens que dedicaram parte significativa de seu ministério à exposição fiel deste livro inspirado. Muito do entendimento que apresento aqui é fruto desse estudo de base — mas todo o texto é elaborado de forma original, ampliada e estruturada para o leitor contemporâneo.

O objetivo desta obra é duplo:

1. Tornar acessível ao leitor moderno o cenário profético de Daniel, integrando história, arqueologia e Escritura, sem superficialidade ou especulação.

2. Apresentar o panorama completo da soberania de Deus sobre as nações, mostrando como cada capítulo, cada visão e cada evento histórico apontam para o desfecho final: o Reino do Senhor Jesus Cristo, estabelecido com poder e glória.

Há também um propósito pastoral: a santidade e fidelidade de Daniel — desde a juventude até sua idade avançada — nos chamam a uma vida íntegra em dias semelhantes aos dele, marcados por relativismo, idolatria e pressões do sistema mundial.

Ao leitor peço apenas uma coisa: examine cada página com a Bíblia aberta.

Nada substitui a autoridade das Escrituras, e tudo o que aqui exponho deve ser julgado por elas.

Que o Deus Altíssimo, que dirigiu a história desde Babilônia até o presente, use este livro para fortalecer sua fé, ampliar sua esperança e aprofundar seu amor pela Palavra.

Josué Matos

 

INTRODUÇÃO

O livro de Daniel ergue-se como um monumento profético no centro das Escrituras. Escrito em meio ao cativeiro babilônico, ele revela não apenas a vida de um homem fiel, mas também o plano divino para o curso da história — desde o poder de Nabucodonosor até o surgimento do futuro governo mundial descrito nas profecias do tempo do fim. Cada capítulo, seja narrativo ou visionário, encaixa-se perfeitamente na progressão da revelação divina ao longo da Bíblia.

O tema dominante é a soberania absoluta de Deus.

Reis sobem e caem; impérios se erguem e se desintegram; sociedades mudam, filosofias se sucedem, mas a Palavra do Altíssimo permanece. Em Babilônia, o trono de Israel estava vazio, o templo destruído, e a glória havia se retirado — mas o verdadeiro trono no céu continuava firme, e “o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens” (Daniel 4:17).

A relevância do livro de Daniel ultrapassa seu contexto histórico. Suas profecias formam a espinha dorsal de grande parte da escatologia bíblica. Sem Daniel, o Apocalipse seria incompreensível; sem Daniel, Mateus 24 ficaria sem estrutura; sem Daniel, a linha dos impérios mundiais não poderia ser reconstruída; sem Daniel, os eventos da última semana — a Grande Tribulação — seriam um campo nebuloso e confuso.

Há temas centrais que percorrem toda a obra:

A distinção entre Israel e as nações, inaugurada quando Jerusalém caiu e os “tempos dos gentios” começaram.

A previsão detalhada do surgimento e queda dos quatro grandes impérios mundiais: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.

O intervalo profético entre a 69ª e a 70ª semana, onde Deus introduziu um mistério não revelado aos profetas: a formação da Igreja.

A revelação do Anticristo e dos poderes aliados nos últimos dias, incluindo o rei do Norte, o líder do renascido império ocidental e o falso profeta.

A promessa da vinda gloriosa do Filho do Homem, que destruirá todos os reinos humanos e estabelecerá o Seu Reino eterno.

Também se destacam os erros interpretativos de tradições posteriores:

• O historicismo reformado, que identificou o papado como o Anticristo final, ignorando as distinções claras entre Israel e Igreja.

• O sistema adventista, que desfigurou Daniel 8:14 para criar datas proféticas equivocadas, especialmente a falsa interpretação dos “2.300 dias”.

• As Testemunhas de Jeová, que fabricaram a cronologia de 1914 com base em um cálculo distorcido de Daniel 4.

• O preterismo moderno, que tenta encaixar o cumprimento total das profecias no século I, ignorando que a estrutura histórica dos dez reinos jamais ocorreu.

Neste livro, a interpretação seguirá sempre:

1.             A leitura literal das profecias, conforme o padrão das assembleias.

2.             A distinção entre Israel e a Igreja, tal como exposto no Novo Testamento.

3.             O entendimento de que a profecia se cumpre progressiva e literalmente, não alegoricamente.

4.             O reconhecimento de lacunas proféticas, conforme demonstrado pelo próprio Senhor em Lucas 4:18–21.

Daniel não viu a Igreja — esse mistério foi revelado somente muito depois, ao apóstolo Paulo. Portanto, todas as visões de Daniel dizem respeito ao destino da Terra Santa, ao povo judeu, ao surgimento dos poderes gentios e aos eventos finais antes da manifestação gloriosa do Messias.

Por essa razão, o livro é indispensável para quem deseja entender:

• a futura reconstrução do templo em Jerusalém,
• o surgimento da liderança mundial anticristã,
• as alianças e traições entre os reinos finais,
• o papel de Israel na tribulação,
• e a vinda do verdadeiro Rei.

Este volume pretende conduzir o leitor por cada capítulo com clareza, fidelidade e profundidade, oferecendo explicações históricas, correções de interpretações equivocadas e conexões essenciais com o restante das Escrituras.

Que você siga a jornada de Daniel — da juventude fiel à visão final — reconhecendo que Aquele que preservou este profeta no exílio é o mesmo que preserva os Seus até hoje.