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Jesus aprendeu com religiões orientais antes do ministério?

Pessoa que me escreveu depois de assistir ao meu vídeo: Jesus aprendeu com religiões orientais antes do ministério? 

Ele disse-me: MEU DEUS, um questionamento desses não deveria nem passar pela cabeça de ninguém que se diz cristão ou evangélico (no sentido de que lê e crê no Evangelho). Jesus é o Verbo encarnado, Filho Unigênito de Deus, Deus que se fez homem e, portanto, SABEDORIA INFINITA. Ele se deixou educar pela Sagrada Família por humildade e para dar exemplo de virtude, mas não precisava fazer um cursinho com religião nenhuma para exercer seu Ministério Público, pois ELE SABIA DE TODAS AS COISAS, POIS TUDO LHE ERA REVELADO PELO PAI.

Minha Resposta:

Entendo perfeitamente a tua reação, mas deixo aqui uma resposta que pode ajudar a esclarecer o assunto com base na própria revelação bíblica.

A pergunta que respondi no vídeo é para ajudar aqueles que estão confusos sobre quem realmente era e é Jesus Cristo e não nasce de minha dúvida sobre a divindade do Senhor Jesus, nem de qualquer ideia humanista de que Ele teria “buscado sabedoria” em tradições orientais. A Bíblia é absolutamente clara ao afirmar que o Senhor Jesus é o Verbo eterno que “no princípio estava com Deus e era Deus” (Evangelho segundo João 1:1), e que n’Ele “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Carta aos Colossenses 2:9). Nada Lhe faltava em termos de sabedoria, perfeição ou revelação.

A questão é outra: o evangelho registra o modo como Ele escolheu viver aqui, e esse modo — voluntário e perfeitamente santo — precisa ser entendido dentro da encarnação.

Quando o Evangelho segundo Lucas afirma que “crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça diante de Deus e dos homens” (Lucas 2:52), não está dizendo que Ele era ignorante e precisava aprender com filosofias humanas, mas que, como verdadeiro homem, assumiu a condição humana em tudo, exceto no pecado. Ele não veio apenas revelar Deus: veio também assumir plenamente a natureza humana, sujeitando-se ao desenvolvimento normal da infância, da juventude e da vida adulta.

Isto não diminui Sua glória; pelo contrário, magnifica-a. A epístola aos Hebreus declara que Ele foi feito “em tudo semelhante aos irmãos” (Hebreus 2:17), e que, na condição de homem, viveu dependente do Pai. Essa dependência O levou a orar, a ouvir, a obedecer e a submeter-se à revelação divina — não por incapacidade, mas por voluntária humilhação, para ser o perfeito Representante do homem diante de Deus.

Por isso, é biblicamente impossível afirmar que Ele teria buscado instrução em religiões orientais. Não havia necessidade, coerência teológica nem histórico para tal ideia. O Evangelho segundo Mateus mostra claramente que desde a infância Ele esteve inserido dentro da revelação de Israel, nunca fora dela. Toda a Sua vida e todo o Seu ministério cumprem as Escrituras do Antigo Testamento — não tradições pagãs —, e a própria multidão reconhecia que Ele ensinava “como quem tem autoridade” (Evangelho segundo Marcos 1:22), não como alguém que repetia sabedoria adquirida de homens.

Portanto, a pergunta que respondi no vídeo não expressa uma dúvida sobre quem Ele é, mas confronta uma ideia que muitos hoje divulgam — especialmente em ambientes acadêmicos e místicos — tentando reduzir o Senhor Jesus a um mestre iluminado entre outros. E isso precisa ser refutado com clareza.

A fé cristã afirma com segurança:

– Ele é o Filho eterno,
– que se fez carne,
– viveu em plena dependência do Pai,
– cumpriu as Escrituras,
– nunca aprendeu com sistemas religiosos humanos,
– e manifestou perfeitamente a glória de Deus.

Qualquer narrativa fora disso não tem fundamento bíblico nem histórico.

Josué Matos