Alguém me escreveu no YouTube:
Há um amplo consenso entre os estudiosos modernos de que a religião dos israelitas antes do exílio na Babilônia era basicamente politeísta, envolvendo uma infinidade de deuses e deusas. Wikipedia - Você está enganado!
Minha Resposta:
Tenho um livro no qual já respondi a esta e a todas as outras questões que você levantou. Seria bom que o lesse, e, quando o concluir, se ainda assim não estiver convencido do que foi apresentado com base sólida, poderemos continuar a conversa com suas novas perguntas, dúvidas e afirmações. Assim, você também me dará mais material para escrever outro livro, com novos temas. Quer tentar? Deixo aqui o link: https://a.co/d/9UBv2OX
Você tenta analisar a Bíblia com a mesma limitação de quem tenta medir o céu com uma régua de madeira. O problema não está no firmamento, mas na ferramenta usada. Assim é com a Palavra de Deus: quando se parte de pressupostos humanos e teorias duvidosas, o resultado será sempre distorcido.
A alegação de que a fé de Israel era originalmente politeísta é um erro que já nasce da má leitura das Escrituras. O próprio fundamento da nação foi construído sobre a revelação de um Deus único e verdadeiro: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deuteronômio 6:4). Essa verdade não foi uma criação tardia de escribas nem uma invenção pós-exílica; foi o coração da fé de Abraão, de Moisés e de todos os profetas.
É certo, porém, que a maior parte da nação de Israel se desviou dessa verdade. Ao longo dos séculos, o povo escolheu “ser como todas as nações” (1 Samuel 8:5), buscando os falsos deuses de Canaã, da Síria e da Babilônia. Por isso, Deus os julgou severamente e permitiu que fossem levados cativos — primeiro Israel para a Assíria, depois Judá para a Babilônia. Mas é essencial compreender: o castigo divino não prova que o monoteísmo era recente; prova exatamente o contrário — que eles traíram a fé revelada. A idolatria foi o pecado de Israel, não a sua origem.
Os profetas foram unânimes em denunciar essa apostasia. Elias clamou no monte Carmelo: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o” (1 Reis 18:21). Isaías proclamou: “Antes de mim nenhum deus se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Isaías 43:10). Jeremias, chorando sobre a infidelidade nacional, escreveu: “O meu povo cometeu dois males: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas rotas” (Jeremias 2:13). Nenhum desses homens falava em nome de um panteão; todos falavam do Deus único e verdadeiro que exigia fidelidade absoluta.
O cativeiro foi, portanto, uma disciplina divina para purificar a fé do povo e restaurar o monoteísmo que sempre fora a base da aliança. Depois do exílio, Israel nunca mais se voltou à idolatria pagã — o castigo havia produzido arrependimento. O mesmo Deus que julgou a nação também prometeu restaurá-la: “Voltai para mim, e eu voltarei para vós” (Malaquias 3:7).
É curioso observar que, enquanto muitos críticos modernos buscam “desmascarar” a Bíblia, ela mesma desmascara o coração humano. Homens como C. S. Lewis, Josh McDowell e Sir William Ramsay começaram suas investigações movidos pela incredulidade e terminaram rendidos à evidência e à graça. O ouro da Palavra de Deus permanece puro — são os olhos cegos pelo orgulho que o veem como pó.
A verdade é que quem examina a Bíblia apenas para atacá-la acaba sendo examinado por ela. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes” (Hebreus 4:12). Ela revela o que está no coração e separa o verdadeiro buscador do simples crítico.
Portanto, não é o livro que precisa ser corrigido, mas o leitor que precisa ser convertido. O Deus de Israel continua o mesmo, santo e único, chamando cada ser humano a abandonar os falsos deuses deste século — ciência sem fé, razão sem humildade, liberdade sem verdade — e a se curvar diante d’Aquele que disse: “Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador” (Isaías 43:11).
