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Vivemos no período Laodicéia?

 Alguém me escreveu no YouTube:

Hoje por estarmos em uma era a meu modo de ver Laodicéia, fica difícil praticar o que vemos no primeiro século.

Minha Resposta:

A dificuldade que muitos percebem hoje não se deve a uma suposta “era de Laodiceia”, mas ao fato de que a Palavra de Deus continua imutável e o coração humano continua sujeito às mesmas distrações e negligências espirituais que já existiam nos dias apostólicos. No Livro do Apocalipse, a mensagem à igreja em Laodiceia (Apocalipse 3:14-22) descreve um estado de acomodação e autoconfiança, não um período profético obrigatório ao qual todos os crentes estariam inevitavelmente submetidos. O texto mostra uma condição moral possível em qualquer época, não um destino inevitável da Igreja.

O padrão do primeiro século, descrito em Atos dos Apóstolos, não está fora do alcance. A mesma Palavra que guiou os crentes daquela época é a mesma que temos hoje. O apóstolo Paulo escreveu que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2 Timóteo 3:16). Pedro lembrou que temos “todas as coisas que dizem respeito à vida e à piedade” (2 Pedro 1:3). Portanto, não falta revelação, autoridade ou direção; falta disposição do homem em se submeter ao que Deus já revelou.

Crer que estamos numa era onde “é difícil praticar” o que o Novo Testamento ensina é, na prática, afirmar que Deus deixou Sua Igreja sem meios para viver aquilo que Ele mesmo ordenou — e isso nunca foi verdade. O apóstolo João escreveu: “Os seus mandamentos não são pesados” (1 João 5:3). O que pesa é o coração que resiste, não a vontade de Deus.

Além disso, quando o Senhor Jesus fala à igreja em Laodiceia, Ele não declara que a igreja inteira está perdida, nem que não é possível viver de forma fiel. Ele convida: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso e arrepende-te” (Apocalipse 3:19). Isso mostra que, mesmo numa condição de declínio, sempre há um caminho de retorno, renovação e prática obediente.

Os crentes do primeiro século enfrentaram perseguição, escassez, oposição religiosa, governos hostis, falta de recursos — e ainda assim viveram a fé com fidelidade. Nós, hoje, enfrentamos outros tipos de pressões, mas a suficiência do Espírito Santo e da Palavra permanece intacta.

O que falta não é uma nova era, mas arrependimento, submissão à Escritura e dedicação fiel. O mesmo Senhor que sustentou Seus servos no início da história da Igreja é o mesmo Senhor que sustenta hoje. Ele não mudou, Sua Palavra não mudou e Seu propósito para a assembleia local não mudou.

Josué Matos