Alguém me escreveu no YouTube:
Aqui vai um resumo fiel e direto do texto recebido:
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O pós-tribulacionismo não seria uma invenção recente, mas a retomada de uma visão presente desde os apóstolos e os pais da Igreja.
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A crença predominante nos primeiros séculos teria sido a de que a Igreja passará pela Grande Tribulação.
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O pré-tribulacionismo é visto como dependente do sistema dispensacionalista, especialmente por separar Igreja e Israel — algo que o autor afirma não encontrar nas Escrituras nem nos ensinos antigos.
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O debate escatológico teria sido usado por Satanás para causar confusão e divisões entre crentes; a única certeza incontestável é que Cristo voltará.
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Não haveria unanimidade hoje na Igreja sobre o “quando” do arrebatamento; por isso não se deve rotular irmãos como enganadores por discordâncias.
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Muitos mártires do passado criam que a Igreja passaria pela Tribulação; discordar deles não os torna falsos.
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O essencial é estar preparado, vigilante e santo, independentemente do momento da volta de Cristo.
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O autor crê que já estamos “no início das dores” e, pessoalmente, adota a posição pós-tribulacionista.
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Ele recomenda que cada um estude a Bíblia pedindo discernimento a Deus e ao Espírito Santo, reconhecendo que existem três interpretações principais e assumindo, no fim, a pós-tribulacionista.
A primeira afirmação a ser corrigida é a ideia de que a visão pós-tribulacionista “sempre existiu desde os apóstolos”. Quando analisamos cuidadosamente o Novo Testamento, observamos que os apóstolos ensinaram algo muito diferente do que hoje se chama de pós-tribulacionismo. A esperança que transmitiram às igrejas era imediata, consoladora e caracterizada pela imprevisibilidade da vinda do Senhor para os Seus.
O apóstolo Paulo escreve aos tessalonicenses que o Senhor virá para “tirar” os Seus antes do dia do Senhor, enfatizando que esse dia virá “como o ladrão de noite” para o mundo, mas não para os crentes, que esperam o Filho dos céus (1 Tessalonicenses 1:10; 4:16-17; 5:1-9). Ele chega a dizer que fomos destinados não para a ira, mas para a salvação (1 Tessalonicenses 5:9), e que essa esperança deve servir de consolo — algo impossível se a Igreja tivesse de enfrentar o período descrito pelo próprio Senhor como a “grande tribulação”, “como nunca houve” (Evangelho segundo Mateus 24:21).
O ensino pós-tribulacionista, ao unir Igreja e Israel num mesmo trato, acaba por ignorar a distinção que a própria Escritura estabelece entre Deus lidando com o mundo e Deus lidando com os Seus filhos. A Tribulação é o tempo da “angústia de Jacó” (Livro do Profeta Jeremias 30:7), não da Igreja. É o tempo em que Deus volta a tratar com a nação de Israel e com as nações, não com o Corpo de Cristo, que já terá completado sua missão na Terra.
A tua preocupação com divisões é legítima, mas não se trata de “opiniões diferentes”. Trata-se de doutrina apostólica. Não é divisão seguir o que os apóstolos ensinaram; divisão é misturar o que é da Igreja com o que é de Israel.
A ideia de que “o essencial é apenas esperar a volta de Cristo” parece piedosa, mas não é o ensino bíblico. As Escrituras sempre chamam o crente a discernir, guardar o depósito, proteger a sã doutrina e rejeitar erros, por mais bem-intencionados que sejam (Segunda Epístola a Timóteo 1:13-14; 4:3-4). O próprio apóstolo João adverte que muitos seriam confundidos se não permanecessem no ensino correto (Primeira Epístola de João 2:26-27).
O argumento histórico — “os pais da Igreja pensavam assim” — também precisa ser colocado no lugar certo. Vários deles estavam já distantes da simplicidade apostólica. Não foram eles que definiram a verdade; a verdade já estava completa quando o último apóstolo escreveu o último livro da Bíblia.
A convicção pessoal também não é base doutrinária. O coração sincero pode estar sinceramente enganado. O parâmetro é sempre: Está escrito? É isso que importa.
Por fim, dizer que já estamos nas “dores de parto” e que isso provaria que a Igreja estará na Tribulação ignora o que o próprio Senhor explicou: as dores do início não são a Tribulação, mas o princípio dela (Evangelho segundo Mateus 24:8). O arrebatamento não faz parte desta sequência, porque é um evento para a Igreja; a Tribulação é um evento para o mundo e para Israel.
O meu convite fraterno é simples: não peças ao Espírito Santo uma direção diferente daquela que Ele mesmo já revelou nas Escrituras. Toda a clareza necessária já está ali.
Josué Matos
