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O Apóstolo Paulo Mentiu? A Verdade Sobre o Arrebatamento e o Anticristo

Pergunta enviada no YouTube:

Depois de ver este vídeo, gostaria de perguntar: por que razão os tessalonicenses podiam ser perseguidos e atribulados, mas não podiam ver os sinais e prodígios de mentira do homem do pecado?
A ideia de que Cristo poderia vir a qualquer momento, sem que antes aparecesse o homem do pecado, foi o que, segundo penso, enganou os tessalonicenses.
Mas, se a vinda de Cristo só acontecesse depois da manifestação desse homem, então eles não poderiam ser enganados, pois o homem do pecado ainda não tinha surgido.
Foi isso que o apóstolo Paulo explicou na segunda carta aos Tessalonicenses?
Afinal, a manifestação do homem do pecado não seria o sinal que confirmaria aos tessalonicenses se a vinda de Cristo já havia ocorrido ou não?
Se o arrebatamento acontecesse agora, Paulo teria mentido, porque o homem do pecado ainda não apareceu. Mas, se o homem do pecado aparecer hoje e o arrebatamento acontecer amanhã, então Paulo já não teria mentido.


Minha Resposta:

O seu argumento, embora articulado, parte de uma confusão essencial entre duas vindas distintas de Cristo apresentadas nas Escrituras:
(1) o arrebatamento da Igreja, que é imprevisível e sem sinais, e
(2) a manifestação pública de Cristo, quando Ele virá com poder e grande glória para julgar e reinar.

Quando o apóstolo Paulo escreveu aos tessalonicenses, eles não estavam enganados quanto à vinda de Cristo, mas quanto ao tempo e à natureza dela. Em 1 Tessalonicenses 4:13–18, Paulo trata do arrebatamento: o Senhor descerá dos céus, os mortos em Cristo ressuscitarão, e os vivos serão arrebatados juntamente com eles “a encontrar o Senhor nos ares”. Essa é uma vinda para a Igreja, não para o mundo, e nenhum sinal é dito antecedê-la.

Mas em 2 Tessalonicenses 2, Paulo corrige um novo erro: alguns falsos mestres diziam que o “dia de Cristo” já havia chegado — isto é, o tempo do juízo e da manifestação. Paulo mostra que esse “dia” não poderia vir antes da apostasia e da manifestação do homem do pecado (2 Tessalonicenses 2:3). Observe: ele não diz que o arrebatamento depende disso, mas o “dia do Senhor” (a manifestação pública). São eventos distintos.

Os tessalonicenses sofriam perseguição (1:4–7), mas Paulo os conforta dizendo que essas tribulações não eram sinal do “dia do Senhor”, e sim ocasião para o justo juízo de Deus quando Cristo se manifestar com os seus anjos (1:7–10). Portanto, Paulo nunca disse que eles deveriam esperar o homem do pecado antes de serem arrebatados; pelo contrário, ele reforçou a esperança de que seriam guardados da ira vindoura (1 Tessalonicenses 1:10).

O erro que você menciona — pensar que Cristo só virá depois do homem do pecado — anula a esperança imediata da Igreja e contradiz as muitas passagens que falam de Sua vinda como repentina e sem aviso:
– “Vigiai, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mateus 24:42).
– “O Filho do Homem virá à hora em que não penseis” (Mateus 24:44).
– “Eis que venho como ladrão” (Apocalipse 16:15).

A manifestação do homem do pecado acontecerá depois que o que o detém for tirado (2 Tessalonicenses 2:7). O que o detém é o Espírito Santo que habita na Igreja. Logo, enquanto a Igreja estiver na terra, o homem do pecado não pode se manifestar plenamente. O arrebatamento é o momento em que o Espírito, que habita nos crentes, é retirado deste mundo em conjunto com eles — e então, sim, o anticristo será revelado.

Assim, longe de Paulo ter mentido, ele ensina com clareza que a Igreja será arrebatada antes da manifestação do homem do pecado. Os tessalonicenses podiam descansar em paz: não estavam vivendo o “dia do Senhor”, porque ainda esperavam o Filho vindo dos céus — não sinais, mas a Pessoa do Senhor Jesus Cristo.

Josué Matos