Alguém me escreveu no YouTube:
Não existe demônio. É invenção dos Drs. Pais das igrejas bíblicas da época que rejeitaram a realidade.
Minha Resposta:
A afirmação de que “não existe demônio” ignora o testemunho coerente das Escrituras e também o discernimento que o próprio Senhor Jesus apresentou repetidas vezes. Ao tratar deste tema, não se depende de tradição humana, mas da revelação completa contida na Palavra de Deus.
O Livro de Gênesis mostra que o mal espiritual antecede a humanidade: a serpente que engana a mulher em Gênesis 3:1-6 é posteriormente identificada como Satanás em Apocalipse 12:9. Não é uma construção tardia, mas uma realidade apresentada desde o início da história bíblica.
O Livro de Jó descreve Satanás dialogando diante de Deus (Jó 1:6-12), questionando a integridade do servo Jó — texto muito anterior aos chamados “Pais da Igreja”. No Livro de Zacarias 3:1-2, Satanás aparece como acusador diante do Senhor, mostrando novamente que esta doutrina não é invenção posterior.
Nos Evangelhos, o Senhor Jesus reconhece claramente a existência de demônios e lida com eles como seres reais, não simbólicos. Em Evangelho segundo Marcos 1:23-27, Ele expulsa um espírito imundo na sinagoga de Cafarnaum; em Evangelho segundo Lucas 8:26-33, liberta o endemoninhado gadareno; em Evangelho segundo Mateus 12:22-28, afirma que a expulsão de demônios é prova da chegada do Reino de Deus. Se os demônios não existem, então estas passagens seriam ilusões, e o próprio Senhor Jesus teria se curvado a uma “invenção humana”, o que é impossível.
Os apóstolos também tratam esta realidade como objetiva. Em Epístola de Paulo aos Efésios 6:11-12, Paulo descreve um conflito real contra “principados e potestades” — seres espirituais malignos — e não contra ideias ou estruturas humanas. Em Primeira Epístola de Pedro 5:8, o diabo é apresentado como adversário que procura a quem possa tragar, não como um mito cultural.
Nenhum destes textos tem origem nos “Pais da Igreja”, mas pertencem ao próprio cânon bíblico. Portanto, rejeitar a existência de demônios é rejeitar o testemunho direto das Escrituras e, mais grave ainda, negar o ensino e a prática do Senhor Jesus Cristo.
A incredulidade sobre o mundo espiritual não altera a realidade dele. O fato de alguém não aceitar uma verdade não a torna menos verdadeira. Hoje, muitos rejeitam não porque tenham provas, mas porque preferem uma explicação que lhes permita viver sem responsabilidade diante do Deus que fala através da Sua Palavra.
Se desejar continuar esta conversa com base bíblica, posso fazê-lo com clareza. Mas se rejeitar todo o testemunho das Escrituras, não será o argumento que falta — é apenas a disposição de ouvir.
