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É pecado pedir a Deus que nos leve para Si?

 Não é pecado expressar ao Senhor o desejo de partir para estar com Ele, especialmente quando o fardo das lutas parece insuportável. O próprio apóstolo Paulo confessou: “Desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Filipenses 1:23). Essa era uma expressão sincera de amor e anseio pelo Senhor, não uma fuga da vida, mas o anelo por Sua presença.

No entanto, há uma diferença entre desejar estar com o Senhor e pedir para morrer por não suportar as provações. O primeiro é um sentimento espiritual; o segundo pode ser fruto do desânimo. Elias, por exemplo, pediu a morte (1 Reis 19:4), mas Deus não atendeu a sua oração — antes, fortaleceu-o com alimento e descanso, mostrando que Ele ainda tinha propósito na sua vida.

O Senhor Jesus conhece o peso do sofrimento humano. Ele mesmo, em agonia no Getsêmani, disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mateus 26:38). Contudo, entregou-se à vontade do Pai. Quando o crente chega ao limite, o melhor é dizer como Ele: “Faça-se a tua vontade” (Lucas 22:42).

Deus não se ofende com um coração sincero que clama em dor. Mas Ele quer que, em meio às lágrimas, confiemos que Sua graça é suficiente (2 Coríntios 12:9). O fardo que parece insuportável é muitas vezes o meio pelo qual Ele nos molda, e cada dia que Ele nos concede é uma oportunidade de glorificá-Lo — até o momento em que, por Sua vontade, nos chamará para Si.

Enquanto esse dia não chega, peça-Lhe força para suportar, não para partir. Ele prometeu: “Não te deixarei nem te desampararei” (Hebreus 13:5).

Josué Matos

A Salvação no pode ser Perdida, mas desde que não Viva no Pecado Deliberado?

 A salvação, segundo as Escrituras, não pode ser perdida, porque não depende do mérito humano, mas da obra perfeita de Cristo. Quando alguém é salvo, é feito filho de Deus — e filho não deixa de ser filho. O Senhor Jesus afirmou: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz... e eu lhes dou a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:27-28). A vida eterna é eterna porque depende d’Aquele que é eterno.

Entretanto, a salvação não isenta o crente da disciplina. Hebreus 12 mostra que Deus trata os seus filhos com amor e correção, e é exatamente essa correção que confirma nossa filiação. O crente verdadeiro não vive deliberadamente no pecado, porque o Espírito Santo o convence e o disciplina. “O Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Quando um filho de Deus peca, ele não perde a salvação, mas perde a comunhão, a alegria e o testemunho. Deus, como Pai, intervém — às vezes com tristeza e até com dor — para restaurá-lo.

O pecado deliberado não anula a salvação, mas demonstra que há algo errado no coração: ou a pessoa não nasceu de novo, ou está resistindo à ação disciplinadora de Deus. Em casos extremos, quando o crente persiste obstinadamente no pecado, Deus pode até levá-lo deste mundo, como forma de juízo corretivo (1 Coríntios 11:30-32), mas não o condena com o mundo.

Portanto, quem é nascido de Deus não pratica o pecado como estilo de vida (1 João 3:9), porque recebeu uma nova natureza que o leva a amar a santidade. Mas, quando cai, encontra perdão e restauração: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).

Assim, a salvação é eterna, mas a comunhão pode ser interrompida. O amor do Pai é inquebrável, mas o Pai não deixa seu filho no erro; Ele corrige, disciplina e restaura, até que produza fruto de justiça.

Josué Matos

Arrependimento e Fé!

"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados." (Atos 3:19)


O arrependimento bíblico não é apenas um sentimento de tristeza ou remorso, mas uma mudança profunda de mente e de direção produzida pela ação da Palavra de Deus no coração do homem. No original grego, o termo metanoia significa precisamente isso: “mudança de mente”. O arrependimento, portanto, é o reconhecimento sincero da culpa diante de Deus e a decisão interior de se voltar para Ele, abandonando o pecado.

No Antigo Testamento, o arrependimento é frequentemente expresso por verbos que significam “voltar” (shuv), indicando um retorno do homem ao caminho de Deus. Nos profetas, essa ideia é constante: “Deixem o perverso o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele” (Isaías 55:7).

No Novo Testamento, o arrependimento é o primeiro passo para a salvação. João Batista pregava: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 3:2), e o Senhor Jesus iniciou Seu ministério com a mesma mensagem (Marcos 1:15). O arrependimento está sempre ligado à fé salvadora. São dois lados da mesma conversão: o arrependimento é o afastar-se do pecado, e a fé é o voltar-se para Cristo. Onde há fé genuína, há arrependimento verdadeiro; onde há arrependimento real, há fé viva.

O arrependimento, porém, não é apenas para os descrentes. O crente também precisa se arrepender continuamente, não para ser salvo novamente, mas para manter comunhão com Deus. O próprio Senhor ordenou às igrejas do Apocalipse que se arrependessem (Apocalipse 2:5; 3:19). Quando o cristão reconhece o pecado e o confessa, experimenta o perdão e a restauração da comunhão com o Pai (1 João 1:9).

As características do verdadeiro arrependimento incluem:

  1. Convicção de pecado – o Espírito Santo convence o homem de sua culpa (João 16:8).

  2. Tristeza segundo Deus – não mero remorso, mas dor espiritual por ter ofendido a santidade divina (2 Coríntios 7:10).

  3. Confissão e abandono do pecado – quem confessa e deixa alcança misericórdia (Provérbios 28:13).

  4. Mudança de conduta – o arrependimento verdadeiro produz frutos visíveis de transformação (Mateus 3:8).

Assim, o arrependimento é uma obra divina na alma humana, mas que exige resposta pessoal. Deus ordena a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam (Atos 17:30), pois sem arrependimento não há fé verdadeira, nem perdão, nem comunhão com Deus.

Josué Matos

Novos Céus e Nova Terra!

"Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça." (2 Pedro 3:12,13) 

Quando lemos Apocalipse 21 e 22, vemos que a Nova Jerusalém desce “do céu, da parte de Deus, ataviada como uma esposa para o seu marido”. Esta cidade simboliza a Igreja glorificada, composta por todos os redimidos do período atual da graça. É a morada da noiva do Cordeiro.

Contudo, o texto também fala de “novos céus e nova terra”, onde habitarão “os justos” (2 Pedro 3:13). Isso abrange os santos do Antigo Testamento e os salvos das nações (Ap 21:24), que não pertencem à Igreja, mas igualmente desfrutarão da presença de Deus no estado eterno. Assim, haverá distinções de posição e relacionamento, mas não de separação. Todos viverão na presença de Deus, sob a mesma luz e glória do Cordeiro.

Não se trata de uma fusão entre Igreja e Israel, pois cada grupo mantém sua identidade conforme os propósitos divinos, mas todos compartilharão a comunhão perfeita de um só povo redimido, sem barreiras, em plena harmonia com Deus e com o Cordeiro. A diferença de posição é administrativa, não espiritual. A Igreja, como esposa, terá a posição mais íntima; Israel e as nações redimidas terão também o privilégio de participar da bem-aventurança eterna, “porque o tabernáculo de Deus está com os homens” (Ap 21:3).

Portanto, no estado eterno não haverá mais céu e terra separados, nem povos distintos em comunhão com Deus, mas uma criação unida sob a glória divina, onde Ele será tudo em todos (1 Coríntios 15:28). A Nova Jerusalém, embora tenha sua origem celestial, brilhará sobre a nova terra, e as nações andarão à sua luz. Assim, os planos de Deus convergem para um único propósito: reunir todas as coisas em Cristo, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra (Efésios 1:10).

Em suma:
– A Igreja habitará na Nova Jerusalém, centro da glória divina.
– Israel e as nações redimidas habitarão na nova terra, sob essa mesma luz.
– Todos formarão um só povo santo, sem distinção de privilégio espiritual, mas com diferentes esferas de glória e serviço eterno.

Josué Matos

João Ferreira de Almeida - Documentário

 


O Messias, o Príncipe será cortado (Daniel 9:26)

O cálculo das setenta semanas de Daniel 9:24-27 deve ser feito com base na profecia das 70 semanas de anos — cada “semana” representando 7 anos literais, conforme o padrão profético de Ezequiel 4:6 e Números 14:34. Assim, 70 x 7 = 490 anos determinados sobre o povo de Israel.

O ponto de partida é o decreto para restaurar e reedificar Jerusalém (Daniel 9:25). Há quatro decretos históricos, mas o que cumpre exatamente a profecia é o decreto de Artaxerxes Longímano, dado a Neemias no vigésimo ano do seu reinado, em 445 a.C. (Neemias 2:1-8).


A profecia se divide assim:

1. 7 semanas (49 anos) – Tempo da reconstrução de Jerusalém, “com praças e tranqueiras, mas em tempos angustiosos”.

   Período: de 445 a.C. até cerca de 396 a.C.

2. 62 semanas (434 anos) – Continuação até a vinda do Messias, o Príncipe.

   Somando 49 + 434 = 483 anos.

Como se trata de anos proféticos de 360 dias, 483 anos x 360 = 173.880 dias, equivalentes a 476 anos solares (aproximadamente).

Partindo de 445 a.C., somando 476 anos, chegamos ao ano 32 d.C., precisamente o período da entrada triunfal do Senhor Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de ser “cortado” (morto), conforme Daniel 9:26.

Portanto, o Messias foi “cortado” não em 38 a.C., mas em torno de 32 d.C., cumprindo as 69 semanas (483 anos).

A 70ª semana ainda não se cumpriu — ela será cumprida futuramente, após o arrebatamento da Igreja, quando Deus voltará a tratar com Israel. Esse período de 7 anos corresponde à Grande Tribulação, onde surgirá o príncipe que há de vir (o anticristo), firmando aliança com muitos e rompendo-a na metade da semana (3 anos e meio).


Em resumo:

- Início: Decreto de Artaxerxes (445 a.C.)

- 69 semanas (483 anos): até a morte do Messias (~32 d.C.)

- Intervalo: tempo da Igreja (mistério não revelado a Daniel)

- 70ª semana: futura, a Grande Tribulação


É por isso que o cálculo correto conduz ao ano da crucificação de Cristo, não ao século anterior ao seu nascimento.

Josué Matos