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Imagino que o Mário Persona tem a mesma visão quanto ao que ocorreu no País de Gales?

Alguém que me escreveu depois que assistiu ao meu vídeo: "Qual foi o espírito que se manifestou na Rua Azusa em 1906?" 

Ele disse-me: Paz irmão! Imagino que o Mário Persona tem a mesma visão quanto ao que ocorreu no País de Gales?

Minha Resposta:

Agradeço muito a tua mensagem.

Sobre o que mencionaste, deixo claro — com todo respeito — que o meu método de avaliar qualquer movimento, seja Rua Azusa, País de Gales ou qualquer outro, não é perguntar o que fulano ou sicrano pensa, nem mesmo o que irmãos conhecidos hoje defendem. Homens mudam de opinião, interpretação e postura; já vimos isso acontecer repetidas vezes, inclusive o próprio Mário reconhece isso dele mesmo em seus vários vídeos.

Mas Deus não muda. E a Sua Palavra não muda. Portanto, o critério seguro para medir qualquer suposta manifestação espiritual é somente a Escritura.

Quando analisamos biblicamente movimentos como o de Azusa (1906) ou o avivamento do País de Gales (1904–1905), a questão central não é “quem concorda?”, mas sim:

O que a Bíblia diz sobre a operação do Espírito Santo?
O que a Bíblia diz sobre os dons miraculosos?
O que a Bíblia diz sobre ordem, doutrina e autoridade apostólica?

Quando examinamos esses movimentos à luz da Palavra, vemos elementos que não se harmonizam com os padrões neotestamentários para a ação do Espírito Santo na igreja:

• manifestações físicas descontroladas;
• confusões litúrgicas;
• ausência de instrução doutrinária sólida;
• práticas extáticas sem respaldo bíblico;
• ausência de direção apostólica — que, no Novo Testamento, sempre acompanhou manifestações genuínas.

No Novo Testamento, quando o Espírito Santo age, há clareza doutrinária, exaltação de Cristo, edificação ordenada e santificação prática. Nunca há desordem, jamais há perda de controle ou comportamentos que destoam do caráter santo do Espírito (1 Coríntios 14:33,40).

Quanto à tua pergunta sobre o País de Gales: sim, o mesmo princípio se aplica. Não é porque dois movimentos aconteceram próximos no tempo que compartilham a mesma natureza espiritual. Cada movimento deve ser medido individualmente pela Escritura — e não pela emoção coletiva ou efeitos sociais.

A pergunta correta nunca é:
“O que o Mário acha?”
ou
“O que os pregadores da época acharam?”

A pergunta é:
“O que Deus diz em Sua Palavra sobre isso?”

E quando usamos esse padrão, percebemos que tanto Azusa quanto Gales apresentam aspectos que não se alinham ao que o Espírito Santo estabeleceu como norma para a igreja.

O Espírito Santo é santo — e sempre age conforme a verdade revelada.


Uma observação final:

Quem me escreveu está a referir-se ao chamado “Avivamento do País de Gales”, ocorrido entre 1904 e 1905, um movimento muito citado em círculos pentecostais e carismáticos como um suposto grande derramamento do Espírito Santo antes mesmo da Rua Azusa (1906).

Como muitos ouvintes e pregadores associam esses dois eventos — Gales e Azusa — ele presumiu que, se eu critiquei Azusa biblicamente, eu teria “a mesma visão” sobre o movimento que aconteceu em Gales.

Mas o que realmente foi o “Avivamento de Gales”?

  1. Contexto histórico:
    O movimento começou com reuniões conduzidas por Evan Roberts, marcadas por forte emoção coletiva, longas horas de cantos espontâneos, orações em voz alta e confissões públicas.

  2. Características frequentemente exaltadas:
    • reuniões sem liderança clara;
    • interrupções emocionais constantes;
    • testemunhos extáticos;
    • ausência de ensino doutrinário estruturado;
    • ênfase no sentimento momentâneo, não nas Escrituras.

  3. Razão pela qual ele mencionou isso:
    O argumento de muitos pentecostais é que “Gales foi uma obra poderosa de Deus”, então eles esperam que qualquer pessoa que critique Azusa não critique Gales — como se Gales fosse um exemplo mais “puro”.
    Ao perguntar se eu tenho “a mesma visão”, ele está basicamente dizendo:

    “Se você acha que Azusa não foi uma obra do Espírito Santo, então imagino que você também pense o mesmo sobre o movimento de Gales… certo?”

  4. O ponto que ele não percebeu:
    A questão não é Azusa ou Gales.
    A questão é:

    Qualquer movimento deve ser examinado pelas Escrituras, não pelos frutos emocionais ou relatos humanos.

Quando analisamos o avivamento do País de Gales à luz do Novo Testamento, vemos o mesmo problema:

• manifestações extáticas;
• ausência de ordem (1 Coríntios 14:40);
• ausência de ensino apostólico sólido;
• forte influência emocional coletiva;
• resultados superficiais, sem transformação doutrinária duradoura.

Isso explica por que ele mencionou Gales:
Ele, talvez, supôs que Gales fosse um movimento mais “aceitável” e queria saber se eu colocaria Azusa e Gales na mesma categoria.

Josué Matos