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O estado eterno é estar sempre "presente"?

 Alguém que me escreveu no YouTube:

O estado eterno é estar sempre "presente".

Minha Resposta:

Agradeço a sua mensagem, mas preciso esclarecer algo com todo respeito: o estado eterno não é simplesmente “estar sempre presente”. A Bíblia nunca descreve a eternidade como “um estado de presença contínua”, mas como um destino consciente, definitivo e imutável, determinado pela relação da pessoa com o Senhor Jesus Cristo durante esta vida.

O ensino bíblico é muito claro:

  • Para aqueles que creem no Senhor Jesus Cristo como Salvador, existe a promessa de vida eterna e comunhão plena com Deus (Evangelho segundo João 3:36; Apocalipse 21:3-4).

  • Para aqueles que rejeitam a única salvação que Deus oferece, a eternidade será um estado de separação consciente, irreversível e doloroso, chamado na Bíblia de “perdição eterna” (Segunda Epístola aos Tessalonicenses 1:8-9; Apocalipse 20:11-15).

Em nenhum momento a Escritura fala de uma “presença eterna” genérica. Ela fala de céu ou inferno; salvação ou condenação; vida eterna com Deus ou separação eterna de Deus.

A razão pela qual enfatizo isso é simples:
se reduzirmos a eternidade a um simples estado de presença, anulamos a urgência da salvação e ignoramos o sacrifício do Senhor Jesus na cruz.

O apóstolo Paulo escreveu algo extremamente sério:

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.”
Hebreus 9:27

Ou seja, não existe neutralidade no destino eterno. Não existe “eternidade sem juízo”.
Cada pessoa estará eternamente:

  • com Deus, porque creu no Senhor Jesus Cristo; ou

  • sem Deus, porque rejeitou a única salvação possível.

Você mencionou “estar sempre presente”.
Sim, a consciência existe eternamente, mas o lugar e a condição dessa eternidade dependem da decisão que você toma agora, enquanto está vivo.

E é exatamente por me preocupar com a sua alma que sempre lhe digo:
você precisa crer no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador pessoal.

Eu posso, humanamente, vir a esquecer de você com o tempo — a vida corre, surgem outras pessoas para ajudar e aconselhar.
Mas Deus nunca esquecerá de você:

  • Se você crer em Cristo, Ele nunca se esquecerá de recebê-lo no céu.

  • Se você rejeitar Cristo, Ele nunca se esquecerá do seu julgamento — porque você escolheu rejeitar a vida eterna que estava ao seu alcance.

Portanto, sim: a eternidade é “estar sempre presente”…
mas o que realmente importa é onde e com quem você estará presente para sempre.

O evangelho coloca diante de cada um apenas duas opções:
vida eterna ou perdição eterna.

E é minha oração sincera que você faça a escolha que conduz à vida.

Se desejar conversar com sinceridade sobre isso, estou aqui.

Josué Matos

Línguas continuarão até a volta de Cristo?

Alguém que me escreveu no YouTube:

Línguas continuarão até a volta de Cristo. Agora temos que entender as recomendações, como disse Paulo, quem fala em línguas fala em mistérios, só Deus entende. Deus pode usar idiomas como em mistério, só Deus sabe, edifica aquele que fala, a questão é o mau uso.

Minha Resposta:

Agradeço a sua mensagem, mas é importante observar cuidadosamente tudo o que o Novo Testamento ensina sobre o dom de línguas, e não apenas uma parte isolada. A conclusão bíblica não é que as línguas continuariam até a volta de Cristo, mas que elas tinham uma finalidade específica, temporária e ligada ao período apostólico.

O apóstolo Paulo afirma que “as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis” (Primeira Epístola aos Coríntios 14:22). Um sinal sempre tem um propósito delimitado. E, em Atos, vemos claramente qual era esse propósito: idiomas humanos compreensíveis, dados sobrenaturalmente para confirmar a mensagem em um tempo em que a Bíblia ainda não estava completa. Não eram mistérios indecifráveis, mas idiomas reais, entendidos por pessoas reais (Atos dos Apóstolos 2:6-11).

Paulo nunca disse que o dom bíblico de línguas seria um falar extático, ininteligível ou secreto. Pelo contrário, ele estabeleceu regras rígidas — interpretação obrigatória, limite de três pessoas, um de cada vez, e silêncio absoluto se não houvesse intérprete (Primeira Epístola aos Coríntios 14:27-28). O que se vê hoje não segue esses princípios, e por isso não pode ser considerado o mesmo dom descrito nas Escrituras.

Quando Paulo fala de “mistérios”, não está descrevendo algo que nem o falante entende. A palavra mistério no Novo Testamento significa verdade antes oculta e agora revelada, nunca um som sem sentido. Se fosse um idioma que nem quem fala compreende e nem pode ser interpretado, Paulo jamais teria dito que tal prática deve estar sujeita à ordem e à edificação da igreja.

Além disso, o mesmo capítulo que você citou afirma que as línguas cessariam (Primeira Epístola aos Coríntios 13:8). O texto não diz que cessariam na volta de Cristo. Simplesmente afirma que cessariam. E a história mostra que isso aconteceu quando o propósito do sinal se completou e a revelação de Deus ficou registrada de forma plena nas Escrituras.

Sobre “edificar a si mesmo”, vale lembrar que nenhum dom espiritual foi dado para autoedificação. Todos os dons no Novo Testamento são para edificar o corpo, nunca para promover uma experiência individual. Se uma prática só edifica quem a faz, já está fora da finalidade dos dons espirituais.

Portanto, a questão não é apenas “mal uso”, mas não correspondência ao dom bíblico. O que se pratica hoje não se encaixa nas características, regras e propósito que o Espírito Santo revelou.

A Palavra de Deus é suficiente, completa e perfeita. E é por ela que devemos medir tudo.

Se quiser continuar conversando sobre este tema, terei prazer em dialogar com base nas Escrituras completas.

Que o Senhor te ilumine pela Sua Palavra.

Josué Matos

Minha salvação está condicionada a eu pregar também?

Alguém que me escreveu no YouTube:

Minha salvação está condicionada a eu pregar também? É isto que diz o versículo: toda árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo. Ou seja, se eu não for um pregador, estou condenado?

Minha Resposta:

A tua dúvida é muito comum, mas a Escritura não ensina que a salvação está condicionada ao fato de alguém ser pregador. A salvação é pela fé em Cristo, e não pelo exercício de um dom ou de uma atividade cristã. O próprio apóstolo Paulo escreveu que somos salvos “não por obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:9). Se a salvação dependesse do quanto pregamos, então ninguém poderia ter certeza da vida eterna, pois cada um pregaria de forma diferente.

Quando o Senhor falou sobre a árvore que não dá fruto ser cortada e lançada ao fogo (Mateus 7:19), Ele estava tratando dos falsos profetas, homens que aparentavam ser o que não eram. O fruto, no contexto, não é “pregar”, mas o caráter, a doutrina e a conduta que revelam se uma pessoa realmente pertence a Cristo ou não.

A Bíblia mostra claramente que nem todos os salvos são pregadores. Em 1 Coríntios 12, Paulo ensina que o Corpo de Cristo tem muitos membros com funções diferentes. Há quem pregue, há quem sirva, há quem ensine, há quem ore, há quem contribua, há quem console, e assim por diante. O olho não pode exigir que o pé faça o seu trabalho. Se todos fossem pregadores, onde estaria a variedade de dons?

Em Tiago 3:1 somos até alertados: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Isto mostra que pregar não é sinal de salvação, mas sim uma responsabilidade que nem todos têm.

Quanto ao fruto, o primeiro e principal fruto é a evidência da vida nova: arrependimento, fé, mudança de conduta, amor ao Senhor, desejo de santidade e obediência à Palavra. Estes frutos acompanham todos os salvos, mas não significam que todos precisam ser pregadores públicos. Uma mãe que cria os filhos em temor ao Senhor, um irmão que dá um bom testemunho no trabalho, alguém que ora pelos outros, ou que ajuda silenciosamente — todos estes também dão fruto.

Resistir ao evangelho, rejeitar Cristo, viver deliberadamente no pecado, isso sim é não dar fruto. Mas um salvo, mesmo simples, tímido ou sem dom de falar em público, é uma árvore que dá fruto naquilo que o Senhor o capacitou a fazer.

Portanto, fica tranquilo: tu não estás condenado por não seres pregador. O que Deus requer de ti é fé verdadeira no Senhor Jesus Cristo e obediência sincera à Sua Palavra. Quem está em Cristo é salvo, não por pregar, mas por ter sido alcançado pela graça.

Se o Senhor te der oportunidades de falar dEle a alguém, que seja com alegria; mas isso é fruto, não fundamento da tua salvação.

Que o Senhor guie o teu coração.

Josué Matos

Muitos confundem 2 Tessalonicenses 1:7-8 com o arrebatamento

 Alguém que me escreveu no YouTube:

Na segunda carta de Paulo aos tessalonicenses, no capítulo 1 e nos versículos 7 e 8, Paulo escreveu aos tessalonicenses que eles terão descanso das tribulações quando Jesus vier secretamente de forma visível para os salvos e invisível para o mundo?

Minha Resposta:

Muitos confundem 2 Tessalonicenses 1:7-8 com o arrebatamento. Mas ali o apóstolo Paulo não está a falar de uma vinda “secreta para os salvos” ou “visível apenas para eles e invisível para o mundo”. O texto descreve a manifestação pública de Cristo em juízo, um evento completamente diferente do arrebatamento da Igreja.

Observe o que Paulo escreveu:

“E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança…”.

Aqui temos quatro elementos que jamais se aplicam ao arrebatamento:

  1. Manifestação – Paulo não diz “virá secretamente”, mas “se manifestar”, ou seja, será visível ao mundo; é a revelação pública do Senhor Jesus em glória.

  2. Anjos poderosos – também é linguagem de juízo, não de arrebatamento.

  3. Labareda de fogo – nunca aparece associado ao arrebatamento, mas sim ao dia do Senhor.

  4. Vingança contra os que não conhecem a Deus – isso é juízo sobre o mundo, não redenção para a Igreja.

O arrebatamento, por outro lado, é descrito como algo para a Igreja, não para o mundo, e nunca como juízo. Em 1 Tessalonicenses 4:16-17, Paulo fala de um encontro nos ares, mas não menciona fogo, anjos em juízo, manifestação pública ou vingança divina. Além disso, em 1 Tessalonicenses 1:10, os crentes esperam o Senhor Jesus “que nos livra da ira futura”, não que vem derramar essa ira.

Em 2 Tessalonicenses 1 Paulo consola os crentes dizendo que o descanso deles virá quando Cristo aparecer para julgar os homens que lhes causavam tribulação. Ou seja:
O descanso virá no futuro, quando o Senhor vier em glória para punir os ímpios. Isso não significa que a Igreja estará na terra nesse momento, mas que a justiça divina será plenamente manifesta.

Paulo não está descrevendo duas fases simultâneas da mesma vinda, mas dois eventos diferentes em momentos distintos:

Arrebatamento – encontro da Igreja com o Senhor nos ares; sem juízo; sem manifestação pública; antes da ira.
Aparição Gloriosa – Cristo vindo com os seus santos; juízo sobre o mundo; manifestação pública; fogo e vingança.

Por isso, não existe em 2 Tessalonicenses 1 ideia alguma de que Cristo virá “secretamente visível aos salvos e invisível ao mundo”. Essa combinação não aparece em nenhum lugar da Bíblia. O que existe são dois eventos distintos, cada um com sua natureza e propósito.

Fico contente com a tua busca pela verdade e estou sempre disponível para conversar contigo sobre estes temas bíblicos tão importantes.

Josué Matos